The Guardians - The Beginning escrita por Milly


Capítulo 1
Prológo


Notas iniciais do capítulo

Nota: Todos os lugares citados, marcas de comida ou produtos, são todos obras de ficção. Eu os criei. Espero que gostem.



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Meus All-Star Converse estavam fazendo eco na nossa vila, não havia ninguém para dar "boa tarde, como vai?" e eu ter que mentir dizendo "boa tarde para você também, estou bem e você?" afinal, eu nunca estava bem. Você pode até pensar que um garoto como eu que tinha tudo que queria, que era rodeado por garotas líderes de torcidas, tirava notas altas, os professores o achavam o favorito... Mas, não. Eu tinha tudo isso e mais, só que não era feliz e nem satisfeito. Eu sou um garoto problemático, sofro de depressão, mutilador, suicida.
Três vezes por mês tenho que fazer consultas a psiquiatras, psicólogos, mas só faço isso por minha mãe. A minha mãe sofre muito por causa desses meus problemas, passa noites acordada, gasta muito dinheiro com minhas consultas e remédios. Mas oque doí mais, é ter que mentir pra ela, sorrir de manhã, dizer que estou bem. Minha mãe além de ter que me aturar, ela tem que aturar o idiota do meu pai dentro de casa, que só bate nela, a faz ela sofrer. Só que ela sempre aguenta isso com um sorriso no rosto, e sempre diz que está bem.
Então, se ela pode fazer esse esforço. Eu também posso fazer isso. Só que eu só faço isso por ela.
Sempre vou a escola, tiro notas boas, aturo as líderes de torcidas pedindo para eu tirar a camisa, ou ir jogar no time de futebol. Sempre levo tudo numa boa por ela. Na minha escola eu não tenho nem um amigo, nem colegas nem nada. Sou sempre na minha e faço sempre oque me mandam sem recusar nada. Só que hoje, depois da aula de Ed. Física e quis vir embora, então cabulei a aula de Biologia da Sra. Hilton — ela vai ficar uma fera quando souber — e vim para casa. O melhor que não havia ninguém na vila, pelo menos não na rua. Estava bem calmo, olhei no meu relógio de pulso e era apenas 9:47 da manhã, o pessoal daqui deve estar dormindo ou trabalhando.
Estava começando a fazer calor, pois dentro de toda aquela minha roupa preta, já estava suando. Assim que estava preste a abrir o pequeno portão da minha casa — uma casa toda branquinha e decorada com rosas nos jardim. E um balanço e coisas do tipo que minha mãe faz — ouvi um grito.
Esse grito não era para mim tão estranho. Já tinha o ouvido algumas vezes antes, era o grito da minha mãe. Não o tipo de grito fútil que algumas mulheres fazem, mas sim um grito de dor. O mesmo tipo de grito que quando meu pai batia em minha mãe eu ouvia, e eu sempre me escondia no meu armário com medo de ouvir o grito novamente.
Não pensei duas vezes, joguei minha bolça no chão e corri pelo hall de entrada, assim que abri a porta vi meu pai com uma mulher desacordada e ensanguentada que ele puxava pelos cabelos. E essa mulher era a minha mãe. Corri e empurrei ele. Ele caiu em cima da mesa de vidro da nossa sala, em frente a lareira. Peguei minha mãe no colo ­— ela não era muito pesada, e eu era meio forte — e coloquei ela no sofá. Vi que ela estava respirando, então estava bem só tirando o fato de sangue escorrer por seu nariz e pelo canto da boca.
De repente, algo atingiu minha cabeça bem na lateral, pude sentir algo pegajoso e quente escorrer pela lateral de minha cabeça. Era sangue, vermelho bem forte e cheio de fragalhos de vidro. Meu pai havia quebrado um vaso de cristal em mim. Apenas virei e dei um soco embaixo do queixo, enquanto ele cambaleava para trás, dei um chute em sua barriga que o levou ao chão. Depois disso dei vários socos em seu rosto — percebi logo que ele estava bêbado, pois vomitou todo aquele uísque que deve ter bebido ontem e hoje, por isso não conseguiu reagir, ficou desacordado.
Me levantei e vi a cena, meu pai no chão com sangue e vomito pelo rosto, e minha mãe no sofá tendo dificuldade de respirar. Fui vê-la novamente, estava quase acordando podia ver suas pálpebras tremendo e a respiração ficando mais intensa. Algo me agarrou por trás. E me jogou no chão.
— Sabe qual o seu erro? Ter nascido. Só me dá trabalho, gasta dinheiro e não serve pra nada a não ser sofrer por medo dos monstros que você mesmo inventa, e falar sozinho. E ainda atrapalha o meu jeito de educar sua mãe! — cuspiu o meu pai pra mim.
— Você não merece ela. Não sei como ela te atura, e como ainda diz que te ama. Você é um monstro eu te odeio pai. Alias você nem é um pai. Você merece morrer Emerson! — gritei tentando me levantar do chão.
Meu pai se atirou em cima de mim, e levou as mãos até o meu pescoço, e começou a apertar. Não sei se foi a falta de ar em meu organismo, ou a minha raiva total. Mas levei minha mão até o bolço da minha calça preta — tive dificuldade pois, era o bolso traseiro e isso dificultava um pouco — e peguei o meu canivete, eu o tinha ganhado do meu pai quando tinha 11 anos. Assim que o peguei levantei a parte da faca — era um canivete de prata todo trabalhado em letras de ouro que diziam "Para o melhor filho do mundo", meu pai havia ganhado do pai dele quando era menor, e depois me deu —, meu pai não viu a faca em minha mão, oque foi tempo suficiente para cravar a lamina em seu peito.
Assim, que ela ficou cravada em seu peito meu pai me soltou e tombou pro lado. Me ajoelhei ao seu lado, e vi a vida se esvaindo de seu corpo. Sangue jorrava de seu peito.
— Nathan, Nathan p-por.. que... por que... ? Me perdoe filho, diz que me perdoa? — dizia ele gemendo de dor e com dificuldade de falar, pois sangue jorrava de sua boca também.
— Desculpe Emerson, mas você me ensinou a não mentir. — Levantei e pisei em cima do canivete fazendo ele entrar mais em seu peito. Foi ai que eu vi... a vida se foi do corpo de meu pai.
Eu sabia que logo minha mãe ia acordar. Eu sei que ela não ia acreditar no que eu fiz. Ela sofreria, mas, pelo menos a livrei do meu pai. Só faltava uma coisa. Se livrar de mim.
Corri pro telefone e disquei o número de emergência. Uma mulher atendeu.
— Alô? Meu nome é Nathan Miller, e eu acabei de matar o meu pai. O matei porque ele bateu na minha mãe. Ela está desacordada e ele morto. Preciso de ajuda, venham até a vila Versailles Seven, é uma vila muito famosa daqui. — depois de dizer isso desliguei. Sabia que logo eles viriam, e assim eu não teria tempo de agir.
Subi as escadas e fui pro meu quarto, deixei a porta escancarada. Tanto a da minha suite quanto a do meu banheiro. Assim que entrei no banheiro fui direto pra pia, e vi que lagrimas escorriam de meus olhos, deixando eles vermelhos. Minhas olheiras estavam bem piores agora. Abri a gaveta do meu balcão e encontrei os meus remédios, tomei os meus quatro remédios diários e sentei no chão.
Levei minhas mãos a cabeça, e comecei a apertar os meus cabelos negros. Encostei minha cabeça nos joelhos, e chorei. Mas, de raiva. Eu tinha que fazer isso. Tinha. Eu sempre prometi que faria tudo pela minha mãe. Ela merecia ter uma vida normal, sem consultas, remédios, dinheiros gastos demais, noites sem dormir.
Levantei do chão e fui até o vaso, lá de trás dele tinha oque eu sempre guardei. Uma arma. Meu pai era policial, até que virou um delegado muito bem pago, mas depois começou a trabalhar para a CIA, então ele começou a trazer armas para a casa, por segurança se alguém quisesse nos matar ou sequestrar, ai eu peguei uma delas e coloquei em meu banheiro, para um dia como esse.
Peguei a arma, e e coloquei ela no chão. Bem na extremidade do banheiro tinha um azulejo solto, e embaixo dele tinha um envelope vermelho, com uma carta que a um tempo já havia escrito. E a carta era pra minha mãe, me desculpando pelo que eu ia fazer. Peguei o envelope e li pela ultima vez oque continha nele:

Me perdoe.
Nunca quis fazer nada que um dia a fizesse sofrer. Mas, sempre prometi que faria tudo pra te ver bem, feliz e tivesse uma vida melhor. Apesar de você nunca contar, eu sei que eu sempre lhe dei muita dor de cabeça, noites sem sono, e muito dinheiro gasto.
Meu pai sempre te fez mal, batia em você e a traia. Então eu acho que você merece algo melhor do que ele. E eu sempre fui um filho ruim, com atitudes estranhas, medos estranhos... Mas eu sempre tentei melhorar por você.
Consegui muito por você mãe, sempre te amei, e vou amar. Gostaria de ser alguém melhor. Mas, não posso. Mas, eu vou dar um jeito no Emerson. Ele não vai te incomodar nunca mais, e eu, eu vou embora, pra que você viva melhor. Você é linda e jovem, vai ter outros filhos e outro marido melhor.
Então, só posso dizer adeus. E obrigado por tudo... sempre te amei e a admirei... gostaria que você tivesse tudo de melhor. Mas, não posso comandar o destino, mas posso muda-lo ou ajuda-lo. Então... Adeus te amo mãe! Minha eterna rainha Keyse.
Nat

Era isso.
Eu tinha que fazer isso. Eu sempre prometi que faria tudo por ela. E isso era a única coisa pra poupa-la do sofrimento. Entenda, você pode estar pensando que sou louco por fazer isso, e que isso só a faria sofrer mais. Mas entenda, se eu não fizer isso, eu serei preso por matar meu pai. Pois já tenho 16 anos, e isso já me torna um adulto. Se eu for preso, minha mãe sempre vai querer ir na delegacia, vai dedicar todo seu tempo indo me visitar. E isso a deixará triste. Então não á outro meio.
Peguei a arma. Posicionei ela em frente ao meu coração. Destravei a arma. Coloquei o dedo no gatilho. Era só soltar ele.
— Me perdoe. Não havia outro meio.
Soltei o gatilho. Só deu tempo de eu escutar um estalo alto. Tudo foi ficando escuro. A arma foi ao chão.

Abro os olhos e estou em um local muito claro e todo branco. Espera. Esse não é o meu banheiro. Não podia ser. Eu havia morrido. Eu me matei. Minha cabeça está doendo, uma dor latejante. Aqui é muito claro. Não pode ser o Céu. Eu não acredito que quando morremos ou nos matamos... vamos pro Céu. Sei lá, outro lugar, não sei.
Levo minha mão ao local onde atirei. Minha camisa está rasgada nesse local, e sinto minha pele. Lisa, sem marcas, nem sangue. Oque está acontecendo afinal?
— Olá, Nathan. — disse um velho aparecendo enfrente a cama que estou deitado. Ele vestia uma túnica de cetim branco que ia até o chão. Sua barba era longa ia até sua barriga, onde ele amarrava uma fitinha dourada. Seus cabelos eram brancos assim como a túnica e a barba. Ele era muito velho. Mas, não parecia cansado. Rugas notáveis se viam em seu rosto magro. E seus olhos, verdes, me lembravam de alguma coisa.
— Quem é você? Onde estou? Eu deveria estar morto, não aqui. Onde quer que seja este lugar. — disse eu com desdém.
— Acalme-se filho. Sou Salém. Você está em um lugar seguro agora, um lugar melhor. Atualmente você está em nosso hospital, estou esperando você acordar desde ontem. Helen logo lhe dará alta e você poderá conhecer seu novo lar — disse Salém com entusiasmo.
— Alta? Seguro? Hospital? Novo lar? Cadê minha mãe, a Keyse? Este hospital... irei pra cadeia quando sair! — disse eu exasperado, tinha que sair dali.
— Acalme-se. Quantas perguntas. Não lembro nem a metade. Deite-se. Você acordou muito rápido. Diferente dos outros. E isso faz você cada vez mais especial. Ontem de manhã foi difícil né meu rapaz? Foi muito corajoso, salvou sua mãe. Você levará alta logo mais, e poderá ir pra sua nova casa. E esse é nosso hospital o "Center Cure". Sua nova casa será perto daqui, se você quiser voltar, ou precisar do hospital. Helen é sua Curandeira, ela cuidará de todo o seu bem estar. Sua mãe está bem, a sua adorável Keyse está segura. E não, você não irá pra cadeia. Pelo menos não aqui em "Planet Guard" — disse ele com uma voz calma e acolhedora.
— Não estou entendendo. Onde é Planeta guarda... hospital cura-oquê? Eu não devia estar morto? — disse eu confuso.
— Sim, você deveria estar morto. "Planet Guard" é sua nova terra. Seu novo lar. Aqui terá pessoas como você. Nathan, você se suicidou. Quando qualquer, qualquer pessoa se suicida, elas vem para cá. Aqui há várias pessoas como você, que se suicidaram. Que se mataram. Todos aqui são assim. Você pode considerar isso uma benção, ou uma maldição que levará para o resto de sua existência. Nós, viramos Guardiões. A partir que nos matamos, vamos parar aqui. E somos destinados a cuidar e controlar daqui até o fim, para sempre a cuidar dos humanos e controlar suas vidas. Escreveremos sempre no livro da vida deles, até que resolveremos mata-los, como desejarmos. Todo ser humano tem um Guardião. E eles são nossos protegidos. Você teve o seu Guardião. E ele era um Guardião muito poderoso, e por isso você também será. Só que você, diferente de todos, nem um guardião pode controla-lo. Você decidia sua vida, ninguém a comandava. Até sua morte foi você que escolheu. Agora é seu dever cuidar de alguém. Você é um de nós. Para sempre — disse ele com uma voz firme, e como se tivesse dito esse discurso sempre.
— Então... então... Então eu sou... — gaguejei sem conseguir terminar a frase.
— Sim. Nathan, você é um Guardião


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal. Até agora é só. Logo mais estarei colocando mais capítulos na história. Por favor, deixem comentários falando oque acharam, se algo precisa ser melhorado. Obrigado por lerem!BeijosXoxo



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