Félix e Niko - Counting Stars escrita por Look at the stars


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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– Está tudo bem aí dentro senhor? - A moça que bateu na porta perguntou.

– Tá... tudo perfeito! – Niko respondeu ainda dentro do provador, depois de um tempo lá dentro ele abriu um pouco a porta e a segurou perto de seu corpo para que a vendedora não pudesse ver que Félix também estava lá.

– O senhor ta precisando de alguma coisa?

– Eu... – Niko ficou pensando por alguns segundos e sem saber o dizer naquele momento olhou para ela e apenas sorriu, fazendo ela enrugar a testa.

– O senhor está bem? – A moça perguntou estranhando o comportamento dele.

– To... – O loiro deu um leve suspiro. – vocês têm uma camisa igual a essa... – Ele mostrou a camisa que tinha colocado rapidamente para falar com ela. –... só que na cor branca?

– Eu vou verificar para o senhor, só um minuto. – Ela respondeu séria para Niko.

– Ok, obrigado viu querida.

Ele fechou a porta e olhou para Félix que estava ajeitando a roupa.

– Você viu a cara que ela fez pra mim? Eu acho que ela não foi com a minha cara.

– Se ela foi ou não, não tem nenhuma importância agora. O que importa é como eu vou sair daqui sem que...

– Ué você abre a porta... – Niko o interrompeu e abriu a porta. – e sai.

– Niko. – Félix o advertiu ao ver que ele abriu a porta do nada sem ver se tinha alguém olhando.

– Que? - Disse Niko se fazendo de desentendido.

Félix decidiu sair rapidamente dali, já que ele já tinha aberto a porta daquela maneira. Do lado de fora ele encontrou a vendedora com a camisa que Niko tinha pedido.

– Ah aqui está à camisa que o seu... amigo pediu. – Félix estranhou o jeito dela falar a palavra amigo.

O loiro saiu do provador segurando ás roupas que tinha levado para experimentar e que acabou não experimentando, Niko foi em direção a vendedora e Félix.

– Aqui está a camisa que o senhor pediu... vai ficar com alguma dessas? – Ela apontou para as roupas que ele segurava.

– Ele vai... – Félix pegou a roupas das mãos dele e entregou para a mulher. – vai ficar com todas.

– Todas? – Niko questionou.

– Sim... – Félix então virou para falar com ela. – onde paga?

– Por aqui... me acompanhem. – Ela foi na frente ao passar por Niko lhe jogou um olhar torto que o loiro notou, os dois a seguiam logo atrás.

Niko se aproximou mais de Félix e falou perto de seu ouvido.

– Viu ela me olhou de novo daquele jeito.

– Eu acho que já sei o que é. - Afirmou Félix sorridente.

– O que?

– Eu notei que ela tava de olho em mim desde que a gente pós os pés nessa loja, com certeza ela deve ter percebido que estamos juntos sabe.

– Ahhh

– Mas eu não a culpo... olha pra mim, eu sou irresistível.

– Sei...

– O que eu posso fazer se todos me querem?

Enquanto Félix pagava peas roupas que tinha escolhido para Niko, o loiro não resistiu e decidiu provocar a vendedora que não tirava os olhos de Félix e o elogiava a todo o momento. Ela nem sequer olhava para ele, simplesmente fingia que ele não estava lá. Escorado no balcão do caixa comentou.

– Aqui nessa loja faz um calor danado não acham? Principalmente dentro do provador, olha nunca suei tanto assim como lá dentro.

Niko fez um gesto com a mão como se estivesse se abanando. Félix apenas olhou para ele, sorrindo discretamente ao ver que ele tava provocando a moça, ela por sua vez fuzilou Niko com o olhar.

Já no estacionamento do shopping os dois conversavam dentro do carro se divertindo da situação que tinham aprontado.

– O melhor de tudo é que você conseguiu abrir o zíper da minha calça rapidinho.

– Pra você ver o que o desespero não faz com as pessoas.

– Você viu como a vendedora me olhava, ela queria me matar com o olhar. Na hora que você estava pagando no caixa ela me olhou de um jeito que eu por um segundo pensei que ela ia pular em cima de mim.

– Mas você a provocou Niko.

– Eu provoquei? Não sei do que você ta falando Félix.

– Não se faça de santinho.

– Mas eu não fiz nada.

– Ahh não? Você deu á entender o que a gente fez no provador.

– Eu não falei nada de mais, se ela entendeu dessa maneira não posso fazer nada... Eu não tenho culpa.

– Niko... nem você mesmo se convence da sua inocência.

– Ta bom, eu provoquei ela mesmo... e daí? Já que ta com tanto dó da coitada, vai lá no provador fazer o mesmo com ela.

– Eu não sou tão caridoso assim. – Félix falou sorrindo fazendo o loiro o acompanhar.

– Eu nem experimentei as roupas para ver se eu gostava.

– Você vai ficar lindo nelas criatura, não precisava nem experimentar.

– Por falar nisso eu ainda nem te agradeci ainda pelo presente.

– Aquilo que aconteceu no provador pra mim foi um belo de um agradecimento. – Niko balançou a cabeça sorrindo.

– Bobo... Mesmo assim obrigado, apesar de você não ter comprado nada do que eu queria.

– É porque você tem um péssimo gosto...

– Eu gosto de você. – Niko retrucou.

– Pra roupa. – Félix completou.

Niko se acomodou no banco um pouco desconfortável. Félix mais uma vez o estava olhando daquele jeito, parecia que o moreno estava vendo sua alma de tão intenso que seu olhar era.

– Então aonde você quer ir? A gente ainda tem a tarde toda pra aproveitar. - Niko falou para quebrar o silêncio que se instalou dentro do carro.

– Você escolhe.

– Eu quero ir em uma praça que fica aqui perto.

– Tá bom, mas antes eu quero passar no hotel que eu to hospedado pra pegar as minhas coisas.

– Tudo bem.

.

.

.

Depois de terem passado no Hotel e Félix ter encerrado sua estadia lá eles foram para a praça que Niko havia mencionado. Os dois caminhavam pela praça cada um com um sorvete na mão, o loiro ainda ria de Felix por ele ter tentado pagar o sorveteiro com cartão de crédito.

– Quer parar de rir de mim?

– Desculpa é que foi engraçado.

Félix sentiu o celular vibrar dentro do bolso, ele olhou para a tela do aparelho e ignorou o guardando de volta.

– Se você não gosta dela então por que vai se casar?

– É mais complicado do que você pensa.

– Nada na vida é tão complicado assim, somos nós que complicamos as coisas que muitas vezes são tão simples.

– Não é simples, eu nem sei o que o meu pai faria se eu desistisse de pedir a Edith em casamento.

– O que o seu pai vai fazer importa tanto?

– Claro que sim, desde que eu me entendo por gente eu tento fazer com que meu pai perceba que eu sou capaz de continuar o que a nossa família construiu. Ser o presidente do San Magno é o meu maior sonho.

Félix se sentou em um dos bancos, mas o loiro pediu.

– Félix, vamos sentar naquele banco ali mais na frente.

– Por quê? O aquele banco tem que esse não tem? – Félix perguntou.

– Aquele lá é especial.

– Tá bom... vamos sentar no seu banco amado. – Ao sentarem no banco o moreno brincou. – Estranho...

– O que?

– Ele não acendeu, não tocou musica e também não é mais confortável que os outros.

– Bobo, ele é especial de outra maneira.

Félix não se lembrava o que aquela praça significava para Niko e muito menos o que aquele banco significava. Quando a mãe de Niko contou a história sobre o passado dele Félix pouco se importou com um lugar onde Niko estava, o moreno só pensava na raiva enorme que sentia de Eron por ele ter o deixado daquela maneira tão covarde.

Niko ficou ali calado observando o vai e vem das pessoas enquanto tomava seu sorvete, o moreno então decidiu voltar ao assunto que conversavam antes.

– Como eu estava dizendo, eu queria que o meu pai tivesse orgulho de mim e se a única maneira é se casando com a Edith... Vai ser assim.

– Seu pai não pode interferir nos seus sentimentos Félix, você tem que ficar com quem você gosta de verdade.

– Eu queria ter coragem pra fazer isso, enfrentar meu pai pra ficar com que eu amo de verdade... - Félix olhou para Niko. - Mas eu não posso pular de um penhasco sem ter a certeza que tem água lá embaixo.

– Isso é verdade. Eu já pulei uma vez, mas não tinha uma só gota.

– Eu queria ter a coragem que você tem, a segurança que você tem nas coisas que você faz.

– Eu apanhei muito da vida pra ser do jeito que eu sou hoje Félix... Literalmente apanhei.

– Você diz isso, mas nunca me conta o que aconteceu com você. Porquê?

– Porque não tem mais importância.

– Sabe que hoje meu pai me ligou pra dizer que a Mammy vai preparar um jantar especial quando eu voltar, só para eu pedir a Edith em casamento.

– Os pais e suas manias de fazerem cerimônias pro pedido de casamento dos filhos. – Niko sorria e tomava o sorvete que começará a derreter.

– Talvez eu te chame! Você é especialista em estragar eventos desse tipo.

– Olha que eu vou hein... Deixa eu provar do seu sorvete? Eu adoro morango.

Antes que Félix pudesse responder o loiro provou o sorvete que ele segurava.

– Se você gosta tanto de morango porque não pediu um pra você criatura?

– Porque eu queria um de chocolate.

– Cuidado hein, do jeito que você ta comendo um dia não vai mais andar e sim sair rolando por ai.

Niko bateu com o ombro no de Félix fingindo que estava bravo com o que ele disse.

– Sabe Niko, fazia tempo que eu não me divertia tanto com alguém... na verdade eu nunca me divertir assim com ninguém só com você.

Eles se olharam profundamente nos olhos um do outro e abriram um sorriso radiante. Um sorriso sincero, que há muito tempo eles guardavam dentro do coração deles, um sorriso que esperava pela pessoa certa pra aparecer.

.

.

.

Os dois continuavam conversando no banco da praça só que agora Félix brincava com o jeito do loiro.

– Niko não me canso de dizer que você parece uma criança. Já tomou soverte, ficou igual a um carneirinho saltitante quando o pipoqueiro passou por aqui e ainda pouco comprou balões pra dar para as crianças que passavam.

– Você viu a carinha de felicidade que eles faziam toda vez que ganhavam um balão.

– Vi, e eu vi também a sua! Você parecia até que tava mais feliz que as crianças.

– Eu adoro criança.

– Ahh eu não, fazem barulho, vivem fazendo perguntas e pedindo as coisas. É o apocalipse.

– Você nunca pensou em ser pai? – Niko mirou em seus olhos, aqueles olhos verdes eram como um controle remoto que ligava o seu sorriso e fazia seu coração bater mais forte. – Hein Félix?

– Hã?

– Você não me ouviu?

– Sim claro que ouvi! Não eu nunca pensei em ser pai, não quero nem me casar muito menos ser pai.

– Você diz isso porque nunca encontrou a pessoa certa pra você.

– A pessoa certa que na verdade é a pessoa errada, certo?

O loiro sorriu ao perceber que ele se referia ao poema que tinha lido em seu diário.

– Você e seu fascínio por poemas melosos.

– Mas quem escreveu esse poema em um diário foi você.

– Eu era um idiota apaixonado.

– Niko vamos andar, pelas contas do rosário! To cansado de ficar aqui sentado.

Enquanto eles caminhavam pela praça o celular de Félix tocou de novo.

– Sua noivinha é insistente. – Félix revirou os olhos.

– Nem me fale... É melhor eu atender, senão ela não vai me deixar em paz.

– O que foi Edith?

Félix porque você não tava atendo as minhas ligações?

– Criatura eu quero descansar um pouco, eu deixei o celular no silencioso.

Eu pensei que você estava me evitando.

– Imagina criatura, porque eu estaria evitando você?

O loiro sorria da cara cínica que Félix fazia enquanto falava.

Esquece meu amor, é loucura minha. É que eu estou tão ansiosa, é verdade mesmo que você vai me pedir em casamento quando voltar?

Félix hesitou ao falar, confirmar aquilo era tão difícil.

S-sim... – ele pode ouvir os gritos de felicidade dela. – Ta bom criatura, assim eu vou ficar surdo, já chega. Eu tenho que desligar.

Ta bom meu amor, eu te amo.

Eu sei, goodbye... – ele desliga o aparelho irritado. – Não to aquentando essa pressão que eles tão fazendo, eu tenho vontade de abandonar tudo e ir pra bem longe.

– Você poderia fazer isso.

– Não... Não posso, eu preciso de uma certeza... só uma certeza.

O moreno notou que Niko não estava prestando atenção no que ele falava. O loiro estava com o olhar perdido em ponto da praça.

Félix você tem algum dinheiro aí?

Não, ta com amnésia Niko? Eu já tinha te falado que não, eu só to com meus cartões de credito aqui comigo.

Logo depois de ter escutado a palavra não, ele se afastou de Félix e foi em direção á um senhor que estava sentado no chão perto de uma das arvores da praça, era um sem teto estava com as roupas rasgadas e sujas. Niko se aproximou um pouco mais do homem.

– Oi, o senhor já comeu alguma coisa hoje? – O homem balançou a cabeça dizendo que não, ele mal olhava nos olhos de Niko, mantinha a cabeça baixa como se não fosse digno de olhar para as pessoas que estavam ali.

Niko olhou para os lados como se estivesse pensando em como resolver aquele problema. O moreno que até então estava calado apenas observando chegou perto dele e o puxou pelo braço, falando bem baixo em seu ouvido.

– Niko pelas contas do rosário, mesmo se agente desse dinheiro pra ele, ele iria desperdiçar com bebida. É isso que a maioria deles fazem, porque acha que ele ta nessa situação?

– Eu não daria o dinheiro, eu compraria alguma coisa para ele comer.

– Tudo bem, mas eu estou sem nada aqui.

– E o pior de tudo é que eu gastei tudo que eu tinha.

– Então esquece isso.

– De jeito nenhum, pra tudo se tem um jeito. Olha só pra essa praça, ta cheia de jovens e adolescentes com certeza eles tem alguma coisa para dar.

– Pelas barbas do profeta Niko... – Félix começou a rir. – Você ta querendo insinuar que a gente peça dinheiro para essas pessoas?

– Porque não? É por uma boa causa.

– Eu devo ter salgado a santa ceia para ouvir uma coisa dessas – ele passou o dedo na sobrancelha. – criaturinha de cachinhos loiros presta a atenção, olha só para nós dois e em como nós nos vestimos. Eles nunca dariam nada para a gente no máximo vão rir e achar que é uma brincadeira. Além do mais eu não vou fazer isso de jeito nenhum.

– Um pouquinho de solidariedade não faz mal á ninguém Félix.

– Niko bote esses seus cachinhos loiros para pensar, se essas pessoas não deram esmola pra esse pobre coitado que ta aí jogado no chão. Você acha que eles vão dar para você que tá assim todo arrumadinho?

– Eu não sei a gente só vai saber se tentar.

– Então tenta você sozinho, porque eu não vou fazer isso por um cara que eu nem conheço.

– Eu vou mesmo.

– Vai. - O loiro lhe deu as costas e foi até um grupo de adolescente mais próximo dali.

Félix que até então já estava se cansando de ficar em pé se sentou em um dos bancos da praça e ficou o observando falar com cada pessoa que estava ali por perto. Algumas riam e não levava ele a sério como tinha dito, outras davam apenas algumas moedas e uns simplesmente ficavam indiferentes e viravam a cara.

Mas o que o moreno achou super estranho foi o fato de o loiro conversar com um homem por um longo tempo, na verdade em um certo ponto mais parecia que os dois estavam discutindo. Félix pensou em ir até lá e ver o que estava acontecendo, mas fazer isso era se intrometer demais na vida dele. Então ele apenas decidiu observar a conversa dos dois de longe.


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