Noah corria atrás de seus sobrinhos junto com Fernanda enquanto o resto de nós estávamos conversando, esperando a sobremesa chegar.

Depois que Noah saiu do quarto, ela correu atrás de todos, os achou e tentou prender Isa e seus irmãos com algemas. Mas só tentou mesmo, pois eles correram dela novamente, e quando ela consegui junta-los de novo Risto chegou com os ingredientes que faltavam. 

Enquanto a morena saía em procura dos integrantes da família, eu comecei a ver cada porta-retrato que tinha na casa. Que cá entre nós, não era pouco não.

As fotos mostravam diferentes situações e pessoas.

A primeira que vi foi uma que estava uma menina morena com seus sete anos de idade, sentada segurando um bebê que tinha poucos meses. O bebê tinha no seus poucos fios de cabelo um laço simples. A menina vestia um vestido verde florido, e a menor um vestido branco também florido. Elas estavam em um sofá, era perceptível o ponto de interrogação na cabeça de ambas apenas pelo olhar que trocavam.  Os olhos verdes do bebê nos castanhos da menina.

O que eu mais  gostei foi um que estavam Noah e Yuri sorrindo com roupas de banho. Noah com os cabelos ondulados quase tocando os seus ombros. Yuri com os cabelos molhados, colados na testa. Ela abraçava o pescoço do irmão com o braço esquerdo, trazendo-o para perto. Ele tinha na mão esquerda uma lata de coca-cola, e a mão direita passava pela cintura dela. Eles estavam a beira-rio.

As outras mostravam festas de aniversário, casamentos -cinco ao todo-, férias - praia nas de verão, e brincadeiras na neve nas de inverno-. Em poucas, Noah estava acompanhada de uma garota, que supus ser Cris.  Apenas duas ou três eram recentes.

— Hey - Chamou Noah. Me tirando dos meus devaneios. -, não vai querer sobremesa? - Olhei por cima do seu ombro e vi pelo menos cinco ou seis tipos de sobremesas diferentes.

— Claro. - Me levantei. Ela sorriu, se virou e começou a caminhar em direção a mesa de pique-nique. 

Já na mesa, ela me entregou um prato e começou a apresentar as sobremesas. 

— Esse é o musse de maracujá da minha mãe. Esse é o bolo farofa da Julie. -  Disse apontando para cada um. - Gelatina do Pedro. Torta holandesa da Fernanda. O meu pudim e rocambole de chocolate do Risto.

Com tantas opções, acabei por come-las. E por serem tão deliciosas, repeti-las uma vez de cada. Talvez duas. Okay, okay, três vezes.

Lá pras 18 horas as pessoas começaram a ir para suas devidas casas, incluindo Noah que era a minha carona. Depois que ela se despediu da família, ela ficou me esperando encostada no carro. Antes de eu ir, Isabelle me alugou oferecendo as sobremesas para levar pois sobrara muito.

— Podemos ir? - A morena perguntou por cima da cabeça da Nanda. Confirmei com a cabeça. - Ferns, tenho que ir. - Elas se separaram. A mais jovem com um aceno de mão se despediu de mim e se foi.

— Ela não mudou nada desde aquele dia no hospital. - Comentei.

— É - Concordou Noah. 

Entrei no carro seguida da morena. Durante todo o caminho conversamos sobre coisas aleatórias, desde: livros á "como assim você não shippa Barney e Robin?". Esse ultimo gerou uma leve discussão, pois eu Shippo Robin e Ted e ela Robin e Barney. E depois, um silêncio mortal reinou no carro até a casa dela.

Chegando na casa da morena, nós ficamos paradas ainda em silêncio. Noah desligou o motor e me olhou. Seus olhos não estavam furiosos como achei que estivessem, pelo contrario, ela me olhava de um jeito diferente, que fez meu coração acelerar de uma hora para outra. Sem perceber, não mirava mais seus olhos, e sim, sua boca. Ela sorriu ao perceber meu olhar, retribui o sorriso.

Me aproximei dela e selei nossos lábios. Aparentemente, nossas línguas não esqueceram do confronto mais cedo, já que logo no início começaram a brigar por espaço. Ela soltou os nossos cintos e se separou de mim ainda com aquele sorriso dominador nos lábios.

— Gostou mesmo de me beijar, né!? 

— Cala a boca - Respondi puxando-a para o meu colo e voltando a beija-la.

Ela abraçava o meu pescoço e eu sua cintura. Quando infelizmente o ar decidiu nos faltar, ela encostou a sua testa na minha e ficamos lá por um tempo. Já com as respirações normalizadas, ela me perguntou se eu queria entrar e a vergonha que eu não tive para iniciar os beijos me atingiu agora. Gaguejando eu neguei e sai do carro.

— Tchau. - Disse no meu carro.

Ela apoiou a mão direita no teto do carro, se inclinou para dentro, tocou o meu rosto com a mão esquerda e tocou nos meus lábios de leve.

— Adeus. - Noah se afastou e esperou eu chegar na esquina para entrar na sua casa.

 P.O.V. Noah

Entrei em casa e já ouvi meu pequeno demônio raspar na porta dos fundos.  "Pequeno". Abri a porta e a Sra. O'Leary começou a passar nas minhas pernas, me atrapalhando andar pela casa. Subi as escadas e fui para o meu quarto pegar as minhas roupas pra tomar banho.

— O'Leary - Chamei. - Sai da minha cama. - A fumaça do Lost virou de barriga para cima com a língua de fora olhando para mim. - Sai.. - Apontei o indicador para ela. Ela roubou e ficou na posição de ataque, me olhando abanando o rabo.

Corri na sua direção e ela saiu correndo. A casa estava tão silenciosa  desde que o Guilherme voltou com a Cris. O pai dele tinha voltado para a turnê, agora só veria o garoto quando o seu pai voltar..

Mirei minha cama, estava com uma trilha de terra nela além dos pelos que ela tinha sotado. Suspirei e assoviei, rapidamente o desastre em forma de cão chegou, coloquei-a para dentro do banheiro e limpei suas patas.

Depois limpei o chão da casa inteira e tirei o lençol sujo. Tomei banho e me deitei, sendo acompanhada posterior mente pela Sra. O'Leary, que assim que se ajeitou no pé da cama começou a roncar. E eu coloquei os óculos, peguei o livro que estava quase terminando, mas minha concentração não estava das melhores.