Maybe escrita por Ella


Capítulo 11
Mais uma quinta-feira


Notas iniciais do capítulo

Ressuscitando aqui!
Esse capítulo é exatamente o que o título sugere, só mais um dia como qualquer outro, serve bastante para mostrar um pouquinho da família da Cat.
Espero que gostem.
xx Ella



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574340/chapter/11

Eu não tinha nada concreto contra as quintas-feiras, mas essa tinha sido especialmente desagradável. Acordei depois de um belo sonho com Henry só para ter um balde de realidade jogado na cara assim que abri os olhos. Como se já não fosse o suficiente, esse era um daqueles dias onde tudo o que você menos quer te persegue, então lá estava Henry no corredor e na aula de espanhol e na biblioteca e no corredor novamente e na aula de história e... Foi tão desgastante. E não bastava só Henry, havia Rebecca que desde a festa beneficente estava decidida a bancar o cupido para cima de mim, só na mente doentia da minha melhor amiga era concebível a ideia de eu estar loucamente apaixonada por Joseph e ele por mim.

De onde ela tira essas ideias? O fato de termos saído juntos, o quê? Umas duas vezes? Não significa nada, nada além de que conseguimos estar no mesmo lugar sem atentar contra vida um do outro. Que ridículo!

Mas é impossível argumentar com Rebecca, ela é tão inflexível quanto eu, não sei como conseguimos dar cabo a nossa amizade.

Tudo que eu mais queria era chegar em casa e tirar um bom cochilo e foi o que fiz. Subi as escadas penosamente com Luna aos meus pés, entrei no quarto e tirei os sapatos para logo em seguida me jogar na cama ainda de uniforme. Luna pulou na cama ao meu lado e deixei minha mente vagar até ser levada pela inconsciência.

Acordei com meu celular tocando em algum lugar ao lado da cama, Luna se revirou agitada e pulou para o chão. Se existe uma coisa mais detestável do que dias secos e anchova, essa coisa é ser acordada em qualquer hipótese, não importa se intenção é nobre ou o despertador não é estridente, qualquer coisa que interrompa meu precioso sono me deixa no mínimo irritada. Tateei às cegas até encontrar o aparelho que preenchia o quarto com um hit das Spice Girls. Atendi sem me dar ao trabalho de olhar quem ligava.

– Alô.

– Tenho uma proposta para você – meu sono não me permitiu registrar nada além de: a voz é masculina.

– Desculpa, quem tá falando? – perguntei automaticamente abrindo um dos olhos para ver o identificador.

“Joe gostoso” foi como Joseph salvou o próprio número no meu celular e por pura preguiça de mudar deixei.

– Quantos caras ingleses tem o seu número, Kitty Cat? – pude ouvi-lo resmungar enquanto devolvia o celular a orelha.

– Alguns – a verdade é que não conseguia pensar em ninguém além de Joseph – e não me chame assim, eu odeio esse apelido.

– Me sinto totalmente injuriado, achei que fosse único na sua vida!

– Joseph, você já me acordou então poupa a minha paciência e para de enrolação – pedi em uma súplica irritada.

– Já pensou em tomar alguma coisa pra esse seu mal humor? Isso não faz bem à saúde.

– Eu vou desligar – ameacei.

– Amanhã à noite vai ter uma exposição especial de halloween da Publishers Weekly dos monstros clássicos da literatura, Conde Drácula, Frankenstein, Nazgûl e outros você sabe. Eu tenho duas entradas e não imagino ninguém melhor para me acompanhar do que você – ele finalmente parou para respirar.

– Você foi chutado por todos os seus amigos, trocado por festas de halloween – presumi, porque somente em um ato desesperado Joseph acharia minha companhia agradável, não é?

– Sim – ele riu – que ótimo que você entendeu.

– Detesto lhe desapontar, - utilizei do meu sarcasmo – mas não posso.

– Sério, Catherine? Por favor, fico te devendo uma – suplicou.

– Não posso, sério. Amanhã tem a festa de halloween da Marian e eu prometi pra Rebecca que estaria lá.

Pude ouvir ele bufar do outro lado.

– Que horas começa essa festa?

– Umas oito da noite por aí, por quê?

– Ótimo! A exposição começa às seis, te pego cinco e quarenta e te deixo na festa depois.

– Não acho que seja uma boa ideia Joseph.

– Por que?

Porque sair com você não ajuda a desfazer as fofocas sobre nós.

Houve um breve silêncio. Joseph nunca abre mão do osso e isso me irrita tanto, a questão é: ele não me deixaria em paz. Por isso, cedi.

– Às cinco e quarenta então?

– Isso! – ele comemorou vitorioso – Até amanhã, Kitty Cat.

E desligou.

Me revirei um pouco na cama até encontrar coragem para levantar, assim que o fiz me dirigi até o banheiro e tomei um belo e demorado banho. Depois de presumir que, devido a hora, meus pais já estariam em casa, desci as escadas. Havia alguns barulhos vindos da cozinha, então me dirigi até lá e acabei encontrando meu pai cortando alguma coisa sobre o balcão com as costas viradas para mim.

Meu pai é do tipo que faz qualquer mulher suspirar independentemente da idade. Pode-se dizer que mesmo os anos não puderam apagar o corpo atlético, os traços robustos, os olhos azuis e o bom humor dele e mesmo com todos os atributos invejáveis listados, nunca, em nenhum momento da minha curta vida, vi minha mãe demonstrar um pingo de ciúmes. Isso me incomodou por um tempo considerável da minha adolescência, mas acabei chegando a simples conclusão de coisas assim acontecem quando duas pessoas se amam de verdade, Amy Morgan confia tanto no homem que escolheu como marido que nunca se preocupou com quaisquer outras mulheres da vida dele e nem devia, qualquer um pode notar que não existe ninguém que George Morgan venere mais do que a mãe de seus filhos.

Papai se virou para mim e sorriu.

– O que é isso? – indiquei com a cabeça o que ele fazia me aproximando.

– Nada ainda. Estava pensando em fazer uma massa, o que acha?

– Meu estômago roncou só de pensar – sorri.

Meu pai era um cozinheiro excepcional, lembro que certa vez perguntei o que ele faria se os planos empresariais não tivessem dado certo, pensei que ele responderia que daria continuidade aos negócios de petróleo do vovô, mas ele me surpreendeu falando que gostaria de seguir a carreira de gastrônomo.

– E a mamãe? – perguntei.

– Lá em cima – ele indicou com a cabeça – você deveria ir até lá, ela não teve um bom dia.

Todos nós sabíamos o quanto podia ser penoso o serviço de promotora, alguns casos eram tão horrendos que nem mesmo minha mãe, a invencível, permanecia inabalável. Admirava a paixão dela, mesmo meu pai já tento insistido várias vezes para que ela ficasse em casa como a maioria das endinheiradas socialites, ela insiste em continuar porque ama o que faz.

Resolvi acatar a dica do meu pai e subi as escadas em direção ao quarto deles. Quando me aproximei pude ouvir as risadas dela emboladas com uma risada mais grossa e melodiosa, Luke. Abri a porta abruptamente.

– Não estou acreditando que não me chamaram para essa festa! – brinquei.

Ela estava sentada na cama e ele deitado com a cabeça no colo dela. Luke ergueu o pescoço para me ver melhor

– Sai daqui garota, ninguém gosta de você – ele soltou.

– Luke. – repreendeu mamãe perigosamente.

Caminhei até a ponta da cama e me sentei.

– Você só fala isso porque sabe que eu sou a filha favorita.

– Nós não temos nenhum favorito – protestou mamãe.

– Todo mundo gosta mais de mim do que de você – ele disse ignorando-a.

Contra isso eu não tinha argumentos.

– Chega! Já sei onde essa história vai acabar, vocês fingem brigar e depois começam a brigar de verdade e não precisamos disso. Eu amo os dois e o pai de vocês também e isso é o suficiente.

Era engraçado como as sobrancelhas dela ficavam arqueadas quando ela se chateava, me lembrava muito Luke e eu provavelmente também tinha aquilo. Ficamos quietos alguns momentos até que ela perguntou:

– O que mais de interessante aconteceu na escola, além da pequena falta de equilíbrio do Sr. Madison?

– Pequena falta de equilíbrio? Ele literalmente caiu de cara no chão. Aquilo foi monumental – ri.

E assim nós três ficamos rindo e conversando bobagens até a hora do jantar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não tenho nenhum revisor além de mim, então qualquer erro me avisem.
Espero os comentários. Comentem!! Eu sou meio legal e não mordo, sério.
Prometo para os ansiosos que próximo capítulo tem joserine
Beijos!
xx Ella



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maybe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.