Picture Perfect escrita por Mary


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=VPRjCeoBqrI (A Sky Full Of Stars - Coldplay)



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– Então – falou Will, sentando-se ao lado de Nico na mesa.

– Sabe que tá quebrando uma regra, né?

– Claro que sei. Mas eu que vou falar, di Angelo, não você.

– Então fale.

Suspirou.

– Qual é a da Sara? Que história é essa de ela ter te salvado, ter saído do seu chalé de manhã e você ir correndo atrás dela depois daquela baboseira toda?

– Pera. Muitas perguntas.

– Explique.

Nico olhou nos olhos de Will e falou:

– Cara, você tá com ciúme.

E começou a rir. Alto. Todos no refeitório olharam para ele, como se aquela fosse a coisa mais anormal que existe.

– Will Solace tá com c-i-ú-m-e-s.

– Cala a boca, cara. Isso é estranho.

Então, subitamente, parou de rir.

– Não tô com ciúmes. Só quero saber.

– Sua cara diz que você tá com ciúmes. Awn, que bonitinho, Willy tá com ciúme.

– Nunca mais me chame de Willy – e começou a rir junto.

Os dois ficaram rindo por alguns minutos, até então conseguirem se acalmar. Nico contou a história toda, cortando a parte dos beijos e de ter acordado agarrando Sara. Will permaneceu passivo diante de tudo.

– Entendeu agora?

– Claro. Obrigado por ser tão gentil.

E saiu da mesa, deixando Nico sozinho outra vez.

Pensou mais sobre os fatos. Sara estava deixando-o maluco. Ele nunca tinha beijado uma garota antes – nunca tinha beijado uma pessoa antes –, ainda mais daquele jeito. E a maneira como riu, era longe de ser falsa. Nico estava com vontade de rir e pronto. Nunca tinha se sentido assim.

Então concluiu: estava completamente apaixonado por Sara.

Nunca serei capaz de admitir isso.

“Espero que faça isso mesmo, meu herói.”

Mais uma vez, ignorou a voz em sua cabeça.

***

Não conseguia dormir. Revirou-se na cama por muito tempo, até olhar as horas e ver que já eram 3 da manhã. Desistiu de tentar e se levantou. Botou o casaco e saiu de novo. Estava morrendo de sono, mas resolveu deixar de lado. Algo dentro de si não podia deixá-lo dormir, nunca tinha estado assim antes. Tinha olheiras, mas gostava bastante de dormir.

Caminhou para a praia, de novo. Não sabia por que, sempre ia para lá de madrugada. Fazia com que se lembrasse de Percy, mas não de uma maneira ruim. Era bom.

“Nico, tudo bem?”

– Estaria melhor se você não ficasse falando comigo.

Kayla riu. “Não se preocupe. Só estou aqui para aconselhá-lo. Você precisa fazer o que é certo. Os olimpianos estão te destruindo. Jure sua fidelidade a mim, e te entregarei os reinos do seu pai depois de ter acabado com a raça humana. Imagina só: você, rei de todos os humanos já existentes. Não acha demais?'

Ele não respondeu. E sentiu que ela o deixara mais uma vez.

Era uma boa proposta. Amaria fazer isso, já estava desistindo dos olimpianos. Mas, se fosse para o lado de Kayla, teria que abrir mão dos seus amigos. Eles iriam morrer. Não podia permitir isso.

Encontrou uma figura solitária na praia. Andou devagar em direção a ela, tentando reconhecê-la de longe. Então percebeu que era Sara. Enquanto ia ao seu encontro, tentou não parecer muito ansioso, mas mal conseguia se conter. Não falava com Sara desde que tinha terminado a breve apresentação do acampamento.

Sentou-se na areia ao seu lado.

– O que você tá fazendo aqui? – perguntou ele.

Ela o olhou, vagamente, e fixou o olhar na praia.

– Você tava aqui ontem. Imaginei que voltaria para cá hoje no mesmo horário.

– Fez isso só pra encontrar comigo?

– Para de palhaçada.

Ele riu com o sorriso dela, então beijou seu pescoço carinhosamente.

– Fala, Sara.

– Preciso ir pro seu chalé. Agora.

– A essa hora? De novo?

– É, isso mesmo.

– Não pode resolver comigo aqui?

– É perigoso. Vamos logo, cara, acha que eu vou te estuprar?

E deu aquele sorriso de lado, com os olhos castanhos brilhando à luz da lua. Foram juntos, mas mantendo certa distância um do outro. Até que chegaram à porta do chalé e Nico a abriu, fazendo uma gesto para que Sara entrasse primeiro.

– Tranque a porta – ela pediu.

– Sara, você tá louca?

– Não. Tranca logo.

Ele trancou.

Mas ela não parecia estar com aquele ar provocante. Estava meio distante, como se não prestasse muita atenção nas coisas ao seu redor. Isso deixou Nico um pouco para baixo.

A filha de Hécate começou a rodear o quarto, indo em todos os cantos como se procurasse algo. Até que enfim notou as marcas na parede, passando o dedo sobre elas.

– Você sabe quem fez isso? – ela perguntou.

Nico fez que não até se dar conta de que ela não estava vendo. Então respondeu em voz alta:

– Não. Surgiu aí de repente, no mesmo dia que as camas sumiram.

Ela fez um gesto com a mão, pedindo que ele se aproximasse. Quando viu que estavam lado a lado mais uma vez, mostrou-lhe a espada.

Então ele percebeu. As marcas no punho da espada eram idênticas às da parede. O comprimento, cada centímetro, cada linha. Era exatamente igual.

– Isso é... o símbolo de alguém? – ele perguntou.

– Diria mais que é uma marca.

– Quem fez isso?

– Não tenho tanta certeza – e puxou a espada das mãos de Nico.

Quando ele olhou para ela novamente, notou que estava mais uma vez sorrindo. Sua forma estranha de agir voltara e ele diria que gostava mais quando ela estava distante porque aí se parecia mais com ele.

Sara se jogou no colo de Nico e deixou que ele a levasse para a cama enquanto fazia cócegas nas costas dele. Deitaram-se, um de frente para o outro, brincando. Ela fez com que uma luz fraca se acendesse sobre os dois para que pudessem ver as expressões um do outro e Nico a agradeceu internamente. Gostava muito de olhar para ela.

Não entendia aquilo. As coisas estavam indo rápido demais. Certamente não era normal. Percy e Annabeth demoraram cinco anos para perceberem que eram apaixonados um pelo outro.

Mas era diferente. Era como se Nico e Sara precisassem se apaixonar naquele momento. Como se seus olhares trocados fossem o suficiente para notarem que eram loucos um pelo outro.

Ela virou-se para poder observar o teto, mas Nico não desprendeu os olhos do seu rosto.

– Do que você gosta? – ela perguntou.

– Hã? Como assim?

– Você deve gostar de alguma coisa, Nico. Vamos, lá me diz.

Você.

– Gosto de Mc Lanche Feliz.

Sara virou-se, rindo. Sua risada era tão linda, tão sincera, tão contagiante. Nico começou a rir junto.

– Eu gosto de cantar – ela falou.

– Sério?

– Aham.

– Que legal.

Ela se jogou por cima dele, com as mãos no seu peito e a cabeça deitada no pescoço. Nico a abraçou, grudando-a no seu corpo.

– Isso é estranho, você não acha? – ela disse.

– Não tenho tanta certeza.

– Mesmo assim.

E o beijou. Sentiu suas mãos finas e firmes por baixo da camisa, tocando cada centímetro do seu peito.

– Não gosto de que me toquem – ele falou.

– Eu disse que você tem que aprender a gostar.

Beijou em seu pescoço e tirou sua camisa. Olhou para ele com um sorriso nos lábios.

– Acho que nunca disse isso pra ninguém, mas gosto de caras magrelos.

Nico não soube o que dizer. Simplesmente encarou seus olhos castanhos brilhantes, vendo mais do que deveria.

Não conseguia entender. Sara surgira tão de repente e em tão pouco tempo e já estava naquele estado. Ela era maluca. Inacreditavelmente maluca. Completamente louca. Nico até teve medo de que fosse um jogo. Se já estavam se beijando no fim das suas primeiras 24 horas juntos, então ela poderia fazer isso com qualquer outro.

Mas também não conseguia acreditar nisso. Todas as palavras dela pareciam tão sinceras quanto o seu sorriso, e todo mundo que a olhasse poderia ter certeza de que ela era feliz. Não apenas isso; Sara emitia felicidade. Não parecia ser magia nem nada que tivesse a ver com aquele colar, Nico tinha a impressão de ser dela própria.

Mas, claro, Sara era maluca. Loucamente maluca. Contudo, Nico também era. Maluco por ela.

A beijou de novo, agarrando o seu pequeno corpo delineado com força. As mãos dela pressionavam seu peito e ele pôde enfim sentir os seios dela caindo por cima dele, mesmo que Sara ainda usasse sua blusa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3



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