Fate / Chain Reaction escrita por Darien


Capítulo 14
Ressaca


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, como vão vocês? Eu vou bem obrigado, principalmente por saber de novos projetos sobre fanfics de fate aqui no Nyah :D. Espero que gostem desta parte, desculpem qualquer erro e não esqueça de comentar, apesar da demora o projeto vai ser tocado custe o que custar ò.ó



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Fronteira de Nuevos Santos, 1º Dia e 12 hora para o início da Guerra

Rider e Allan caminhavam pelo deserto, rumo a cidade. O rapaz estava com a camisa enrolada na cintura ensopado de suor, enquanto carregava uma bagagem de mão e Rider levava outra, sobretudo a pasta onde transportava sua “colmeia portátil”. Já andavam desde o aeroporto próximo a cidade durante algumas horas, estavam com o prazo apertado pois logo a barreira ao redor da cidade se fecharia.

— Por que não tomamos um táxi mesmo? — Indagou Allan com um muxoxo.

— Não vamos entrar em território hostil pela porta da frente, obviamente que o inimigo já plantou vigias para nos esperar — respondeu Rider.

— Mas estamos recobertos pela cera das abelhas — mas olhou para seu estado — bom... Pelo menos estávamos.

— Acho que o sol cozinhou suas ideias Bean — Rider o chamava pelo último nome, raramente de mestre — pelo menos um de nossos adversários é capaz de ver através do nosso disfarce e posso apostar que outros também o são se tentarem, além de que... Já tivemos essa conversa antes de sair do aeroporto — respondeu Rider calmamente.

— É fácil pra você falar, como servo você está bem mais protegido do que eu, aposto que em condições normais você sofreria com essa pele branca como vela! — Disse com um tom irritado.

Rider apenas riu do comentário.

— Esse aqui é o menor dos problemas, achei que fosse mais empenhado do que isso — disse calmamente.

Allan parou por um instante — eu sou, mas 2h no deserto mudam as pessoas — disse um pouco envergonhado. Os fatos voltaram a sua mente: como poderia pensar em enfrentar o que tinha no final do caminho, se não estava aguentando a simples caminhada do percurso? A razão retornou a sua cabeça, pegou a camisa da cintura e cobriu a cabeça, continuando a passos firmes passando por Rider.

Foi quando ouviu a voz do servo — Acho que chegamos enfim.

Allan avistou ao fundo a cidade, mas ainda faltava um bom pedaço para andar. No entanto, por um minuto, esqueceu o calor que estava sentindo, pois percebeu que algo estava diante deles. Ele estendeu a mão para frente, como se estivesse procurando algo no ar, quando sua mão atravessou com dificuldade algo, como se o ar estivesse absurdamente mais denso.

— Esta devia ser a barreira sobre a cidade do pré-conflito, mas porque está ativa ainda? — Indagou o servo.

— Talvez porque… Nós não devêssemos sair quando tudo começar — respondeu o rapaz.

O servo pensou durante um tempo e disse — pois bem, acho que a partir daqui é um ponto sem volta Bean, tem certeza que quer fazer isso? — Encarando os olhos do Mestre — você tem um pai a sua espera lá fora que já sofreu demais, tem certeza que quer arriscar mais uma grande tristeza na vida dele?

O Mestre de Rider não respondeu de imediato, achava que já tinha decidido tudo isso antes mesmo de tomar o avião, mas ao perceber que ao adentrar o conflito não haveria mais volta até que tudo terminasse, uma relutância insistia em retornar. Pensou no seu pai e tudo pelo qual passaram juntos depois que sua mãe morreu, ele não estaria sendo egoísta ao adentrar a Guerra do Graal apenas para finalizar o conflito? E se fracassasse, ficasse aleijado ou até mesmo morresse? Não por ele próprio, porém como ficaria seu pai com tudo isso, sozinho neste mundo?

Desde que tomou conhecimento de sua própria tragédia, ele vem fazendo coisas arriscadas e a maioria delas nem lhe dizem respeito no final das contas! Afinal o que ele buscava com tudo isso? Compensar não poder fazer nada pela sua mãe? Talvez... Ao ajudar pessoas afetadas pelos caprichos dos magos, obtia alguma paz de espírito, como resistir a lutar contra o princípio de toda a sua angustia?

Havia também o temor das consequências de deixar algo tão poderoso para qualquer um manipular, poderia resultar em um desastre para o mundo tão ou pior do que o de Fuyuki. Assim como poderia não ser uma causa totalmente altruísta, mas apenas um desejo de se vingar do Cálice Sagrado por tudo o que ele causou.

Apenas sabia que nesse mar de motivações e ideais, lhe foram dadas armas para servir a ao propósito de lutar: os conhecimentos e circuítos mágicos de sua mãe. Da mesma forma que o próprio Graal havia lhe conferido um servo, como se fosse um convite para lutar em seu “Coliseu”.

Ele tinha vontade de fazer isso, assim como tinha vontade de voltar ao lado de seu pai. Por isso tomou sua decisão.

— Eu vou seguir em frente, meus objetivos não conflitam. O quanto mais eu converter minha vontade de voltar para o meu pai em força para lutar, maiores serão as chances de revê-lo após desmantelar este Graal! — Começando a caminhar em direção a barreira, atravessando algo similar a águas turbulentas.

Não poderia conviver com a ideia de que poderia ter feito algo definitivo contra o Graal e apenas ficou sentado, esperando que outro alguém o fizesse.

1º dia da Guerra, 11h Centro da Cidade

Após sobreviver ao deserto, eles perambulavam pelas ruas movimentadas da cidade, ambos precisavam conhecer o território após se instalarem. Allan precisou adaptar seu estilo por causa do clima, abandonando o colete, ao menos por enquanto, mas mantendo as luvas sem dedo para esconder os selos de comando. Por hora usava uma regata azul com bermuda jeans e tênis. Rider vestia uma regata com capuz cinza, bermuda azul escuro e tênis similar a um All-Stars preto. A todos que perguntavam, Allan dizia que Rider era seu irmão mais novo que estava passando férias com ele viajando sozinhos, o que era bem convincente, pois os olhos azuis e o rosto jovial do servo lembravam muito um rapaz ainda no colegial, enquanto Allan aparentava ser mais maduro para os seus 20 anos.

O maior problema enfrentado no começo foi onde instalar as abelhas, pois não haviam muitos lugares adequados para deixá-las, assim como não poderia mantê-las em estado de hibernação dentro da pasta por muito mais tempo. Isso influenciou no local escolhido como "base de operações", sendo um hotel mediano no distrito 9, apenas por este possuir um telhado verde amplo e florido, o suficiente para que a atividade das abelhas pudesse ser satisfatório e restringido apenas àquele espaço. Normalmente levaria em torno de 20 dias para que as abelhas se multiplicassem, mas Allan de alguma forma sabia que as abelhas sentiam o regime de urgência e talvez pudessem fazer algo a respeito.

Os dois estavam sentados em uma mesa ao ar livre de uma pequena padaria, refletindo sobre a noite anterior onde assistiram o primeiro embate envolvendo quase que todos os envolvidos no conflito. Embora os mestres tivessem se mostrado mais do que seus servos.

— Sabe, apesar de ter sido um caos, gostaria de estar lá para quem sabe, por um fim nisso tudo logo de uma vez — lamentou Allan.

— Nós seriamos eliminados no ato, ainda não estou pronto para o conflito, precisamos nos resguardar pelas próximas 12h para que eu possa, ao menos, lutar contra um deles defensivamente — disse Rider.

— Maldita necessidade de “Construção Mágica”, porque seus Fantasmas Nobres não estão prontos como os dos demais candidatos? — Disse buffando, enquanto apoiava o queixo com a mão direita.

— É o preço a se pagar por convocar um servo desconexo ao mundo antigo — disse o servo dando de ombros — ainda temos sorte de meus Fantasmas Nobres serem da raríssima qualidade de “Apelo Global”, portanto apenas o seu prana serve para consolidá-los. — Referindo-se ao fato de alguns servos necessitarem utilizar materiais externos para construir suas armas. — Mas receio que jamais poderei usar toda a extensão do meu poder, por você ser incapaz de suportar tamanho gasto de mana, quer dizer, exceto se algumas condições externas forem muito favoráveis, no caso uma “ajudinha” de nossos adversários.

Prosseguiu apoiando os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos cruzadas — Mas, por hora, vamos nos concentrar na principal ameaça a nós.

— E qual seria?

— Assassin — respondeu o servo.

— O mestre dele ao que tudo indica não foi o mais sortudo na noite anterior, mas conseguiu sobreviver. Irônico como já me causou tantos problemas antes mesmo de chegar aqui — o semblante de Allan ficou levemente irritado ao lembrar de como ficou a igreja depois da visita dos aliados do Time Assassin — mas qual o problema com o servo dele? Não deveríamos focar em gente mais importante, como Saber, a Mansão ou até mesmo Archer?

— Todos eles são ameaças de alto potencial, mas nenhum deles conseguiria uma rápida eliminação assim como Assassin. Acredite, se ele tiver a chance de um encontro comigo após conhecer minhas habilidades, estamos perdidos, pois ele passará por mim sem nenhuma dificuldade. Por isso não podemos correr o risco, em hipótese alguma, de lutar com outro alguém até que ele seja eliminado.

Allan pela primeira vez reconheceu preocupação em seu servo, até ali ele é quem fora tranquilizado até então — então vamos manter a cautela e evitar chamar a atenção por mais um tempo, de qualquer forma precisamos fazer esta sua espécie de “Discernment of the Poor” funcionar, ou seja lá o que for essa sua habilidade de avaliação de "alvos".

“Ao menos tudo aquilo que passei serviu de alguma coisa, possuo mais habilidades pessoais do que normalmente um Espírito Heroico possuí... Mas mais uma vez sou uma arma”, pensou Rider enquanto bebia o suco até então esquecido pelos dois na mesa.

Mansão Santiago, 1º dia 1:45

Um manto branco surgiu nos jardins da mansão, abrindo-se e como um véu de seda ao vento, liberando os dois jovens e o servo Lancer no jardim com um pouso suave, estando diante de Henrique e Antônio. O velho parecia muito irritado, ao contrário do filho que estava tranquilo.

— Retirei os quatro inteiros, conforme me foi solicitado senhor — disse Caster serenamente para Antônio.

— Fez bem Cas... — Mas foi rudemente interrompido pelo pai.

— Como ousam desobedecer minhas ordens? — Esbravejou.

Nenhum dos dois mestres respondeu, pareciam um pouco desnorteados. O primeiro a se erguer foi Ivair, que limpou a poeira da calça, depois olhou para Arya indagando.

— Você está bem? — Disse estendendo a mão para que ela levantasse.

Ela acenou que não queria ajuda — Sim estou... — Erguendo-se.

Santiago continuou gritando — O que vocês tinham na cabeça? Sabem quanto investimento de dinheiro e tempo eu tive que fazer pra chegar até onde estamos? — Voaram algumas gotas de saliva — pra que vocês estragassem tudo em apenas uma noite??

Nesse momento Arya pareceu acordar, quando uma gota de saliva saltou em seu rosto, irritada ela também elevou o tom de voz aborrecida — estávamos fazendo o que nos foi designado: eliminar os outros mestres de fora da aliança.

— Claro!! Posso ver pela expressão de vocês que se saíram muito bem! — Erguendo as mãos apontando.

Ivair interrompeu indiferente — e nos saímos mesmo, quase eliminados dois de uma só vez, mas não contávamos com a interferência de Archer.

Arya concordou — maldito covarde! Eu tinha o Estray quase na minha lâmina — disse bufando — espera, aquilo era um Archer?

— Não interessa como se saíram! Nós temos um plano e vocês quase ferraram com tudo — se voltou para Caster — deveriam agradecer por ainda termos Caster para resgatar vocês, deixando suas funções apenas para acudir as duas crianças.

A garota ficou vermelha e respondeu no mesmo tom — E o que você esperava? Que ficássemos aqui brincando de Big Brother enquanto as coisas aconteciam lá fora? Vá a merda você e seu plano! Lutarei a Guerra do Graal do meu jeito!

A discussão continuava forte, até que uma névoa roxa se formou e Berserker se materializou atrás de Arya. Henrique pareceu murchar na hora, visivelmente intimidado pelo gigante. A jovem se virou para o servo.

— Berserker! Como está? Conseguiu eliminar Saber? — Disse andando até o servo e tocando seu braço.

A resposta de Berserker foi apenas um grunhido alto, apertando seu machado de maneira mais firme. Ao contrário dos outros que não compreenderam se aquilo poderia ser um sim ou um não, a garota tinha uma expressão compreensiva e dava tapinhas no maior.

— Eu sei como você se sente, minha presa também me foi tirada dos dentes logo no golpe final... Não se preocupe que você vai ter outra chance!

Antônio sorriu de lado discretamente e interveio tocando o ombro do velho — Pai, pare, reclamar agora não vai adiantar de nada, os dois estão inteiros e ao que tudo indica com os servos intactos.

Lancer se aproximou e cochichou algo no ouvido de Ivair, que retransmitiu para os outros — quase, ao que parece perdemos 10 guerreiros para o Assassin. Nada tão preocupante.

— Bom, mas tenho certeza que aprenderam algo sobre os nossos adversários, não? — Disse o rapaz.

— Sim, o representante da Torre e de Estray não estão juntos, o primeiro que é um Archibald, estava levando uma surra de um Ejnar do norte europeu, quando interrompemos os dois.

O velho Henrique que tinha se contido desde a chegada do gigante, pareceu interessado nas novas informações e pigarreou.

— Um Archibald e um Ejnar? Parece que não pouparam esforços nossos “colegas de guerra”.

— De fato, mas ambos não eram páreos para nós, o Archibald era patético em relação ao que eu esperava vindo da Torre do Relógio — disse Ivair com a voz entediada.

— O Ejnar era melhorzinho, deu um pouco de trabalho, mas eu iria finalizá-lo até que... Aquele — disse ficando vermelha de novo e soltou em um tom mais alto — Archer, atrapalhou!

— Archer? Mas ele até então não tinha nem rastros na cidade, como isso é possível Caster? — Antônio indagou.

A maga fechou os olhos balançou a cabeça de leve, falando de forma tímida — eu não sei mestre, eu consigo sentir a presença de quase todos os mestres e servos na cidade, embora não consiga vê-los diretamente, muito provavelmente devido aos esforços dos mestres de Saber e Rider e do servo Assassin, mas confesso que até agora não consigo sentir nada a respeito de Archer e seu mestre. Mesmo em combate quando consegui ver Assassin e Saber, ainda assim não consegui nem determinar a posição de Archer que estava nos atacando diretamente!

Todos permaneceram calados após o relato de Caster, até que Arya irrompeu:

— É um covarde provavelmente! Esperou até que estivéssemos todos ocupados e pretendia nos eliminar de uma só vez!

— E o que você esperava? Que ele soltasse fogos revelando sua posição? Isso aqui é uma guerra e não uma competição olímpica — disse Antônio em um tom provocativo.

Arya iria responder, quando Ivair interrompeu:

— Em todo o caso, é difícil acreditar que aquilo fosse um Archer... Ele estava usando algo muito similar a balas de alto calibre, como poderia? Quer dizer, isto não vai contra as possibilidades de um servo? Nem acreditaria se ele não tivesse arrebentado meu Ether Blackheart.

— É praticamente impossível um servo de depois do século 19, mas devemos nos manter com a mente aberta, não estamos lidando com o Cálice de Fuyuki. Em todo o caso, pode ser um servo antigo que pode utilizar armas modernas por habilidade ou até mesmo um Counterguardian, o que me importa é sua habilidade de se manter oculto — ponderou Caster

— De qualquer forma, contamos com você Caster, para tentar localizar nosso desagradável Sniper — disse Henrique — Não aprovo o que vocês fizeram esta noite, mas dos males este foi o menor. Apenas rezo para que nada disso ponha tudo a perder e que vocês apenas sigam com o plano. Agora porque não sobem para descansar? Há muito o que fazer amanhã. Mandarei alguém para cuidar de seus ferimentos — olhando para o braço de Arya que continha os cortes dos estilhaços de sua espada.

— Posso fazer algo a respeito disso, querida? — Ofereceu-se Caster.

— Não obrigada, sei me virar sozinha, se isso é tudo estou me retirando! — Disse Arya de cabeça erguida passando por todos a passos firmes — vamos Berserker! — O gigante apenas desapareceu em uma névoa arroxeada, voltando a sua forma de espírito.

— Acho que também vou me retirar, boa noite — disse Ivair, mas se detendo em Caster — a propósito, obrigado pela ajuda — e com um aceno da cabeça também se retirou.

— De nada... — Disse a dama em tom baixo.

Hotel no distrito 3, 1º dia 9h

A água fria caia sobre o rosto de Aleksia, se fosse em sua terra natal aquilo o mataria congelado provavelmente, mas aqui neste lugar quente como o próprio sol, era extremamente prazeroso. Um arrepio percorreu sua espinha enquanto os pensamentos sobre a noite passada ainda assombravam a sua mente. Por muito pouco ele não perdera a vida logo nas primeiras horas de combate, mesmo estando tão preparado, não fora suficiente para seus adversários. Bom, ao menos um deles...

Ele deslizou lentamente pelo chão do banheiro, mas sentiu uma fisgada na perna decorrente do corte dos fragmentos da espada de Arya e se ergueu. Seu pensamento se voltou para o ferimento, não era nada demais agora, mas algo o intrigava. Definitivamente foi sorte ter sobrevivido graças a intervenção do sniper misterioso. Quando saiu do banheiro de toalha, viu Saber olhando pela sacada do quarto, ele não estava no quarto quando Aleksia acordou.

— Bom dia Saber, por que não me acordou? — Disse enquanto secava o cabelo.

— Achei que precisava de um descanso depois da noite conturbada jovem Mestre, por isso sai para patrulhar logo cedo — respondendo após sua típica reverencia.

— Entendo, mas eu gostaria de ter começado mais cedo hoje, não quero deixar tudo a seu cargo — escolhendo uma roupa na mala e se vestindo.

Se voltou para o servo — Precisamos fazer o balanço da noite anterior, muita coisa aconteceu e isso vai ser decisivo para definir os passos que tomaremos a seguir.

— Certamente meu senhor, até agora conhecemos os mestres de Assassin, Berserker, Lancer e o servos Berserkere e Lancer...

— E Caster — completou Aleksia — Berserker e sua Mestra serão grandes problemas, ela quase conseguiu me partir em dois ontem... — Disse de forma preocupada — e o servo dela? Como foi seu embate contra ele?

— Nada além do esperado, é extremamente forte e tenaz, mas além do poder destrutivo de um gigante enfurecido, ele não demonstrou manifestar nenhum Fantasma Nobre em particular que pudesse revelar sua identidade. Apesar disso o embate direto com ele estava demandando quase todo o meu empenho.

O Ejnar refletiu as palavras do servo, certamente o time Insano seria um obstáculo difícil de ultrapassar — cheguei a dar uma boa olhada no Lancer antes dele sair em perseguição a Assassin, mas ele não me pareceu nada preocupante em questão de status, apesar de também possuir Riding rank B igual você. Seu mestre apesar disso, ainda é uma certa incógnita, mesmo sabendo que ele provavelmente venceu o Archibald também.

Continuou após uma pequena pausa, ainda sobre Ivair — Só sei que consigo identificar a manifestação de Ether quando vejo uma, é algo que eu e Baduin estivemos estudando durante certo tempo na alquimia, mas com poucos resultados expressivos. Assusta-me que um de nossos adversários possa usar tal nível de magia, afinal a Primeira é uma das mais difíceis por tender a um milagre. Como se já não bastasse, o outro servo aliado deles é uma Caster, que sem sombra de dúvida é muito poderosa pelos status impressionantes que apresenta.

Inspirou profundamente tomando coragem para concluir se raciocínio:

— Por isso Saber, acredito que devemos evitar os aliados da Mansão, não são adversários que ainda possamos enfrentar.

Saber ficou surpreso com a afirmação do Mestre e se ergueu para protestar — Mas meu senhor, não podemos demonstrar medo! Não foi porque nossa primeira batalha — lembrou-se do Archibald — perdão, segunda batalha, não foi tão bem-sucedida, que devemos demonstrar temor!

— Não me leve a mal Saber, mas eu não morri por muito pouco, se não fosse a interferência do Sniper misterioso. Entretanto o que eu estou propondo não é ficar escondido esperando que um milagre elimine nossos inimigos, mas sim atacar e eliminar outros, afinal você sabe muito bem que sua espada fica mais poderosa quanto mais o Graal se materializar e isso só vai acontecer com o sacrifício dos Espíritos Heroicos aqui presentes!

Sir Percival pareceu relutante, mas concordou que não poderia expor o seu Mestre a perigo apenas para satisfazer seu orgulho como cavaleiro com um combate direto, por isso poderia concordar com um adiamento para fortalecê-los. Durante essa ponderação, ele chegou a pensar na ponta solta que restava na noite passada.

— E quanto ao Sniper misterioso? — Disse o cavaleiro.

— É algo que vem me angustiando também, poderia ser um agente relacionado a algum dos outros competidores, felizmente não a Mansão, pois ele atacou diretamente a mestra do Berserker e do Lancer. Mas o que me intriga mais não é o ataque se aproveitando da distração da batalha, e sim o fato de que claramente ele não tentou me acertar em nenhum momento — disse Aleksia com o dedo no queixo reflexivo.

— Então talvez seja um aliado nosso? — O servo ergueu a sobrancelha com certo espanto.

— É muito cedo pra tal conclusão, outro detalhe foi o poder que ele demonstrou, destroçando a arma da Touchiro e a proteção do Blackwood, além de causar problemas a Caster que mal deveria se importar com tais ataques. Por isso só posso crer que isso não é coisa de um Magus Killer com um rifle encantado, isso só pode ser trabalho de um Servo. Ao que tudo indica: O Archer.

O cavaleiro pareceu confuso — um Archer utilizando armamento moderno? Mas isso é impossível!

— Eu sei, eu sei, mas não há outra explicação, não acha?

Mais uma longa pausa se seguiu, até que Saber respondesse — as coisas parecem estar complicadas meu senhor, um adversário poderoso como a Mansão e uma figura misteriosa que não sabemos as reais intenções... Só tenho certeza de sempre estar preparado para lutar, mas seguirei suas ordens, qual nossos próximos passos?

— Devemos nos concentrar no Assassin, afinal sua espada inalterada demonstra que o servo pelo menos ainda está no jogo e em descobrir mais sobre o time Rider, este alias é o único que ainda não se manifestou. Durante o dia vamos sair para investigar mais sob o véu da multidão e durante a noite, redobraremos a atenção, sobre tudo com cautela quanto aos convites para lutar.

A barriga do Ejnar reclamou alto, o deixando vermelho — mas primeiro vou comer alguma coisa — rindo envergonhado — depois vamos... Vejamos... ao centro?

Distrito 6, em uma casa de classe média, 12:40h

Uma jovem estava deitava sobre uma cama de casal, cuidadosamente coberta enquanto repousava de forma calma e tranquila. Ao seu lado estava um loiro sentado em uma poltrona, visivelmente desconfortável, mas, vencido pelo cansaço, dormindo pesadamente, chegando a roncar um pouco enquanto a cabeça estava apoiada em uma das mãos.

Haimirich trouxe Loren, com a ajuda de Assassin, de volta para casa na noite anterior e cuidou de seus ferimentos. Apesar de ser o mestre, ele estava relativamente bem quando comparado a companheira, que definitivamente levou a pior nos dois embates sofridos na noite anterior. Ela teve leves escoriações na cabeça e um dos braços quebrados, assistidos com pequenas magias de cura e melhorariam, embora o braço fosse necessitar de mais um ou dois dias. O lado ruim é que agora estavam sem subordinados para auxiliar, já que o único disponível fora morto na noite passada.

O sono de Archibald foi interrompido por uma mão que tocou seu ombro direito e o agitou, o despertando de forma abrupta.

— Acorde mestre — disse Assassin — já é de tarde e o senhor está babando, trouxe o que comer — esticando a mão com uma embalagem plástica, possivelmente era uma comida pronta de alguma loja, confirmado por ainda conter o preço.

Ainda assustado Haimirich se levantou lentamente limpando a baba com a costa da mão, enquanto esticava dolorosamente as costas doloridas devido a posição ruim — você me assustou Assassin! Não chegue de surpresa assim que eu ainda posso morrer do coração!

O servo riu-se — mil perdões Mestre, é a força do hábito.

O loiro olhou para a comida — como conseguiu isso? Você não andou se mostrando por aí não é esquisitão? — Referindo-se ao fato dele não poder transportar coisas materiais na forma de espírito, então para pegar isso precisaria matar alguma atendente do coração com sua aparência de carrasco.

— Digamos que minhas habilidades furtivas não se resumem apenas a desaparecer na forma de espírito... Não se preocupe pois não fui se quer visto, agora se apronte, tenho boas novas: Encontrei o time Rider!

O Archibald sorriu com a novidade, a noite anterior fora um fracasso total, mas agora uma possível nova chance estava a seu alcance!

— Excelente noticia Assassin! Mas vamos lá fora, não quero acordar a Loren.

Mas antes que pudessem sair do quarto, a voz da moça foi ouvida.

— Como se alguém pudesse dormir com seus roncos Haimirich — disse Loren se levantando. Seu braço estava envolto a um tecido azul e uma tipoia improvisada do mesmo tecido foi retirava da cabeceira da cama.

— O que está fazendo Loren? Você tem que ficar deitada! — Disse indignado o rapaz, tentando forçá-la a se deitar novamente.

— Eu já estou bem, não precisa bancar a enfermeira, só preciso comer alguma coisa que estou morta de fome — tomando a embalagem de Haimirich e descendo as escadas.

Os três se encontravam na sala, enquanto a moça comia com vontade a refeição, Haimirich observada o vigor da esposa que nem parecia estar desacordada até então.

— Então, onde eles estão? Como são eles? - Disse Haimirich.

— Eles estão no centro, embora não tenha localizado as suas instalações ainda. Pelo que pude sentir, estão usando um truque similar ao Estray para ocultar sua presença. Os dois são jovens, embora pelo que pude perceber, o servo tenha aparência mais nova do que o próprio mestre, quase um adolescente — concluiu Assassin com estranhamento.

— Que ótimo! Allan conseguiu chegar aqui mesmo em cima da hora, não podemos perder tempo, esta noite mesmo veremos do que ele é capaz! —

Loren tossiu um pouco e reclamou após engolir a comida — Esta noite?? Ficou maluco!? Ainda não nos recuperamos da última, você quer morrer?

— Não, mas estamos correndo contra o tempo, não podemos enfrentar nenhum dos adversários que se mostraram até agora e não podemos permitir que a Mansão elimine o Rider, precisamos dele para balancear as coisas!

— E como você pretende fazer isso? Não tenho condições de atirar por alguns dias, presumindo que você tenha curado meu osso quebrado, não é? — Ela lançou um olhar desconfiado ao marido,

— Sim eu curei — fazendo uma careta de indignação pela desconfiança — mas pode ficar tranquila, eu tenho um plano.

Ela revirou os olhos — e posso saber sobre o que se trata?

Ele pegou um mapa da cidade e desenrolou sobre a mesa — O que me faltou no último embate com toda certeza foi poder de fogo para ser usado, perdi muito tempo assimilando o ferro de estruturas ao redor, que não era muito e não era tão adequado, se eu já tivesse isso pronto para uso, com toda certeza não teria sido tão fácil me superar. Por isso depois de cuidar de você eu estive pensando sobre isso e analisei a cidade, chegando a este local. — Apontando para um lugar no sul de Nuevos Santos — este local é a chave da nossa vitória, se levarmos Allan e Rider para lá, com toda certeza venceremos!

Centro de Nuevos Santos, 13h.

Aleksia como de costume tirava fotos com sua câmera especial, em busca de possíveis anomalias. Mas desta vez ele estava mais espairecendo, pois já percebera ao todo que cada distrito apresentava em sua região, um ponto especial de concentração de mana e o centro não era exceção, embora no momento isso seja o menor dos seus problemas. Agora em especial ele esperava que Haimirich, se estivesse vivo, tentasse mais uma vez tomar Saber para si, pois neste momento eles eliminariam Assassin, fortalecendo o cavaleiro.

Ele deixou Sir Percival em uma loja de animais admirando as criaturas, enquanto seguiu fotografando a rua, depois se encontrariam na praça principal perto da fonte ao centro, a qual estava distraído procurando a melhor posição para fotografar. Quando andava para trás, esbarrou abruptamente em alguém.

— Eu sinto muito senhor, mil perdões! — Se virando para um jovem de cabelos pretos e pele quase tão branca quanto a sua — Causei algum dano?

— Não, eu estou bem não se preocupe, foi um acidente — respondeu o rapaz simpático.

— Sempre me distraio quando estou fotografando, sou meio estabanado mesmo — Aleksia passou a mão na parte de trás da cabeça sorrindo.

— É normal, a cidade tem muita beleza para registrar.

Aleksia observou o rapaz mais atentamente — você não me parece ser daqui, é um turista também?

— Sim, estou visitando junto com meu irmão, alias preciso ver onde ele está, sabe como é, apesar de mais velho eu que sou o responsável — eles ouvem o som de uma buzina e um outro rapaz acenava de uma moto.

O rapaz falou para Aleksia — Não disse? Foi só eu me distrair e ele já arrumou uma moto, até mais — disse se distanciando indo ao encontro do outro homem.

Logo em seguida chega Sir Percival, com dois sorvetes, olhando na direção da breve companhia do Mestre.

— Quem são aqueles, meu senhor? — Disse de forma curiosa.

— Um turista em que esbarrei, por quê?

— Não, por nada...

Por sua vez o rapaz lançou um último olhar para Aleksia e Saber, colocando o capacete e subindo na garupa da moto, acenando para os outros dois enquanto partiam.

— Quem eram Rider? — Perguntou Allan.

— Apenas um outro Mestre e o servo Saber.


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Notas finais do capítulo

Uma parte inter-confrontos para ver o posicionamento de todos e quais os próximos passos, apenas aviso que a calmaria não vai se estender muito além deste episódio. Até o próximo capítulo e novo embate u.u



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