Terrestrial Curse escrita por Murilo


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem? Então, é o prólogo pra vocês entenderem melhor o que aconteceu. Pra quem está se perguntando aquelas coisas na capa, embaixo do título, são escritas gregas. A tradução é: A deusa da magia... e uma adolescente de apenas dezessete anos. Tudo por causa de um deus.Enfim, aproveitem! E espero que gostem.PS: Leiam as notas finais.



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Hécate estava nos aposentos de Hades. De novo. Perséfone – mulher do deus dos mortos – estava no mundo mortal, fazendo um tipo de ação às árvores que estavam morrendo. E Hades estava aproveitando. Sempre que Perséfone e Deméter saíam para o mundo mortal, ou até mesmo a uma excursão no Mundo Inferior, Hades arrumava um jeito de se encontrar com Hécate, a deusa da magia. Uma deusa não tão inocente, mas caía fácil nas palavras falsas do deus dos mortos. Ela sempre acreditava que Perséfone sabia do assunto e aceitava 100%. Antes Hécate morava no Olimpo, mas despertou a ira de sua mãe quando roubou-lhe um pote de carmim. Ela fugiu para a terra e tornando-se impura foi levada às trevas para ser purificada. Vivendo no Hades, ela passou a presidir as cerimônias e rituais de purificação e expiação. Hécate não era mais uma deusa pura, nem inocente, mas mesmo assim, caía nas armadilhas de Hades.

Perséfone não sabia de nada, ao contrário do que Hades dizia. O deus mantinha tudo em segredo, sem que Perséfone descobrisse. Sempre contava mentiras para Hécate, dizendo asneiras. E Hécate nunca desconfiava. Só fazia perguntas aleatórias sobre como Perséfone tinha aceitado, e Hades lhe respondia com mais mentiras.

Sempre quando Perséfone estava prestes a chegar, Hécate falava algumas palavras em grego antigo e sumia. Simplesmente sumia. E do mesmo jeito, era para ela aparecer. Hades contatava-a por Mensagem de Íris. Era difícil achar uma luz que formasse um arco-íris, mas Hécate sempre achava um jeito, até porque, ela e Íris tinham certas comunicações. Então acontecia, ela e Hades se encontravam e passavam horas juntos, sem preocupação.

Hécate gostava de Hades, porque ele era o único dos deuses que não temia ela. Todos os deuses – até mesmo Zeus – temem a deusa. Porque é Hécate mentem seus domínios sobre a terra, os céus, os mares e até mesmo sobre o submundo. Mas mesmo assim, Hades não a temia. Pelo contrário. Ele às vezes se perguntava por que enganava a deusa, sendo tão inocente ao ponto de acreditar no deus.

– Sabe Hades... Até hoje eu fico me perguntando como Perséfone aceitou isso. Ela me criou quando eu provei a fúria da minha própria mãe e fui expulsa do Olimpo. É praticamente impossível. – Questionou Hécate mais uma vez.

– Asneiras! – Gritou Hades, mas só depois percebeu que assustou a deusa. – Desculpe minha flor. Mas sim, é possível. Perséfone aceitou. Fim.

– O QUE EU ACEITEI? – Gritou uma voz ao fundo. Era Perséfone. Com a raiva subindo à cabeça. Se Hades não a conhecesse, ele poderia jurar que Perséfone estava se transformando em uma fúria. A pele pálida da deusa das rosas ficou avermelhada de raiva.

E Hécate não sabia o que fazer. Ela ficou imóvel, olhando para deusa furiosa. Hades tinha mentido para Hécate.

– Como você pode?! – Gritou as duas ao mesmo tempo.

– Como você pode Hécate? – Gritou Perséfone. – Eu te criei quando tua mãe se rebelou. EU. E é assim que você me agradece? Tendo relações sexuais com meu marido? Não, obrigada! Eu dispenso.

Hécate percebeu que o vestido florido da deusa estava mudando de cor, junto com seu humor. Aquela situação era demais para Hécate. Mas isso não podia ficar assim. Hades a tinha enganado. Por quanto tempo mais aquilo iria ficar assim? Ela precisava sair daquela. “Eu sou a deusa da magia. Ela não é nada perto de mim.” Pensou. E achou forças para poder falar algo.

– Desculpe, Perséfone. Hades é tão culpado quanto eu. Ele não só te enganou, mas me enganou também. Ele me fez acreditar que você sabia de toda a história. De que você estava tão de acordo quanto eu mesma. – Hécate tentou deixar sua voz firme, falando com a deusa. “Você é temida por quase todos os deuses, mulher. Essa situação não é nada perto do que você já passou. Saia dela.” Pensou mais uma vez. E refletiu.

– Por Zeus! Você é pior do que eu pensava, mulher. Assuma os seus erros, bastarda! – Perséfone se dirigiu à Hécate, sem nenhuma cerimônia. E, sem nada esperar, levou sua mão até o rosto da outra deusa e soltou uma tapa, fazendo Hécate virar o rosto pro lado e acariciar o lugar onde a tapa foi dada.

– Você está morta. – Falou Hécate em um tom frio, apontando seu dedo para a mesma e o direcionando até a parede. Perséfone foi junto, chocando-se contra a parede, levando um baque não tão bonito. Aquilo não foi o suficiente para a deusa da magia. Ela levantou o seu dedo indicador direito e mirou na outra deusa. Ela levantou o dedo lentamente, fazendo Perséfone levantar também.

Hécate segurava a deusa no ar, como se ela estivesse congelada.

– Sabe, é bom acreditar no que uma deusa diz às vezes. Principalmente em uma deusa que é temida por quase todos os outros. Eu disse, Hades também mentiu para mim. Ele também mentiu para você. Ele me fez acreditar que você sabia da história toda, minha querida.

– Mentiras. – Falou Hades olhando para Perséfone. – Mentira. Mentira. Tudo não passa de mentiras. Ela está mentindo, amor. – Falou Hades.

– Então é assim, “vossa realeza”? É mentira? O que você me disse é mentira, deus dos mortos? Suas juras de amor foram mentiras? Se tudo não passou de uma farsa, obrigado, mas eu preferia ter continuado nas trevas, como eu sempre fiquei. – Hécate já estava explodindo de raiva, prestes a chorar. – Você me fez acreditar no amor. E eu caí na sua armadilha.

Sem perceber, a mão de Hécate estava soltando faíscas, – era o que acontecia quando ela ficava muito, muito irritada – prestes a se acabar em chamas. Simplesmente acontecia. A magia dela ficava fora de controle. Rajadas de vento gelado passavam pelo quarto, seus olhos tinham ficados pretos. Ela fixou os olhos em Hades, que já estava com sua espada em mãos, pronto para acertar Hécate.

– Stupore. – Hécate disse, ainda com os olhos totalmente pretos, olhando para Hades. Ele, por um momento ficou parado, incapaz de pensar. Apenas com o olhar fixo para o nada, sem mexer nenhuma parte do corpo.

Como ele era um deus, assim como ela, o feitiço não durou. Em menos de vinte segundos, o cérebro de Hades voltou a funcionar, e ele, explodindo em raiva, apertou sua espada em mãos, e não demorou muito para mirar e jogar a espada em direção à deusa.

Hécate, como previa o ataque, rapidamente olhou para a espada, e, com os olhos fechados, falou:

– Momentum Stasi. – E a espada parou no ar, flutuando. Seus olhos finalmente voltaram ao normal. O olho esquerdo, verde, o direito, vermelho. O uso de magia excessiva causara aquilo à Hécate quando ela era apenas uma apenas uma adolescente.

Era difícil dizer quantos anos Hécate tinha. Ela era uma deusa imortal, assim como todos no Olimpo e os demais deuses menores. Segundo suas contas, tinha em torno cinco mil anos. Assim como Hades, então sua força se media à dele. Ela podia sair ganhando.

– Se você esqueceu, eu também sou uma deusa. A deusa da magia, eu tenho tanto crédito quanto você, querido. – Falou Hécate em certo tom irônico – Você cuida do Mundo Inferior, pode matar quem quiser só com um olhar. Eu posso mais que isso.

Hades foi até o local onde sua espada ainda estava parada no ar e a pegou. Sorriu para deusa e voltou ao seu lugar.

– Audácia a sua, garotinha. Mas mesmo assim, eu sou um dos Três Grandes, eu ainda consigo mais. Sei que sua força se mede à minha, mas mesmo assim, eu ainda consigo mais. Eu posso te jogar em um quarto sem portas e janelas, e te ver, daqui há... Setenta anos? – Hades riu. – Posso contatar Clítio e fazer ele lhe matar, já que ele foi um gigante criado para te deter.

Hades se aproximou de Hécate, que já havia se esquecido de usar suas magias para se manter longe do deus, ela já estava com uma pontada de medo.

– Não pense que é por que eu fui para cama com você, te fiz juras de amor, deusa-menor, que eu vou te poupar dessa. Você machucou a minha mulher e ousou me desafiar. Você vai pagar por isso.

– Hoje não, Hades, hoje não. – Falou Hécate se recompondo, girando seu em um giro de cento e oitenta, fazendo soltar chamas dele. Hades não recuou. Pelo contrário, foi até a deusa e a segurou pelo braço, fazendo parar as chamas. Sua mão fria se colidiu ao braço quente e magro de Hécate, fazendo um pequeno choque de temperatura.

Hécate gritava “Stupore” – feitiço para fazer o cérebro retardar por segundos – loucamente, mas não funcionava, Hades estava meio que com uma barreira de anti-magia, fazendo Hécate enlouquecer. O deus fechou os olhos e pôs as duas mãos sobre a cabeça da deusa. O primeiro impulso de Hécate foi observar, mas depois ela tentou loucamente se soltar, mas a força do deus estava muito, muito mais forte do que a dela.

Hades não falava nada, apenas suspirava forte algumas vezes. Hécate não parava de lutar, mas então o deus começou a soltar algumas palavras em grego antigo, e Hécate estava tão desesperada para sair dali, que só conseguiu ouvir “mundo” e “maldição”.

Então o corpo de Hécate começou a sumir. O olhar dela ficou aterrorizado e ela gritava muito, se perguntando o que ele estava fazendo com ela. Hades não parava de gritar aquelas mesmas palavras em grego e então o corpo de Hécate sumiu completamente. Simplesmente evaporou.

Ele levantou dali, virando-se para sua mulher, Perséfone, que ainda estava lá, esbanjando um sorriso no rosto.

– O que eu fiz foi necessário. Muito necessário. – Falou o deus esfregando as mãos suadas em seu manto, e se dirigindo à saída do quarto.

Hades havia jogado uma maldição em Hécate.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso! Gostaram? Dúvidas, sugestões, críticas, perguntas...? Qualquer coisa, deixem um review! Preciso de opiniões pra continuar, e alías, reviews são sempre bem motivadores. Até a próxima ♥



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