Quem é a garota? escrita por Maniper


Capítulo 4
Capítulo 04 - Acho que vou estragar tudo


Notas iniciais do capítulo

Ooi seus lindos! Como estão? Aproveitei esse dia chuvoso para atualizar e já estava na hora, não é?
Podem se manifestar leitores haha eu não mordo e respondo tudo com muito carinho!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574361/chapter/4

Luke narrrando

Eu não sei o me deixa mais frustrado. Meu pai me ligando para me dar uma bronca pela mesma coisa de sempre, ou seja, não dar notícias ou ver a Ashley conversando animadamente com o Maksim. Fala sério. Já não bastava a Melody ter preferido dançar com ele a mim na noite passada? Agora tenho que acordar e dar de cara com essa cena ás nove horas da manhã?

Valeu hein vida. Estava mesmo precisando de não ser bom em alguma coisa. Mas tinha que ser justo com garotas? Eu posso escolher com quem quero ficar, mas são todas interessadas em ver os seus nomes estampados em capas de revistas, sites de fofoca e derivados. Tudo que as deixem com 15 minutos de fama. Coisa que eu queria passar longe. Não tem coisa mais chata que isso. Ser perseguido e ter que ouvir especulações sobre tudo.

— Bom dia senhor Washington - um garçom veio ao meu encontro assim que entrei no restaurante para tomar café da manhã - gostaria de uma mesa?

Dei uma boa olhada no lugar e franzi o cenho ao ver o Noan acenando e me chamando para sentar na mesa dele.

— Muito obrigado - sorri para o garçom - mas eu vou me juntar aos meus amigos.

Ele assentiu também sorrindo e foi atender outras pessoas.

— E aí - cumprimentei me sentando na cadeira ao lado de Rihana.

Ela era muito simpática, engraçada e acabei percebendo que ficava vermelha toda vez que Noan dirigia alguma palavra à ela. Sorri com aquilo. Eu poderia dar uma ajudinha se ela pedisse. Rihana pediu licença e disse que tinha algumas coisas para fazer, me deixando com Noan e os garotos.

— Então Luke - um garoto que eu não conhecia falou comigo - soube que pretende voltar para o Canadá.

— É verdade - John estava com a boca cheia - eu vi a sua coletiva na semana passada.

— Estou com saudades de lá - dei de ombros. Eu não queria entrar em detalhes sobre o motivo da minha mudança chamada nova madrasta.

— Seu pai vai se casar de novo, não é? - É claro, fomos criados juntos enquanto a minha mãe ainda era viva. Como Noan não saberia o motivo?

— Vai - suspirei e olhei para o lado.

Foi a pior coisa que fiz. Não disse mais nenhuma palavra por quase uma hora.

Eu estava sério porque não conseguia desviar o olhar da Ashley com o russo. Por que isso agora? Nem gostava mais tanto dela assim. Gostava como amiga, mas esse ciúme era bobo e sem fundamento. No fundo, o meu lado irmão protetor já estava falando mais alto. Sim, irmão. Meu pai vai se casar com a mãe dela. Esse foi um dos motivos que me fez terminar com ela.

Levantei da mesa sem dizer nada. Caminhei até a porta que dava para o jardim congelado. Fiquei um bom tempo ali, observando o nada. Aquele sentimento de novo. Eu sabia o que significava. Alguma coisa ia acontecer, só não sabia se era boa ou ruim. E da última vez não foi nada boa.

— Então - Noan apareceu ao meu lado - eu sei que não nos falamos há um tempão cara, mas se precisar conversar, estou aqui.

— Obrigado Noah - tentei esboçar um sorriso - sinto falta dele.

— Eu também - ele suspirou - a gente não se vê desde aquele dia, não é? Você parecia muito mal.

— Ele disse que não queria sair e eu - algumas lágrimas se formaram em meus olhos - não insisti. Eu devia ter insistido! Eu não podia deixá-lo lá, sozinho!

Comecei a chorar e dei um soco em um bloco de pedra também congelado. Minha mão estava sangrando e não me incomodei. O meu coração doía mais ainda. Ninguém sabia o quanto eu ainda sofria com a morte do meu irmão.

— Luke! - Noan me abraçou - não foi sua culpa.

— Por que eu tinha que sair? - falava mais comigo do que com ele.

Não movi um músculo enquanto ele me abraçava. Senti saudades de estar com o Noah. Ele sempre foi um ótimo amigo. Crescemos juntos, compartilhamos segredos. Depois que mudei para os EUA, mal nos falávamos e só nos víamos nos campeonatos.

Ele foi conversando comigo até que eu me acalmasse. Nem sei se passaram minutos ou horas. Mas foi bom e eu sabia que tinha o meu amigo de volta. Sentia falta de poder ter alguém para conversar assim. Atualizamos um ao outro sobre nossas vidas e demos muitas risadas com os momentos hilários.

— Vê se não some - dei um tapa nas costas dele.

— Eu nunca sumi - ele sorriu e desapareceu do meu campo de visão.

Voltei para o hotel e estava me sentindo muito melhor. Entrei no meu quarto e me joguei na cama. Eu estava quase dormindo quando a minha mão me fez gemer de dor, a adrenalina já tinha baixado. Levantei e fui dar um jeito no machucado. Passei pomada, coloquei gazes e uma faixa envolvendo-os.

Terminei a sessão curativo e um rosto veio a minha cabeça. O que será que a Melody estaria fazendo?

Sorri com os meus pensamentos. Eu disse que iria vê-la, certo? Por que não agora?

Melody narrando

Tédio. Essa era a palavra que não definia só o meu dia como também a mim. Meu traseiro já estava quadrado de ficar sentada na sacada com aquele vento gelado batendo no meu rosto e o meu tornozelo não parava de doer. O que eu não senti de dor ontem, hoje era absurdo.

Eu ia levantar e entrar no quarto, mas vi o Luke aparecer no jardim logo abaixo. Dava para vê-lo muito bem. Estava com o cabelo bagunçado e por incrível que pareça, usando bermuda em um frio daquele. Ele só pode ser maluco. Sua expressão não era das melhores, parecia muito triste. Já ia gritar para chamar sua atenção, mas vi o Noan surgir em seguida e o Luke socando uma pedra. Okay, ele é mesmo maluco. Agora eu tinha a certeza.

Fiquei observando a cena curiosamente. Ele chorou feito uma criança. O que será que tinha acontecido? Senti o meu coração apertar só de pensar que alguma coisa estava deixando-o triste. Eu mal o conhecia, porém, ele tinha sido tão legal comigo que isso me deixou triste também.

Eles se abraçaram e começaram a conversar, não dava para ouvir. Me senti melhor ao ver que o Luke já estava bem melhor e gargalhava com o Noan. Pareciam ser grandes amigos. Ficaram lá por um bom tempo e depois cada um foi para um lado.

Depois de presenciar aquele momento. Sim, foi muito feio eu ficar olhando aquele momento dos dois amigos, só que fiquei preocupada. Tudo bem, nada era aceitável, eu não devia ter ficado olhando. A minha consciência pesou e decidi que assim que o veria pediria desculpas, mesmo sem ele saber ao que eu estava me referindo.

Levantei sem vontade e entrei no quarto, fechando a porta da sacada em seguida. Deitei na cama e abafei um grito com o travesseiro. Agradecendo o meu pai mentalmente pelo castigo. Não tinha nada para fazer. Na-da. N-a-d-a.

Quando finalmente consegui achar um filme legal para assistir, ouvi uma batida na porta. Revirei os olhos e me arrastei até lá.

Olhei no olho mágico e a minha boca formou um "o" perfeito. O que ele estava fazendo ali? Será que me viu espiando?

Abri rapidamente. Ele sorriu assim que me viu. Tinha uma caixa grande e retangular na mão esquerda.

— Oi? - saiu mais como uma pergunta do que um cumprimento.

Luke riu pelo nariz.

— Olá - depositou um beijo na minha testa - como está o tornozelo?

— Doendo - admiti com um sorriso triste.

— Eu disse que viria te ver, lembra? - ele mordeu o lábio inferior - trouxe chocolate. Posso entrar?

— Claro que pode.

Eu estava admirada por ele realmente ter aparecido. Pensei que tinha falado só da boca para fora, mas ele veio. Luke Washington estava me fazendo outra visita. Já disse o quanto estou amando esse campeonato? E ainda era o 2º dia de 20.

Dei passagem para ele entrar. Ficou observando o quarto com curiosidade e sentou na ponta da minha cama. Me encarou enquanto eu trancava a porta e ia de encontro à ele.

— Luke - suspirei assim que sentei ao lado dele - eu preciso me desculpar.

— Se desculpar? Pelo o que?

— Eu te vi chorando hoje de manhã.

Ele arregalou aquelas íris azuis e depois franziu o cenho. Colocou a mão na testa e riu. Era tão lindo.

— Tudo bem, Melody - sorria de lado - só algumas lembranças ruins, se quer saber.

— Eu entendo perfeitamente.

— Você quer um autógrafo meu? - ele arqueou a sobrancelha e apontou para uma folha grudada no frigobar.

"Pedir um autógrafo para o Luke Washington!"

Ainda bem que ele viu aquilo. Eu tinha esquecido completamente do autógrafo para a Angelina. Também pudera, com um deus grego daquele ficava difícil pensar em alguma coisa. Já usava muito da minha capacidade mental só por não deixar a baba escorrer da minha boca.

— É para a minha melhor amiga. Ela é louca por você - expliquei sorrindo.

— Como ela chama? - ele perguntou e foi até o criado mudo, onde tinha um caderno e algumas canetas. Pegou e voltou para perto de mim.

— Angelina Forter.

Luke sorriu e começou a escrever. Não demorou muito, mas tinha escrito bastante coisa. Eu não ia ler, não era para mim.

— Prontinho - piscou - eu ia escrever um para você também, mas acho que vamos ter muitos dias juntos ainda. Posso pensar em algo mais íntimo para escrever.

Mais íntimo? Tenho certeza que estava com uma cara muito engraçada, porque o Luke gargalhou.

— Não nesse sentido - conseguiu falar em meio a risada.

Consegui relaxar e ele riu mais ainda disso.

— Desculpe - pediu - sua cara foi impagável.

— Eu imagino - ri pelo nariz.

— Gosto pra caramba desse filme - apontou para televisão - vamos assistir?

— Também gosto - sorri - claro. Deita aí, fica a vontade - levantei - só vou no banheiro antes. Estou evitando de ir lá porque o piso escorrega demais, mas a minha bexiga está explodindo.

— Quer ajuda? - ele ficou em pé num salto.

— Seria ótimo - empurrei ele de volta para a cama - se você fosse uma garota.

— Está bem, eu nem tinha pensado nada - sorriu.

Eu tinha certeza que tinha corado violentamente. Não sabia como reagir com um garoto tão lindo assim.

Demorei uns 5 minutos só para conseguir ficar em pé naquele piso depois de esvaziar a minha bexiga. Lavei as mãos e quando ia abrir a porta, quase levei um baita de um tombo.

Sai do banheiro e Luke ria com o filme. Me deitei ao lado dele.

— Chocolate? - perguntei ao lembrar da caixa que ele tinha trazido.

— Sim - sorriu - espero que goste - esticou a mão e pegou a caixa.

Abri a caixa e fique boquiaberta. Eram mais de 50 bombons, sem brincadeira. E pareciam deliciosos. Peguei um e comi. Tinha gosto de morango e pedaços de morango. Era uma das coisas mais maravilhosas que eu já tinha comido em toda a minha vida.

— São sortidos. Eu não sabia qual o seu sabor preferido. Tem 5 de cada sabor.

— Muito obrigada - sorri - quer?

— Com certeza.

Comemos muito chocolate e assistimos ao meu malvado favorito 2. Sou apaixonada por desenho e Luke também parecia gostar. Rimos muito juntos, mas não falamos sobre nada. Só dirigíamos palavras para falar do filme.

Foi estranho, como se fossemos íntimos. Agora eu entendia o que ele queria dizer com esperar mais um tempo para me dar um autógrafo. Talvez quisesse que virássemos amigos. E quer saber? Eu queria mesmo virar amiga dele.

— Já está tarde - Luke olhou em seu celular, mas não saiu da cama.

— Está? - fiz biquinho e ele riu.

— Não? - arqueou a sobrancelha.

— Absolutamente.

E ele ficou lá. Me olhando e sorrindo. Não falamos nada, porque de alguma forma, sabia que ele não queria conversar e eu tinha que ficar controlando a minha respiração para não ficar descompassada.

Luke narrando

Ela conseguia me sentir de uma forma inexplicável. Não puxava assunto. E era tudo o que eu precisava. Uma companhia para não ficar pensando tanto nos meus erros do passado. Mesmo todo mundo me dizendo que eu não tinha culpa, não me perdoaria por aquilo.

Melody estava se tornando uma amiga. Meio bobo dizer isso já que tinha acabado de conhecê-la, mas ela era mesmo minha amiga. Eu sentia que podia contar com ela. Não podia negar que era atraente, mas me controlei nessa parte, porque ela não demonstrou nenhum interesse. Eu não podia simplesmente estragar tudo, certo?

— Se ainda não puder sair amanhã, venho te ver de novo - disse me despedindo.

— Não precisa se preocupar - ela sorriu sem graça - tenho certeza que tem outras coisas para fazer.

— Na verdade não.

— Mesmo? - arqueou a sobrancelha e eu sorri.

Fui dar um beijo em sua bochecha e foi sem querer, eu juro! Ela também veio beijar a minha e acabamos dando um selinho. Melody assustou com o toque e arregalou os olhos ao ouvir uma voz que vinha atrás de mim.

— Ia ver como você está, mas acho que volto outra hora - Maksim parecia nervoso. Saiu pisando duro até o elevador.

— Mas que droga - murmurei olhando para Melody. Ela retribuiu e tinha uma pergunta naquele olhar.

— Luke - cantarolou.

— O que? Acha que fiz de propósito? - sorri maliciosamente.

— Me desculpe por isso.

Ficou tão vermelha que tive vontade de fazer de propósito mesmo e quer saber? Eu lutei contra todos os meus instintos para não fazê-lo.

— Eu que peço desculpas - beijei a testa dela - vou atrás do Maksim explicar isso.

— Sério? - parecia surpresa.

— Sim - pisquei e ela quase deu um pulinho de felicidade.

Revirei os olhos enquanto ia até o elevador. Aquele russo era um filho da mãe sortudo. E eu iria ajudar a Melody, antes que a minha vontade de estragar tudo aflorasse. Por que ela tinha que ser tão linda?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado haha o Luke sofreu muito com a morte do irmão e vocês vão saber como foi daqui a pouco... Continuo?
Beijos gente! S2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quem é a garota?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.