– Eu estou aqui pra comer um pedaço desse bolo que está cheirando lá de cima. - Ela disse ironicamente como se nada estivesse acontecendo. - Então... Tudo bem com vocês? -Ela se sentou em cima da perna direita ao lado do André partiu um pedaço do bolo enquanto seu primo mais velho a interrogava, e os os ignoraram a pergunta da sua prima.
– Eu perguntei porque você está aqui em Brasília e não no Rio? E o que estava fazendo lá em cima? -Disse ele com os grandes olhos azuis herdados da mãe arregalados.
– Boa notícia meninos. -Disse Mar toda sorridente, por fora, no entanto como eles estava extremamente chateada e irritada.- Vou morar com vocês a partir de hoje. E eu estava dormindo no meu quarto, antigo quarto do pai de vocês, aliás. - Encheu a boca de bolo e depois de suco pra engolir o bolo preso na garganta.
– O quê? - Os dois perguntaram em uníssono, Liam se virou pra encarar a prima, e André a olhava com os olhos mais arregalados que antes. Marina riu em resposta à reação dos primos. Talvez não seja tão ruim quanto eu imaginei viver aqui, não com esses dois, pensou Marina.
–Vocês vão continuar aí me encarando ou vão terminar de tomar o café da manhã de vocês? Não sou eu que tenho que ir pra aula hoje. - Disse ela pegando mais um grande pedaço de bolo. Nesse ritmo ela acabaria com aquele bolo.
– Por quê você vai morar aqui? -Perguntou Liam, em um tom calmo, bem diferente de seu irmão.
– Porque eu gosto...- Disse ela enquanto comia o pedaço do bolo. - De olhar pra cara de vocês enquanto como. - Concluiu a frase. Seus primos franziram o cenho. Ao mesmo tempo. Sintonia de gêmeos. Eles encararam ela mais um pouco, ela riu mais um pouco e terminou: -Fui expulsa da escola e de casa. Fim de história.
– Imaginei que tinha sido algo do tipo. -Disse Liam um pouco pensativo.
– Eu achei que tinha fugido de casa. - Disse André, um tanto chateado até pela sua suposição estar errada, Mar levantou as sobrancelhas em reposta ao que André disse. Se ela possuísse os poderes do Scott dos X-Men ele já teria virado pó. Liam riu do irmão.
– Mas e o quarto do meu pai? Porque esta nele? - Perguntou André, mais civilizadamente que na recepção de Mariana no momento anterior.
– Pergunta isso para a Mary Poppins, não pra mim. - Disse ela terminando de comer o pedaço de bolo, já ansiosa pelo próximo.
– Vai acabar mesmo com o meu bolo. -Perguntou Liam, todo ciumento com seu bolo de chocolate.
– Liam, não fica bolado. Esse bolo ainda pode alimentar o resto do Brasil. - Disse ela partindo outro pedaço do bolo nem olhando na cara do primo que estava realmente chateado. Ela sabia que Liam era egoísta com comida, principalmente com os seus bolos e doces, no entanto ela havia esquecido, pois seu amor por bolo e chocolate era maior que o ciúme e birra do seu primo.
– Sabe, eu realmente detesto dividir a minha comida. - disse ele tomando o pedaço de bolo da mão da prima e enfiado na boca enquanto, André observava tudo rindo. Mariana socou o saco do primo que acabou caindo da cadeira.
– Digo o mesmo querido primo. - Um sorriso diabólico tomou seu rosto enquanto observa o primo agonizar.
– Continua a mesma doente.
– E você o mesmo egoísta. - E lá ainda estava o sorriso diabólico de Mar.
Liam podia ser o mais quieto dos netos de Antônia, no entanto era o mais egoísta da família. Marina sempre tomou por diversão tomar as coisas dele. Desde balas até brinquedos. As vezes até roupas. Marina nem sempre foi briguenta. Seu pai colocou ela no judô e karatê após verem alguns hematomas que as outras crianças haviam feito em sua pequena filha, tomando a iniciativa de criar Mar, a garota incrivelmente forte, e impressionantemente bonita, no entanto impulsiva. Sobrando para os primos que sofriam com a sua força, beleza e imprudência durante várias férias da qual passaram juntos. E não foram poucas. Não se viam há dois anos. E em dois anos, os magrelos cresceram e ficaram bombadões.
– Vocês cresceram meninos. - Comentou por alto enquanto chupava os dedos sujos de chocolate.
– Você também. - Disse André colocando a mão em frente ao seu peitoral indicando que os seios dela haviam crescido.
– Não acredito que estava olhando para os meus peitos?
– A culpa não é minha se você cresceu bem. - Retrucou André com um sorriso malicioso enquanto Liam afastava sua a sua cadeira da prima e terminava o seu café da manhã e Mar olhava para André com uma cara de nojo.
– Bom dia crianças. -disse Antônia, usando um robe longo de seda branco acompanhado da camisola também branca de seda sentando-se em uma cadeira ao lado do neto primogênito.
– Bom dia vó. - disse André dando um beijo na bochecha da senhora elegante. Mar olhou pra cena com cara de nojo fazendo o gesto de ânsia de vômito.
Antônia olhou para o relógio cuco e ressaltou : - Estão atrasados para a escola. - Seu tom era calmo e uniforme. Diferente da recepção nada calorosa dos primos.
Os gêmeos olharam para o relógio cuco e André soltou um "Puta que pariu!" se apressando em pegar a mochila no sofá quando Liam já tinha a sua nas costas. Os dois saíram em disparada até o carro. Dante os levou até a escola.