POV LIZ

Acho que eu estava mesmo cansada, mas minha agitação não me deixava dormir, mais foi impossível não tirar um simples coxilo.

Estava em um lugar diferente, nunca estive aqui antes. Tinha bastante neve, era um lugar realmente bonito. Tinha várias árvores espalhadas pelo lugar, mas estavam sem folhas por conta do frio, mas isso não deixou o lugar feio.

Também tinha alguns bancos, e em um desses bancos tinha um rapaz sentado. Alguma coisa em mim me fez ir até esse rapaz.

Quando parei ao seu lado, pude ver claramente quem era. Daniel estava diferente, tinha algumas olheiras embaixo dos olhos. A pouca barba que tinha estava por fazer, e ele também estava chorando. Quando me notou ali falou:

– Por que você não me ouviu?

–Do que você esta falando Dan?

– Não se finja de besta Elizabeth, você sabe muito bem o que fez.

– Dá, por favor pra explicar? Eu não estou entendendo.

– Eu quis te ajudar e o que você fez? Hein? Você falou que não precisava da minha ajuda e olha só o que aconteceu. Eu falei isso ia acontecer. Eu falei pra você sair de lá mas você nunca me escuta.

– Dan...

– Você me magoou, você não faz ideia do que fez com o meu coração.

– Por favor...

– Você quer que eu te fale? Então eu falo: Eles bateram tanto em você que agora, neste minuto você esta em uma cama de hospital, quase morrendo e eu aqui sofrendo igual a um idiota. Eu não deveria estar aqui, mas está doendo tanto, eu tenho tanto medo de te perder...- parou de falar, e começou a chorar novamente.

– Como isso é possível? Eu estou aqui Dan, eu estou bem.

– Não você não está aqui. Não está.

– Dan, eu estou aqui- falei me sentando ao seu lado - eu estou bem, olha...

– Não minta pra mim, você não está bem. Você está em coma. Olhe como você está.

Agora estávamos em um lugar totalmente diferente, era tudo branco, e estávamos em um corredor, em frente à um quarto, e ao lado meus pais estavam sentados chorando.

– O que eles estão fazendo aqui?

– Estão esperando você acordar.

– Mas eu estou bem.

– Não você não está. Olhe - falou apontando para a parte de vidro de uma parede - olhe o que fizeram com você meu amor.

– Sou eu? Mas como...

– Eu te avisei que algum do isso ia acontecer. Agora você está ai, à mais de uma semana.

Olhei mais de perto, e vi que estava horrível. Meu rosto estava muito pálido e cheio de machucados. Quis chorar mais ficou preso em minha garganta.

– Viu o que você fez com você? - perguntou ele- você praticamente se matou. Você não me ouviu. Você quis assim, você quis continuar naquele lugar ao invés de ficar comigo em um lugar onde todos gostassem de você.

– Isso não foi culpa minha.

– É claro que foi. Tudo por que não me escutou.

– E como eu poderia deixar meus pais sozinhos?

– E você está quase morrendo por causa disso. Então a única culpada por isso é você.

– Pare de fazer isso. Eu sei que foi por minha causa.

– Então espero que você volte a si pra você cuidar do seus pais.

– Você está com tanta raiva assim de mim?

– Não é raiva. É magoa. É tristeza. Você sabe que eu te amo. Mas acho que isso não é recíproco.

– É claro que eu te amo.

– Se você me amasse mesmo teria confiado em mim.

– Eu confio em você. - falei tentando pegar em suas mãos, mas ele se afastou de mim.

– Chega de falar disso. A única coisa importante agora é você melhorar.

– Eu vou ficar boa logo é só questão de tempo.

– Ótimo. Acho que é melhor você ir. - falou me dando as costas.

–Eu não quero ir. -tentei o alcançar ma sele já havia sumido. Eu estava sozinha naquele corredor.

Acordei assustada e com o meu celular tocando. Tentei acalmar meu coração antes de atender . Assim que me acalmei, atendi.

–Hey! Estava dormindo? - falou o Dan.

–Oi. Não, só um cochilo, ainda bem que você me ligou. Não era o melhor sonho de todos.

– (deu um sorriso fraco) Você viu o que eu te mandei pelo Whats?

– Ainda não. O que é?

– Surpresa. Depois você olha. - ficou calado por alguns segundos e olhando para baixo e depois voltou a olhar pra mim - Liz, me desculpa pelo meu descontrole de mais cedo.

– Tudo bem. Só... pensei que ainda estaria com raiva de mim.

– É impossível ficar com raiva de você. Agora você já pode olhar o que eu te mandei. Daqui a pouco você me liga.

– Ok.

Fui abrir o video que ele tinha me mandado, e realmente fiquei emocionada, era uma musica muito linda. Deu uma vontade de chorar aqui.

( http://letras.mus.br/got7/forever-young/traducao.html )

Terminei de ver o video e liguei novamente para ele.

– Então? - peguntou.

– Ficou... - ele não me deixou terminar e me cortou.

– Ficou uma bosta não é? Eu sabia que dá musica você ia gostar mais minha voz é uma bosta...

– Dan, calma. Respira - vi ele parar e soltar o ar auditivamente. - mais calmo agora? - ele balançou a cabeça. - ótimo. Então... eu amei. A musica, a sua voz, a melodia... simplesmente tudo. - falei já sentindo uma lagrima rolando pelo meu rosto.

– Ei, princesa. Não chore. Sei que canto mal, mais não é pra tanto.

– haha, quem disse que você canta mal?

– Eu sei que canto.

– Não canta não. Espero que faça mais isso.

– Vou pensar no seu caso. - pausa - então... queria te pedir desculpa novamente.

–Esquece isso. - falei.

–Não tem como. Só de imaginar alguém te machucando acaba comigo.

–Vou me cuidar mias da proxima vez. Parcialmente a culpa foi minha. Eu devia ter ficado calada.

– Eu...

– Eu sei o que você vai falar. E sinceramnete, não tinha como você ter impedido isso se morasse aqui. Você não ia ficar colado em mim o dia inteiro.

– (suspiro) Você acharia ruim ter a mim por perto?

– Sabe que não. - falei com toda a minha sinceridade.

Ficamos até tarde conversando, até que já se passavam das uma da madrugada, e minha mãe vei bater em minha porta pra eu poder desligar, não antes de gritar um "boa noite, Daniel!". Nos despedimos e desliguei. Agora sim vou dormir com tranquilidade.

##

Os dias que se seguiram foram normais, ou quase. Primeiro, antes de eu sair pra ir ao colégio minha mãe me entregou um numero de telefone dizendo que era de Robert. Não sei pra que né, mais tudo bem. O caminho até o colégio foi normal, mas assim que chegueiavistei Robert, escorado no muro perto do portão, ele me viu e ascenou, mas eu ignorei. Vai que não é comigo.

No dia seguinte a mesma coisa. " O que esse cara quer comigo?". E se seguiu o resto da semana assim, ele me via acenava e eu ignorava.

Já era sexta, e eu estava doida para o dia passar logo. Mas assim que coloqui meus pés que dava para o corredor onde fica meu armário, o vi. Estava encostado justamente na porta do meu armário. Fui tentando manter a calma e pedir educadamente pra ele me dar licença, mas falei baixo o suficiente pra só ele escutar.

– V-você p-poderia me dar licença? - perguntei.

– O que? -acho que falei baixo de mais.

– Pode m-me dar licença? - falei um pouco mais alto.

– Ah, claro. - saiu da frente mas continuou me observando enquanto pegava meu caderno e livro para a 1° aula.

– O que foi? - perguntei me virando pra ele, mas sem realmente olhá-lo.

– Só queria saber se você está bem.

– Estou. Agora, tchau. - falei já saindo, mas ele segurou o meu braço.

– Porque me ignorou a semana inteira?

– Não tenho motivos pra falar com você. Além de ser a pessoa mais feia desta escola, por que um cara como você ia querer falar comigo?

– Talvez, eu queira ser seu amigo.

– (mordi meu lábio e suspirei) olha, eu fico grata pelo que fez por mim na sexta, é sério, obrigada mesmo. Mas o fato de eu estar agradecida não significa que eu queira ser sua amiga, porque eu não tenho amigos.

–Isso porque você não quer.

–Não é porque eu não quero, mas as pessoas acham que eu sou estranha demais pra ter um simples amigo. - falei e puxei meu braço e sai andando.