Estamos em uma pequena caverna.

Gorudo ascende uma fogueira usando galhos do que ele chama de Árvore Inflamável.

Acho incrível. Nunca tinha visto algo igual. Um pequeno atrito entre os finos e ásperos galhos cinzentos é capaz de produzir uma forte chama.

Cassiel saiu da caverna. Foi buscar mais comida. Uma pequena lebre não era o suficiente para alimentar nós três.

Ficamos quietos por um bom tempo.

Apesar de não ver o Sol, tenho a impressão de já ser quase final de tarde.

— Mesmo parecendo rude, ele é uma boa pessoa.

Mantenho meus olhos na chama e na pequena lebre tendo sua carne queimada pelo fogo.

— Cassiel perdeu seus pais em um ataque a nossa antiga cidade. Foram mortos bem na sua frente.

Desvio o olhar da chama para Gorudo.

— Ele se salvou por pouco. Ao que parece se fingiu de morto. Mesmo sem falar, ele deposita muita confiança em você. Ele acredita do fundo do coração que, através de você, vai conseguir vingar a morte dos pais.

Eu não o culpo. Em seu lugar, faria o mesmo.

Escuto rápidos passos.

Alguém está correndo.

Tilintar do metal.

Levanto-me rapidamente. Gorudo também.

Ele me pede para ficar na caverna.

Apanha uma flecha em sua aljava e a põe no arco.

Corre para fora da caverna.

Não obedeço. Fico escondida atrás de uma grande pedra próxima a entrada da caverna.

Cassiel está lutando.

Três contra um.

Dois contra um.

Gorudo derruba um dos inimigos com uma flechada certeira na cabeça.

Criaturas despidas.

Peles com tonalidade escura como os troncos das árvores que os cercam e de aspecto reptiliano. Genitais à mostra. Grandes e pontudas orelhas. Longos e lisos cabelos marrom-avermelhados. E, olhos com uma íris vermelha.

— Malditos Elfos Negros! — grita Cassiel, desviando-se de um golpe de espada. — Por que estão nos caçando?