Histórias de outros universos - Terras Geladas escrita por Alessandro Costa
Notas iniciais do capítulo
~Atualizarei com a ilustração assim que desenha-la.
Já se passaram por volta de duas semanas desde que chegamos a Alfheim. Digerir a notícia de que o povo das Planícies Geladas foram completamente dizimados ainda é difícil.
Com a morte desse povo eu estou novamente no ponto de partida.
Se eu realmente sou a garota da profecia e agora um dos povos que eu tenho que unir foi exterminado, isso só pode significar uma destas três coisas: Eu não sou a garota da profecia, a história está tomando um rumo diferente por algum motivo que eu desconheço, ou então essa tal de profecia nunca existiu.
Sinceramente, estou passando a acreditar cada vez mais nessa terceira opção.
Quanto ao treino com o arco, ele está indo muito bem.
Estou sentada em meio ao bosque. Mantenho as pernas cruzadas e as mãos sobre as coxas.
Minha respiração é lenta e profunda.
Ainda não entendi bem esse negócio de aguçar meus instintos e de me tornar independente dos meus olhos.
Somente nos últimos dois dias, já levei três picadas de cobra.
A medicina dos elfos é muito boa. Eles parecem ter muita experiência quanto à produção de remédios.
Uma coisa que venho me perguntando é como Myrddin sabia que eu encontraria os ents na Floresta Negra. Freya me contou que eles só acordam uma vez a cada cinquenta anos. Talvez seja coisa de mago e eu provavelmente não entenderia.
Sinto algo estranho se aproximando de mim. Movimento rapidamente a mão e o agarro.
Abro os olhos.
Uma cobra. Ela enrola seu corpo pelo meu braço.
Sinto-me tentada, mas não a mato.
Solto-a e ela vai embora rapidamente.
Deve ser isso que Freya chama de tornar-se independente de meus olhos.
Eu não a vi, mas sabia que ela estava lá.
Escuto aplausos. Eles vem de cima.
Olho.
Freya está sentada em um dos grossos galhos.
Ela salta.
Cai próxima a mim.
Elogia-me.
Agradeço.
Levanto-me.
Freya faz com que eu a siga.
Atravessamos o bosque e chegamos à arena.
Descemos até a área de treinamento.
Cassiel e Frey treinam com a espada.
Estão suando. Parecem bastantes cansados. Mas, seus golpes são intensos.
Freya chama a atenção do irmão, que pede que Cassiel pare de desferir golpes.
— O que deseja, irmã? — pergunta.
— Quero que a jovem treine com esse jovem. — responde.
— O que? — espanto-me.
Cassiel também parece espantado, mas não abre a boca.
Tudo é acertado.
A espada de Cassiel é substituída por uma de madeira.
Meus olhos foram vendados.
Freya avisa a Cassiel para não pegar leve. Devo me desviar de seus golpes usando meu instinto.
Tenho a sensação de que será um dia bastante dolorido.
*
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