As duas correram, ate a rodoviária onde pegaram o ônibus para capital, agora seria três horas de viagem ate lá.

- Que historia doida, Aléxis.

- É eu não entendi nada.

- Nem eu.

- Acho que não vão nos deixar passar com esses dispositivos.

- Deixa me ver, - Ela abre a mala – mas aqui só tem mp12, PSP, mini-game, CDS de jogos, iôiô, dois cintos, duas roupas pretas, dois fones pra falar a longas distancias, canetas e mais um monte de coisas do dia-a-dia.

- Às vezes eles devem fazer mais do que parece, deve ser só pra enganar.

- É depois agente descobre.

- Olha aquele cara não para de olhar pra cá.

- Quem?

- Aquele loiro sentado do outro lado.- Gyselly olha e lá estava um rapaz alto, loiro dos olhos azuis pele clara mas bem bronzeada que aparentava ter uns vinte anos.

- Ele é bonito. – Ao perceber que elas o olhavam ele disfarça e olha para o outro lado.

- É, mas é também muito estranho.

- Às vezes ele gostou de você.

- Ou ele está seguindo agente.

- Ou você esta simplesmente paranóica.

  Aléxis se cala ao comentário da amiga, mas prefere ficar atenta. O ônibus finalmente chega ao seu destino e os passageiros descem, Aléxis e Gyselly pegam um táxi e vão para o aeroporto. Chegando lá fazem o checking e vão para sala de espera, depois de esperar por uma hora elas finalmente embarcam para Fortaleza.

- Nossa primeira classe, seus pais são demais.

- Será que vou velos de novo?

- Eu nem me despedi direito dos meus.

- Melhor agente não dar bandeira.

- Concordo.

- Ai meu Deus, ele esta ali.

- Quem?

- O garoto eu disse que ele estava seguindo agente.

- Ai meu Deus.

- E agora?

- Pêra ai.

  Gyselly se levanta e vai ate ele, Aléxis olha curiosa, esperando saber o que eles estavam falando. Depois de um tempo ela volta e se dirige a amiga.

- Eu disse tudo paranóia sua.

- Como assim?

- Ele se chama Richard Johnson, estava na nossa cidade visitando seu tio o Leonel da farmácia, agora ele está a caminho de Canoa Quebrada, ficar lá uns dias, e segunda ele vai para África visitar seu avô materno numa tribo indígena.

- Ah, ficou amiga dele?

- Um pouco.

- E por que ele estava olhando para gente?

- Porque ele te reconheceu, acho que ele te viu passar na frente da farmácia.

- Ah ta.

- E eu o convidei pra ficar com agente lá.

- Você nem o conhece, como é que você faz isso?

- Larga de ser chata.

- Ta legal, mas e se ele descobrir algo sobre agente?

- Ele não vai descobrir.

- Então tudo bem.

  A viagem foi muito calma, o avião chega em Fortaleza, Aléxis e Gyselly descem do avião, e vão ate a saguão onde pegam as suas malas, e esperam Richard.

- Fico feliz de vocês me convidarem para ficar com vocês.

- Não foi nada, agora vamos pegar um táxi.

  Eles pegaram um táxi ate a rodoviária, o ônibus só sairia em duas horas, elas estavam famintas e foram na lanchonete de lá comer algo. Depois de esperarem subiram no ônibus em rumo a Canoa Quebrada,durante a viagem Aléxis foi conversar com Richard.

- E ai depois de Canoa Quebrada você vai visitar seu avô?

- Vou.

- Qual é o nome dele?

- Harry Leonel Russel.

- Nome legal.

  Depois de duas horas chegaram e foram em rumo ao hotel.

- Bem Richard, agora iremos para nosso quarto descansar, faça o mesmo e vá descansar, amanhã agente se vê.

- Certo, até amanhã, tenha bons sonhos.

- Você também.

  Eles se separaram no saguão, cada um foi para seu quarto, Aléxis e Gyselly, finalmente ficarão a sós e poderiam ver o que havia no pen drive que sua mãe lhe entregara. Nele havia dados sobre o projeto, em que seus pais participaram, e ela descobrira que seus pais foram agentes, e todas as pessoas envolvidas nesse projeto inclusive Harry Leonel Russel o avô de Richard. De repente ela aciona um botão em que um monte de códigos aparece e ela fica paralisada, sua amiga não percebe pelo fato de estar no banheiro tomando banho, esse transe dura cerca de meia hora depois ela se vira e dorme como se tivesse desmaiado, sua amiga vê e percebe que ela está dormindo desliga o computador ajeita sua amiga na cama e faz o mesmo. No dia seguinte as duas acordam, Aléxis percebe que tem algo estranho acontecendo com ela, ela percebe que se lembra de coisas que ela não sabe como só de simplesmente ver um código ou um anuncio, ela se lembra de coisas do tipo simples como roubos e até coisas mais serias como aparições extraterrestres, coisas confidenciais do Governo, ela então acha que deve ter sido algo que ela viu no computador na noite passada. Então ela se levanta e caminha em direção à sua amiga.

- Gy, você não vai acreditar.

- O que?

- Minha mãe deixou uma lista de pessoas que eu deveria encontrar, e uma delas é o avô do Richard.

- Nossa que legal, muito mesmo.

- Bem estranho, não é?

- Isso é coincidência.

- Talvez.

- Você acha que ele pode ter mesmo seguido agente?

- Eu não acho nada, eu tenho que ter provas, e isso eu ainda não tenho.

- Eu acho que devíamos ir com ele.

- Também acho.

- Então estamos de acordo.

- Sim, irei falar com ele.

  As duas trocaram de roupa e desceram para tomar o desjejum e encontram Richard que as convida para sentar.

- Bom dia meninas.

- Bom dia.

- Bom dia Richard, sabe ontem eu falei com a minha mãe ela disse que era uma grande amiga do seu avô, e nos pediu para irmos com você até ele.

- Ah, por mim tudo bem, mas vocês sabem que para sair do país é necessário autorização.

- Mas é claro que sabemos.

- E seus pais vão mandar pelo correio?

- Não, eles já nos mandaram via e-mail.

- Mas é claro.

- Então nós podemos ir com você?

- Claro, por que não.

- Que ótimo.

- Sabe já acabei meu café, eu vou para praia e vocês?

- Mas é clar....

- Não, agente vai resolver algo antes depois agente vai.

- Tudo bem, espero vocês lá.

- Ta bom.

  Richard sai deixando as duas sozinhas.

- Você está louca?

- Por quê?

- Agente veio pra cá e não vai pegar nem uma prainha?

- Nós temos que falsificar as assinaturas de nossos pais, comprar as passagens, depois de tudo pronto agente pega uma prainha.

- Ta bom.

  As duas sobem para o quarto e começam a arrumar os documentos para viagem, depois de tudo pronto elas descem e encontram Richard no saguão do hotel.

- Olá meninas, fiquei esperando, mas vocês não apareceram, ai eu vim para o hotel para almoçar. Vocês me acompanham?

- Claro.

- Então vamos.

- Nós já arrumamos tudo para a viagem, só falta comprar as passagens, agente queria saber qual o seu vôo para irmos juntos.

- Depois do almoço agente entra na internet e compra as passagens.

- Ta bom, vamos almoçar.

  Os três se dirigem até o restaurante do hotel e almoçam uma comida muito saborosa. Depois do almoço eles sobem para o quarto das meninas e Richard compra as passagens para elas.

- Vocês irão ficar perto de mim.

- Ta ok. Vai ser tudo descontado no cartão?

- Sim, eu não sei como e que seu pai te da um cartão com dinheiro suficiente para comprar passagens.

- Presente de aniversário.

- Ah, então eu já vou, vou tirar uma soneca e depois eu irei pegar umas ondas.

- Você sabe surfar?

- Sei sim! Você não sabe Aléxis?

- Não e morro de vontade de aprender.

- Então eu te ensino.

- Que ótimo, eu vou adorar.

- Daqui uma hora agente se vê lá em baixo.

- Ta combinado.

  Richard sai do quarto.

- Aléxis, ele não era um cara estranho e que estava nos vigiando?

- Eu disse que achava, mas não tinha certeza.

- Então ta. Só mais uma pergunta, quanto ainda temos no cartão?

- Deixe me entrar no extrato dele pela NET.

- E ai quanto?

- Você não vai acreditar.

- O quê?

- Tem cerca de sete milhões.

- Meu Deus. De onde seu pai tirou tudo isso?

- Bem no serviço secreto em que eles trabalhavam, eles recebiam por missão feita, e eles foram muito bem pagos pelo ultimo projeto ao qual participaram.

- Ta legal, mas dar tudo isso pra você?

- Minha mãe deve ter feito uma transferência enquanto fugíamos.

- Deve ser.

- Espero que eles estejam bem.

- Também espero, e meus pais também.

- É verdade, acho melhor eu ir o Richard vai me ensinar a surfar.

- Enquanto isso eu vou entrar na internet.

- Ta bom.

  Enquanto Aléxis saia para a praia, Gyselly entra pela internet no jornal da sua cidade e lê algo que a assusta.

“Ontem na parte da manhã fora encontrada a casa do senhor John Cornélio Smith em cinzas, com seis corpos totalmente queimados como não há possibilidade de fazer um reconhecimento de corpo a policia local está fazendo uma investigação, acredita-se que os corpos pertencem a John Cornélio Smith,  Annie Lee Smith a filha do casal  Aléxis Lee Smith, Daniel Montenegro,  Alicia Montenegro e a filha do casal Gyselly Montenegro, pelo fato de ainda continuarem desaparecidos.”

  Enquanto Gyselly lia o artigo Aléxis estava na praia com Richard.

- E ai vamos começar?

- Claro por onde eu começo?

- Bem vamos começar na areia eu vou te mostrar como ficar de pé em cima da prancha.

- Legal e quando você vai parar de me tratar como uma criança e vai me levar para o mar?

- Quando você aprender a ficar em pé na prancha.

- Eu sei andar de skate isso ajuda?

- Ta legal, se você se afogar é só eu fazer respiração boca a boca.

- Vai sonhando.

- Então vamos para o mar.

- Vamos.

  Os dois foram para o mar e Richard ensina a Aléxis como pegar uma onda e depois de fazer uma demonstração deixa Aléxis mostrar o que aprendeu. Então Aléxis começa a pegar onda e começa a fazer um monte de manobras em cima da prancha, Richard olha espantado então os dois saem do mar.

- Estou começando a achar que esse papo de eu não sei surfar foi tudo fingimento pra ficar mais tempo comigo.

- Larga de ser idiota, eu não sabia surfar mesmo.

- E como você aprendeu tão rápido?

- Eu não sei direito, eu aprendo as coisas mais depressa que os outros desde pequena.

- Meu Deus, quem são os seus pais?

- John Cornélio Smith e Annie Lee Smith. Por quê?

- Por nada, eu tenho que ir.

- Ta bom.

- Janta comigo hoje?

- Claro.

- As oito.

- Ta.

- Te espero no saguão.

- Estarei lá.

  Richard dá um beijo em Aléxis e depois sai. Aléxis sobe para o quarto toma um banho e vai conversar com sua amiga.

- Oi como foi sua tarde.

- Péssima, lê isso.

  Aléxis lê o artigo que sua amiga encontrou na internet.