BAD GIRL: Selvagem escrita por Jhuly Panter Kat


Capítulo 7
Vou sentir sua falta.




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– Eu sei que você sabe o motivo dela ter vindo aqui. - Disse Matheus
– Hum.
– Não vai me contar?
– Não.
– Por quê não?
– Porque você vai saber mais tarde, não é hora de saber o motivo.
– Legal, vocês de segredinho. -Disse Matheus irônicamente com cara quem bebeu um leite azedo. - E eu achando que nós não tínhamos segre... -Matheus foi interrompido com a visão de sua irmã chorando. Ele nunca via Mar chorar, era mais fácil ela morrer do que chorar, quanto mais visitar sua mãe no cemitério. Aquela visão o perturbou. O fato dela querer ir ao cemitério o perturbou. Havia algo estranho acontecendo e ninguém queria lhe contar. Correu de encontro à Mar, seus olhos estavam inchados e vermelhos, ela enxugava seus olhos e nariz na manga da blusa preta, que já tinha inúmeros rastros de catarro. Ele afagou sua irmã sem entender o porquê de toda aquela choradeira. Algo muito ruim havia ocorrido e ele não tinha ideia do que era. Ou talvez tinha. Seu pai havia a ameaçado de mandá-la para um internato na Escócia da última vez da qual havia sido expulsa. Será que ela estava sendo mandada pra Escócia? , se perguntou Matheus. Marina soluçava em seu peito enquanto ele afagava seus cabelos. -Mar o que houve? Me conta.
Mar percebeu que seu irmão estava desconfiado de sua choradeira e resolveu se recompor, pois era a única coisa que deveria fazer, para o bem de Matheus. Limpou as lágrimas na barra da blusa preta, pegou guardanapo da mesa da lanchonete e assoou, logo já estava recomposta para falar, a não ser pela voz de choro.
– É que é primeira vez que eu venho aqui. Desde que ela morreu. Fiquei emocionada de mais. Foi muito pra mim. - Mar não havia mentido, só contara um pouco do que estava acontecendo. eu irmão havia compreendido a situação, ou fingira que acreditava.
– Tudo bem agora né? -Ele olhou pra ela todo preocupado.
– To bem melhor agora.
Davi observou os dois. Ele sabia o resto do porque ela estava tão ruim a ponto de chorar. Ele estava ali, quase chorando junto com ela. Mas não queri preocupar seus irmãos, não queria que Matheus desconfiasse. E Mar decidiu partir. Por isso Matheus não deveria saber, ou ele poderia tocar fogo do aeroporto. Ele estava tão chateado quanto ela. E compreendeu o fato dela querer se despedir da mãe também. E pedir pra cuidar do pai e deles. Mar não crê em Deus desde que sua mãe morreu. Mas ela acreditava em espíritos e almas. Algo um tanto estranho na verdade. Mas ele a compreendia. Já que ela pedia tanto a Deus que não levasse sua mãe embora, mas ao que parece suas preces nunca chegaram até ele.
***
–Mar, sua avó vai te levar ainda hoje. Eu já fiz as suas malas.
Mariana olhou para o seu pai com cara de paisagem, nem parecia a garota de mais cedo que estava puta da vida. Rafael sempre admirou o quão forte sua filha era. Uma garota normal não seria expulsa de quatro colégio em três anos. Ele até estranhou o fato de ter conseguido durar tanto tempo em Pequenos Filhos. No entanto se sentiu incomodado com a indiferença dela. O fato de que ela não esteja batendo boca com ele, ou fazendo uma aposta no judô, se ela vence fica, se não, não.
–Vou ver se eu realmente vou levar algumas coisas.
– Tudo o que você precisa está aí. Seu avião parte as 23:45. Precisamos estar lá 22:20 no mínimo.
– Não vou demorar muito. Também preciso pegar uma roupa pra tomar banho. E cadê a vovó?
– Foi comprar alguma coisa para os gêmeos. Eles queriam vir, mas estavam em aula.
– Imagino.
Marina foi até seu quarto. O quarto que tanto amava. Olhou para os posteres enrolados dentro de uma sacola, junto com um bando de filmes e desenhos de luta, tinha até Power Rangers. Ela amava aquilo quando era criança. Abriu a mala para ver o que seu pai havia colocado na mala. Lá tinha quase tudo o que ela iria levar. Pegou as fotos do porta-retrato e colocou na sacola. Não queria levar essa sacola pro avião e ligou para Davi, que tinha uma mochila enorme que usava pra acampar, pediu pra ele trouxesse e lhe emprestasse. Em cinco minutos eles estava lá com a mochila.
– E aí? Animada? - Perguntou Davi
– Tão animada quanto quando acordo e está passando Encontro com Fátima Bernardes na Globo ao invés de Power Rangers . -Ele riu da piada da amiga. Não conseguiria ficar longe da briguenta por muito tempo.
– Vou te visitar no seu aniversário e nas férias.
– E onde vai arrumar tanto dinheiro?
– Minhas economias.
– Mas são para a sua moto. De jeito nenhum você vai fazer isso. - Disse ela tentando rejeitar a proposta do melhor amigo que estava trabalhando duro pra comprar a moto dos sonhos dele enquanto jogava uma porrada de DVDs na mochila.
– Minha melhor amiga é mais importante que uma moto.
– Seguinte, só vá pra lá nas férias então. Vou fazer o meu velho pagar a sua passagem e você dorme na casa da minha vó. Beleza?
–Melhor ainda. - Os dois sorriram. Ela abriu um bolso de fora e notou que tinha um medalhão de prata. - Mas eu pago a minha passagem pelo menos.
– Você esqueceu de tirar isso. - Ela pegou em sua mão o medalhão e mostrou pro irmão.
–Não esqueci. Olha. -ele abriu o medalhão e em um lado havia uma foto de Davi e no outro uma foto com o rosto do Matheus. - Sei que você não gosta dessas coisas femininas, mas você vai se mudar pra Brasília e meu tio Cadu disse que o povo de lá é tudo esnobe. E assim nós estaremos o tempo todo com você. - Ela sorriu e abraçou ele.
–Obrigada, mas você poderia ter me dado outra coisa, como a sua pulseira. - Disse ela apontando para a pulseira com as cores da Jamaica no pulso de Davi.
– Mas você já tem uma.
– Uma a mais nunca é demais. - Disse ela levantando as sobrancelhas e dando um sorriso triste.
Davi puxa sua amiga e a abraça. - Vou sentir a sua falta. - Disse ele triste e o mais sincero que já foi em sua vida. Ela era uma parte dele. Eles nunca passaram muito tempo longe um do outro. Até em viagens iam juntos. O problema agora seria segurar Matheus e sua impulsividade.


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