Entretenha-me, Sebastian escrita por Beilschmidt


Capítulo 17
Siebzehn


Notas iniciais do capítulo

Pelo amor de Satanás, desculpem a demora na atualização ;-; tive uma crise infernal de criatividade a ponto de sentar na frente do pc e fechar o word...
Bom, também foi por causa da faculdade, eu viajo duas horas, ida e volta, pra cidade vizinha pra estudar, e isso me cansa muito, sem contar que tive três dias de palestra, bem no dia que tinha prometido pra mim mesma que iria postar unvkjnjbt~
Até o



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Ciel botou um pequeno lenço no nariz. Sebastian não conseguiu descobrir o porquê com apenas um último olhar antes de receber a mensagem por telepatia.

“Aqui está tudo limpo, podemos passar para a próxima etapa”.

— Ótimo, deu para ouvi-lo em alto e bom som. — sussurrou o garoto — Acabe com isso de uma vez Sebas…

E lá estava o mordomo atracado em um pequeno filhotinho de gato, apertando suas patinhas. A alegria dele era tão grande que uma aura reluzente os encobriu. Ciel teve de se segurar na parede e fechar os olhos para tentar se acalmar. Era muito para um conde só ter que ficar aturando seu servo — demônio — tendo aquele tipo de divertimento em pleno trabalho. E se esse desnaturado botar tudo a perder?

Com uma importante nota mental, Ciel esfregou o nariz, coçava muito e sentia que logo teria uma nova e longa sessão de espirros.

Aborrecido, ele deu um pequeno chute no mordomo e apontou para a gaiola com as garotas, tentando fazê-lo voltar a focar na missão; queria sair daquele lugar imundo o quanto antes.

— Mas ele está sozinho, não posso deixa-lo aqui. — sussurrou.

— Qual era mesmo a ordem que te dei? — fez menção de retirar o tapa olho.

Contrariado, Sebastian largou o felino, que pulou agilmente por entre algumas caixas espalhadas pelo chão e sumiu nas sombras. O garoto fez um bico e fez questão de não o olhar mais; claramente que o moreno seria ignorado pelo resto da noite.

.x.

Petrus estava sentado ao lado Snake e ambos sentiam que o clima entre o Conde e seu mordomo estava tão tenso que podia chegar a ser palpável.

“O que está a acontecer entre eles?” — perguntou em uma mensagem por telepatia a Snake.

“E…eu não faço a menor ideia; disse Oscar”. — a pequena cobra se remexeu por entre os cabelos prateados de seu dono.

“Desde que voltamos a nos reunir que agem dessa forma”. — suspirou sonolento.

“Algo ocorreu enquanto estavam no porão”.

“Resta saber o que”.

“Prefiro não entrar em detalhes, Smile não gosta quando se intrometem nos assuntos entre ele e o Black”.

Alguns minutos de um silêncio sepulcral. Apenas o som do bater de asas de algumas aves que era ouvido de vez em quando.

“Aliás, por que os chama de Smile e Black?”

“Bom… digamos que nos foi apresentado com esses nomes; disse Oscar. E nos acostumamos a chama-los assim.”

“Entendo” — sorriu.

Snake olhou para seus pés a fim de evitar ser descoberto com as bochechas vermelhas.

.x.

— Trate apenas de se retirar o quanto antes. — e sumiu-se por entre as cobertas.

Sebastian apenas suspirou, sabendo de que se tratava de mais um caso de ciúmes do garoto. Pegou o candelabro da mesinha e fez uma breve reverência para logo se retirar. Ciel sabia que estava errado, mas ir contra seu orgulho é totalmente não Ciel; o mordomo sabia disso, mas de certa forma resolveu respeitar o silêncio e não abrir uma conversa logo naquele horário da noite, até porque pela manhã ele teria de encaminhar o relatório da missão para a Rainha.

Após sair, Sebastian ainda encontrou com Snake caminhando da cozinha para o salão.

— Snake, aconteceu algo? — aproximou-se — Já é horário de todos se recolherem.

— Sabemos; disse Oscar, mas estou com insônia.

— E o que pensas que estavas a fazer na cozinha?

— Um lanche. — levantou um saco com alguns ratos.

— Ah, então esses incômodos voltaram? — suspirou — Apenas tome conta da população desses roedores em seu horário de trabalho, agora volte para o quarto e descanse ok?

— Sim.

Antes mesmo de seguir para seus aposentos, pôde sentir o chamado de Ciel.

.x.

Petrus estava de pé em frente a porta do quarto de Snake, em sua mão esquerda um livro de poesias que lia com prazer. Nem mesmo se importava de estar ali a mais de meia hora esperando por ele. Sua perna já latejava por estar na mesma posição. A noite estava alta e sabia que se não fosse logo para seu quarto seria repreendido pelo mordomo; sabia que Sebastian tinha uma rígida etiqueta a seguir e entre elas era ser o último servo a se recolher.

— Sr…

—Aaah!! — fechou o livro rapidamente — Por favor, sem essa de “Sr.” eu nem sou tão velho…

— Desculpe Petrus; disse Oscar. — a cobra começava a se aninhar no cabelo dele, pronta para dormir.

— Vejo que estás cansado. — aproximou seu rosto da face de Snake para observar melhor, a fraca luz que vinha de um candelabro no corredor não ajudava em quase nada.

— Estou sim, então… gostaria de falar algo comigo? — virou seu rosto, constrangido com tanta proximidade.

— Sim, mas deixemos para amanhã, não quero lhe perturbar o descanso.

Snake estranhou; aquele horário o professor geralmente estava em seu quarto junto de seus livros. Entrou em seu cômodo e deixou Oscar ao lado de sua grande bolsa, havia ganhado de Ciel há uns meses e estava sendo de grande serventia.

Exausto, deitou na cama após se despedir de seus companheiros e os deixa-los bem acomodados do seu lado, dormiu com a roupa do corpo, apenas os sapatos estavam ao lado da cama.

.x.

Sebastian suspirou longamente. Teve de preparar um doce com frutas para o garoto.

Açúcar antes de dormir? Claro que o mordomo não deixaria Ciel comer. Mas de alguma forma queria agradar aos caprichos daquele pequeno egoísta, somente aquela vez.

E como fora recebido, mesmo com um delicioso Summer Pudding — uma sobremesa feita de pão italiano, frutas frescas e açúcar — não houve piedade.

— E da próxima vez eu mesmo irei tratar dos seus gatos, com as armas da Meirin. — disse devolvendo o prato, e virando-se.

Sabia que o doce era apenas uma desculpa para que o moreno fosse ao quarto e acabar escutando aquilo. O mordomo olhou novamente para o arrogante que estava deitado na cama com o grosso lençol pela cabeça, parecia um rolinho, a ponta do nariz vermelho e irritado por espirrar tanto. Estava no meio do sermão ainda quando reparou que o demônio nem ligava para as ameaças que direcionava aos seus preciosos felinos. E aquilo o irritou muito mais.

— Não estás prestando atenção a mim? — resmungou.

— Estou sim, jovem Mestre. — disse com os ombros caídos, esperava que o sermão fosse rápido, queria uma noite de descanso sem ouvir as suas reclamações. Mas parece que Ciel estava fazendo questão de tentar o prender ali, mas de forma rude, como sempre.

Não está!

— Eu não minto, esquecestes? — se fosse humano já estaria com uma dor de cabeça infernal.

— Não. Mas estás se distraindo com algo.

O moreno fechou o cenho e encarou o garoto seriamente. Ciel sustentou seu olhar, orgulhoso como era; não permitiria ser oprimido logo por ele. A mão que segurava o prato fez um pouco mais de pressão.

— Mas alguma coisa, jovem Mestre?

Saia!

— Achei que o mestre tivesse dito que não teria ciúmes dos gatos. — arqueou a sobrancelha.

— Sim.

— Mas o que…

— Que parte do “saia” tu não escutaste?

Sebastian fechou a cara e saiu após uma breve reverência, ficou em silêncio até chegar a seu quarto. Realmente tentar entender seu Mestre com ciúmes o deixava confuso.

.x.

O garoto se revirou na cama, o sono estava longe de chegar. Sentou-se e abraçou um travesseiro, suspirou. Queria chama-lo de novo ali para poder explicar o que estava acontecendo.

Mas era grandemente orgulhoso…

Ciel realmente tinha prometido a si mesmo que tentaria não ter ciúmes, mas fora inevitável. Ele sabia que era algo infantil fazer esse tipo de cena por causa dos gatos, mas sentia que o mordomo sorria muito mais para os felinos do que para ele, sentia que ganhava menos atenção que aqueles seres cheios de pelos; e seu orgulho foi ferido.

Podia mesmo confiar em esse “amor” de Sebastian? Podia mesmo confiar em um demônio que sempre priorizou a sua alma?

Novamente as perguntas atormentavam a sua paz e seu descanso.

E aquela noite ele dormiu sozinho, sem o seu beijo de bons sonhos.


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Notas finais do capítulo

Creio que você, leitor, tenha notado que eu meio que declinei para com o desenvolvimento de enredo de uns capítulos para cá...desculpem mesmo, foi influência da falta de criatividade, essa maldita, e de alguns problemas pessoais que me deixaram meio coisada ;---; Tive de reler toda a fic para poder perceber isso. Então se perceberam alguns erros de concordância, pronomes ou falta daquele tcham que te prende na leitura...podem comunicar mesmo, pra eu reparar o erro mais cedo, porque eu sozinha meio que não consigo.
Espero ter melhorado nesses quesitos com este cap.
Era só, e até a próxima~



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