Picture Perfect escrita por Mary


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=AtKZKl7Bgu0 (I Need Your Love - Ellie Goulding feat. Calvin Harris)



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A filha de Ares estava com os olhos arregalados, ora olhando para a espada, ora para Sara. Nico nunca tinha visto situação parecida.

– Você não vai matá-la, né, Sara? – falou Nico.

Rindo, a ruiva não respondeu. Continuou empunhando a espada com firmeza, como se tivesse nascido para isso. A posição em que estava provocava Nico ainda mais. De alguma maneira, com uma arma na mão, ela parecia mais sexy que o normal.

– Sara?

Com a outra mão, ela ajeitou o cabelo e olhou para Nico daquele jeito provocante com um sorriso de lado nos lábios. Sentiu Will o encarando e tentou disfarçar como estava sem-graça diante daquilo tudo.

Sara se aproximou ainda mais da oponente e ele percebeu que estava perfurando a espada. Saiu da sua posição e agarrou a filha de Hécate por trás, com as mãos na sua cintura. Puxou-a e a desarmou, fazendo com que sua arma caísse no chão. Depois a virou e, segurando-a pelo pulso, falou:

– Você tá maluca?

– Era só uma brincadeira – sorriu.

– Não, cara. Já passou dos limites. Você poderia tê-la machucado.

A forma como ela o encarou o fez perceber que não estava brincando. Parecia sair fogo dos seus olhos.

– Você realmente achou que eu iria machucá-la? Nico di Angelo, eu salvei a sua vida e você não confia em mim?!

Isso fez com que ele enrubescesse. Se encolheu e a soltou.

Sara mordia os lábios e parecia estar prestes a chorar, mas ainda o encarava com firmeza. Então deu meia volta e correu para fora da arena, deixando tudo para trás. Até mesmo a maneira como ficava brava era incrível.

Will se aproximou de Nico, colocando a mão no ombro.

– Ela salvou a sua vida?

Nico não respondeu. Ficou olhando para a saída da arena, como se esperasse que Sara voltasse, rindo e falando que era brincadeira. Não conseguia acreditar que ela podia ficar brava. E já era perigosa de zoeira, imagina quando estivesse mesmo com raiva.

Ela não apareceu.

– Já falo com você – disse Nico.

Pretendia correr logo de primeira, mas parou primeiro para pegar a espada caída no chão. Então aí pôde ir atrás dela.

***

Seguia a figura de cabelo vermelho, que parecia perdida. Sabia que só conseguiria alcançá-la se ela parasse, e percebeu que faria isso em breve. Ela foi para a floresta, e lá estava Nico atrás.

Entre as árvores, ainda conseguia distinguir sua sombra. Cada curva, cada fio voador do cabelo.

Então a viu parar. Continuou andando e a viu, sentada no pé da árvore, agarrando suas pernas. Brincava com a terra, rodando o dedo sobre ela. Nico se aproximou, sentando-se ao seu lado. Ela não demonstrou notar sua presença, continuou brincando. Fez um broto nascer. Erguia o dedo e ele crescia, até abrir-se como uma linda flor. Então, fechando a mão, ele secou e tombou de lado.

Não conseguia mais parar de olhar para ela. Cada feição sua era linda, incrivelmente atraente.

“O que é isso, Nico?”, falou Kayla.

Ele não respondeu. Segurou uma mecha do cabelo vermelho de Sara e a enrolou em seus dedos. Parecia fascinado. Ela virou o rosto e olhou para ele, indiferente.

– Me desculpe – ele disse – Você não ia mesmo matá-la. Eu só... fiquei assustado.

– Não, tudo bem. Eu compreendo. Foi mal.

– E, hã, obrigado por ter me salvado. De verdade.

– Ah, foi um prazer. Se eu não tivesse feito isso, você nunca iria me conhecer.

Ela deitou a cabeça no seu ombro. Nico podia sentir sua respiração no pescoço, causando-lhe arrepios. Passou a mão ao redor do pescoço dela, puxando-a para mais junto de si.

Gostava de Sara. Podia conhecê-la só há um dia, mas tinha certeza de que gostava dela. E ela parecia tentar fazer com que ele não conseguisse esconder isso.

– Então – ele falou – Me conta mais sobre essa sua missão.

– Já falei. Não posso contar antes de terminá-la. Senão perco meus poderes.

– Ah, sim. Mas é relacionado a quem?

– Hã, Afrodite que me mandou fazer isso. Não sei por que, mas me deu esse colar, abençoado por alguns olimpianos.

– Pera, alguns? Não foram todos?

– Não. Alguns se recusaram, como Ártemis e Atena. Então, se você achar que eu sou inteligente, esqueça logo isso.

N ico riu. Deitou o rosto na cabeça dela, sentindo seu cheiro doce. Não podia nem explicá-lo; era único. Se tivesse de fazê-lo, diria: “Não tem nada a ver com rosas ou baunilhas. Era doce, eu sei disso. Mas próprio. Era cheiro de Sara.”

– Mas me conte sobre sua história e tudo mais. Sobre você ter sido reclamada e tudo mais.

– É meio estranho. Eu estava voltando da escola quando surgiu uma mulher de roupas brancas. Ela me chamou pelo nome e fiquei bugada, cara. Perguntei de onde me conhecia, e ela afirmou ser minha mãe. Sei que parece idiotice, mas acreditei logo de cara. Ela parecia comigo, de alguma forma. Não entendo, mas é como se não tivesse porquê para duvidar. A abracei e ela retribui, mas só por alguns segundos. Disse que precisava se apressar, não podiam descobri-la ali.

“A pior parte foi quando disse que era uma deusa da magia. Mandei que provasse e ela me levou para um lugar mais reservado. Então pegou minha mochila e a transformou em uma bola, muito grande. Aí, não tive mais dúvidas. Devolveu e explicou tudo, do início ao fim. Contou uma parte sobre a minha missão, mas que deveriam detalhar mais tarde. Então me deu minha...”

Olhou ao redor, como se procurasse alguma coisa. Então suspirou.

– Esqueci minha espada na arena.

– Pois é. Sorte que eu sou um cara legal.

E Nico entregou para ela. Não pôde deixar de notar um desenho feito no punho, como rabiscos de criança. Pareciam... familiares.

– Obrigada. Enfim. Alguns dias depois, Afrodite foi falar comigo. Falou tudo sobre a missão e os benefícios que me trariam. Não aceitei de cara, é muito cruel. Mas então ela conseguiu me convencer e me deu o colar. Então sumiu. Ainda não tenho certeza sobre como cheguei até aqui, mas foi naquela mesma noite.

Ele se afastou e ficou olhando para ela. Pela sua expressão, imaginou que ela achava que ele não acreditara. Mas não era verdade; estava tão acostumado com esquisitices que aquilo até parecia normal.

Então se levantou e estendeu a mão para ela, que ergueu o olhar e o encarou.

– Vou te apresentar o acampamento. Prometi que ia fazer isso, né?

Sara sorriu e segurou sua mão. Levantou-se devagar, mas não parecia ser por causa do esforço. Era como se ela quisesse fazer aquilo.

– Caso esteja se perguntando – ela disse – minha beleza não é bênção de Afrodite. Isso é natural – e apontou para o corpo todo.

– Não estava me perguntando. Era certo que isso é mesmo seu.

Ela riu, alto.

– A bênção é o fato dos meus olhos mudarem de cor. Posso botá-los do jeito que eu quiser.

– Qual a cor natural?

– Azul.

Não parecia estar mentindo.

Quando Nico fez menção de começar a andar, ela segurou em seu peito e jogou suas costas contra a árvore com força, mas sem o machucar. Então se aproximou dele lentamente e o abraçou. Depois de recuperar-se do susto, envolveu sua cintura com os braços e a puxou para mais perto de si, até ela fazer força para se afastar. Quando parecia prestes a sair, fez algo muito mais louco.

Ela o beijou.

Não do jeito como o havia beijado no começo da manhã, ao acordar. O beijou de verdade, de língua. Ainda com as mãos na sua cintura, Nico pôde sentir seu corpo se mexendo, indo para mais junto dele. Os dedos dela estavam na sua nuca, entre seus fios negros. Depois, suas unhas arranharam-lhe o pescoço, fazendo com que ele se arrepiasse ainda mais.

Então eles se afastaram.

Nico sentiu um certo vazio. Não podia acabar com aquilo, não naquele momento. Precisava de mais, nem que fossem apenas mais uns segundos.

A beijou dessa vez. Fez com que as pernas dela enlaçassem sua cintura e a segurou por baixo (você vai entender isso). Dessa vez foi Sara que ficou encostada na árvore.

Pararam para respirar, e abriram os olhos. Ficaram se olhando por um longo tempo, até que ela tirou a blusa dele. Baixou o rosto e passou a mão pelas suas linhas. Nico sentiu-se envergonhado por ser magro demais, mas a maneira como ela lhe olhou depois o fez perceber que não estava decepcionada. O beijou de novo, dessa vez com a mão no seu peito.

No meio do beijo, sentiu-se louco. Sara era gostosa, muito gostosa. Mas aquilo parecia errado. Ele não tinha certeza se realmente estava apaixonado por ela. Ainda tinha Will e sua história toda.

Mas ela era tão linda, encantadora. Não só seu corpo, mas a maneira como falava, ria, como demonstrava ser forte. Era disso que precisava.

– Acho melhor irmos – ela sussurrou entre o beijo.

Desceu do colo dele e pegou a blusa no chão. Contemplou a vista mais um vez e então ajudou-o a vestir-se. Segurou na sua mão e começou a correr, puxando-o.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ahuahuahau
~comentem



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