One Step Closer escrita por Mariatt


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Tudo bem com vocês?
Adorei os comentários do capítulo anterior, fico feliz por estarem gostando c:
Boa leitura!



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Voltamos para a sala de estar e nossos pais ainda estavam conversando. Certamente falavam sobre os benefícios que cada reino teria com o nosso casamento. Milena estava sentada no sofá, um pouco entediada talvez. Resolvi ir até ela para ver o que se passava.

– Oi. – Eu disse ao me sentar ao seu lado.

– Oi. – Ela sorriu. – Animada para a festa de hoje à noite? – Ela puxou assunto.

– Sempre gostei do meu aniversário, mas esse ano preciso admitir que é uma exceção.

– Entendo. Estava assim também no ano passado quando fiz 18. Casar com alguém cujo não conhecemos é uma tarefa difícil de ser cumprida.

– Você já está casada?

– Ainda não. Me casarei daqui um mês.

– Desculpa a invasão, mas vocês se gostam?

– Confesso que no começo eu o odiava, mas aprendi a gostar dele. Na verdade aos poucos fomos nos entregando. Hoje posso dizer que é com ele que eu quero me casar.

– Você teve sorte.

– Meu irmão não te agradou?

– Não é isso, o Binho é legal, mas... Sei lá.

– Me deixa adivinhar... Seu coração já tem dono, é isso?

– Sim... Mas por favor, não conta isso para ninguém.

– Pode confiar. – Ela sorriu.

Gostei da Milena, ela é divertida e eu gosto de pessoas assim. É bom saber que a terei como cunhada.

– Ana. – Minha mãe me chamou e eu olhei para trás para saber o que ela queria. – Venha até aqui.

Fui ao encontro de Minha mãe, meu Pai, Elizabeth, Willian e Binho, que formavam uma pequena rodinha.

– Fico feliz por terem se dado bem. – Disse Elizabeth.

– Nós já até combinamos de andar á cavalo juntos qualquer dia, não é Ana? – Disse Binho e eu concordei.

– Bom, o almoço já está servido. Queiram me acompanhar. – Minha mãe manifestou-se e fomos todos para a sala de jantar.

Sentei ao lado de Binho que por sua vez estava sentado no lado de Milena. No outro lado da mesa estavam Willian, Elizabeth e minha mãe, enquanto meu pai estava na ponta.

Enquanto o pessoal conversava, eu apenas pensava na vida. As palavras ditas naquela sala não se absorviam na minha cabeça, eu não conseguia prestar atenção em nada. Só saí da minha distração quando eu percebi que todos me olhavam, esperando uma resposta.

– E então filha? – Perguntou minha mãe um pouco curiosa para a minha suposta resposta.

– Desculpem, mas vocês podem repetir? – Pedi com gentileza.

– Eu perguntei quais são seus planos para depois de assumir o poder. Digo isso em relação ao país. O que você pretende fazer? – Disse Willian.

Pensei em tudo que Thiago me disse na noite passada, isso não poderia continuar assim.

– Eu quero combater a desigualdade social. Esse é meu maior desejo. - Respondi.

Todos me olharam surpresos, talvez por esperarem uma resposta mais fútil. Olhei para meu pai e percebi que sua cara não estava das melhores, certamente não gostou da minha resposta.

A conversa continuou e eu novamente me dispersei daquele momento, mas o almoço não demorou muito para acabar.

***

Subi para o meu quarto para começar a me arrumar para o baile. Tati, com mais duas criadas cujo eu não sei o nome, me ajudaram a fazer o penteado, a maquiagem, a escolher o vestido, o sapato, as joias, e todas essas coisas. Eu serei a estrela da noite e por isso preciso chamar mais atenção que todos.

Meu vestido era da cor verde água, longo e inteiramente bordado com pedras preciosas. Meus sapatos eram dourados, assim como as joias eram de ouro. Meu cabelo estava preso em um coque com algumas mechas soltas na frente. Minha maquiagem estava pouco mais escura que o normal e com mais brilho.

Quando já estava na hora do baile, desci as escadas acompanhada de Thiago. Ele era o soldado encarregado de vigiar meu quarto quando eu estava nele.

– Eu fiquei sabendo da sua resposta para o rei Willian.

– Que resposta?

– Sobre a desigualdade social. Fiquei orgulhoso de você.

– Obrigada. – Sorri. – Eu não posso deixar que isso continue. Não quero que pessoas do meu país, o qual eu vou governar, passem fome. Isso não é justo.

Continuamos andando até o salão de festas. Quando cheguei, pude perceber que ele estava cheio de representantes de diversos países, além de algumas princesas e príncipes da minha idade. Isso me fez ficar mais animada.

Entrei no salão e todos me aplaudiram. Fui ao encontro de meus pais e ali fiquei enquanto as centenas de convidados me parabenizavam. Detalhe que eu não conhecia quase nenhum deles.

A janta foi servida e eu sentei na mesa de centro junto com meus pais e a família de Binho, já que agora, formamos um só reino, ou melhor, formaremos. A comida estava impecável, se eu pudesse pegava até mais, mas não podia.

Já era a hora da dança, e o primeiro que teria a honra de dançar comigo era o meu pai. O pianista começou a tocar e nós nos dirigimos até o centro do salão. Pisávamos sobre um chão cujo estava escrito as minhas iniciais em rosa bebê.

– Porque você disse aquilo no almoço? – Perguntou meu pai e eu demorei um pouco para me lembrar do que ele estava falando.

– Me perguntaram e eu respondi. Apenas isso.

– Não pegou bem. Desse jeito pareceu que eu não governo bem, além de que quem nasceu pobre precisa arcar com as consequências. Eu não tenho culpa se a pessoa tem um mau sobrenome. – Ele falou em um tom de voz que só eu pudesse ouvir.

– Como você pode dizer isso? – Perguntei com o mesmo tom de voz que ele, não queria chamar atenção. – Você deveria querer o bem do seu povo.

– E eu quero. Mas preciso fazer o bem para aqueles que podem de alguma forma me retribuir. Até os impostos são menores para pessoas de baixa renda, eles não me proporcionam nada.

– Se é assim que você pensa, poderia trabalhar em prol deles, para que saiam da miséria e tenham uma vida mais justa. Quem sabe assim eles não se estabilizariam e você pudesse ganhar mais. Não que esse seja o espírito da coisa.

Fomos interrompidos pela música que parou de ser tocada. Hora de dançar com meu futuro marido.

– Me concede essa dança? – Disse Binho pegando na minha mão.

– Será um prazer. – Sorri.

Começamos a dançar enquanto todos admiravam. Fiquei reparando no Binho e até que ele é bem bonito. Ele tem um porte atlético, certamente pratica alguma atividade física. Seus cabelos são castanhos claros e seus olhos são azuis, assim como os meus. Ele tem um sorriso galanteador e leves covinhas nas bochechas. Sua boca é rosada e seus olhos estão sempre brilhantes.

– Me surpreendi com o que você disse mais cedo, no almoço. – Será se as pessoas só tem esse assunto? Pensei.

– E isso é bom?

– Sim, é muito bom. Preciso admitir que fiquei com medo que você fosse uma menina mimada que só pensa no próprio umbigo, mas hoje pude perceber que não. Durante a nossa conversa no jardim descobri uma Ana muito dócil e meiga. E no jantar descobri um outro lado seu.

– Qual? – Perguntei.

– Você é determinada, humilde e gosta de justiça. Eu admiro pessoas assim.

– Obrigada. Eu só faço o que julgo ser certo. Nem sempre tenho razão, mas tento. – Ele sorriu, como se quisesse falar algo, mas estivesse envergonhado.

– O que foi?

– Eu adoro esse seu jeito. – Ele riu fraco.

– Que jeito?

– Você, como eu já disse, é tão meiga e ao mesmo tempo luta pelo o que acredita. Digamos que isso é apaixonante. – Sorri.

– Obrigada, eu acho.

A dança terminou e eu fiquei conversando com os convidados. Todos foram embora depois da meia noite e eu já estava exausta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Será que eu mereço um comentário? hahah
Beijoos