BAD GIRL: Selvagem escrita por Jhuly Panter Kat


Capítulo 25
De Coldplay a Bruno & Marrone


Notas iniciais do capítulo

Galera, minhas sinceras desculpas pela demora. Meu computador está estragado e o da minha irmã também, tive que usar o da minha madrasta para poder postar esse capítulo. Espero que gostem e boa leitura. ;D



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– Então mestre André, qual é o plano?

Ele analisou o rosto dela por um segundo, tentando processar em parte o que ela havia lhe dito. Deu um amplo sorriso e disse:

– Gostei do mestre, a propósito. Primeiro iremos esperar... – Mar o interrompeu na hora incrédula com o que ele havia lhe dito.

– Esperar? Esse é o veredito, você definitivamente está louco.

– Marina, me escuta, por favor. - Ele usou um tom carinhoso que só usava com a sua avó em certas ocasiões, ocasiões da qual ele se comportava como um pequeno lorde a fim de conseguir algo em troca da velha avó. – Precisamos esperar por no mínimo uma semana, até o seu amigo acordar do coma e explicar a situação, o que exatamente aconteceu entre ele e o outro cara.

– Mas ele está em coma! – Ela vociferou franzindo o cenho e tentando dizer o óbvio pra ele. Pessoas em coma não acordam na hora em que você quer.

– Eu liguei para o seu pai, ele me deu algumas informações bastante úteis.

– Que informações ele te deu?

– Informações do tipo o estado em que o seu amigo se encontra. – Ele consegue enxergar uma faísca de curiosidade nos olhos escuros, antes dominados por irritação. - Ele está em coma induzido por medicações, eles o doparam por causa dos ferimentos. Em alguns dias ele vai acordar e provavelmente vai ter amnésia do que aconteceu naquele dia por causa das fortes medicações.

– Grande diferença!

– Na verdade há certa diferença. Quando os efeitos dos sedativos terminarem ele vai acordar. Em uma coma normal isso só dependeria dele.

– Esse é o seu grande plano?

– Não. – Ele tinha uma expressão cética no rosto, lá estava mais outra faísca nos olhos escuros de Mar. – Meu grande plano é te monopolizar pelo resto da vida. – Ele deu um último sorriso presunçoso.

As coisas dentro dela reagiram brutalmente ao que ele disse. Ultimamente bastava respirar o mesmo ar de André para que Mar sentisse seu pulso acelerar e as coisas em sua barriga começarem a agir. Ela estava cansada dessas sensações idiotas adolescentes, mas principalmente de reprimir tudo o que sente sobre tudo isso. Cada dia que se passa fica mais difícil de tentar enganar a si mesma. Fica mais difícil de enganar os outros ao seu redor. Ela achou que pudesse lidar com aquilo muito bem, no entanto não esperava as constantes provocações do primo. Não tinha ideia de como agir em uma situação como aquela, mas como a família sempre vem em primeiro, o melhor que podia fazer era apenas empurrar tudo de volta ao fundo do poço.

– Bom se é só isso, acho que não deveria ter te pedido ajuda.

– Pois é aí que você se engana. Posso afirmar com toda certeza que iria agir precipitadamente. Iria causar uma enorme confusão como sempre. Duvido que tenha pensado sobre o que fazer quando o Matheus acordar. – Desafiou ele todo seguro do que estava fazendo, todo cheio de si. Marina odiava isso, mas odiava mais a parte em que ela estava errada. Odiava mais que tudo ter que admitir que estivesse errada para o André.

– Então mestre pervertido André! – Chamou-lhe a atenção, da qual ele já concedia desde o segundo em que notou que era ela em seu quarto. – Vai continuar seminu? – No fundo ela queria que ele dissesse sim e a tomasse bem ali, em todo o seu esplendor. Mas essa fantasia era absurda de mais. Absurda de mais até para uma adolescente rebelde como ela. E pela milionésima vez, ela tentou agir como se ele não a afetasse. Porém um pouco em vão, já que eles se conheciam desde o nascimento e ele conhece todas as expressões que faz.

André cogitou em sua mente em dizer sim a essa pergunta, mas achou melhor se vestir. Já havia assediado bastante ela por apenas um dia. Ou melhor, uma única manhã. Apesar de que duvidava de que ela lhe cederia. Mas tentaria o possível e o impossível pra que ela pudesse ver que ele estava realmente sério, que não era outra brincadeira idiota mirabolante dele.

Por fim ambos precisavam agir cuidadosamente a partir de agora. Seria bastante perigoso lidar com o homem que deixou Matheus em um estado lamentável. Marina se culpava sobre isso. André queria livrá-la de toda encrenca que ela se meteu. Por mais que a proposta dele fosse louca e absurda, ela apreciava o fato de que ele realmente queria ajudar ela.

Ela passa à tarde no computador jogando LOL ou treinando. Não consegue ficar parada sem fazer nada naquele nível de estresse.

Às sete horas Wendy manda uma mensagem pra Marina, marcando de sair mais tarde, mas Marina recusa dizendo que passou o dia treinando e estava muito cansada, o que não era mentira, em parte, e sente uma grande vontade de desabafar com alguém. Wendy em especial. Decide por optar a não fazer isso. Wendy já tinha muito drama em sua vida, não precisa de uma amiga tão problemática quanto ela. Marina passou o resto da noite trancada em seu quarto deprimida escutando todas as músicas depressivas que existem na face da terra desde coldplay até Bruno & Marrone. Ela acaba dormindo sem tomar banho ou comer algo.

Na manhã de domingo, Davi telefona cedo para a amiga se certificando de ela estava bem. Contou as novidades, coisas que Marina considerava inúteis. Seu pai já tinha uma viatura de guarda em frente a casa, Matheus ainda não havia acordado, seu pai e ele estão procurando pelo líder da gangue incessantemente, apesar disso não conseguiram obter nenhuma informação dos membros e ninguém acha a Rafaela, aparentemente ela sumiu do mapa junto de seu amado. “Que história romântica!”, pensou Mar.

– E como a família do Matheus está? – Perguntou Mar, se sentido culpada, depressiva, irritada, tudo ao mesmo tempo.

– Enquanto a Aline trabalha a Amélia fica comigo no mercado, como eu saio antes levo ela pra minha casa, cuido dela do mesmo jeito que o Theu fazia. Ela é uma ótima menina, mas às vezes não consigo controlar a bagunça que ela faz. – Marina sorriu inconscientemente ao ouvir Davi falar sobre o seu dia-a-dia com a pequena Amélia. - Sabe, eu sempre achei o Matheus um pouco irresponsável, mas acho que cuidar de uma criança é a coisa mais responsável que alguém pode fazer.

Marina olhou tristemente o porta retrato na estante. Na foto estavam Matheus, ela, Davi e Otávio. Otávio era um caranguejo que eles haviam adotado da praia, Matheus achou ele primeiro e decidiu que ele o levaria para casa e cuidaria dele, o animal durou apenas uma semana antes que a sua mãe o colocasse na panela. Nessa época ele ficou tão chateado que até parou de falar com a mãe dele. Ninguém imaginava que ele ficaria tão ligado a um caranguejo, isso normalmente acontece com cães e gatos, não caranguejos. Fora a sua mãe quem havia tirado a fotografia, eles tinha oito anos na época. Ambos estavam muito bronzeados e vermelhos do sol.

– Será que quando ele acordar vai me odiar?

– Não. Isso nunca iria acontecer.

– Como você sabe? Como pode ter certeza disso?

– Porque nós te amamos e faríamos qualquer coisa por você. –Ela sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto. Elas desciam sem parar.

– Eu também amo muito vocês. – Disse ela com voz de choro.

– Mar não chora, okay? Meu Deus, eu deveria estar aí com você, mas não posso deixar o Matheus e a Amélia. Droga! – Ele praguejou.

– Eu estou bem, Davi. Cuida bem da Ami. Sinto a falta dela. Manda um oi pra Aline por mim.

– Vou mandar.

– E diz pra ela que eu sinto muito. – Ela hesitou. Não deveria pedir para o Davi dizer isso em seu lugar, era um assunto delicado de mais para ser dito por outra pessoa. – Não, não diz isso. Eu direi a ela.

– Você tem certeza?

– Sim. O Matheus está naquela cama por minha causa, eu deveria ao menos me desculpar apropriadamente com a irmã dele.

– Você tem razão. Preciso desligar Mar. Se cuida.

– Se cuida você também.

Marina sentiu uma paz interior por alguns instantes enquanto conversava com o seu irmão de coração. Era inexplicável a relação dos três. A maioria das pessoas acha que ela sai com os dois, mas as pessoas próxima deles sabem que eles são irmãos, de pais diferentes, de coração. E mesmo que um queira se distanciar, os outros nunca deixariam acontecer. A não ser agora, Matheus estava longe. Ele estava tão longe e intocável e por culpa de uns malditos socos que ela havia dado em uma vadia qualquer.

Marina ouviu alguém bater na porta.

– Toc toc. – Alguém do outro lado da porta disse. Ela não reconhecia a voz da pessoa que estava do outro lado.

– Quem é? – Pergunta Marina.

– Eu. – Ela ainda não reconhece a pessoa do outro lado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido e até os próximo! XOXO