Fate / Chain Reaction escrita por Darien


Capítulo 15
A determinação de Haimirich - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Pra quem já viu esta história e por ventura ainda acompanha, dou meu olá e afirmo que estou vivo e bem. Muita coisa aconteceu no período de hiatos, se é que pode se chamar assim, espero que todos também o estejam! Para quem é novo, também dou boas vindas e sem mais delongas, para esse episódio que é apenas um breve aquecimento para que eu possa me reacostumar a escrever.



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2º Dia da Guerra, Distrito 4 de Nuevos Santos, 2:14 da madrugada.

Passos eram ouvidos em meio aos depósitos dos grandes armazéns utilizados pelas siderúrgicas e metalúrgicas locais, de onde os materiais e produtos eram movidos para o transporte rodoviário rumo aos Estados Unidos e ao México. Era de se estranhar que alguma indústria tivesse algum interesse em depositar materiais “no meio do deserto”, mas a influência do grande empresário Henrique Santiago estimulou ações comércio entre as duas nações, utilizando a cidade como ponto de transformação

O que eram apenas duas silhuetas até então, agora são iluminadas pela luz do luar: uma vestida em uniforme prata com detalhes laranjas e um capacete recobrindo a cabeça com visor negro ocultam sua identidade, ao seu lado caminha um rapaz vestindo uma jaqueta preta e uma calça similar a jeans e tênis. O objetivo era o pátio no centro de um dos armazéns, onde duas figuras, uma alta e obscura e outra loira e com semblante pretensioso, os aguardavam para o início de seu “encontro particular”.

“Está uma noite linda noite de lua cheia, não é mesmo Rider?”.

“Sim Bean, já havia me esquecido de como é olhar para o céu estrelado... da Terra”.

— Bem-vindos senhores! Cheguei a pensar que não mais viessem... — Diz o loiro com uma reverencia, a mesma que Allan o viu dar para o Mestre de Saber — espero que não tenham tido dificuldades para nos encontrar a partir do depósito de refrigerantes.

1º dia da Guerra, Centro de Nuevos Santos, 13:20

As vezes a frieza de Rider assustava Allan, mas era algo a qual ele estava se acostumando. Obviamente não esperava topar com dois adversários andando na pracinha, mas o mais preocupante foi o fato de não poder identificar nada de errado com os dois, se não fosse o aviso posterior de seu Servo. Perguntava se eles não chegaram a notar com quem falavam ou apenas estavam encenando, afinal não poderia acontecer uma luta em público. Entretanto, conscientes de sua presença ou não, era visível que os outros competidores estavam sim bem estruturados pelo menos em camuflagem.

Os dois continuaram transitando pelo centro da cidade de moto, Allan dirigindo e Rider na garupa, embora sem um destino certo, apenas atendendo a um pedido momentâneo de Rider de apenas passear. Allan não se opôs e nem questionou como sempre costumava fazer, já que não precisava de desculpas para colocar o capacete e sair pilotando sem rumo por ai. Era bom para conhecer mais o terreno que possivelmente poderia se tornar um campo de batalha, além de matar as saudades de sua própria máquina que ficou aos cuidados do avô.

“Os dois não escaparam ao seu Discernment of the Poor, não?”, perguntou telepaticamente ao servo, “Talvez eu devesse ter decido para dar um oi também”, brincou.

“Ambos estão se ocultando muito bem, embora isso não funcione em um encontro direto comigo”, respondeu.

“Conseguiu retirar algo?”

“Para um curto período de tempo, sim, mas só confirmou que o servo da espada será um obstáculo e tanto, enfrentá-lo agora é basicamente impossível”.

“Imagino.... Está aproveitando para matar as saudades de andar num veículo da Terra?”

“Não, estou apenas esperando que minha teoria se concretize. Se estou certo, Assassin está nos vigiando e logo mostrará sua face, pare ali próximo daquele beco”.

Era previsível que o Mestre de Assassin os tivesse como primeiro alvo, provavelmente ainda não desistiu de tomar Rider para si. Um adversário que pode espioná-lo até tomando banho mesmo com milhares de contra medidas, incomodava demais embora o seu Mestre não parecesse lá grandes coisas. Allan desacelerou e estacionou próximo ao local indicado, ambos desceram da moto, deixando os capacetes pendurados no guidom.

— Te invejo por não precisar necessariamente usar capacete  — suspirou Allan — além claro do motivo deu não levar uma multa... As vezes sinto vontade de sentir o vento no rosto, embora já tenha tentado e apenas conseguido alguns pontos na cabeça...

— Você é um mago, porque não dá um jeito nisso?

— Bem que eu queria, mas não dá para sair usando artifícios por ai, não se sabe quando algum mago indesejável pode te notar — retruca desanimado.

— Imagino, neste momento eu queria mesmo era diminuir este desconforto com a gravidade da Terra a qual eu ainda não me reacostumei... — Disse movendo o antebraço lentamente, como se estivesse medindo uma força invisível — Mas gostei de andar de moto, posso dirigir?

— Nem pensar, minhas “meninas” só tem um “cavalariço”, mesmo que sua habilidade seja superior com ela a minha e até a um Rider regular! — Cruzando os braços.

Rider apenas respondeu com um sorriso, porém logo cessou e ele parou. Allan deu mais alguns passos antes de parar.

— O que foi? Viu alguma cois... — Sendo surpreendido por um som logo a frente.

Uma figura negra se colocou a frente deles, em cima de uma grade que fechava a rua. Usava um manto surrado que recobria todo o corpo, ocultando sua face. Allan deu alguns passos para trás, imaginando quem deveria ser e já se preparando para o combate, ativando seus circuitos. Rider tomou a iniciativa, colocando a mão sobre o ombro de Allan e tomando a dianteira.

— Ora, ora, ao que devemos a honra da visita, Assassin presumo? — Disse calmamente, convertendo-se com uma névoa prateada para os trajes típicos com capacete.

A figura demorou alguns instantes para responder, demonstrando, por fim, uma breve risada abafada.

— Você deve ser o Rider e mais ao fundo um Deborah, correto? — Possivelmente usando o sobrenome da mãe de Allan para identificá-lo como mago — adianto que não vim para luta — disse com um tom malicioso, sua voz saia abafada pela máscara e até um pouco fantasmagórica.

— Então o que deseja — disse Allan, mas mantendo a concentração e os músculos tesos.

— Fui enviado pelo meu Mestre para lhes fazer um convite, ele deseja um encontro com vocês.

— Para o quê? — Pergunta Allan.

— Ele deseja negociar uma aliança — responde a figura negra.

— E onde e quando seria isso? — O mestre pende a cabeça para o lado em sinal de desconfiança

— No distrito quatro, zona sul, perto do antigo depósito da Fauna, as duas da manhã.

Allan não contém o riso irônico — vocês nos acham com cara de otários? É claro que é uma armadilha, mas poupo seu trabalho: Não quero aliança alguma com seu chefe e digo mais — erguendo o indicador — não esqueci o que ele fez com meu avô, o que é dele tá guardado — fazendo um leve gesto de corte no pescoço, seu ódio de Haimirich não diminui nem um pouco.

— Mas receio que não tenham escolha, caso recusem ou furem o convite serei obrigado a me tornar um empecilho imediatamente, seria lastimável não? — Diz em um tom melancólico fingido.

— Eu não lamento, prefiro assim — replica Allan armando os punhos e se afastando com um salto em posição de combate, jamais lutara ao lado de Rider, mas imaginava que ele já estivesse pronto para o combate também. Porém para sua surpresa seu servo estende a mão entre ele e o Assassin, se interpondo no momento em que o mesmo já empunhava uma adaga.

— Não, nós iremos sim ao encontro — dirigindo-se ao servo firmemente, surpreendendo o mesmo também.

— Rider eu... — O servo fechou o punho do braço estendido em resposta, como se pedisse silêncio. Allan não compreendia onde ele quer chegar com isso, era uma armadilha e isso é óbvio para qualquer um!

— Seu Mestre acabou de dizer que não — olhou de Rider para Allan e zombou — afinal quem comanda é você ou ele?

— Você tem a minha palavra de que iremos, agora pode ir Hassan— disse em tom imperativo ignorando a provocação, o que desagradou Assassin perceptivelmente.

Apesar de não gostar do tom de Rider, ele conseguiu o que queria e não se demorando nem um pouco mais, começou a esvanecer em uma névoa obscura — não se atrasem — em tom claro de ameaça.

Allan puxa o ombro de Rider e furioso o vira para encará-lo, Rider costumava ser mandão e até que era muito sábio para alguém com aquela aparência jovem, mas dai começar a desacatar as decisões de Allan como mestre era demais.

— Vem cá qual é a sua? Não está vendo que é uma armadilha? — Diz o rapaz alterado — é claro que devíamos ter lutado aqui e agora!

— Desculpe Senhor — frisando bastante a última palavra — mas não estamos prontos para enfrentar o Assassin em plena luz do dia sem chamar atenção, assim como não estamos prontos para sobreviver.

— E por acaso estaremos mais prontos dentro de uma armadilha plantada por eles? — Ironizou o Mestre.

— Pelo menos teremos chances de derrotar se abatermos o Haimirich, já disse antes que o único servo que com toda certeza não podemos lutar em uma segunda ocasião é o Assassin — disse Rider retornando ao traje anterior de roupas normais — também lembro que informei que ainda não estou pronto, ainda faltam algumas horas para ter uma mínima chance com qualquer servo.

Allan bufou e respirou fundo algumas vezes, maldita hora que convocou um servo por acidente! Ainda mais um que achava que comandava mais do que ele próprio! Acabou chutando uma lata que estava próxima, assustando um gato que estava entocado em uma lata de lixo. Passou as mãos no cabelo tentando se acalmar e refletir, ele estava sim errado em força um confronto "surpresa", mas não completamente frente a tudo o que havia acontecido antes.

— Olha eu sei que você deve ter sido alguma autoridade, mas estamos nesta juntos, mesmo que eu possa te obrigar — ergueu as três estigmas da mão direita — eu não vou fazer isso, porque considero que somos parceiros, o mínimo que poderia fazer era me contar o que vai fazer com antecedência.

Em seguida ergueu as mãos com indignação e se virou de costas — mas não, você faz tudo sozinho, não me põe nem a par de nada do que sabe ou do que vai fazer. 

Continuou — Encontra times adversários sem me consultar...

— Eu não pretendia encontrá-los... — ponderou Rider.

— Mas você os sondou mesmo sabendo que eram Mestre e Servo! Também planejou um encontro com outro Servo sem me consultar! Sabe eu não sou um soldado que recebe instruções e segue cegamente — se voltando para Rider apontando para seu rosto com o indicador.

Seu servo o encarava nos olhos, mas não tão impassível quanto antes.

— Estou fazendo o que é melhor para nós dois, entendo que se sinta usado, mas minha intenção nem de longe é subverter a posição de Mestre e Servo, é a de ganhar a Guerra — Disse enfático o espírito dos cavalariços.

— Eu sei, então por que não dialoga mais comigo? Tenho certeza de que se tem tanta experiência assim, eu terei prazer em te ajudar... Ou melhor... A NOS ajudar — diz Allan exasperado.

Ambos ficaram em silêncio por alguns segundos, com ambos olhando para baixo enquanto refletem, por fim Rider toma a iniciativa.

— Tudo bem Bean, tentarei não agir misteriosamente novamente e sem consultá-lo mais, entretanto espero que entenda que em alguns momentos vou parecer sim seu comandante e isso é inevitável, Guerras são desse modo infelizmente, alguém mais apto tem que liderar.

— Ok, eu aceito isso, mas saiba que não sou nenhum adolescente idiota que apenas o supre com mana e não entende nada...

—Eu sei disso... — interpôs Rider.

—... mas tudo que eu queria é honestidade — completou o Mestre e estendeu a mão para Rider — estamos de acordo?

O servo olhou para as mãos estendida — vamos, não vai me deixar no vácuo não é? — disse Allan com um meio sorriso, por fim correspondido com o aperto de mão desajeitado, obviamente aquilo não era habitual para o servo.

— Ótimo, viu como não dói? Agora vamos voltar, temos que nos preparar pra cair em uma armadilha com estilo — arrancando um pequeno sorriso de Rider.


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Notas finais do capítulo

Allan nem imagina a sorte de não ter invocado um certo Rei Dourado famoso na franquia, não teria durando 5min com o servo, pelo menos não vivo... Não esqueçam de comentar, sua opinião é importante!



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