A Alfa escrita por Tay Hastings


Capítulo 1
O Sonho


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! ♥



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Do lado de fora da janela uma tempestade cobria a noite, e ela o olhava mais uma vez, em uma das salas da velha Universidade de Artes de Scottsdales , onde fora convidada para exercer seus talentos, aquele que sempre a encantava, e que fazia pensar que era o mais belo que já se inventara nesse mundo, nesse mundo onde tudo era estranho, louco e surreal; ela o observava de perto , mas não o tocava, pois não queria fazer barulho mas apenas observá-lo, apenas admirar aquele lindo violino.

Miranda voltou para seu quarto com o maior cuidado para não ser pega andando a essa hora pelo campus. Assim que vira sua cama, se jogou como se nada importasse; nem mesmo as roupas desaconchegantes . Naquele momento nada parecia ser tão importante quanto o sono que sentira.

– Socorro! Socorro! – Alguém corria pela floresta escura gritando ajuda.

– Capturem-na! Não deixem ela fugir novamente! – Uma voz masculina forte se ouvira perseguindo a pobre moça.

No mesmo instante Miranda acordara assustada, tão aterrorizada que estava suando frio, pois sabia que já havia sonhado com aquelas mesmas cenas antes, mas não entendia o porque sempre o mesmo sonho. Porém, o que mais a assustava, além disso, era o fato de ver o mesmo rosto sempre, daquele rapaz com voz forte que, por incrível que pareça lhe soara familiar, mas nunca o vira antes pessoalmente, e nem ao menos sabia se aquele que invadira seus sonhos todas as noites, era real.

Já era dia, Miranda mal dormira na noite passada; se preparava para ir a primeira aula de pintura e, não conseguia achar pelo seu quarto desarrumado seu colar que sua mãe dera quando completara 18 anos, dizendo que era herança de família e que ele o protegeria sempre. Depois de procurar por mais tempo que o esperado, conseguiu achá-lo na parte superior de seu armário, o fato é que ela se perguntava como tal fora parar lá.

Miranda havia saído do quarto a procura da sala de aula, mas não demorou muito para perceber que estava perdida, pois o campus era muito maior do que imaginava. Por coincidência, se esbarra em sua colega de quarto; era uma jovem muito bonita por natureza, alta, cabelos ruivos e cacheados e olhos verdes esmeralda. Elas ainda não se conheciam por nome e nem se quer haviam conversado, sabia que era sua colega por te-lá visto na noite passada.

– Opa! Perdão não te vi! – diz a garota

– Sem problemas a culpa foi minha, estou perdida – sorri Miranda

– Prazer sou Cornélia Louis Stevenson.

– Muito prazer Cornélia, sou Miranda Colins, sou nova por aqui.

– É percebi – ri Cornélia – Que mal lhe pergunte, mas para qual sala está indo?

– Sala de pintura!

– Também? Espera aí... É você a nova pintora talentosa que foi convidada para estudar aqui? Vamos, te acompanho até lá.

– Obrigada – responde envergonhada com o elogio – estou louca para conhecer o campus.

– Com certeza você irá gostar – conclui Cornélia

Miranda chega ao campus, por mais que aquele lugar fosse longe de sua cidade e bem antigo ficara encantada com tudo, desde o jardim maravilhoso até os portões enferrujados e a decoração rústica que cercava tudo a sua volta; as árvores e os carvalhos brancos que estavam bem ali pertinho do lago, o mesmo porto seguro que a inspirava em sua casa, estava totalmente encantada sem nem mesmo ter entrado completamente no campus.

Estava achando aquilo totalmente encantador e , por mais que fosse seu sonho, ainda não acreditava que tudo era real, Miranda merecia cada esforço cada linha e rabisco feito para a UAS finalmente reconhecer seu talento.

Finalmente entraria para conhecer o campus, o mais esperado, pois era ali que demonstraria e veria cada talento reconhecido; cantores, atores, dançarinos, pintores, músicos, tudo que poderia imaginar reunido em um só lugar, enorme e espetacular. Reunindo aos novos alunos, Miranda continua o “passeio” até o ateliê, seu momento chegara.

O ateliê era encantador, como se tudo já não fosse, telas, pincéis, quadros e uma sala com janelas enormes que dava a visão de tudo lá fora e ali, bem ali no canto uma mesa onde estava uma mulher jovem que ao ver os novos alunos abrira um sorriso estonteante.

– Bom Dia Alunos, sou Mandy L. Adams e sou a professora de vocês, podem me chamar de Senhorita Adams e espero que estejam animados com o primeiro dia por aqui!

Com certeza estavam, qualquer pessoa poderia notar a animação no rosto de cada um, estavam na UAS, quem não estaria?

Srta. Adams olha em sua chamada conferindo a lista dos novos alunos e logo faz as apresentações.

– Muito bem, pelo que vejo aqui temos dois novos alunos em nossa sala, Miranda Colins e Oliver White, incrivelmente fazem aniversário no mesmo dia também - sorrindo - Sejam Bem Vindos!

Miranda sem pensar duas vezes olha para Oliver que estava um pouco mais atrás da turma; um garoto alto, cabelos negros, olhos verde claro, pele branca como a neve e lábios que qualquer garota beijaria – talvez até mesmo Miranda. Apenas pelas roupas que usava qualquer um perceberia que Oliver era um garoto rebelde e certamente parecia muito perturbado com algo. Usava camiseta azul que passou totalmente despercebido, pois, o que chamava atenção era como ela definia seu corpo, calça jeans preta um pouco suja e amarrotada, nos pés coturnos sujos de lama e cadarços desamarrados. No pescoço não havia nada – o que parecia estranho, pois os rapazes com a mesma personalidade de Oliver costumam usar correntes e crucifixos esquisitos – no braço um tipo de pulseira que parecia significar algo, o cabelo mal penteado mas com um caimento perfeito, o olhar era alucinante, normalmente todos sentiriam repulso e medo daquele olhar, mas Miranda sentia algo diferente ao olhar diretamente para ele, algo que ela mesma não sabia o que era. Ao contrário de Miranda, Oliver olhava em apenas um lugar, bem em seu rosto fixamente, dentro de seus olhos; foi o primeiro olhar trocado de dois desconhecidos com muita coisa em comum.

Srta. Adams percebendo a situação entre os dois logo entra em ação.

– Vamos começar? Podem pegar seus materiais porque hoje quero ver o talento de vocês! – sorrindo.

Os olhares foram interrompidos e logo todos estavam em seus lugares.

– Hoje como é de costume quando voltamos a UAS fazemos a obra de como foram nossas férias, por termos alunos novos iremos fazer diferente, cada um nesta sala irá pintar o que avier em mente, podem começar!

Uma garota lá atrás sussurra para a amiga do lado.

– Cornélia, o que vai desenhar?

– Não sei ainda Allie , mas abra sua mente e deixe o pincel deslizar por entre seus dedos e tudo o que vier surge.

– Nossa que profundo – zombou Allie rindo – Mas é o que irei fazer.

Cornélia sorriu – Está bem!

Ouvindo isso, Miranda procurou fazer o mesmo e então fechou os olhos e ficou repetindo a si mesma “abra sua mente, abra sua mente, abra sua mente...”, pegou o pincel e deixou que o deslizasse por cima do quadro em branco, mas quando abriu os olhos não acreditava que havia pintado aquilo, não sabia como e nem mesmo o porque. No momento das demonstrações ela se conteve pois não queria que ninguém visse o que fizera – pensava que se aquela imagem a atormentava, imagina qual seria a reação dos novos colegas, pois a última coisa que queria era que a evitassem por causa disso. Aquele lugar sombrio e misterioso que estava sempre em seus pensamentos, e isso era o que passava medo a ela.

Antes mesmo que Miranda pudesse pedir para Srta. Adams não mostrar sua pintura esta mesmo toma a decisão avisando:

– Miranda, seu desenho não será mostrado, nem o seu nem o de Oliver, preciso conversar com vocês – diz, com um ar sério.

– Já vi que não foi coisa boa – comenta um rapaz que estava sentado ao fundo da sala – ela nunca chamo u atenção assim de ninguém.

– Jonatan para de ser intrometido, não se esqueça que nesta sala nós somos apenas alunos bobos, os dois é que são os pintores de verdade – esclarece Cornélia

– Cornélia tem razão, pintar é o nosso hobbie mas para eles foram a chave para vir parar aqui, com certeza ela só vai os elogiar – Allie concorda.

O sinal logo bate e os comentários são interrompidos.

– Podem sair e deixem os quadros em seus lugares, foi bom revê-los - continuando – Miranda e Oliver vocês ficam.

Com certeza ela deve ter achado o meu quadro surreal de mais – pensa Miranda – mas porque ele está aqui?

– Gostaria de saber Srta. Colins o porquê pintou isso? – diz Srta. Adams mostrando seu quadro.

– Bem, eu... hãm... - sendo interrompida por uma voz masculina, a de Oliver talvez.

– Mandy acho que hou...

– Oliver, por favor, aqui sou Srta. Adams – o interrompendo.

– Tanto faz – continua – só sei que houve uma confusão e esse quadro fui eu quem pintou.

Miranda sem nenhuma reação fica imóvel escutando a conclusão de tudo.

– Exatamente Oliver, você pintou essa imagem e Miranda também, o mesmo desenho com as mesmas cores, o que tem a me dizer sobre isso? Foi combinado?

Nenhum dos dois soube responder aquela pergunta tão difícil, só havia uma dúvida que qualquer um poderia ter, porquê tanta coincidência?


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