Maybe escrita por Ella


Capítulo 5
Inapropriada


Notas iniciais do capítulo

Bem eu disse que ia postar semana que vem, mas as minhas aulas começaram e o capítulo já tava pronto, não resisti.
Espero que gostem
xx Ella
ps: Houve um uso um tanto excessivo de exclamações esse cap, porque são muitas emoções.



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Estava lendo uma revista científica jogada na cama enquanto Rebecca espalhava todas as roupas do closet pelo quarto. Era sexta à tarde e o dia do encontro com o Henry, eles iam ao cinema, ela estava animada e me arrastara depois da escola até o quarto dela para ajudar com as roupas.

– O que acha dessa?

– Está ótima.

– Você nem olhou, Catherine.

– Shii! A matéria sobre as focas é interessante - retruquei sem levantar os olhos da revista.

– Ás vezes você é tão insensível!

– Sensibilidade não fazia parte do nosso contrato conjugal.

Um travesseiro me acertou. Finalmente a olhei. Ela estava com as mãos na cintura com a cara fechada, vestia uma saia mostarda e uma blusa azul com as mangas dobradas até os cotovelos e decote em V. Sorri. Ela estava linda como de costume.

– Use aquelas suas botas Chanel com as tiras e ele vai morrer de amores.

Era um tanto esquisita aquela dor no peito, estava realmente feliz por ela, a empolgação, os olhinhos brilhantes, mas ainda doía cada palavra. Por que justo ela? Poderia ser qualquer uma por aí que facilmente eu conseguiria desprezar e odiar, não a Becca, sempre cuidei dela e essa era a ordem natural da vida.

Rebecca sorriu.

– Obrigada! Agora vai me contar que bicho te mordeu hoje? - ela se jogou na cama ao meu lado.

– Não, porque ninguém me mordeu.

– Ah, claro - ela revirou os olhos. - E você quer que eu acredite que seu mau humor é obra do acaso?

– Três letras: T-P-M.

– Corta essa.

– Meus pais querem aproveitar o dia de Columbus pra visitar a vovó em Los Angeles, só isso - não era exatamente uma mentira.

– Sei.

Ela não acreditou na desculpa, mas deixou o assunto pra lá, ainda bem, não queria ter que explicar os meus sentimentos. Começamos a jogar conversa fora, arrumamos tudo e eu a deixei mais deslumbrante para o cara que eu gosto.

Alguns podem até dizer que é covardia entregar todos os pontos sem jogar, mas não posso jogar, não esse jogo e definitivamente não contra essa oponente.

No dia seguinte acordei com um telefonema da Rebecca.

– Foi incrível! Sério, Cat, ele é maravilhoso! Ele insistiu em pagar tudo, abriu todas as portas e ele é tão fofo! - ela estava histérica.

Eu sei, sei de todas essas coisas, Deus! Não sei fazer isso.

– Sério?

– Sim! Sabia que ele é fã de O Senhor dos Anéis?

Sabia. Ele usa um chaveiro do Sméagol.

– Não, esquisito não acha?

– Na verdade é bem fofinho.

Não era fofinho quando Peter e eu gostávamos.

– Você gosta dele, Becca?

Responda que não, responda que não, responda...

– Acho que sim? Sim, é sim. O que você acha dele?

– Não acho que ele seja o seu tipo de cara.

Aprenda como ser uma péssima amiga com Catherine Morgan.

Silêncio.

– Como assim? Como seria o meu tipo de cara? - e a empolgação dela se foi.

Maravilha.

– Sei lá Becca, deixa.

– Hã... Tá bom então - ela disse devagar. - Preciso desligar, mamãe quer que eu vá fazer compras com ela.

– Ok. Se cuida.

– Você também.

E desligou. Fiquei um tempo sentada na cama olhando pro vazio com a cabeça a mil.

Peguei o robe branco ao lado da cama e vesti, não me preocupei em amarrá-lo ao redor do corpo. Desci as escadas na velocidade que minha energia matinal permitia. Luna pulou nos meus pés e me acompanhava pelo caminho.

– Boa tarde, Catherine - Teresa estava limpando um vaso na sala.

– Oi, Teresa. Meus pais...? - eu continuava andando em direção da sala de jantar.

– Golf e Luke está almoçando - ela apontou pra onde eu estava indo.

Me virei e não entendi muito bem o que ela disse em seguida, ainda estava letárgica, tive a impressão de ser algo sobre as minhas roupas. Quando passei pra sala de jantar entendi melhor, Luke estava ali, mas não sozinho. Todos os três pares de olhos viraram na minha direção.

Olhei para o que eu estava usando e "inapropriado" é uma boa palavra para descrever aquilo. Meu pijama consistia em um short curto demais, uma regata folgada, mas com um decote cavado demais e que marcava os meus seios.

Droga!

Fechei rapidamente o robe que não era longo, no entanto tinha um cumprimento mais aceitável e cobriria a parte de cima da roupa.

– Assim você acaba com toda a graça, Morgan - Joseph estava com um sorriso sacana no rosto. Infelizmente ele e o meu irmão tinham restabelecido o contato.

Luke deu um chute nele e então retrucou com uma careta enquanto ele reclamava:

– Cala a boca cara, ela é minha irmã.

Henry tinha feito a decência de desviar o olhar. Eu provavelmente estava roxa de vergonha e raiva.

– O que custa você avisar que vamos ter visitas para evitar esse tipo de coisa?! - perguntei entre os dentes.

– O que custa você se trocar antes de descer?

– É sábado de manhã!

– São mais de 12h, oficialmente de tarde - odiava quando Luke me olhava com aqueles olhos azuis vitimados, eu não era a culpada ali.

Bufei. A situação já era ruim o suficiente, eu não subiria para me trocar.

– O que tem pra comer?

– Teresa fez uns sanduíches - respondeu Henry apontando pro centro da mesa.Tinha suco, refrigerante e alguns sanduíches arrumados.

Procurei um lugar o mais longe possível de Joseph, mas sem que ficasse evidente a grosseria, para a minha sorte esse lugar era ao lado do Henry. Quando sentei Luke pigarreou e retomou a conversa de antes.

Me servi um sanduíche e um copo de suco de laranja, peguei um pedaço da minha comida e me abaixei para dar pra Luna. Senti Henry se retesar do meu lado e já estava enrubescida de novo, só quando me endireitei ele voltou a respirar normalmente.

– Catherine, quando é mesmo aquela festa beneficente do pai?

– Daqui a duas semanas.

– Isso! Vou pegar convites pra vocês depois.

– Não aceitem - disse dando uma mordida no meu sanduíche.

– Você tem um modo sutil de se livrar das pessoas, Morgan - Joseph utilizou do seu sarcasmo.

Fiz um gesto com a mão pra que eles esperassem um instante para que pudesse engolir.

– Não estou tentando me livrar do Henry, de você talvez, mas não é por isso que não devem aceitar. - bebi um gole de suco - Festas beneficentes são um saco.

– Isso soou meio egoísta, não acha, Cat? - Henry franziu o cenho.

– Não, Henry, veja bem, doe o dinheiro e não vá a festa. Você ajuda, mas não morre de tédio. Se eu pudesse, faria isso.

– E você está estragando a minha trupe anti tédio, Catherine - Luke comentou.

Dei de ombros.

– Essa coisa de "minha trupe" não foi muito hétero, cara - Henry debochou.

– Meio carente, precisamos te arranjar uma namorada - Joseph o acompanhou.

Estávamos rindo e Luke murmurava um "nada a ver".

– Arranjem alguém melhor do que aquela Jessica, por favor - pedi ainda sorrindo.

– Quem é Jessica? - questionou Joseph ao mesmo tempo que Luke perguntava:

– Qual o problema com a Jessica?

– Jessica é uma garota da escola. E o problema dela Luke? Calma, deixa eu ver... Ela é uma vaca! - respondi.

– Esse foi o pior argumento da sua vida - manifestou Luke.

– Ela é bonita? - indagou o inglês.

– Sim. Muito - enfatizou o meu irmão.

– Beleza não é tudo sabia? - reprovei.

– Mas ela não é só bonita. Henry pode confirmar.

Todos olhamos para Henry esperando a resposta, ele hesitou um pouco.

– Ela não é tão ruim, Cat - balbuciou ele.

– Viu! - Luke apontou vitorioso.

Joseph estava gargalhando.

– Homens! Se me derem licença, já terminei - levantei da mesa e me virei pra sair.

– Espera, Morgan - pediu Joseph.

Voltei a encará-los.

– O quê? - inquiri cruzando os braços.

– Nada, só queria te dar uma ultima olhada antes de você se trocar.

Se tivesse algo na mão provavelmente teria jogado nele, revirei os olhos e Luke o repreendeu com o olhar. Dei as costas e sai contrariada.


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Notas finais do capítulo

Eu adoro os meus meninos, sério, muito mesmo e olha eu aqui fangrilando pelos meus personagens né, mais estranha impossível.
O que acharam??
Fiz umas alterações na capa, coloquei o nome da fic e tal e na sinopse também, não mudou basicamente nada só ficou mais simples.
xx Ella