— Não é possível. — digo.

O velho me olha seriamente.

— Esse livro tem mais de duzentos anos. Essa história vem sendo passada de geração em geração. No começo apenas levávamos como uma história qualquer para crianças. Mas, depois de tudo que viemos passando, vemos que não é uma história qualquer. É quase uma profecia.

— Profecia?

— Sim. E parte dela já se cumpriu com sua chegada. Veja.

“A escolhida virá do reino preto, vermelho e amarelo e trará a liberdade para os povos oprimidos. Só então poderá se libertar do que mais lhe aflige.”

— O que mais me aflige?

— Sim. — confirma o velho.

— Talvez eu consiga sair daqui.

— Se isso for o que mais lhe aflige. Sim. É bem provável.

— Mas como vou ajudar vocês?

— Você tem a capacidade de unir nosso povo com o povo das Planícies Geladas. Partiremos para lá assim que amanhecer.

— Mas ela está com o pé machucado. — alega Gorudo.

— Não se preocupe. — digo. — Se isso me fizer voltar para casa, quero fazer o quanto antes.

— Então acho melhor irmos para casa. — sugere Gorudo. — Será uma longa caminhada até as Planícies Geladas. Você precisa descansar bastante.

Caminho até a porta.

Abro-a.

Gorudo está logo atrás de mim.

— Venham até aqui amanhã. Irei com vocês.

Faço que sim com a cabeça.

Voltamos para casa de Gorudo.

Deito-me na cama.

Ele deita no chão.

Dorme rapidamente.

Eu demoro a dormir.

Encaro o telhado por um bom tempo.

Durmo.

*