Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu


Capítulo 7
Capítulo 7 – Aquele que é Luz e Fé




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Capítulo 7 – Aquele que é Luz e Fé

Seth e Há’as ficaram em silêncio. Não poderiam crer que havia sido salvo de um ataque lançado por Jesus e ainda por cima que haviam sido salvos por Lúcifer, o anjo caído descrito na bíblia.

— Lúcifer. – Disse Jesus em tom sereno – O que você faz aqui? Por acaso quer novamente enfrentar a ira de meu pai?

— Seu pai? – Respondeu o anjo. – Quer dizer nosso pai. Acaso esqueceste de que assim como vós eu também fui concebido pela vontade de Yavé?

— Não eu não me esqueci disto, assim como também não me esqueci da revolução que você causou nos céus.

— Revolução esta que foi feita para abrir aos olhos de todos e mostrar a verdade sobre o tirano que se intitula Deus. E que graças a essa tirania eu terminei banido ao tártaro dos infernos por toda a eternidade.

Enquanto os dois seres falavam os cavaleiros de Atena foram levantando-se do chão onde haviam caído. A tensão no ambiente era enorme e parecia preencher todo o local por mais que este aparentasse ser infinito.

Seth então se aproximando de Lúcifer perguntou:

— Se você é o anjo caído das escrituras. Aquele que dizem ser a encarnação do mal, por que nos protegeu?

— Sim. – Continuou Há’as. – Por acaso está do lado de Atena?

Lúcifer e Jesus encararam aos cavaleiros por um breve instante. Por mais opostos que fossem a soberania de ambos era inigualável e a todo instante eles emanava uma aura sacra cujo nenhum humano poderia compreender perfeitamente.

— Não diria que estou do lado da deusa a qual vocês protegem. – Respondeu o anjo. – Mas tão pouco me agradaria ver que Yavé venceu esse combate. Então cavaleiros considerem que sou apenas alguém que tem um inimigo em comum neste momento e aproveitem para se retirar deste local.

— Lamento, mas só podemos sair quando tivermos respostas. De onde está Atena e o que Deus quer com ela. – Falou Seth.

— Vejo que Yavé não economizou ao lhe dar a atitude da arrogância. Mas vocês encontrarão sua deusa no Jardim do Éden. O paraíso criado para os bons de coração.

— E como encontraremos este lugar?! – Questionou o cavaleiro de Perseu.

— Humpf. Isso vocês terão de descobrir sozinhos. Lembrem-se de que sou um anjo expulso do paraíso e devido a isso não tenho mais acesso a localização dos domínios de Yavé. Já meu querido irmão aqui certamente sabe. Não é mesmo? Jesus?

Jesus permaneceu em silêncio, mas vendo que estava sozinho diante dos três guerreiros decidiu falar:

— Os portais para o paraíso hão de abrir-se quando as três chaves sagradas unirem-se em nome do pai, do filho e do espírito santo. Ao unir as chaves o caminho para o paraíso lhe será indicado e após percorrerem as sephiroth da árvore do fruto proibido encontrarão a morada de deus-pai.

— As sephiroth? – Indagou Há’as.

— Sim. – Falou Lúcifer. – No jardim do Éden existem 10 templos celestiais sagrados. São sete para os arcanjos celestiais: Kether, Chokmah, Binah, Chesed, Geburah, Tipareth e Netzach; uma que estava sob minha guarda nos tempos antigos: Hod; uma guardada por Jesus: Yesod e a última pelo próprio Deus: Malkuth.

— Dez moradas... – disse Há’as.

— Assim como as doze casas do zodíaco. – Complementou Seth. – Então tudo o que temos que fazer é conseguir as tais chaves e chegaremos ao Jardim do Éden.

— Não pensem que será tão fácil Seth de Gêmeos. – Jesus caminhou em direção ao cavaleiro. – Preste atenção...

Neste instante surgiu uma coroa de espinhos dourados sobre a cabeça de Cristo. A coroa emitia uma intensa luz brilhante que quase ofuscava a visão dos cavaleiros. Logo a coroa cessou de brilhar e permaneceu repousada sobre a cabeça de seu dono adornando com o ouro a testa do salvador.

— Mas... O quê é isto?! – Perguntou Seth nitidamente surpreso.

— Esta é uma das chaves que vocês precisam obter para garantir o caminho até o paraíso. – Respondeu Lúcifer. – A chave do filho.

— Entendi. Então só temos que derrotar Jesus para isso. – Falou Há’as.

— E acha que será simples fazer isto, cavaleiro de prata?  – Perguntou Lúcifer. – Se não me engano até pouco tempo vocês estavam em apuros.

— Não se vanglorie Satanás. Você não viu do que os cavaleiros de Atena são capazes.

— Muito bem então cavaleiro. Mostre-me do que são capazes.

Os dois cavaleiros juntamente de Lúcifer colocaram-se em posição de combate. Diante deles Jesus fez o mesmo e colocou-se em uma postura mais ofensiva. Os quatro emanavam seus cosmos ao máximo.

O primeiro movimento foi feito por Cristo que avançou sobre Seth com a intenção de atingir-lhe com um soco. Há’as logo se colocou na frente de seu irmão e posicionou o escudo da Medusa em direção ao atacante.

Da criatura mitológica um raio de luz é lançado em direção a Jesus. Por um breve momento ele transforma-se em uma estátua de pedra. Mas devido sua origem divina o efeito dura milésimos de segundos e Cristo prossegue com seu ataque atingindo o braço de Há’as e destroçando o escudo de prata de sua armadura.

Em seguida com um giro ele desfere um chute na face de Seth fazendo o geminiano rolar para o lado. Por fim um soco é desferido em direção ao anjo caído. Este por sua vez consegue conter o ataque de seu inimigo. Em seguida o próprio Lúcifer desfere um soco contra Jesus que também contém o ataque que lhe foi desferido. Os dois seres celestes começam então uma intensa troca de socos e chutes com tamanha força que os impactos produziam ondas de choque ao redor de seus corpos e estrondos semelhantes aos de trovões.

— Renda-se Lúcifer! Você deveria saber que não tem poder o suficiente para derrotar ao filho do altíssimo! – Exclamou Cristo.

— Não seja presunçoso meu irmão! – Rebateu Lúcifer. – Não tenho a menor intenção de ser vencido por você.

Seth e Há’as apenas observavam a luta entre tamanhos poderes. O geminiano sabia que tinham que interferir de alguma maneira, mas que mesmo com os poderes que possuíam seria difícil lutar contra Cristo e não era certo que Lúcifer fosse permitir que eles saíssem de lá com a coroa de espinhos em caso de vitória do Anjo.

— Há’as. Não importa quem destes dois vença. – Falou Seth dirigindo-se ao seu irmão. – A verdade é  que independente de quem vença ainda teremos que lutar pela posse da coroa de espinhos.

— O que sugere que façamos então meu irmão?

— Há uma coisa que podemos fazer. Observe. – Seth então apontou em direção ao buraco negro por onde Lúcifer havia surgido.

— Aquele é o portal por onde Lúcifer surgiu, o que espera que façamos com isto? – Questionou o cavaleiro de Perseu.

— É simples meu irmão. Vamos aproveitar aquela passagem e empurrar os dois para lá. Baniremos Jesus e Lúcifer de volta ao tártaro.

— Banir-los?!!! Mas Seth e se eles retornarem? Afinal de contas o próprio Lúcifer abriu aquela passagem até aqui.

— Sim ele abriu, aproveitando-se de que Jesus havia criado esta dimensão, mas tudo o que nos basta é que eles sejam enviados para o tártaro e uma vez lá bastará quebrar a concentração de ambos para destruir esta passagem e esta dimensão. Só temos que nos preocupar em pegar a coroa de espinhos antes disso.

— Como faremos isto?

— Deixe comigo. Só preciso que você os distraia por um momento e então colocarei meu plano em andamento.

— Muito bem então. Vamos lá!

Acima dos dois cavaleiros o anjo caído e o filho de Deus continuavam seu combate revezando sequências de socos e chutes com disparos de rajadas cósmicas. Em dado momento ambos os lutadores desferiram socos um contra o outro e seus punhos interceptaram-se no espaço diante deles. Neste momento Há’as de Perseu saltou por cima de ambos os adversários e elevando seu cosmo acima do nível de um simples cavaleiro de prata lançou seu ataque:

—GÓRGONA DEMONÍACA!! – As serpentes disparadas por Há’as avançaram em direção aos inimigos que pela primeira vez pareceram lembrar-se de que havia outros seres presentes naquela dimensão. Ambos os lutadores afastaram-se para evitar os ataques, porém foram surpreendidos quando as serpentes os seguiram, manipuladas pelo cosmo de Há’as e envolveram-se em seus corpos bloqueando seus movimentos.

— O que pensam que estão fazendo?! – Questionou Lúcifer

— Acreditam mesmo que podem derrotar-me com este truque barato? – Falou Jesus.

— NÃO PRECISAMOS VENCER-LOS AQUI! – Gritou Seth surgindo por trás de Cristo. – BASTA FAZER COM QUE SAIAM DE NOSSO CAMINHO! OUÇAM! O SOM DAS ESTRELAS DESPEDAÇANDO-SE NO UNIVERSO! EXPLOSÃO GALÁCTICA!!

Seth lançou seu ataque principal contra Jesus. A curta distância entre os dois tornou quase impossível a esquiva do golpe e por estar com os movimentos limitados Jesus não teve escapatória e recebeu todo o impacto do golpe de Seth sendo arremessado em direção a Lucifer com grande violência.

— AGORA  HÁ’AS! – Exclamou o cavaleiro de Gêmeos.

Há’as entendeu a ordem e avançou em direção ao desnorteado Cristo tirando de sua cabeça a coroa de espinhos que era uma das três chaves que abririam o caminho para o Jardim do Éden.

Ao conseguirem se recompor do ataque Lúcifer e Jesus deram-se conta da ousadia dos dois cavaleiros e Jesus agora claramente irritado falou:

— Humanos insolentes! Como ousam atacar-me desta maneira? E ainda por cima roubando minha chave! Acaso sabem o que fizeram?!

— Eles não sabem, mas eu sei muito bem. – Falou Lúcifer surgindo por trás de Jesus. – Esta chave, esta coroa, é o símbolo do seu poder divino. O sinal dos momentos difíceis que você passou, mas também é a fonte de sua divindade. Agora que os cavaleiros a obtiveram você é tão humano quanto eles. E portanto...

Jesus virou-se lentamente o rosto em direção a Lúcifer, mas antes que seu queixou pudesse se quer ficar paralelo ao seu ombro direito seus olhos arregalaram-se. Ouviu-se o som de carne rasgando e um fio de sangue escorreu ao chão saindo pelo buraco aperto pelo diabo no peito de seu inimigo.

Os cavaleiros apenas observaram incrédulos. Não imaginaram que a fonte do poder de Cristo era a coroa que haviam tomado e nem se quer poderiam supor que Lúcifer tomaria tal atitude.

— HAHAHAHAAHAHA! FINALMENTE!! MINHA VINGANÇA SE INICIA!!!

Lúcifer arrancou sua mão direita do corpo inerte de Jesus que tombou no chão com um baque. Lentamente ele ergueu sua mão e com um sorriso de pura malícia lambeu o sangue que ainda encontrava-se em seus dedos.

A dimensão criada por Jesus começou a se dissolver já que seu criador não estava mais ali presente.

— Ah, muito bem. Agora que nos livramos do incomodo. Podemos nos entender. – Disse Lúcifer caminhando em direção aos cavaleiros. – Agora que estão com sua preciosa chave o que esperam fazer? Pretendem invadir o paraíso? Destronar Deus? E aí, o que farão?

— O que faremos? – Respondeu Seth – Faremos com que o mundo que conhecemos mantenha-se em paz. Sem a ameaça de nenhuma divindade, não importando qual seja. Isso inclui enfrentar a Deus e também a você criatura se assim for necessário.

Lúcifer esboçou um leve sorriso. Ele via a firmeza nas palavras e nas ações de Seth. Sabia que ele era um homem valoroso e que com certeza cumpriria o que estava falando.

— Muito bem cavaleiro de Gêmeos. Veremos se suas palavras terão força de te guiar até o objetivo que almeja. Por hora deixarei que saiam daqui levando a chave já que me ajudaram em minha vingança. Mas nos reencontraremos Seth de Gêmeos. E você também, Há’as de Perseu.

A dimensão criada por Jesus foi dissolvida. Seth e Há’as ressurgiram do lado exterior do Santo Sepulcro. Seu objetivo havia sido concretizado e agora sabiam o que os aguardavam.

Passados alguns dias todos os cavaleiros regressaram ao Santuário onde puderam recuperar-se das batalhas e expor as descobertas que haviam feito. Durante o breve período de descanso Kiki restaurou as armaduras danificadas e um breve funeral foi feito em memória de Myuki, a gueixa da morte.


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