Terrestrial Curse escrita por Murilo


Capítulo 2
Who are you?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *~*~*
Então, aqui estão os personagens novos. Arya, Marie e o bonde todo. Enfim, espero que gostem do capítulo ^^



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Era madrugada. O tempo estava frio e no quarto de Arya não tinha claridade alguma. Ela acordou de súbito e saiu correndo em direção ao banheiro, querendo chegar logo ao vaso sanitário para conseguir colocar aquilo para fora.

Calor.

Enjôo.

Tremedeiras.

Ânsia de vômito.

Era tudo o que era sentia, mas o porquê ela não sabia. Abriu a porta em um solavanco e correu ao vaso. E despejou tudo que tinha de colocar para fora. Deu descarga e ficou um tempo se olhando no espelho. Ela sentia tonturas, dores de cabeça. Não conseguia compor frases com mais de duas palavras, naquele momento.

Tinha medo de chamar sua mãe, pois provavelmente ela diria “Consequência de não adorar ao nosso patrono, o querido Hades!” era o que sua mãe sempre falava, dando uma leve tapa na cabeça da garota.

Também não queria ligar para Daniel, seu namorado. Nem pra Marie, sua melhor amiga. Ela simplesmente saiu do banheiro e voltou para cama, mal conseguindo se equilibrar em pé. Acendeu a luz, tendo que fechar os olhos, pedindo-o para se acostumar à claridade. Tentou fazer algo para se concentrar em fazer aquelas dores parar. Tomou remédios, tomou um banho.

Mas nada melhorava. As dores que Arya sentia eram inevitáveis. Ela se concentrava para não gritar e acabar acordando sua mãe e sua cachorra Endora. Tentava não enlouquecer. Precisava fazer alguma coisa. Tentou até escrever, qualquer coisa, mas ela não tinha mais coordenação motora suficiente para segurar uma caneta.

Mas ela não conseguia. Até que ela ouviu uma voz.

A voz.

Desconfortante, não? Disse uma voz em sua cabeça. Senti a mesma coisa antes de conseguir entrar aqui. Arya pôs as mãos sobre seus ouvidos.

– Quem é você? – Arya gritou. – O que é você?

Calma, calma. Relaxe. Percebeu que suas dores pararam? As minhas também. Agora vai ficar tudo bem. Ironizou. Ela pôde perceber que era a voz de uma mulher. Ela sabia que a voz vinha de dentro de sua cabeça, mas não conseguia controlar.

– Saia da minha cabeça! – Ela gritou novamente, deitando na cama.

Se eu pudesse. Mas não se preocupe, eu vou tentar não te fazer nenhum mal. Até porque você não fez nada para mim. Tentarei enlouquecer sozinha, ficarei calada.

– Quem é você? – Arya afundou a cabeça nos travesseiros.

Perfeito silêncio. A voz não falou mais nada. Então Arya se deixou levar pelo sono, que finalmente havia chegado.

Finalmente, a manhã havia chegado. Eram 10h52, um dia de sábado e Arya havia acabado de acordar. Levantou lentamente e percebeu que não sentia mais dor alguma. Até deu uma risadinha. Tomou um rápido banho e desceu para se encontrar com sua mãe, provavelmente na sala de jantar. Vestiu uma roupa simples e desceu as escadas.

– Bom dia, mãe. – Falou Arya se sentando no sofá.

– Isso é hora de acordar, Parker? Você tem que ser pontual. Ou 10h00, ou 10h30, ou 11h00. Hades não gosta de horas desse tipo. Tem que ser pontual.

Arya escondeu os ouvidos com a almofada do sofá. Bufou e deitou.

– Isso não é hora de irritar, mãe. Pode parar. Obrigado. – Disse ela, caminhando até a cafeteira, fazendo um expresso. – Eu só acho que a senhora leva isso à sério demais, mãe. Você é a religiosa mais crente que eu já vi na minha vida.

– Os deuses existem, Arya. Isso não é brincadeira. Eu já expliquei várias vezes que, há milhões de anos atrás...

– Sim, mãe. A senhora já me contou essa balelinha muitas e muitas vezes. – Arya tirou o expresso, levando-o a boca e dando um gole. – Não precisa repetir.

Foi até a mesa, e sentou-se, ignorando o que sua mãe estava falando, novamente sobre o conflito dos deuses greco-romanos, enquanto preparava um pequeno sanduíche para ela. Falava sobre a dupla personalidade dos deuses, sobre como eles superaram isso, sobre os titãs, Gaia, Urano...

– Ok, senhora Isobel. Eu já entendi! Não precisa repetir. – Falou Arya em um tom pouco alto.

– Não me chame de senhora, filha. Senhores são os deuses, eu não.

Arya revirou os olhos, dando outro gole em seu café, e empurrando seu cabelo que atualmente estava pintado com a cor roxa, para trás. O cabelo de Arya, oficialmente era loiro alaranjado, idêntico ao de sua mãe. Mas aos doze anos, pintou de vermelho. Aos quatorze, de cinza. Agora, aos dezessete, ele estava roxo. Isobel – sua mãe – adorou a escolhe da cor, já que era uma cor forte e escura, lembrando o santuário de Hades.

Arya, depois de todo o discurso de sua mãe, tomou seu café e foi se sentar no sofá, pegando seu celular para ver as mensagens de Marie e de Daniel. Daniel e Marie eram irmãos gêmeos, mas não muito parecidos. São amigos de Arya desde o jardim de infância, quando não sabiam nem falar direito. Até que no ano passado quando Arya tinha dezesseis, Daniel a pediu em namoro, e ela aceitou.

Eram 11h30 da manhã, Arya permanecia no sofá com sua mãe ao seu lado, assistindo TV. Até que ela sentiu a mesma dor da noite passada. Até que ela ouviu.

A voz.

Bom dia. Disse a voz. Acalme-se. Só vim dar um oi. Não precisa falar em voz alta, só falar em pensamento, que eu vou ouvir.

Arya continuava zonza, mas não demonstrou para sua mãe ficar preocupada e falar as mesmas coisas de sempre. Então inventou uma desculpa e subiu as escadas, adentrando ao seu quarto.

O que você quer? Pensou Arya, imaginando que a pessoa iria ouvir. Quem é você?

Eu não quero nada de você, não fique com medo. A voz era doce, de uma mulher jovem. Eu me apresentaria, mas não tenho um por que ou o que falar. E eu já disse, eu não vou perturbar você, garota.

Quando a voz se calou, Arya parou de sentir todas as dores e enjôos. Mas tudo voltou em um turbilhão.

Ah, não precisa mais sentir essa dor. Só se concentrar. Eu já consegui superar. Mesmo não tendo um corpo em forma sólida, mas consegui.

QUEM É VOCÊ? Arya gritou mentalmente.

Mas a voz não respondeu. Ao invés disso, seu celular tocou alertando uma mensagem. Viu que a mensagem era de Daniel.

“Rya, vai querer ir pro cinema hoje? Xx.” Era a melhor coisa a se fazer. Ela precisava esquecer aquilo, fazer qualquer coisa que enchesse sua cabeça. Ela respondeu a mensagem e foi combinado, às 20h30, Daniel e Marie iriam passar na casa dela para irem assistir o filme.

Desde àquela hora, a voz não incomodou mais Arya. Ela pôde se arrumar tranquilamente para sair, e fazer o resto das coisas. Ela se aprontou e esperou seu namorado e sua amiga chegarem. No momento que eles bateram em sua porta e Arya levantou para atender, as dores voltaram.

Eu disse que eu não ia te chamar de novo, mas... A voz falou de novo com Arya. O protetor da sua família, segundo sua mãe, é o deus Hades? O deus dos Mortos?

Sim. Falou Arya friamente. Porque você não diz logo quem você é, pessoa?

Eu já disse, não tem pra que eu falar quem eu sou. Eu estou observando sua vida. Sei que você vai sair com seus amigos para algum canto. Não me interessa. Enfim, eu não vou incomodar você.

Aquela voz. Ou pessoa. Ou mulher. Ou espírito, chame como quiser. Estava enlouquecendo a cabeça de Arya. Ela não sabia o que fazer. Simplesmente estava ficando louca. Mas ela tinha de ir. E não sabia se compartilharia aquilo tão cedo com Marie ou Daniel, ou sua própria mãe. A única coisa que ela sabia era que iria descobrir quem era aquela voz. Ou pessoa. Mas ela iria descobrir.

A noite foi tranqüila para Arya. A voz não a incomodou nenhuma vez. Ela pôde ir assistir ao filme, conversar e rir com seu namorado e sua amiga. Eles foram para a casa de Arya depois do filme. Passaram o resto da noite lá, e foram de madrugada para a casa deles, que ficava no final do quarteirão. Arya até estranhou a voz não falar mais nada em sua cabeça.

Mas o descanso foi por pouco tempo. Logo que Daniel e Marie saíram, Arya foi tomar banho, e se preparar pra dormir. Mas a voz falou de novo.

Eu vi que você saiu com seus amigos. Não quis falar com você perto deles, para eles não ficarem preocupados. Mas eu vou enlouquecer se não conversar com ninguém.

Arya já havia aprendido a controlar as dores, e então disse:

VOCÊ PODERIA PARAR COM ISSO? Ela gritou mentalmente.

Eu já disse que não posso falar quem eu sou, benzinho.

FALE QUEM VOCÊ É. AGORA. Arya, por incrível que pareça, conseguiu ouvir a voz suspirar. Mas não disse nada. FALE.

Eu sou Hécate. Ela ouviu a voz dizer. A deusa da magia.


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Notas finais do capítulo

Enfim, gostaram? Perceberam que tudo mudou né? Enfim, dúvidas, críticas, perguntas, deixe um review!
Reviews motivam, reviews fazem a gente querer escrever mais, reviews são gostosos -q



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