Naquele momento, meus ouvidos se concentravam apenas no som do salto de meus calçados em contato com a madeira antiga do prédio, batendo de forma rápida.

 “Toc. Toc. Toc. Toc.”

Entretanto, nem meus pés ágeis venceram a rapidez das batidas aceleradas de meu coração. Eu estava fugindo...fugindo daquela sensação estranha que se apossou de meu corpo após o beijo trocado com o portador dos olhos cor ônix.

Depois de subir alguns lances de escada, chego à porta do apartamento 401 que dividia com Neji nii-san. Tento destrancar a porta uma...duas...três vezes, mas o molho das chaves insistia em escorregar de minhas mãos trêmulas. Quando finalmente abro a porta e percebo que estou sozinha, permito-me, enfim, desabar ao chão. Estava incrédula com o acontecido. Toco novamente meu lábios com a ponta dos dedos.

Foi real....

A cena do beijo vem à tona e preenche meus pensamentos. O cheiro amadeirado do corpo masculino, os olhos me encarando tão profundamente, os lábios finos e macios tocando os meus. Apesar do beijo maravilhoso que trocamos, o que me deixou mais perplexa fora a declaração feita por ele. Percebi que o julguei de forma errada esse tempo todo. Sasuke Uchiha tinha um coração, afinal de contas.

Depois de algum tempo, já em meu quarto, percebo a confusão em que havia me colocado. Ter conhecido este lado compreensivo e gentil de Sasuke-kun, abalou parte de meus intensos sentimentos pelo Naruto-kun. Eu sabia que ainda o amava e que não poderia me esquecer dele assim tão fácil, mas então...

Então porque naquele momento senti que não existia mais ninguém além de nós?

✼✼✼

Naquela manhã, despertei com o humor aparentemente bom. Ao me olhar no espelho vi um "sorriso de canto" brotar de meus lábios, constatando que algo estava diferente. Aquele bom humor tinha um motivo plausível, e o motivo era ela.

Testemunhar Hinata vencer o temperamento explosivo de Sakura e ainda ganhar a amizade da rosada apenas com palavras, além de ter sido algo maduro para uma garota de dezesseis anos, fez com que crescesse em mim uma admiração pela portadora dos orbes perolados. Até aquele momento tudo que eu sentia era atração pela morena, mas agora, percebendo que Hinata também possui o dom de alterar meu humor, vejo as dúvidas começarem a surgir em minha mente.

Nosso beijo havia sido diferente. Senti meu peito se aquecer e uma leve descarga de energia percorrer toda a extensão de meu corpo, fazendo os arrepios surgirem e trazendo uma sensação de prazer que eu nunca havia experimentado em um beijo antes.

Uma faísca se ascendia e então a dúvida. Deixá-la queimar ou apagá-la antes que se tornasse difícil de controlar?

✼✼✼

7:45h da manhã, Tóquio.

Era mais uma manhã ensolarada em Tóquio, apesar do clima intenso de inverno, os cidadãos não se deixavam abater e seguiam a cansativa rotina do cotidiano urbano. Os alunos chegavam bem agasalhados para mais um dia de aula, inclusive Hinata. A morena utilizava o costumeiro abrigo grosso e largo do colégio com o propósito de se manter aquecida durante todo o resto do dia.

Ao ultrapassar o portão principal e adentrar os corredores, uma cabeleira loira se aproxima da perolada.

— Vejo que chegou desacompanhada e bem coberta hoje. Algo bem diferente de ontem não é mesmo, Hinatinha? — Provocou Ino com um sorriso debochado nos lábios finos.

A loira, que avistou Hinata caminhar de cabeça baixa com a franja cobrindo os olhos, não conteve as provocações. A verdade é que Ino gostava de ser o "centro das atenções" e Hinata havia roubado seu posto. Afinal, no dia anterior, a morena se tornou o assunto do colégio ao usar roupas mais justas e esbanjar seu corpo cheio de curvas. Ganhou, inclusive, a atenção de seu amado Sasuke-kun que fez questão de acompanhar a moça até sua sala.

— E-eu não... — Era nítido que a morena havia ficado constrangida. Porém, a Yamanaka não ligou. Apenas revirou os olhos e interrompeu a colega de forma grosseira.

— E-E-E-E-Eu. — A loira imita o gaguejo tímida de forma exagerada. — Poxa garota! Será que você não consegue completar uma frase sem se atrapalhar toda? — Ela exclama enfurecida.

De repente, Sakura aparece entre o aglomerado de alunos que já se formava, colocando-se um pouco à frente de Hinata com o visível intuito de defendê-la.

— Ora, ora. Vejamos se não é a Ino Porca. — Mirou a colega fingindo estar surpresa com a presença da loira. — E ainda acordou expelindo veneno!

— Por que está se metendo onde não foi chamada testa de marquise? — A loira que até então se mantinha no controle da situação fuzilou a rosada com um olhar carregado de fúria.

— Por que você não cala essa sua boca e vai para a aula? Por acaso está com inveja da Hinata-chan?

De início, Ino encarou a rosada incrédula. Piscou algumas vezes para se certificar de que não estava sonhando e de repente começou a rir de forma desenfreada. Os risos altos da loira ecoaram por todo o pátio externo da escola, chamando a atenção de mais alunos que passavam.

Ela volta a encarar a Haruno e não encontra em sua face nenhum indício de que aquilo não passava de uma simples brincadeira. Por fim, os risos cessam e sua expressão muda.

— Como é que é? — Questiona com a voz alterada. — E desde quando você passou a defender a Santa Hyuuga?

— Desde o momento em que percebi que ela é melhor amiga do que você. — Proferiu a rosada, apontando o dedo indicador para o rosto da loira a sua frente, então continuou. — Lembra que ontem eu estava mal, expliquei a situação e você simplesmente ignorou dizendo que tinha horário marcado na manicure?

— Lembro! Lembro inclusive o motivo de você ficar daquele jeito e ela está bem ao seu lado! — Ino apontou para a pequena Hyuuga que, com o gesto, deu um passo receoso para trás.

— Pois fique você sabendo que a Hinata-chan foi a única que se importou comigo. Por isso não deixarei que a insulte na minha presença, entendeu bem?

A morena se mantinha estática. Não imaginou que um dia suas atitudes pudessem gerar uma discussão entre duas pessoas. Claro, poderiam ser dois rapazes bonitos iguais aos livros de romance em que há triângulos amorosos, mas duas garotas discutindo já era um começo, não? O comportamento protetor de Sakura fez com que ela não se sentisse invisível. Na verdade, invisível era o que menos estava se sentindo no momento, tendo em vista o grupo de alunos que apareceram para apreciar a discussão que estava acontecendo.

É. Com certeza eu me sentiria muito feliz se fosse invisível. —  pensou.

Sakura mantinha as mãos na cintura e direcionava um olhar ameaçador a Yamanaka que, por sua vez, retribuía o olhar na mesma intensidade e com os braços cruzados junto ao peito. Era possível visualizar faíscas se chocando no ar tamanha a fúria das garotas. De repente, foi ouvido um grito na multidão.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — Antes mesmo de terminar a frase, metade do aglomerado já havia se dissipado e o motivo era óbvio.

Anko-Sensei era a professora mais jovem e bonita do Colégio Tokugaua, possuía um corpo tentador de causar inveja em qualquer uma, mas também era considerada uma das mais temidas entre os professores. Qualquer coisa a tirava do sério, qualquer coisa mesmo. Entretanto, seu método de ensino era exemplar. Ocasionando sua permanência na escola apesar do mau humor constante.

— Na-na-na-da Anko-Sensei. — Guaguejou a loira tomanda pelo pânico.

— Só esta-tavamos conversa-sando. — Completou a rosada que se encontrava mais pálida do que a própria Hinata ao seu lado.

Anko encarou as duas colegas de maneira desconfiada e em seguida apontou o dedo indicador na direção de uma morena encolhida e prestes a chorar, mirando-a com um olhar assustador.

— Você! —Exclamou a Sensei forçando Hinata a levantar a cabeça para fitá-la. — Sei que não irá mentir. O que estava acontecendo aqui?

E então todos os olhares estavam voltados para ela. A morena desviava as orbes peroladas de um lado para o outro, mas não havia como escapar da pressão que era descarregada sobre ela. Em poucos segundos suas pernas ficaram moles e tudo ficou escuro. Antes que a morena fosse ao chão, Sakura agiu de forma rápida e a segurou.

— Ótimo! — Exclamou a Sensei dando um longo suspiro. — Sakura, leve Hinata até a enfermaria.

Ao verificar que um grupo de alunos voltava a se formar no local, Anko tratou de dispersá-los tão rápido quanto no momento em que decidiram parar para “apreciar” a confusão.

— Todos vocês tem 10 segundos para sumirem da minha vista, caso contrário irão se arrepender. Um, dois, três...

Antes mesmo de chegar ao número quatro, o pátio externo da escola tornou-se um deserto, indicando que os alunos haviam entendido o recado dado. Sakura literalmente voava pelos corredores com Hinata nos braços, abrindo caminho entre os alunos até a enfermaria. Um certo moreno de olhos cor ônix que se encontrava escorado em seu armário aguardando o primeiro sinal tocar para o início das aulas, observa a pressa da colega que mais parecia “o próprio diabo fugindo da cruz” e em seus braços uma cascata negro azulada balançava de acordo com os movimentos feitos por Sakura. 

O moreno acompanha com olhos desconfiados as duas garotas se afastarem rapidamente, por fim decide averiguar pessoalmente o que havia ocorrido e o motivo pelo qual Hinata encontrava-se desacordada.  

✼✼✼

Levaram poucos minutos para que Sakura chegasse a enfermaria ofegante devido a corrida e por ter que carregar Hinata nos braços, para sua sorte a morena pesava mais de sessenta quilos. O barulho da porta sendo aberta chamou a atenção da responsável pela ala, uma senhora rechonchuda beirando os sessenta anos de idade, que logo tratou de vir ao socorro das estudantes.

— Senhora Katane! A Hinata desmaiou. — Exclamou Sakura ofegante.

A enfermeira experiente fitou com preocupação o corpo da morena desacordada.

— Posso deixa-la aqui sob seus cuidados até acordar?

— Claro. Coloque ela naquela maca, por favor.

Sakura posicionou com cuidado o corpo de sua nova amiga na maca indicada. Em seguida, a enfermeira retirou o estetoscópio do bolso do jaleco branco e se debruçou sobre a jovem para escutar seus batimentos cardíacos.

— Sabe qual o motivo do desmaio?

— Anko-Sensei apareceu e pressionou Hinata a respondê-la, inclusive utilizou aquele olhar que me dá arrepios. — Só de imaginar a professora encarando-a de forma intimidadora, com os olhos em brasa, Sakura treme da cabeça aos pés.

— Hunf. Sei. — Respondeu a enfermeira revirando os olhos. — Aquela troglodita adora tocar o terror nos alunos. — A pequena senhora retornou a ficar ereta e guardou o estetoscópio no jaleco. — Neste caso não será necessário medir a temperatura de Hinata, está claro quem é a responsável por causar este desmaio. — A enfermeira virou-se de costas e já de retirada finalizou. — Quero que fique aqui até ela acordar, se precisar de algo é só me chamar.

— Mas... — Sakura tentou informar que precisava assistir a primeira aula, porém a enfermeira já não se encontrava presente no local, deixando ela e Hinata à sós.

✼✼✼

Ver Hinata deitada no leito da enfermaria, adormecida de forma tão serena, fez-me refletir sobre minhas atitudes até agora. Eu a protegi das ásperas palavras proferidas pela minha ex melhor amiga, tudo em razão da atitude corajosa de ontem feita por ela. De alguma forma ela me mostrou o quanto seu coração é bondoso, também me mostrou o quanto eu fui infantil e o quanto estava absorta no meu mundinho pequeno e egoísta. Esse tempo todo eu só pensei em mim e não enxerguei a qualidade das outras pessoas, como as dela.

Esses últimos dias têm sido os piores de toda a minha vida. Todos neste colégio, meus familiares, e inclusive pessoas que só me conhecem através de redes sociais, sabem que eu amo o Sasuke-kun e tento conquistá-lo há muitos anos, e em todos esses anos eu nunca percebi o quanto estava sofrendo sozinha, criando falsas esperanças e me machucando a cada dia. Então você aparece, uma simples garota transferida de Hong-kong e de alguma forma chama a atenção dele tão rápido. Ainda lembro do seu primeiro dia nesta escola, você estava tão abatida, tão indefesa, seus olhos inchados demonstravam que você havia chorado e talvez nem houvesse dormido. Naquele dia eu pensei em falar com você, em oferecer minha amizade, em te abraçar, mas então porque eu não pude fazer nada?

A verdade é que eu não queria sair de meu casulo. Não queria desperdiçar meu tempo para ajudar alguém quando meu foco estava voltado apenas para um garoto bonito. Como fui burra e imatura, mas a partir de agora tudo isso irá mudar. Já que você me ajudou Hina eu também irei lhe ajudar.

✼✼✼

Após alguns minutos de espera, Hinata desperta piscando algumas vezes para se acostumar com a claridade do local onde se encontrava. Quase tudo na sala da enfermaria era de um tom de branco puro, trazendo uma sensação de tranquilidade para a portadora dos orbes perolados. Então, a morena nota que havia mais alguém ao seu lado e não se surpreende ao encontrar Sakura Haruno lhe direcionando um sorriso verdadeiro que foi retribuído pela morena.

— Como se sente Hinata-chan?

— Estou muito melhor. — A morena coloca sua mão sob a da nova amiga que estava pousada sobre o leito e a encara de forma serena. — Obrigada por me defender hoje.

— Não foi nada Hinata-chan. — A rosada utiliza suas mãos para segurar a mão pequena de Hinata, transmitindo-lhe confiança. — Somos amigas agora, lembra?

— Sim. — Hinata alarga seu sorriso, demonstrando estar contente.

— Sobre a nossa conversa de ontem, eu preciso confirmar algo. Você estava se referindo ao Naruto-kun certo?

Aos poucos o semblante sorridente de Hinata se desmancha, passando a demonstrar tristeza. O assunto “Naruto” não era algo de que gostava de falar, afinal seu amor por ele não era correspondido. Lembrou-se das palavras ditas no dia anterior, bem como da resposta de Sakura:

— Acredite, eu também sofro por um amor não correspondido e...droga! Eu sei o quanto isso é...horrível.

(...)

— E sobre esse seu amor não correspondido, se for quem estou pensando, ele só vai saber o que você sente quando você admitir Hinata-chan.

Após o curto flashback, Hinata balança a cabeça positivamente com a farta franja cobrindo seus olhos marejados.

— Escute Hinata-chan. — A morena retorna a encarar a amiga. — Eu quero lhe ajudar, mas você precisa escolher. Como uma grande fã apaixonada que eu sou... —Sakura piscou soltando um risinho e continuou. — Notei a repentina mudança no Sasuke-kun e sei que ele está interessado em você, mas se você decidir que quer conquistar o Naruto-kun então nós duas faremos com que aquele cabeça-oca perceba a pessoa incrível que você é.  O que me diz?

Sakura possuía um olhar determinado e os punhos cerrados, demonstrando toda a coragem que possuía dentro de si.

— Abriria mão do Sasuke-kun assim tão rápido? — Perguntou preocupada.

— Você abriu meus olhos Hinata-chan. Acho que está mais do que na hora de partir para outra. E o mesmo serve para você, viu? Se o Naruto-kun continuar agindo feito um idiota você terá que esquecê-lo.

Sakura estava com um olhar determinado e os punhos cerrados, demonstrando toda a coragem que possuía dentro de si. Aquilo comoveu Hinata de tal forma que a morena não encontrou outra forma de agradecer se não fosse expondo seu melhor sorriso.

— Eu amo o Naruto-kun, mas... — Um par de orbes cor ônix preenche os pensamentos da morena e logo a dúvida aparece novamente. O que fazer? Arriscar no antigo amor que nunca a notou ou dar uma chance a outra pessoa? A rosada esperava uma resposta de forma ansiosa. — Você pode me dar um tempo para pensar?

— Claro Hinata-chan. — As duas garotas escutam o sinal do segundo tempo soar. — Se você não se importar eu ainda preciso ir até meu armário para trocar os materiais. Nos encontramos no refeitório?

— Por mim tudo bem.

— Certo. — Sakura se levantou da cadeira em que estava sentada ao lado da maca e acenou para Hinata antes de partir. — Ja ne, Hina-chan.

Assim que a Haruno cruzou a porta de saída, Hinata se levantou da maca ajeitando os cabelos e o abrigo largo da escola que ficaram um pouco amassados. Por fim, ajeitou seus materiais e agradeceu os cuidados da enfermeira antes de também partir para a próxima aula.

✼✼✼

O resto da manhã se sucedeu de forma tranquila. Não cruzou com Ino-chan ou com a “temida” Anko-sensei pelos corredores do colégio para seu alívio. Durante o intervalo lanchou com a Haruno e descobriu que as duas tinham muitas coisas em comum. Adoravam livros de romance, passeios ao shopping e até marcaram de assistir um filme juntas na casa da rosada. Conseguiu se concentrar ao máximo nas duas últimas aulas que eram as suas preferidas, Literatura e História. E, ao ouvir o último sinal tocar, arrumou seus materiais e aguardou todos os alunos se retirarem da sala de aula.

Após alguns minutos, levantou-se para ir embora. Como de praxe, deparou-se com os corredores vazios, não haviam mais alunos dentro do colégio. Suspirou aliviada. O que menos queria eram pessoas olhando para ela devido ao pequeno show que Ino armou mais cedo. Assim, caminhou tranquila até o final do corredor do terceiro andar e ao virar à direita para descer as escadas esbarrou em alguém que a segurou pela cintura impedindo-a que fosse ao chão.

Os orbes perolados se ergueram e encontraram os ônix, tão profundos e intensos quanto na noite anterior. Entretanto, Hinata sentiu que tinha algo a mais naqueles olhos perigosos do Uchiha. Além disso, era a primeira vez que ele lhe direcionava um sorriso sexy no canto dos lábios finos.

— Sa-Sasuke-kun? — O moreno tocou os lábios de Hinata com o dedo indicador pedindo através do gesto para que ela ficasse em silêncio.

— Por acidente acabei escutando o que você e Sakura conversavam na enfermaria.

Como é? — Pensou Hinata.

Em poucos instantes lembrou-se da referida conversa, sentindo a vergonha tomar conta e as maças de seu rosto esquentarem gradativamente. Ela estava estática e com os olhos arregalados tamanha surpresa.

Sasuke, ao perceber a situação em que a morena se encontrava, continuou.

— Quer dizer então que você ficou receosa? Está na dúvida entre mim e o dobe? — O moreno proferia cada palavra de forma sedutora, sua atenção estava voltada para a boca carnuda e rosada que tocava com a ponta do dedo.

— Se eu lhe der mais um beijo farei com que se decida talvez? — O tom de sua voz diminuía a cada centímetro em que ficava mais perto de tocar seus lábios nos tentadores e rosados lábios da portadora dos orbes perolados. O perfume feminino lhe embriagava e vê-la naquele estado, tão indefesa, só fazia crescer a vontade de se perder naquele corpo cheio de curvas.

Ele está tão perto. O que eu faço? — Pensou Hinata.