Mesmo pensando no que acabara de acontecer Miranda decidiu continuar seu primeiro dia no campus normalmente.

– Aí está você! – uma voz a surpreende – Estava te procurando!

– Ah... Eu... Hãm... Oi Cornélia, também estava, eu acho, procurando por você.

– Venha preciso te apresentar o restante da turma, você vai adorar conhecê-los... Eu acho - com uma expressão de dúvida no rosto puxando Miranda pelo braço.

– Vamos então – diz Miranda dando risadas.

Miranda e Cornélia correm pelo campus como se o fim estivesse próximo, corriam como duas crianças sem nenhuma preocupação, pareciam até amigas de infância.

– Chegamooos – diz Cornélia interrompendo aquela correria toda – Pessoaaaal!!! – continua.

Espero que gostem de mim – Miranda diz a si mesma.

Quando a avistaram logo se empolgaram - Era uma novata, afinal.

– Miranda, bem vinda! – disseram espontaneamente.

Miranda nunca tinha sido tão bem recepcionada daquela maneira – até aquele momento – parecia que estavam a sua espera a muito tempo!

– Prazer em conhece-la – diz Allie, interrompendo seus pensamentos – você é mais bonita pessoalmente.

– Obrigada – fala toda envergonhada – mas já me viu em algum lugar antes? – pergunta.

– Não exatamente...

– ... Allie é muito curiosa e procurou seu histórico – interrompe Luca segurando o queixo de Allie.

Luca era um rapaz bem bonito, tinha os olhos verdes, cabelos loiros, corpo atlético e por onde costuma passar chama atenção – um verdadeiro príncipe com estilo próprio.

– Luca!!! Eu não sou tão curiosa assim – continua Allie.

Allie também tinha uma beleza impressionante – olhos castanhos escuro, cabelos longos, escuros e lisos, pele branca – uma verdadeira “Branca de Neve”, a princesa de Luca, afinal, os dois formavam um casal; a voz de Allie era tão bela que se encaixava em qualquer repertório, não era atoa que viera parar na UAS.

Oliver sai da sala de aula, como se nada tivesse acontecido, descontraído cumprimenta um garoto estranho de piercing no nariz. Segue direto para o refeitório, pois imagina que seus amigos o esperam. Quando chega ao encontro deles, percebe que aquela garota que fizera a mesma pintura que ele, estava lá, junto de seus melhores amigos. Ele a encara, como se não quisesse a presença dela.

– O que ela faz aqui? – questiona.

– Convidei ela para ficar conosco, ora! - diz Cornélia, exclamando.

– Algum problema, Oliver? – pergunta Paul, um rapaz bonito, e o único da turma que se preocupa com ele e os outros ao mesmo tempo.

– É admirável como você a defende, sem nem conhece-la! Quer saber Paul....? Que se dane! – Oliver sai nervoso e vai rumo ao lugar que se diz ser seu ponto de tranquilidade, ninguém nunca ia pra lá, era sombrio e escuro, mas para ele, era diferente.

– Ei Oliver!!! – grita Paul o seguindo – Calma ai! Porque tanta raiva dessa garota? Ela é nova e nem a conhecemos direito e você com sua rebeldia já trata a coitada mal assim?

– CALE SUA BOCA PAUL! – grita Oliver o mais auto que conseguiu, virando para trás – Me deixe em paz, não quero nem ouvir falar nessa insuportável!

– Insuportável? Você nem a conhece! Achei que se você viesse pra cá mudaria seu jeito de ser e de tratar as pessoas, vejo que me enganei.

– Espera Paul... Me desculpa...Eu... Eu não queria!

– Oliver, escuta, eu sei que pra você é algo novo estar aqui na UAS mas você precisa se controlar e fazer daqui um lugar onde se sinta bem, você precisa mudar!

Oliver encara Paul.

–Esquece! Mudar o meu jeito? Nunca!!!

– Foi o que pensei – diz Paul desapontado deixando Oliver sozinho.

Oliver observa Paul indo embora e chegando até o grupo, pouco tempo depois Miranda se levanta contra a vontade de seus novos amigos e começa a caminhar em sua direção; Paul havia contado a todos o que havia acontecido.

– Nem adianta tentar vir conversar comigo – diz Oliver.

Miranda dá de ombros.

– Você vai escutar o que tenho para dizer, se acha que pode falar de mim e sair vencedor está muito enganado...

– Não tenho nada para escutar...

– ... se você pensa que sua opinião vai estragar minha vida aqui pode começar a ter novas ideias, aqui é meu lugar e é aqui que vou ficar e, se estiver incomodado, bem, não posso fazer nada para ajudar!

Foi a primeira discussão entre duas pessoas com muito em comum.

Miranda logo volta para a mesa dos amigos e todos perguntam o que ela falara a Oliver.

– Nada demais, só o avisei que daqui eu não saio e não importa o que ele pense de mim.

– Oliver passa dos limites – diz Cornélia – sempre na rebeldia.

O sinal logo bate e todos precisavam voltar logo para suas salas.

– Vejo vocês depois! – fala Miranda.

Ela dá uma última olhada para Oliver, encarando-o.

– Babaca!