Onix canyon - Interativa escrita por Scout caramel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pelo atraso! Muitas coisas me complicaram, mas agora que estou de volta acredito que consigo atualizar o capítulo seguinte no dia normal, que é sexta. Boa leitura!



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O Dragonite se mantinha voando em círculos, em busca de uma brecha por onde fugir dos golpes do Ônix. Ouviram seu treinador ordenando:

—Drago, Raio de gelo!—Um disparo certeiro na crista da serpente a fez rachar ao meio.

O rapaz gritou: —Acertei ele!— O Onix rugiu, mostrando suas presas enormes e rochosas, encarando-os com os olhos odiosos, olhos que Alex pode ver bem de perto: eram fundos e escuros como dois abismos, prontos a tragar quem quer que se aproximasse.

A fera abriu a boca, pronta a agarrá-los e Drago não teve escolha a não ser arremeter para baixo, com toda força; Agarrou-se à jaqueta de Marge, que por sua vez agarrava-se à sela do dragão. Pareciam ter achado uma brecha por onde sair, quando o Onix, sem aviso, se fechou sobre eles. Drago urrou de dor, um grito assustador que Marge nunca ouvira dele antes. Com o impacto, Alex deslizou até quase a cauda do Dragonite, Marge ainda agarrado ao pescoço do Pokémon, por pouco escapara de ser preso a ele. Podiam ouvir o som das costelas do Dragão aos poucos sendo forçadas ao limite, bem como seus lamentos.

Marge imediatamente buscou uma pokébola do bolso, lançando-a: —Vai, Glalie!— O Pokémon esférico surgiu flutuando a frente deles, quando seu dono ordenou: —Explosão!— A seguir, saltou sobre a parte posterior de Dragonite, segurando Alex com uma das mãos e a asa do Pokémon com a outra enquanto Glalie começava a brilhar; Só precisou de um segundo para o monstro entrar em auto-combustão, o calor e as fagulhas caindo em todas as direções com um estrondo ensurdecedor. O Onix se revirou, liberando-os, e Alex e Marge se viram despencar no solo, quando Drago se virou, segurando-os com os braços e caindo de costas. Alex abriu os olhos, vendo a silhueta do monstro ainda de pé, apenas parecendo um tanto confuso.

Glalie retornou para a pokébola, como um raio luminoso. Desceram de cima de Drago. O Dragonite tinha pequenas lágrimas nos olhos, mas parecia sorrir levemente ao vê-los. Marge chamou-o de volta para a pokébola, e puxando Alex pela mão, os dois se desviaram de mais um golpe e correram até uma fenda nas rochas.

Abaixo deles, o grupo corria até a cena, e Julia já se apressava com Bayleef do lado. —Agora, Bayleef! Chicote de...— Interrompeu o comando ao ser surpreendida por um agito de cauda do monstro de pedra. Jogada para trás com um golpe no abdome, caiu no chão, sua face contraída pelo estômago dolorido. Sua perna também doía muito e ela começou a se arrastar.

—Julia!— Edu desceu a ladeira montado em Skiddo, o Onix se aproximando. Julia abriu os olhos com dificuldade, vendo a enorme fileira de pedras da cauda do Onix caindo sobre ela, o grito de Edu cortando o ar. Não conseguiria se arrastar pra mais longe. Cerrou os olhos com força, o som das rochas arrastadas sobre o cascalho.

Uma pausa.

Ainda respirava. Mais dois segundos e estava respirando. Abriu os olhos.

—Bayleef!— Seu Pokémon rugia com fúria, suas vinhas se entrelaçando sobre o Onix, segurando-o ao lado do Yvisaur de Lucy.

—Vem!—Ouviu a menina gritar em sua direção, mas era inútil tentar levantar-se.

—Não posso!— Gritou, assistindo com horror as patas de ambos os pokémons sendo levemente arrastadas do lugar em que estavam. —Não consigo andar!

—Eu vou te buscar, Julia!—Edu gritou, encarando a serpente de pedra à sua frente, mas ao tentar avançar, ela projetou a cauda sobre seu caminho, quase acertando-os.

—Lá, Skiddo, lá! — Ordenava ao Pokémon, que não o obedecia conforme esperado, se dispersando pra longe do Onix.

Hikari apertava a mão de Lucy, chorando: —Cadê a Julia?— Lucy olhou para Pablo, que olhou de volta para ela, e então para a pokébola em sua mão.

—Pablo! Usa o Lucario!

Ele continuou em silêncio, olhando para o chão. —Ela vai morrer!—Ele fechou os olhos, segurando firme a pokébola.

Lucy soltou uma exclamação. Não podia acreditar no que via. Seu assombro se transformou em raiva:

—Seu idiota! Continua segurando, Yujin!—Gritou, com lágrimas nos olhos, correndo na direção da garota. Yujin e Bayleef estavam quase erguidos do chão, mas permaneciam firmes.

—Lucario, vai! —O Pokémon lutador se deslocou como uma flecha até elas, recolhendo ambas nos braços, deixando-as em segurança. Lucy virou o rosto, sem querer encarar Pablo, e retornou para o conflito:

—Vai, Yujin, Folhas navalha!— Tentava, mas não via as pessoas que estavam no Dragonite.

Edu, que vinha galopando em Skiddo, finalmente conseguira fazê-lo voltar até a namorada. Desceu, e se abaixou, hesitante ao ver suas escoriações nos braços e pernas. Acariciou seu rosto de leve, ainda em choque.

—Tá maluca, Julia?— retrucou, fazendo o possível para conter um choro que se precipitava: —Por que fez isso? Você não precisava...

A menina o encarou deitada, com o rosto contorcido de dor: —Era a nossa chance de derrotar ele e sair daqui...Me desculpe.— Ela falava com dificuldade. Olhando mais para baixo, Edu notou o tornozelo dela, deslocado numa posição desconfortável até de olhar.

—Que foi?—Ela perguntou calma, percebendo a careta que fazia. Edu gaguejou:

—S-seu tornozelo...Fique aqui e tente não se mover...—Respondeu, tentando disfarçar sua angústia. Lançou um olhar para Pablo e seu Lucario, e após fazer uma reverência em agradecimento, voltou para a batalha ao lado de Lucy: —Vai Croconaw, jato d’ água!— Ao ser atingido, o Pokémon se virou, olhando para baixo.

De seu ponto de vista, Alex foi capaz de ver a sombra da cabeça gigantesca do Onix de perfil, rugindo para o Pokémon aquático. Chamou Marge consigo, já pisando pra fora da fenda: — Agora!— Ele no entanto, a deteve, com um puxão de volta, e Alex o encarou com um olhar sério, quando percebeu o que ele tinha impedido; Irado, o Onix conseguira se soltar das vinhas de Yujin e Bayleef e mal percebia os ataques de Croconaw; Parecia apenas pensar em quebrar as rochas à sua frente. Edu e Lucy observavam em estarrecimento a cena.

—Será que ele ficou louco? Hei, cadê os caras que estavam no Dragonite?— Edu perguntou, e Lucy finalmente os encontrou com o olhar, apontando:

—Lá! Eles não vão aguentar por muito tempo!— E ordenou, encarando o Yvisaur fatigado: — Só mais um pouco Yujin... Vamos, folhas navalha!

—Ataque com Mega-soco, Lucario!—Pablo a acompanhou, o Pokémon saltando até perto do Onix e desviando dos golpes do oponente, enquanto o Yvisaur o atacava.

Hikari se mantinha perto de Julia, apenas ouvindo os ruídos da batalha e dos pokémons cansados. —Eles estão perdendo? Queria poder ajudar, mas não posso!

Julia não respondeu a pergunta, apenas gritou, coordenando seu Pokémon como podia: — Chicote de vinha, Bayleef!

Aquela luta avançava quase meia-hora, e podiam ver Lucario fraquejando em seus movimentos, bem como Yvisaur e Bayleef.

—Precisamos sair daqui, Lucy! É inútil continuar lutando!— Pablo puxou-a pelo ombro, e a menina o encarou, ainda com raiva: — Isso é o que você quer, desistir! Eles ainda estão lá!—Pablo se calou, quando de repente, algo passou por eles, bem rápido, como uma rajada de vento.

—Poder da terra, Flygon!— Ouviram assim, de repente, e uma espécie de onda sísmica ocorreu no solo próximo ao Onix, que se revolveu com um pequeno tremor, magma brotando da terra. A besta ergueu sua cauda vigorosamente, tentando repelir a lava quente que o envolvia, seu rugido feroz ecoando pelo cânion. A fera se retorceu, e então voltou a se embrenhar pelo subsolo, abrindo um túnel enorme, voltando para seu lar escuro e esquecido. Eles se viraram, encarando o garoto montado no Flygon.

—Ele fugiu, que pena! Tava pertindo de capturar ele...

Lucy, Edu, Julia e Pablo olhavam para o pokémon voador como que maravilhados. Era muita sorte pra ser verdade!

Peter recostou no dragão verde, perplexo com a reação deles: — Eu sei que sou maravilhoso, mas não tô acostumado com isso, sabe...

Alex e Marge suspiraram, vendo-se livres para sair, enfim. Havia sinais da luta por todo o vale, e ao ver o local onde Drago caíra, Alex se voltou para Marge:

—Será que ele tá bem?

— Dentro da pokébola ele não sente nada, eu acho. Preciso ir ao centro Pokémon se quiser curá-lo. Se ele não entrasse na pokébola, daí eu ficaria preocupado.

Olharam ao redor, para os cinco jovens que os observavam com quase a mesma perplexidade. Alex se adiantou, fazendo uma reverência: — Obrigada pela ajuda, aquele Onix nos pegou desprevenidos.

—Não tem de quê!— Lucy respondeu, sorrindo. Alex se apresentou, dessa vez como faria num ambiente mais confiável: —Eu sou Alex Morritz, e estou aqui investigando os desaparecimentos no cânion.

Pablo virou de costas na hora, e Lucy não deixou de sentir um pouco de vontade de rir da situação. Edu se apressou até ela, pegando em sua mão e se abaixando: —Eu sabia que vovó ia dar pela nossa falta! Ai, obrigado, muito obrigado!— E beijou a mão dela. Alex olhou para o lado, constrangida e se desvencilhou com alguma delicadeza:

—Me desculpe, mas acho que se trata de uma coincidência. Estamos aqui mais propriamente pelo desaparecimento de Billy White e do meu pai, Augustus Morritz.

—Ele é o detetive do jornal!

—Exatamente. E vocês, o que fazem aqui?

—É uma longa história...— Julia respondeu apoiada em Edu. — Só não estamos aqui por vontade própria...

—Entramos aqui pra salvar essa garotinha e esse monstro cercou a gente! Daí, rolaram umas pedras e não pudemos mais sair!— narrou Edu.

Marge se dirigiu ao garoto de cabelo espetado dono do Flygon, cumprimentando-o:

—Aquilo foi demais, cara! Sou Marjoriel Hatake, mas pode me chamar de Marge. E o nome de vossa senhoria?

—Eu sou Peter...—Pensou em dizer o nome completo, quando lembrou-se do seu pai naquele escritório. Comprimiu os lábios, hesitante.

—Peter? Peter do que?—Marge insistiu, e ele respondeu logo:

—Só Peter, mas podem me chamar de Senhor dos Dragões!

O rapaz ergueu as sobrancelhas: —Espera aí, eu já tinha pensado nesse nome!

—Sinto muito, devia ter registrado ele então! Vem cá... Esse Onix não é comum, é? Parecia meio bombado...

Edu entrou na conversa, erguendo os braços e apontando o buraco à frente deles. —Tá de brincadeira! Esse bicho quase matou a gente! Duas vezes!!!

—Então ele é o Onix que dizem ter matado o menino?— questionou Peter.

—Parece que sim.— Pablo respondeu, cruzando os braços: —Inclusive, encontramos restos mortais dele. Um braço, pra ser exato.

—O quê? Mas onde?!— Alex inquiriu-o com urgência, e Pablo ergueu as mãos um pouco, evitando ser olhado no rosto: —Lá atrás, no topo do platô, moça! E não precisa agradecer...

Foi a vez de Lucy falar, dirigindo-se a Peter: —Você precisa nos tirar daqui! Nós vamos comunicar as autoridades sobre isso... Além do que, não é um lugar seguro.

—Claro! Meu Flygon vai levar vocês daqui!— Peter deu o comando para que o Dragão se abaixasse perto deles.

—Julia e Hikari devem ir primeiro.— Edu disse, conduzindo as duas até o Pokémon.

No entanto, o dragão se ergueu de súbito, rugindo para o alto. Hikari caiu pra trás no chão, sendo auxiliada por eles. Peter tentou puxar suas antenas, mas ele se mostrou arredio. —Não entendo... O que está havendo?

Foi quando Alex apontou um ponto vermelho de metal estranho sob as escamas do pescoço dele:

—Olhe! Tem algo ali!— Peter só teve tempo de vislumbrar o dispositivo por alguns segundos, quando Flygon içou voo à toda velocidade.

—Não acredito! Como eu pude ser tão burro!— Lembrou-se que seu pai desenvolvera dispositivos que impediam o roubo de pokémons, forçando-os a voltarem não importando onde estivessem. O projeto fora vetado por causar sofrimento ao Pokémon, mas ele não se importara de instalar um no Flygon, mesmo que esse Pokémon fosse seu e não dele. E agora o condenava a estar preso ali também! Parou, atônito olhando para o grupo.

Alex ergueu o rosto, com as mãos nos bolsos, olhando para ele.

—Esse Pokémon não era seu, certo?—Peter desviou o olhar para o chão, sem responder a pergunta.

—E pensar que você se chama de senhor dos Dragões...—Marge comentou, acenando com a cabeça para os lados em sinal de negativa, quando Peter se ergueu:

—Não! Ele era meu sim, tá! É só que... Argh!— Exclamou, com raiva, se afastando.

—Hunf. Aí está a nossa chance de sair daqui... Merda.— Pablo resmungou, chutando o chão próximo. Lucy fechou a cara, incomodada com a ironia dele.

—Pelo menos ele tentou! Não hesitou igual a você!—disse, marchando até Peter, que chorava, sentado no chão.

Diante do moral baixo do grupo, Edu tomou a palavra:

—Então, acho que vamos ter que continuar de Skiddo, né? Tudo bem, xá comigo...—Edu disse, conduzindo o pokémon. Julia montou na cabra de planta com a ajuda dele, e Hikari ergueu os braços na direção dele: —Me levanta também, Edu!— Seu pedido foi prontamente atendido por ele. —Desculpem eu não ter um Pokémon voador grande o bastante pra tirar a gente daqui...— Falou com certa tristeza.

—Eu não tenho nenhum Pokémon voador, então acho que estamos presos aqui, Alex.—Marge admitiu, e a detetive concordou: —Eu também não, mas mesmo que tivesse, eu não saio daqui até encontrar o meu pai.—Disse, caminhando com o all-star entre as pedras. Se juntaram ao resto do grupo, subindo a encosta íngreme do platô até o topo.

Marge sorriu um pouco, caminhando ao lado dela, com as mãos nos bolsos:

—Eu acho legal quando você fala assim do seu pai, dá pra ver que você gosta muito dele.

—É. Ele sempre me animava quando eu me sentia triste. A minha mãe também, mas eu tinha, quer dizer, tenho uma afinidade maior com ele.— Ela sorriu enquanto falava, tornando a ficar séria: — Aquele Onix... Nunca vi um pokémon tão cruel, nem mesmo um que estivesse acuado. Nós só estávamos voando e ele quis nos atacar sem motivo...

—Talvez estivesse achando que queríamos capturá-lo. Dizem que quanto mais alto o nível, mais arrogante um Pokémon é.

—Mas se ele tinha um nível tão alto, significa que tinha laços fortes com seu dono. Porque então ele o mataria, assim do nada?

—Aí fica difícil saber... Precisa de mais pistas, Sherlock.

—Por favor, preciso que me levem até o local onde encontraram os... Restos mortais.

Lucy acenou afirmativamente, retornando na direção de onde haviam saído a quase meia hora. Alex e Marge a seguiram enquanto o resto do grupo ficou pra trás esperando.

Alex encarou a blusa azul jogada sobre o solo amarelado, quando Marge por fim puxou-a de cima, revelando o que teria sido o último rastro de Billy sobre a terra. Alex permaneceu séria, mas Marge não pode evitar de levar a mão à boca, admirado:

—Caramba... Tem até um bracelete de treinador. Só pode ser do garoto. O que acha, Alex?

—Estranho ninguém ter visto isso nas buscas...Pelo estado em que se encontra, parece que ficou ao sol por um bom tempo. —Disse, levando a mão sobre a testa, o sol do meio-dia se pronunciando sobre eles, implacável. Após recobri-lo de volta com a blusa, retornaram à marcha pelo platô com os outros. A comida, algumas barras de cereais e bolinhos, era pouquíssima, e quanto menos pensassem na água, melhor.

—Meu cantil tá ficando vazio, Lucy!— Hikari estendia o objeto a ela.

—Eu também estou sem água, Hi...—A garota se virou, gritando: —Alguém aí ainda tem água?

—Eu tenho!—Peter respondeu, estendendo o cantil a ela. Lucy o entregou a Hikari, que bebia fartamente quando Lucy a advertiu: —Devagar, precisamos poupar pra mais tarde.— Hikari tampou-o, falando baixinho. —Desculpe.

Julia exclamou então: —Espera, não precisamos poupar! Eu tenho o Clawitzer e Edu o Croconaw!— E apanhou a pokébola, liberando o Pokémon lagosta azul. —Encha os cantis com o jato d’água, Clawitzer!

—Podemos beber essa água?—Lucy perguntou, já que nunca havia parado pra pensar na questão. Edu confirmou a opinião de Julia: —Eu acho que sim, pelo menos enquanto não acharmos água potável.

Lucy olhou para a própria roupa, agora reduzida a uma camiseta e saia, ensopadas de suor. Pablo se aproximou, perguntando:

—Quanta insulina você ainda tem?— Lucy fingiu não ter ouvido a pergunta, mas pensou no assunto: Ainda lhe restavam cinco ou seis aplicações de insulina, e com a pouca comida que tinham, se perguntava se isso seria necessário. Pablo insistiu:

—Vai continuar me ignorando, é? Tá, vá em frente, eu não ligo. Minha consciência está tranquila, limpinha-da-silva!

Lucy não respondeu, apenas apressou o passo.

Caminhavam por mais de meia-hora, quando Edu esfregando os olhos, começou a apontar:

—Olhem, outro Dragonite!— Julia apertou os olhos, encarando o horizonte fervilhando à frente. Não havia que lembrasse um Pokémon ou coisa parecida. Julia puxou-o com delicadeza pelo braço, preocupada.

—Para Edu, você tá delirando. Não tem nada lá! Hikari, dá a água a ele!—A menina começou a destampar o cantil, mas o garoto ruivo a impediu, fazendo uma careta, com a mão à frente:

—Mas eu tô vendo gente, é sério! Tem uma coisa ali, naquela encosta!— O grupo mirou a encosta coberta por uma vegetação rala que passara até então despercebida. Peter apontou:

—Eu também tô vendo! Acho que é... É uma cabana!

—Rá, não falei!—Edu comemorou, no instante seguinte olhou confuso pra eles. —Pera aí, que cabana?

—É mesmo, tem uma cabana ali. Quem é o doido que mora num lugar desses?— questionou, Julia em cima de Skiddo, mas Marge seguiu à frente deles:

—Ah, eu não quero nem saber! Bora, pessoal!

A cabana era de barro e madeira, uma espécie de pau-a-pique, coberta com troncos finos como telhado e um pouco de palha, construída de modo a estar praticamente encrustada entre as rochas. Não parecia grande à primeira vista, mas ao se aproximarem era razoavelmente maior e confortável. Vários Kadabras e Abras os encaravam, curiosos.

—Que estranho! De onde vieram tantos Kadabras?

Olharam pela janela, vendo um protótipo de cozinha adaptada, mas rusticamente acolhedora. Pedras e fósseis disputavam espaço com utensílios domésticos e havia Kadabras tanto dentro quanto fora dela.

Bateram na porta, mas ninguém atendeu. Empurraram-na então, quando um velho baixinho, com bigode no mesmo estilo dos seus pokémons apareceu, assustado:

—Por Arceus! Quem são vocês? Se for outra aposta, podem ir se mandando, é muito perigoso aqui!

Pablo cruzou os braços: —Aposta? Não, nós ficamos presos! Só idiotas fariam apostas desse tipo!— questionou, ironizando a afirmação do velho.

O senhor, porém, não se intimidou com a entonação dele: —Ficaria surpreso. Desde que aquele garoto sumiu por aqui, tenho visto vários outros se desafiando a entrar no cânion. Mal sabem eles da fera que espreita entre as rochas...

Todos se calaram, e Lucy perguntou:

—O senhor viu o Onix também?

O velhinho a olhou, quase de igual para igual em altura. Então disse, com a voz embargada e fraca:

—Querida, eu não só vi, como me salvei dele. Deixe-me contar uma coisa...—E baixou os olhos, oferecendo uma cadeira para ela e outra para Julia.

—Foi há um mês atrás...


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Notas finais do capítulo

Ai, que saudade de vocês! Semana passada foi uma semana cheia pra mim, entre coisas como bloqueio de escritor e uma operação dentária da minha mãe, ficou realmente muito difícil de atualizar a fic, daí o atraso. Mas como diriam, quem diz a verdade não merece castigo, espero que compreendam, afinal, autores também tem vidas fora do nyah, assim como os leitores. Bom, é isso, perguntas, comentários, o que gostaram ou não gostaram, algum erro que tenha passado despercebido, ou uma previsão do que esteja por vir na fic, por favor, comentem, ok?