Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu


Capítulo 8
Capítulo 8 – Aqueles que protegem as primeiras moradas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573472/chapter/8

Capítulo 8 – Aqueles que protegem as primeiras moradas

 

Os cavaleiros de ouro, juntamente aos cavaleiros de prata que participaram das missões de busca ao redor do mundo encontravam-se no templo de Athena, diante da estátua da deusa.

— Então estas são as três chaves necessárias para abrir o caminho ao jardim do Éden. – Falou Kiki de Áries.

— Sim. - disse Seth. – De acordo com as informações que obtivemos em nossas viagens o caminho para o paraíso será aberto por estas três chaves, mas até agora não encontramos nenhuma maneira de fazer com que elas funcionem.

— E as missões de resgate? Como tem se saído? – Perguntou Dwayne de Auriga.

— Os demais cavaleiros de prata juntamente com alguns de bronze estão cuidando disso. – Respondeu Amell de Peixes. – Até o momento as informações que temos são de que centenas de pessoas perderam suas vidas em tragédias naturais pelo mundo, mas o Santuário está fazendo todo o possível para resgatar aos feridos e trazer conforto nestes momentos de desespero.

Os cavaleiros voltaram a observar os três objetos coletados em suas missões. Ainda imaginando como poderiam fazer para que o caminho que os levaria até seus oponentes finalmente se revelasse.

— Eu estive pensando. – Falou Rafael. – Essas três chaves são a maneira de abrir passagem até a morada do deus judaico-cristão. E se a única maneira de fazer com que elas funcionem seja através de alguém considerado santo, ou que pelo menos, tenha uma grande fé neste deus?

— Você pode estar certo Rafael. – Comentou Kiki. – Mas creio que será um pouco complicado por esta ideia a prova já que nenhum de nós aqui é de fato religioso e mesmo Seth e Há’as já tentaram de todas as maneiras unir estas chaves e não obtiveram êxito.

— Se não se importar senhor Kiki. Eu gostaria de fazer uma tentativa. Não sou o melhor exemplo de católico, mas fui ensinado nesta religião desde que era pequeno. Quem sabe ainda haja algum vestígio da fé que tive anteriormente e com isso consiga de alguma maneira.

Os demais cavaleiros observaram Rafael. Alguns ainda recordando do momento em que todos foram paralisados pelo poder do arcanjo que invadiu o Santuário e que apenas Rafael conseguiu combater o adversário na ocasião e que naquele momento Rafael pareceu transbordar uma aura que beirava o divino.

— Claro. – Respondeu Kiki quebrando o breve momento de silêncio e esboçando um leve sorriso. – Creio que mal não fará. Aqui, pegue as chaves.

Kiki entregou nas mãos de Rafael os três objetos. De início nada aconteceu, mas surpreendentemente as três chaves começaram a ressoar nas mãos do santo de prata.

Os olhos de Rafael por um momento emitiram um brilho avermelhado. Era como se ele estivesse em transe. Em suas mãos os objetos iluminaram-se e em sua cabeça palavras ecoavam:

*Eu sou o caminho a verdade...* *Venha a nós o vosso reino...* *Assim na terra, como no céu...* *Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...*

Neste momento as chaves uniram-se formando um único círculo de ouro que se expandiu diante dos cavaleiros até formar um portal grande o suficiente para que uma pessoa pudesse adentrar. Neste instante uma única palavra saiu da boca do cavaleiro de prata consolidando a abertura do portal:

— AMÉM!

Os cavaleiros ficaram espantados com o que ocorrera diante de seus olhos. O semblante de Rafael voltou ao normal e este não entendeu o que havia acontecido, ele apenas lembrava-se de ter pegado os três objetos e agora estava ali diante do portal aberto.

— Este rapaz... – Pensou Seth.

— ...Como conseguiu? – Imaginou Amell.

— Rafael... Será que seu nome não é apenas coincidência? – Comentou Kiki em voz baixa, quase inaudível.

— Então você também percebeu Kiki? – Perguntou Arthur de Capricórnio.

— Sim. Não posso afirmar nada neste momento, mas creio que seria prudente ficarmos de olho em Rafael. Principalmente nestes próximos combates.

— O portal está aberto! – Bradou Seth de Gêmeos. – Vamos adiante cavaleiros!

— Vamos!! – Gritaram os demais em uníssono.

Cruzando o portal divino que fora aberto os cavaleiros adentraram em outra dimensão. Um local divino, celeste, de paz para aqueles escolhidos por Deus para receberem a vida eterna após a morte. Ao cruzar o portal os cavaleiros chegaram ao verdadeiro paraíso de onde os homens uma vez foram expulsos: o jardim do Éden.

— Bem vindos sejam, Cavaleiros de Atena. – Falou uma voz sibilante quando os guerreiros terminaram de cruzar o portal.

Os cavaleiros observaram em todas as direções tentando localizar de onde vinha à voz.

— Alí! – Exclamou Há’as apontando para o galho de uma árvore próxima.

Repousando sobre o galho estava uma serpente, de coloração verde escura com brilhantes olhos amarelos.

— Uma serpente?! – Indagou Seth.

— Não sou qualquer serpente, meu caro Seth de Gêmeos hihihi. – Disse a criatura sibilando. – Sou aquela que uma vez no passado seduziu Eva para que esta usufruísse do fruto proibido.  Sou aquela que fez com que os maravilhosos humanos criados por Deus tivessem seu destino alterado e que assim passassem a sofrer a vida inteira hahahahah.

— E o que quer de nós cobra maldita?! – Perguntou Scarlet.

— Hahaha. Nada minha cara amazona. Apenas estou aqui para servir de guia. A deusa Athena que procuram está nos confins da morada de Deus. Se quiserem chegar até lá terão de passar pelas moradas dos arcanjos celestiais.

— Já estamos cientes disto. – Interrompeu Seth. – Se sua tarefa era apenas nos alertar disto está perdendo seu tempo e nos fazendo perder o nosso.

— Siiiim. – Falou a serpente sibilando. – Tenho consciência de que já foram alertados sobre a estrutura do templo de Deus, mas devo alerta-los de que muitas surpresas os aguardarão hahahahahahahahaha.

Ao terminar de dizer tais palavras a serpente desapareceu em uma coluna de fumaça. A árvore onde ela se encontrava sumiu e em seu lugar surgiu uma estrada de pedra com uma escadaria em seu final.

Os cavaleiros seguiram pelo caminho e ao término da escadaria encontraram-se diante de um templo. Na entrada, escrito em hebraico havia uma palavra: Kether.

— Kether... – Falou Kiki ao adentrar no templo junto aos outros cavaleiros. – Então esta é a primeira morada dos arcanjos. A morada que rege a luz da criação divina.

— Fico honrado que saiba a respeito da minha morada. Cavaleiro de Áries.

— Essa voz... – Falou Kiki.

— QUEM ESTÁ AÍ?! – Gritou Johnson de Touro.

Diante dos cavaleiros surgiu o guardião da primeira morada. Era um jovem homem de pele branca, cabelos loiros ondulados que alcançavam até sua cintura e intensos olhos de cor azul.

Seu corpo era recoberto por uma vestimenta de cor azul-turquesa e em suas costas repousava um enorme par de asas brancas. Na mão direita o ser carregava uma balança. Em seu braço esquerdo a proteção da armadura assumia a forma de um escudo e em sua cintura repousava uma espada embainhada.

O guerreiro aproximou-se dos recém-chegados e anunciou seu nome:

— Eu sou o guardião da verdade divina. Protetor da morada de Kether e aquele que é dito ser como Deus. Eu sou o arcanjo Miguel.

— Miguel. Então você é o primeiro que devemos derrotar para poder avançar. – Falou Há’as.

— Está correto. Cavaleiro de Perseu. Mas há um porém.

— Um porém?! – Indagou Virgílio.

— Deus me encarregou de ser aquele que julga os mortos no outro mundo. Sendo assim, sou um anjo que defende a justiça acima de tudo, inclusive durante um combate.

— Aonde quer chegar com isto? – Perguntou Arthur.

— É muito simples cavaleiro de Capricórnio. – Respondeu Miguel. – Um de vocês. Apenas um de vocês lutará comigo. Se seu representante me derrotar todos terão o direito de avançar pela minha morada.

— E se por acaso perdermos? – Perguntou Scarlet.

— Então minha cara. – Falou Miguel. – Todos vocês serão condenados e enviados diretamente ao inferno de satanás.

Por um momento todos os cavaleiros permaneceram em silêncio e brevemente se olhando. Johnson então deu um passo a frente, mas antes que o cavaleiro de Touro pudesse falar Kiki tomou a palavra:

— Aceito seu desafio então.

— Kiki? Tem certeza? – Indagou Johnson.

— Sim Johnson. Creio que como guardião da primeira casa zodiacal seja meu dever enfrentar este primeiro inimigo.

— Que seja então. Devemos confiar no potencial de Kiki. – Disse Seth.

Os demais cavaleiros concordaram. Ninguém sabia de fato a extensão dos poderes de Kiki de Áries pois o mesmo dedicava-se a maior parte do tempo ao reparo de armaduras, mas muitos sabiam que há muitos anos ele acompanhava Seiya e os demais cavaleiros lendários e que seu mestre havia sido o cavaleiro de Áries anterior a ele.

— Muito bem então. Já que tomaram sua decisão vamos dar início a este combate. – Falou Miguel deixando cair ao chão a balança que carregava.

— Sim. Não temos tempo a perder. – Falou Kiki.

— Arcanjo Celestial. Miguel da Verdade Divina! – Exclamou o Arcanjo colocando-se em postura ofensiva.

— Cavaleiro de Ouro. Kiki de Áries! – disse o muviano também assumindo sua guarda de luta enquanto canalizada seu cosmo.

Os dois adversários concentraram seus cosmos com os olhares fixos um no outro. Os demais cavaleiros de Athena apenas observavam, depositando toda sua confiança na vitória de Kiki.

Em um rápido movimento o arcanjo Miguel avançou em direção ao cavaleiro de Áries. Seu punho direito rasgou o espaço entre eles em direção à face do muviano sendo interceptado pela mão esquerda de Kiki.

O cavaleiro de ouro revidou desferindo uma joelhada com sua perda direita em direção ao arcanjo. Este interceptou o golpe do cavaleiro com a bainha de sua espada apoiada em sua mão esquerda.

Ambos os oponentes continuaram uma intensa troca de golpes. Socos, chutes, cabeçadas. Todos os golpes sem anulados um a um por defesas e contragolpes de ambos os combatentes.

— Como esperado de um cavaleiro de ouro. Sua velocidade e força são impressionantes jovem Kiki. – Disse Miguel enquanto afastava-se brevemente de seu oponente. – Creio que agora possamos passar para a luta de verdade.

— Luta de verdade?! – Exclamou Kiki surpreso. – Acaso estava brincando até agora?

— Ora Kiki. Você e seus companheiros presenciaram o poder dos arcanjos quando Gabriel invadiu o Santuário. É verdade que você, assim como os demais cavaleiros de ouro, possui um grande poder, mas se engana ao pensar que é o bastante para me derrotar. E agora eu lhes mostrarei o real nível da minha força.

O cosmo de Miguel se intensificou. Suas asas assumiram um brilho levemente azulado enquanto abriam-se revelando sua total envergadura. O arcanjo abriu seus braços de forma perpendicular ao seu corpo. Em cada mão segurava uma esfera de cosmo azulado.

Em uma único movimento as mãos do arcanjo foram posicionadas diante de seu corpo. As duas esferas de cosmo uniram-se em uma maior que fora lançada em direção ao cavaleiro de Áries.

— Experimente isto cavaleiro de Áries! SETE PARAÍSOS! – Miguel lançou sobre Kiki o seu ataque especial. Ao avançar a esfera de cosmo tornou a se dividir, desta vez em sete que romperam o espaço no intuito de alvejar Kiki.

Kiki não se mostrou abalado pela investida de Miguel. Calmamente o carneiro dourado fechou seus olhos, estendeu seus braços assim como seu oponente havia feito anteriormente e de forma serena proferiu as palavras que nomeavam o golpe que herdou de seu mestre Mú, e do antigo mestre do Santuário, Shion:

— Muralha de Cristal.

Diante do cavaleiro dourado uma parede de energia translúcida se formou bloqueando os ataques lançados por Miguel e rebatendo-os de volta ao arcanjo. Este, por sua vez, surpreendeu-se ao ver seu golpe refletido e por muito pouco não foi atingido pelo seu próprio poder, tendo escapado em um último instante ao saltar para o lado esquerdo.

—Argh! Maldito humano. Como conseguiu refletir meu ataque?! – Disse o anjo após recobrar a postura.

— Isto foi fácil. Graças à técnica que herdei de meu mestre. Enquanto eu tiver esta muralha de cristal seus ataques não poderão me atingir. Lance o que quiser, mas qualquer tentativa será em vão como você pode observar agora.

— Uma muralha então. Agora entendo do que se trata. Mas saiba cavaleiro, que nem mesmo as muralhas de Jericó puderam resistir ao poder de nosso senhor. – Miguel lentamente sacou a espada de sua bainha. – Sendo assim, sua muralha também não poderá proteger-te da força concebida por Javé, nosso senhor.

Miguel apontou sua espada em direção a Kiki. A lâmina da arma brilhou de forma intensa. As asas do arcanjo abriram-se mais uma vez e com incrível velocidade ele disparou em direção à muralha de Áries.

Todos os cavaleiros ficaram espantados com a investida do Arcanjo.

— Ele é louco!? – Disse Dwayne. – Atacar desta maneira a muralha de cristal é suicídio!

— Tem certeza? Cavaleiro de Auriga. – Falou Miguel esboçando um leve sorriso enquanto um filete de sangue escorria pela lâmina de sua arma.

Os olhares se voltaram em direção à Kiki e então todos puderam notar o que havia acontecido. A espada de Miguel havia atingido o ponto fraco da muralha erguida pelo cavaleiro de Áries e sequencialmente havia atingido ao muviano na altura do peito. A espada do arcanjo transpassou a defesa erguida por Kiki, sua armadura e seu corpo. Tendo sua ponta surgido nas costas do cavaleiro.

Neste momento, a muralha de cristal foi desfeita em mil pedaços de pequenos cristais. E o corpo de Kiki caiu ao chão enquanto Miguel arrancava a espada de seu peito.

— Então Kiki. Isto é tudo o que você pode fazer? – Falou Miguel encarando o corpo caído de seu adversário.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Seiya - A Cruz de Prata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.