O dia já havia começado corrido paral Steve. Logo de manhã, Fury o chamava para uma rápida conversa. Quando pensou que poderia dormir novamente, seu despertador tocava. Ele geralmente não dormia muito, sempre dizia que passara tempo demais dormindo, e quando mais aproveitasse seu dia, melhor. Mas pelo jeito, seu dia seria longo.

Depois da pequena reunião com Nick, Steve voltou para seu quarto a fim de arrumar suas coisas para ir para seu apartamento. Sentia falta de seu canto, mesmo bagunçado como estava.

Quando tudo estava arrumado, o soldado saiu de seu dormitório e pretendia ir atrás de Bucky, porém, algo lhe chamou a atenção.

– Então você era da KGB? - era seu melhor amigo, conhecia a voz dele de longe.

– Sim. Foram tempos difíceis. - essa voz… Era Natasha. Bucky e Natasha em uma sala de treinamento, sozinhos. Steve tentou, porém não conseguiu não pensar o pior, ou até mesmo sentir um pouco de ciúmes. “Está na hora de eu contar certas coisas para o Bucky…” o loiro pensou. Até pensara em sair dali, mas seu lado curioso não deixava. Queria ver até onde a conversa iria.

– E você não tem amigos? Digo, fora daqui?

– Não.

– Me desculpe se estou incomodando, mas você parece legal e… - Natasha o interrompeu.

– Não está incomodando, Barnes. - a ruiva sorriu, o que fez Bucky sorrir também. Steve não sorriu. Fez a primeira coisa que lhe passou pela cabeça quando decidiu que precisava cortar a conversa.

– Bucky, amigo? Fury está lhe chamando. - o loiro limpou a garganta antes de entrar na sala sem nem mesmo bater. Os dois se assustaram um pouco com o barulho da porta.

– Steve, olá! - moreno sorriu, olhando de Natasha para seu amigo. - Bom, estou indo, depois conversamos, Nat?

– Claro, Barnes. Te vejo mais tarde. - a ruiva deu um sorriso amigável e um aceno de cabeça enquanto o rapaz saía da sala. Steve estava de boca aberta, espantado. “Nat?! Já têm tanta intimidade assim?”, ele pensava. Agora se sentia bem em ter interrompido a conversa.

– Steve? Quer alguma coisa? - Natasha perguntou, o tirando de seus desvaneios.

– Não… Quer dizer, sim! Ou não, não sei… - ela gargalhou da situação em que ele se encontrava.

– Calma, Steve. Você quer algo, ou não? - sua voz rouca era mais que notável, o loiro estava quase suando frio, ainda mais com a aproximação dela. Teve que respirar fundo e contar até dez para sua voz sair novamente sem gaguejar.

– Eu… Meu apartamento está uma bagunça, e bom… Bucky está ocupado, e… - Natasha arqueou as sobrancelhas.

– Steve, desembucha.

– E eu queria saber se você me ajudaria. Sabe, um toque feminino sempre ajuda… - ele fechou os olhos esperando por uma Natasha brava, ou qualquer coisa do tipo. Só não esperava pelo o que tinha acontecido. A ruiva estava da cor de seus cabelos, debruçada sobre a mesa de tanto rir. - Sabe, isso não é engraçado.

– Eu só… - riu ainda mais. - Seu rosto está das cores de seu uniforme, Capitão.

– Obrigado por isso, deixa para lá, eu procuro o Bucky mais tarde. - Steve ficou mais que sem graça na frente da espiã, mas quando já alcançava a maçaneta da porta, ela puxou seu braço, fazendo com que ele ficasse de frente para ela.

– Hey, eu não disse que não ajudaria. Mas não é sempre que o grande Capitão América me chama para o apartamento dele, vamos combinar. - ela deu uma piscadinha para Steve, que ficou sem reação nenhuma, só soube corar. - Você fica fofo corado. Me espere em uma hora em frente ao meu dormitório, vou tomar um banho e me arrumar. Até daqui a pouco, Steve. - a agente se despediu com um demorado beijo na bochecha do soldado, o deixando paralisado.

Talvez cinco minutos fora o tempo em que Steve ficara parado encarando o saco de areia à sua frente. Mas, como um choque em seu corpo, Bucky entrou com um semblante completamente confuso e falando alto.

– Steve, acho que você se confundiu, o Nick só iria falar comigo depois do almoço… - Bucky mal terminou de falar e recebeu um rápido cumprimento do amigo, que estava bastante sorridente e com pressa. - Eu hein, o que deu nele? - deu de ombros. Agora sozinho, o que lhe restava era treinar até a hora do almoço.

Exatamente uma hora depois, Steve já estava em frente à porta do dormitório de Natasha com duas malas pequenas em mãos. Só lhe faltava a coragem de bater na porta, mas como se lesse sua mente, ela gritou lá de dentro.

– Steve, minha porta não é de papel, pode bater. - ele pôde perceber a risada dela.

– Como sabia que era eu? - perguntou assim que bateu e ela abriu a porta com um sorriso.

– Vi sua sombra. Sou uma espiã, esqueceu? - deu um leve tapa no ombro dele e saiu de seu quarto, deixando que ele fechasse a porta. - Então, onde fica seu apartamento?

– Poucas quadras daqui. De moto é mais rápido, mas eu posso pedir ao Tony um dos carros dele emprestado e… - Natasha o parou.

– De moto é perfeito. Estou de calça jeans, não será problema. - piscou e continuou andando, deixando um Steve completamente bobo para trás.

É, Steve, o dia vai ser longo…