The Guardians - The Beginning escrita por Milly


Capítulo 4
III. Um pouco de tempo part. 1


Notas iniciais do capítulo

Olá meus "Protegidos", quero agradecer por todas as visualizações (vocês são demais!) E a algumas Protegidas e um Protegido em especial, e eles são: camilagc (Mila, obrigado pelos comentários carinhosos e pelas dicas, você é um amor!), ao Wagner (Wag, obrigado por todo apoio! Sério de coração), a Natalia Prior (Nathy, obrigado pelo apoio, incentivo e pela linda recomendação! Você é uma fofa) e a Carina Everllark (Cah, obrigada pela linda recomendação, chorei! Sua tutu) Obrigado há todos que acompanham, e tiram um tempinho para ler a fic! Vocês são todos demais, agradeço de coração.



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"Durma..." disse uma voz calma. Não, uma voz linda e melodiosa. Mas, porque ela queria que eu dormisse?

Senti algo em meu rosto. Algo tocando ele, não, acariciando. Pareciam pétalas de rosas. Era uma sensação gostosa. Tão suave. Elas faziam círculos envolta dos meus olhos, espalhando algo gelado... Gelado?

Tentei abrir os olhos e ver oque os tocava. Foi uma tentativa falha.
Onde eu estou? Que estranho, eu sinto uma leveza no corpo... me sinto tão calmo. Mas quero gritar...
De repente, as lembranças vem a minha mente.
Pedras mágicas... portais... salvador... dor... gritos... vozes... e ela, a voz calma...
Abri os olhos. A luz era muito forte. Pisquei uma, duas, três vezes até me acostumar. Aquele não era o meu quarto. Muito menos a sala da Rosalie. Era branco, e claro. Tinha muitas janelas, e várias plantas e flores e vasos espalhados por ali. Eu estava deitado em uma cama de casal com dossel. Era macia, e tinha vários travesseiros e uma colcha bege com varias rosas desenhadas. E ao meu lado, sentada em uma cadeira, estava Rosalie. Me olhando. Sua mão estava no meu rosto. Então, não eram pétalas, e sim suas mãos.
– Nathan, você acordou! Finalmente, achei que tinha te dado sonífero demais. - disse ela aliviada.
Tentei me sentar. Mas apesar de delicadas, as mãos de Rosalie me empurraram de volta pra cama.
– Calma. Fique deitado. Você ainda não está em condições de levantar, Nathan. - disse ela calmamente.
Quem era ela pra me dizer oque fazer?
Ué, eu queria gritar isso pra ela. Mas não saía. Eu não conseguia gritar. Apesar de eu querer que ela parasse de alisar o meu rosto, algo dizia pra ela continuar.
Oque ela fez comigo?
– Nathan, hm, você se lembra de algo? - disse ela com cautela. - Bom, depois que você durmiu.. depois que eu te fiz dormir, tive que lhe dar uma quantidade um pouco absurda de sonífero. É feito de flores, da Orquídea do Norte. Ela faz você dormir, e seus poderes se silenciaram. Só que você não pode ser controlado, pelos remédios e meu poderes.. eu tive que fazer muito esforço.
Porque diabos eu não conseguia falar?! Eu queria gritar com ela. Dizer para me soltar, e me explicar oque estava acontecendo. Isso era ridículo. Primeiro conta sua história. Depois me diz que tenho que salvar o mundo. Depois me faz dormir com.. hm, poderes? E depois me dopa com qualquer tipo de droga? Quem é você, minha querida?!
Olhei pra seus olhos. E percebi que eles estavam brancos.. como.. antes!
– Nathan, você sabe que tenho poderes, não é? - ela fez uma pausa. - Com eles eu posso saber oque as pessoas estão sentindo, e posso controlar sua emoções. Posso acalmar uma sala onde há pessoas nervosas, e posso estimular uma pessoa calma a brigar. Fazer uma pessoa agitada, dormir...
Então esses eram seus poderes. Os dons misteriosos de Rosalie.
– Ontem quando te contei que você era um guardião salvador, você se descontrolou... e seus poderes simplesmente, te dominaram. Como você não sabia da existência deles, não pode controlá-los. Então, precisei te acalmar. Mas por incrível que pareça... meus poderes pela primeira vez, não tiveram muito efeito. Então, precisei te apagar. - disse ela, cautelosa.
Me apagar? ME APAGAR?! Ela estava brincando, né? Depois de quase jogar, não. Ela jogou o peso do mundo em minhas mãos, queria que eu ficasse calmo? Queria? Ah, não. Simplesmente não.
– Eu tive que dopa-lo com sedativos, minhas poções com as flores, tive que usar uns cinco frascos.. e um frasco inteiro faz uma pessoa dormir uma semana. E você, só dormiu cinco horas! Com as poções agindo, seus poderes se acalmaram e eles estão temporariamente inativos. Não sei quanto tempo. Nathan, você... tem dons também. Você consegue ler os pesamentos dos outros, e hipnotiza-las... fazer com que elas fação oque você desejar.
Não!
– OQUE?! EU... EU TENHO DONS? - gritei pra ela. - Como.. e porque não me disseram?! - finalmente encontrei minha voz, apesar de seus remédios me fizeram se acalmar novamente.
Rosalie suspirou fundo, e contou tudo novamente. Toda a história, me disse sobre a vida dela, as causas ruins que aconteceriam se eu não os salvasse. Tudo seria destruição. Tanto Zugar, quanto nós enfraqueciam, só que a batalha era encontrar o restante das pedras, e que o modo mais fácil seria me fazendo encontra-las... Contou dos meus poderes, e com o tempo como poderia doma-los. Meus olhos ficavam pretos e veias ficavam roxas envolta dos olhos, quando eu usava os meus poderes. Todos sabiam, que eu era o salvador.. menos eu. Todos.
– Nathan, entende? Precisamos de você. Não temos escolha.. Precisamos achar Amon, ele poderá nos dizer tudo oque fazer, e porque disso tudo. Nem eu sei direito, sigo ordens do livro e de Senix, Nathan. Não me culpe. - disse ela abaixando a cabeça.
De repente, todos aqueles soníferos-barra-poções da Rosalie, perderam o efeito. Não importava o quanto ela usasse. Eu era mais forte. Não podiam me controlar. Nunca. Levantei da cama rapidamente, quase derrubando Rosalie da cadeira.
– NÃO CULPAR? NÃO CULPAR?! Você deve estar brincando. Então, há quem eu devo culpar? - gritei pra ela. - Você não intende como eu odeio tudo isso?! Eu não pedi pra ser um guardião. Muito menos pra ser seu salvador! Eu só queria salvar a minha mãe, e morrer! Apenas isso. E vocês jogam o peso em mim? Eu não vou salvar ninguém! Pede pra seu avô se quiser! Não há mim!
Olhei pra ela. Ela tremia. Mas precisei fazer isso. Não queria nada disso.
– Vocês todos, podem fazer oque quiser. Mas, se acham que vou salvar alguém estão enganados. Não sirvo pra isso. Pode o mundo acabar. Eu não ligo, minha mãe já se foi... não há ninguém que eu queira salvar. Não mesmo. Procure outro guardião. Já sofri demais tentando salvar alguém. Não farei isso novamente. - disse e segui pra porta.
Dei um ultimo olhar pra ela. Ela estava sentada na cadeira e seus olhos voltaram ao normal. Ela estava muito pálida e muito preocupada.. e parecia sentir dor. Foi quando escutei seus pensamentos.
"... Nathan... como eu queria que ele entendesse. Não é só você que faz sacrifícios, eu também. E por alguém que nem sabe.." Cortei sua voz triste de minha cabeça, chega. Abri a porta e bati com força e segui pra fora.
Eu não sabia a saída e não queria ficar ali. Logo ela viria ao meu encontro. Até que, como se fosse magica, eu focalizei uma varanda. Segui caminho até ela. Subi no pequeno murinho e fiquei de pé encima dele. Estávamos no ultimo andar. Puxa, como era alto. Era perfeito. Me joguei pra frente, com os braços abertos. O vento zunia em meus ouvidos. Eu estava caindo, muito rápido.
E então, minhas asas se libertaram. Longas e delgadas asas com penas negras, cada uma com mais de um metro e meio. Elas fizeram pequenos rasgos em minha roupa, para poderem livres se abrir. Como se já soubessem oque fazer, elas bateram e me fizeram voar de volta para cima. Fechei os olhos, e subi.
Era libertador. Como se todo o peso saísse de mim. Não havia, Rosalie, nem guardião salvador, nem Hannah, Josh, beijos, Protegidos, nem mesmo Planet Guard. Só á mim, e á sensação de liberdade que minhas asas me davam.
Quando abri os olhos, estava muito alto, Planet Guard era apenas borrões pequenos muito abaixo de mim. Fiquei planando até decidir oque fazer. Já passavam das 18 horas, e a escuridão se aproximava.
Resolvi ir para o lago, onde sempre ia com Ana. Quando cheguei, sentei na grama sob uma arvore. Recolhi de volta as asas, e coloquei a cabeça entre os joelhos. Tentei me acalmar e colocar tudo em ordem, mas não conseguia. Resolvi começar a contar. Minha psicologa dizia pra eu fazer isso, quando eu ainda era só eu. Helen deu a mesma instrução.
Um... dois... três... quatro... e assim seguiu. Quando cheguei ao duzentos e cinquenta e oito, e nada ajudou, uma mão tocou minhas costas. Me preparei para mandar Rosalie ou quem seja ir embora, até que ouvi a voz.
– Nat? - disse a voz calma e rouca de Josh.
Era Josh, não ia mandar ele embora. Quando cheguei a Planet, Josh já era daqui. Mas ele não gostava de fazer missões, então nós contávamos os anos de missões como idade, por isso ele é mais novo, porque só fez uma missão depois de mim. Josh, me ajudou a me adaptar aqui, foi meu amigo e companheiro. Como um irmão. Sempre com suas palhaçadas, mas, sempre com conselhos poderosos. Nunca o mandaria embora.
Suspirei e levantei a cabeça. Olhei para ele.
"Posso me sentar? Sim, eu sabia dos seus poderes. E vejo que está usando eles, seus olhos..." o pensamento calmo dele me veio á mente.
– Se está achando que vai me convencer a ser o salvador, pode cair fora. - disse com desprezo e olhando o lago.
Josh, se sentou na grama ao meu lado.
– Realmente, não acho que eu consiga mudar o seu conceito das coisas. Você é um cabeça dura mesmo... - disse ele sorrindo.
Ele estava certo. Quando eu tomava uma decisão, eu simplesmente à seguia. Não importa o quanto doesse. Eu era assim.
– Então, oque veio fazer aqui? - disse frio.
Não importa o quão frio eu fosse, Josh nunca desistia de mim.
– Vim me explicar. - disse ele olhando para o lago. - Eu fui quase agora no Center. E encontrei a Rose no jardim, ela estava deitada na grama. Conversei com ela um pouco. Ela está muito preocupada com você. Serio. - disse ele.
– Preocupada? Nunca não, é? Ela me dopou, me contou coisas, me jogou uma responsabilidade que não consigo segurar! - disse eu quase gritando.
Josh abaixou o capuz, e assim pude ver melhor seu rosto. Ele parecia triste, seus olhos estavam mais escuros, por causa da pouco luminosidade. E seu rosto meio bronzeado tinha um leve tom de azul, por causa da luz da lua.
– Nat, a Rose não tem culpa de nada. Ela está seguindo ordens, deixa eu terminar! - disse ele quando abri a boca pra interromper. - Você sabe que ela cuida de Senix, não? Então, ela e a pedra são como um só. Juntas, pacote fechado. Então, tudo que ela sofre a pedra sente, e a pedra enfraquece ela sente. - ele fez uma pequena pausa.
"Ultimamente, a pedra tem enfraquecido demais, e isso resultou no enfraquecimento de Rosalie, ela tem ido muito ao hospital, e fica indisposta demais. E todos notaram, a nossa barreira tem ficado fraca. Rose, sempre ficou assim, mais ultimamente com muita frequência. Ela tentou convencer o pai que estava tudo bem, que não precisavam se preocupar. Apesar de ela sofrer, ela te protegia. Sim, protegia. Ela queria lhe dar mais tempo, não te contar agora.
"Mas, Salém, queria ajudar a filha e a você também. Te dar mais tempo, não te contar tudo assim, tão do nada, e rápido. Mas, os guardiões e o pessoal do departamento não gostou. Então montamos um tribunal. Rosalie tentou explicar, dizer que estava tudo bem, para podermos lhe dar tempo e espaço. Eu também argumentei, não queria que você soubesse assim, ainda mais com seus problemas com Joseff. Hannah não sabia de nada, não podemos contar á ela. Pois ela te contaria, e forçaria a barra. Eu só não te contei, pois queria o seu bem.
"As pessoas se revoltaram, elas não queriam, queria que você soubesse e os salvassem. Disseram para contar, ou eles contaria. Então, Salém, disse que Rosalie contaria, ela contaria, hoje ele estava com o departamento. E com uns poucos guardiões comentando da sua conversa com Rosalie. Ana te beijou pensando que você toparia ir procurar a pedra, então quis revelar seu amor, por que se não voltar, você já sabe do amor dela. Rosalie, apesar de não querer te contar, foi obrigada.
"Ultimamente, ela está muito fraca, apesar de esconder, sabemos. A pedra enfraquece, e ela sente. Ela será a primeira a ser destruída se der errado. É tão incrível que ela prefere sentir dor, Nat, pra poder te proteger... ela não queria que soubesse agora.
Então era isso. Ela tentou me proteger, não contar "...Não é só você que faz sacrifícios, eu também. E por alguém que nem sabe.."
Foi isso que ela quis dizer. De repente senti pena dela, e algo mais. Rosalie era tão doce e frágil, merecia ser protegida e não sofrer, muito menos por mim.
Se realmente eu fosse o salvador, não teria quem eu quisesse proteger. Eu estava engando. Por Josh, Ana, Rosalie, Salém, Helen e Hannah, valia a pena se arriscar.
– Eu não vim te pedir pra ser o guardião que todos querem, ou pedir pra me salvar. Eu quero isso, mas a escolha, Nat, é sua. Estou aqui pra te apoiar no que escolher. A barra é forte? É sim. Todos podem falar, "Se fosse eu, eu iria", "Se fosse eu, eu fazia", mas ninguém sabe o quão fundo é o poço até entrar dentro. - disse ele, calmo, mas tudo que ele dizia era pura verdade. Não precisava ler seus pensamentos pra saber que ele estava ao meu lado.
Olhei para ele. Ele continuava a fitar o lago.
– Eu só vim te pedir uma coisa. Não, duas... - disse ele fazendo uma pausa e esperando minha resposta.
Fiz que sim com a cabeça, somente.
– Primeiro, não diz não de cara pra o negocio de salvador. Por favor, pense. Não só por mim, mas por todos. E depender da sua resposta, estou do teu lado. Segundo, vai ver a Hannah, por favor... ela está enlouquecendo. Passei a tarde com ela, contando tudo e acalmando ela. - dessa vez ele olhou pra mim e sorriu.
– Josh, obrigado, cara. Realmente, isso é loucura. É pedir demais pra mim. Não sei nem oque pensar. - disse, e Josh levou a mão até meus cabelos e os bagunçou. - Vou lá ver a Hannah, depois falo com você.
Me levantei e dei a mão pra ajudar o Josh a levantar. Ele sorriu e aceitou à mão estendida.
– Boa sorte com ela. Aliás, Nat... se você não quiser cuidar da Angel, não tem problema eu entendo. - disse ele sorrindo de leve.
– Não, calma, não encare isso como um não, nem como um sim. Só preciso de um pouco de tempo. Tempo pra tudo. Eu sei que o tempo não é a resposta para as minhas perguntas. Mas, o tempo diz tudo, com ele eu vou saber oque fazer e decidir. - disse eu refletindo. - Tenho que ir.
Não esperei a resposta dele. Já estava voando. Normalmente, eu prefiro andar por aí. Odeio como as pessoas encoram minhas asas, todos as asas são diferentes, tamanhos diferentes, penas diferentes, cores... As de Hannah, eram pequenas e vermelhas, um vermelho bem claro, quase rosado. As de Josh, era como as de anjos, só que douradas. As de Rosalie eram como de borboletas, brancas e brilhante cheias de flores. As minhas, eram de penas negras grandes e delgadas, como de anjos, só que maiores e mais fortes. Não gostavam de como olhavam pra elas, como se eu fosse uma especie de demônio. Mas a sensação de voar era ótima.
Voei rápido - não que eu estivesse louco pra ver a Hannah, mas sim porque o vento que batia em meu rosto era confortante. Cheguei na ala dos prédios dos dormitórios. O prédio de Hannah era o 50, quarto 10. Fui direto para lá. Pousei em frente ao prédio. Guardei as asas e entrei. Fui até a recepção, normalmente, quando vinha aqui - quase nunca -, eu não pedia pra me anunciar. Mas achei apropriado hoje.
– Olá, sou o... - comecei a dizer.
– Nathan. Sim eu sei quem é! Aí meus guardiões... certo, certo. Hm, Hannah? - disse ela me interrompendo toda animada.
– Certo, sim, sim. Hannah. - disse eu indignado. Pra que toda essa emoção?!
Ela assentiu, e me anunciou.
– Nat, pode subir! - disse ela animada.
Oi? Meu apelido? Ok, então.
Ela era uma garota de uns vinte e poucos anos. Era bonita até, sua pele tinha tom de chocolate, seu cabelos cacheados estavam presos para trás e algumas mechas caiam de ambos lados do rosto. Ela era muito bonita. olhos negros amigáveis, lábios cheios, e rosto delicado. Sorri para ela. E dei as costas.
Usei a escada, fui indo devagar até o decimo andar. Quando cheguei, hesitei ao bater na porta.
Vamos lá, Nat. É só uma porta, que dentro tem uma garota histérica e enciumada porque você é o salvador e ainda é beijado na frente dela! Não há nada à temer!
Bati, duas vezes.
"Entra..." uma voz embargada disse.
Rodei a maçaneta e abri a porta.
O quarto de Hannah, era todo branco. E em uma parede era toda com uma foto enorme dela de biquíni. Sim, ela era modelo. Seu quarto era todo sofisticado, moveis pretos com branco, um carpete macio, uma iluminação ótima, cheio de maquiagens e espelhos em um canto, um closet. E no centro uma cama de casal com docel, onde uma figura, de rabo de cavalo castanho, com uma blusa de moletom enorme, e um rosto inchado e olhos borrados estava sentada. Fechei a porta.
– Oi, Nat, desculpa a minha aparência. - ela deu um sorriso frágil.
Mesmo com essa aparência, que deixaria muitas garotas, horríveis. Hannah estava linda, totalmente sexy, e como dizia Josh "gostosa".
– Não, tudo bem. Foi um dia difícil pra todos. - disse eu calmamente.
– Senta. Senta aqui do meu lado. - ela deu uma batidinha na cama na frente dela.
Sentei na posição do índio na sua frente. Sorri.
– Nathan, eu não sabia! Juro, eu não sabia, se soubesse já teria te falado. Não deixaria esse segredo de lado. Eles foram cruéis em esconder. Agora você tá ai, tem que se aventurar pelo mundo, procurando pedras... e nem sei se vai voltar! - disse ela se derramando em lagrimas.
Fiquei de joelhos na cama e comecei a limpar sua lagrimas.
– Calma, tá tudo bem. Eu não vou a lugar nem um lugar...
Hannah, segurou minhas mãos. E com a outra, acariciou o meu rosto. Passou sua mão macia em todos os meu traços. Desde a minha testa franzida, há minhas sobrancelhas acompanhando o desenho delas. Aos meus olhos, fechei os olhos e deixei ela passar a mão em minhas têmporas. Era uma sensação boa, não como a de Rosalie - pois ambas tinham um jeito diferente de me tocar, cada qual com sua sensação -, mas ainda sim boa. Ela acompanhou o contorno do meu nariz, alisou minhas bochechas, até que, começou a traçar o contorno dos meus lábios, até que sua mão sumiu deles. E algo, os tocou. Era mais macio e quente. Eram os lábios de Hannah.
Não sei porque motivo e circunstância. Eu retribui o beijo. Hannah colocou suas duas mão em ambos os lados do meu rosto puxou para si. Levei uma mão até sua nuca e puxei seu rosto para mais perto, e a outra mão levei até suas costas e a puxei pra mim. Nós dois estávamos de joelhos na cama. Até que caímos para trás. Hannah, ficou tecnicamente montada em cima de mim, e começou a beijar o meu pescoço. Rolei de lado e fiquei em cima dela.
Nossos beijos estavam ficando mais intensos. Não sei porque eu respondia. Mas, algo dizia pra deixar fluir, e algo dentro de mim respondia ao toque dela, e ansiava por mais!
Não! Isso estava errado! Não podia ser, eu não... De repente eu estava voando, e minhas costas bateram de encontro a parde.
Minhas asas estavam abertas, e eu flutuava. Hannah, estava com o batom todo borrado e parecia confusa.
– Nathan, volta aqui. Você sentiu isso? Porque eu senti! Nat, você respondeu ao meu beijo. Eu sabia que você só precisava de um incentivo! Agora eu vejo... você sente o mesmo por mim - disse ela felicíssima.
– Oque?! Não... Hannah, eu realmente não sei oque foi isso. Mas, não é oque você está pensando! Eu estou terrivelmente confuso. Não, foi um erro retribuir seu beijo... eu não sei oque me levou a isso... deve ser essa história de salvador, o beijo da Ana, a Rosalie e toda essa historia, agora você.. - disse eu balançando a cabeça.
– Nathan! Não há confusão nem uma! É simples, você vai salvar todo mundo, a Ana gosta de você, mas você de mim, a Rosalie, nem liga pra ela... e eu, eu vou te seguir por onde for, porque você realmente sente algo! Algo por mim! - disse ela quase cantando.
– OQUE? Não! Eu não vou salvar ninguém, se alguém precisa ser salvo esse alguém sou eu! Eu preciso ser salvo desse mar de confusão e dor! Eu não sei oque foi isso, mas não é oque você pensa! Eu não vou salvar ninguém! E ninguém vai me obrigar muito menos você! - disse eu.
Eu tinha que sair dali, se não meus poderes se descontrolariam novamente. Não poderia descer e todos me verem assim. A janela estava fechada. Mas, não havia opção. Peguei impulso e voei em direção há ela. Fechei as asas e quebrei o vidro com a força do impacto. Senti minhas asas sendo cortadas, os vidros rasparam nelas, e em mim, senti ele arranhando a minha pele. Quando sai do quarto de Hannah, subi. Peguei impulso novamente, e voei. Subi o mais alto. E lá de cima, mergulhei. Desci como um meteoro girando, e depois subi novamente.
Pra onde eu iria, agora?
Se voltasse pra casa, Josh ou Hannah viriam atrás de mim. Se fosse ao mundo humano, acabaria indo ao cemitério, apesar de os restos mortais de minha mãe não estarem lá. Não havia lugar... exceto um. A minha boia, o meu refugio. O Center Cure. Nos braços de Helen.
Voei até lá. Era perto do meu dormitório. Pousei no teto. Desci pela escada de emergência, dessa vez não me importei de guardar as asas. Helen sempre trabalhava no andar 78, no setor 89. Era só descer vinte e quatro andares. Quando cheguei no andar 78, fui procurando o setor 89, eu sabia onde era. Ali era a minha segunda casa. Meu refugio.
No meio do caminho um Guardião me parou.
– Olá, senhor. Está precisando de ajuda? - disse ele me medindo de cima à baixo, e olhando minhas asas.
Olhei para mim mesmo. Minha calça jeans estava resgada, e minha blusa preta de mangas curtas à que vesti hoje de manhã, também tinham alguns rasgos - engraçado, não me lembro de ter tirado a blusa cinza, Rosalie. - e por onde estava rasgada a roupa, e nos braços estavam alguns arranhões prateados - nossa pele era mais resistente que a de humanos, era preciso um diamante para perfurar a nossa pele - e nas asas, alguns fragalhos de vidro estava incrustados nelas e poucos resíduos de sangue prateado saia delas. Realmente, eu não estava com uma aparência muito boa.
Cara, foi só uma vidraça!
Olhei para o piso de mármore, meus olhos estavam ficando negros, e as veias estavam saltando.
"... acho que devo chamar os seguranças.."
– Não será preciso. Eu estou bem. Só preciso de minha curandeira. A proposito, sou Nathan. - disse eu, usando meu nome, desejando que a minha popularidade de Guardião Salvador me ajudasse. Efeito contrário.
– Oh, Nathan! Sua curandeira é a Helen, não? Sinto muito, acho que ela está ocupada. Vem, eu posso te ajudar... - disse ele pegando meu braço e me puxando.
– Acho que não será preciso. Eu posso esperar a Helen termi.. - tentei dizer.
– Nathan? Frederick? - disse uma voz, forte e autoritária, mais ainda sim amigável, Helen. - Nat, oque houve? Suas asas.. e roupas! Fred? Oque está fazendo com o Nat? - perguntou ela.
– Não... eu só estava indo cuidar dele, porque achei que estava ocupada. Mas, posso fazer isso. Não se preocupe com nada. - disse Frederick, me puxando.
Helen, o parou com uma mão estendida.
– Não. Nathan é do meu Chamado, ele me foi designado. Eu cuido dele, agora pode fazer algo produtivo. - disse ela o despachando com a mesma mão que o parou. E ele se foi.
Ela olhou para mim, e me examinou de cima a baixo. Encarei ela também, ela era baixinha e roliça, tinha pele da cor de chocolate, seus cabelos cacheados eram negros e bem volumosos e formavam uma juba ao redor do seu rosto amigável e redondo. Ela era, muito jovem para sua idade, e um dia fora bem mais bonita do que é agora. Ela era encantadora. Helen, minha segunda mãe.
Não me aguentei e à abracei. Eu precisava de conforto, de alguém que me dissesse que estava tudo bem, que as coisas iam se ajeitar, que eu não precisava me preocupar. Mesmo que tudo que dissesse fosse mentira. As vezes precisamos de umas mentiras. Fugir da realidade.
E como num passe de magica eu à ouvi.
"Oh, Nat, meu pequeno, Nat... vai ficar tudo bem. Eu sei que vai.. eu vou cuidar de você. Você só precisa de tempo."
Ela me soltou e passou a mão em meus cabelos teve que se esticar toda para faze-lo -, que já estavam sem touca. Devo ter perdido. Ultimamente estou numa fase de tanto faz, não estou ligando muito para as coisas.
Sorri, para ela. E ela me conduziu à sua sala, era como todas as outras salas de medico que já tinha ido. Era de um verde claro horrível que lembrava a doença, tinha uma pia em um canto uma mesa e uma cadeira, e uma maca.
Helen cuidou de meus ferimentos, enquanto eu contava tudo há ela. Tudo mesmo, e ouvia seus pensamentos enquanto ela dava suas opiniões e expressava expressões faciais indescritíveis.
– Nathan, eu não posso dizer que sei oque está passando, e se disser estou mentindo. Só tenho certeza que é uma pressão horrível. Tudo isso. - disse ela sorrindo de leve. - Muitos devem estar falando que fariam isso com o maior prazer para salvar todos. Mas não é fácil. Oque fazer, quando tens que salvar alguém, mas você precisa ser salvo? - perguntou ela olhando para meus olhos.
Sacudi a cabeça.
– Você, Nat, você precisa se salvar. Sim. Você tem que entender. Saber que escolha fazer. Precisa de tempo. Eu no seu lugar.. estaria passando o mesmo. Eu sei que você deve estar pensando "Não há ninguém que eu queira salvar, que eu queira lutar", eu também estaria pensando assim. Mas, pensaria desse jeito antes. Agora não mais.
"Quando eu era humana, eu era casada e muito feliz. Até que chegou um dia que recebi a enorme noticia de que seria mãe. Eu fiquei muito mais feliz. Minhas colegas do Hospital, sim, eu era medica, me ajudaram em tudo, durante a gravidez, meu marido era um amor muito compreensível. Mas, quando fui dar a luz, meu pequeno filho morreu. Ele era tão lindinho, morreu dois dias depois. Ele era igual ao pai, branquinho, dos olhos azuis.
"Quando sai do hospital, entrei em depressão. Eu não queria saber de mais nada. Me tranquei no quarto do bebê, e me isolei do mundo. Meu marido tentou me fazer comer, mas eu o ignorava. Ele fez de tudo, até que comecei a comer, mas continuava isolada. Ele tentava cuidar de mim. Markos tentava. Passaram se 2 anos, e eu lá, sempre trancada. Até que depois de uns dias, eu não recebia mais a visita dele, nem as comidas frequentes. Até que percebi, que... Markos também se fora.
"Ele também me deixou, não pude culpa-lo. Eu estava tecnicamente morta. Não queria viver. E todos que eu mais amava já tinham me largado e esquecido. Resolvi ir embora também. E me joguei da janela do quarto do bebê."
Ela parou e limpou as lagrimas.
– Eu... eu perdi todos que amava. E eles também me perderam. Mas, quando vim pra cá. Achei um jeito de recomeçar. Todos acharam Nat, você pode ver. Nós aqui, encontramos uma luz na escuridão. Achamos algo que vale ainda a pena lutar. Você vê como todos são felizes. - ela fez uma pausa. - Por isso, eles querem tanto que você os salve. Eles não querem perder oque encontraram. Agora, só falta você encontrar algo pelo oque lutar.
– Pelo oque você luta? - perguntei fitando o chão.
Ela dei uma pequena risadinha.
– Eu amo esse lugar Nat, ele me dá esperança. Me mostra uma nova vida. De que todos podem recomeçar. Não é igual a outra vida que tinha. Mas aqui, eu posso recompensar o meu erro. Cuidado de outras pessoas, não é atoa que preferi o hospital, do que ser Guardiã. - ela levantou o meu rosto. - E se fosse pra salvar alguém, salvaria você, Nathan, seus olhos são como seriam os do meu pequeno bebê. E por você eu lutaria. Você é uma pessoa boa, e digna de salvamento e amor. Só não acredita. Você é alguém melhor. Só tem que acreditar.
Não precisei de meus poderes para saber que ela dizia a verdade. Estava no seu olhar. Dei mais um abraço nela.
– Helen, obrigado. Eu só quero um tempo... é disso oque preciso. - disse eu passando a mão nos cachos dela, era tão macios e fofinhos.
– Claro, você precisa descansar. Passe uma noite aqui.. e pense. Tenha calma, eu vou te apoiar em todas as decisões que tomar. - disse ela, foi quando senti uma picada no braço.
Era uma seringa com uma agulha feita de diamante. E logo eu estava sentindo meu corpo pesar. Helen me ajudou a deitar e a minha visão estava ficando turva.
– Descanse, estarei aqui ao seu lado. - disse um borrão com voz de Helen.
Sorri, ou pelo menos acho que sorri. Algo macio e delicado tocou o meu cabelo. Enquanto a escuridão me puxava, os rostos de Helen, Josh, Rosalie, Ana, Salém, e até Hannah me banharam a mente.
Eles sim, valiam a pena salvar.


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Notas finais do capítulo

Bom, por enquanto é só isso pessoal! Como viram o capitulo foi dividido em duas partes! Então, logo mais eu posto a parte dois! Aguardem!
Tchau, meus protegidos.



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