The New Queen escrita por ScorpionQueen


Capítulo 2
Coração com Coração




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– Por favor, espera. – Disse o príncipe ao conseguir alcançar Natasha.

– Eu poderia ajudar em alguma coisa, majestade? – Perguntou ao sentir a mão de Hal segurar seu braço.

– Por acaso estava próxima a uma taverna há alguns passos daqui? – Perguntou ele.

– Isso é relevante? – Perguntou ela.

– Sim. – Respondeu ele.

– É, eu estava. – Respondeu a garota.

Por mais que tivesse tentado não olha-lo nos olhos, Natasha acabou não conseguindo cumprir a difícil missão. E lá estavam os dois, por um momento não existia mais ninguém apenas ambos se olhando intensamente. Somos um reflexo vivo do que pensamos e sentimos! A energia que emanamos é um reflexo do que há dentro de nosso ser; se estamos ressentidos, se estamos tristes ou até mesmo zangados, tudo isso se reflete em nosso olhar.

Palavras não eram necessárias naquele momento. Hal parecia saber quase exatamente o que Natasha pensava e ela, por sua vez, parecia adivinhar os pensamentos dele. Era como se estivessem ligados por alguma coisa, uma energia forte que os mantivessem unidos. Aquilo era mais que um simples desejo da carne, era a mais pura força do coração, uma magia que atravessava a matéria de seus corpos e acessava suas almas com apenas um olhar. O príncipe foi se aproximando até estar a uma distancia minúscula de Natasha, que tenta falar mas desiste ao perceber que se atrapalharia com as palavras.

– Você... – Hal tocou o rosto de Natasha e o acariciou.

– Por favor – Natasha se afastou antes que acabasse cedendo aos gestos carinhosos do príncipe. – O Senhor está bêbado. – Acrescentou.

– Não, eu...

– É melhor eu sair logo daqui. – Natasha o interrompe. Ela começa a caminhar.

– Eu sei exatamente o que estou fazendo. – Disse Hal olhando Natasha se perder entre as pessoas e se lembrando de quão próximo seus lábios estiveram dos dela.

...

De volta ao reino de Westwood, Natasha sobe, de forma apressada, a velha escada que dava acesso à parte de cima de sua casa, onde ficava seu quarto. Nem ao menos percebeu a presença de Margareth na cozinha, que ao ver a maneira estranha que sua filha chegou em casa, imediatamente a segue.

– Minha filha, o que você tem? – Perguntou ao adentrar no quarto de Natasha.

– Nada mãe, eu não tenho nada. – Respondeu educadamente, deitada em sua cama, com os braços cruzados apoiados em seu queixo.

– Não parece nada. Sentes algo? Estás doente? – Rebateu Margareth, preocupada.

– Não, não se preocupe, não estou doente. – Murmurou Natasha. – E o que a senhora faz aqui? Deveria estar no palácio, não? – Natasha levantou-se para poder conversar olho a olho com Margareth.

– Sim, estou prestes a retornar. Vim apenas buscar algumas roupas. – E você por que veio para cá? Sabe que agora nosso lar é o palácio de WestWood.

– Não mãe, aquele lugar nunca será o meu lar. – Natasha começa a dar voltas de um lado para o outro.

– Aconteceu alguma coisa e não queres me contar, posso saber por quê? – Margareth a questiona.

– Já disse que não aconteceu nada. – Falou olhando para ela.

– Está bem. – Margareth faz sinal de que não mais a incomodaria. – Retornarás comigo? – Perguntou. Natasha respondeu balançando a cabeça de forma positiva.

– Ótimo! – Margareth sorriu. – E por que não toma um banho, põe uma roupa mais leve. – Ela se aproximou de Natasha, tocou em seus ombros, passou a sorrir de maneira divertida.

– Espero que não insistas para que ponha um vestido, mãe! Já disse que sinto-me confortavelmente bem usando calças. – Completou.

Natasha tinha um estilo completamente diferente de se vestir das moças de sua idade. Odiava vestidos, saias, ou qualquer outra frivolidade. Adorava usar calças, botas de cano longo, e blusas, na maioria delas, com mangas compridas. Por mais que sua mãe insistisse, não mudaria.

– Mas minha filha, qual a moça que não gosta de um belo vestido? Posso fazer-te um à tua medida. – Acrescentou.

– Sinto-me bem do jeito que estou. – Disse Natasha. – Vou te acompanhar em alguns minutos. Irei me banhar rapidamente. – Completou.

– Está bem. – Disse Margareth. Ela se retira do quarto e vai terminar de arrumar algumas roupas para levar.

... Minutos depois.

– Vamos? – Natasha desce as escadas ligeiramente. Sua mãe primeiro a observa, e mais uma vez a olha com uma certa reprovação. Seus longos e lindos cabelos castanhos estavam molhados e soltos, Natasha vestia uma calça justa na cor marrom, calçava botas pretas de cano longo, e uma linda blusa branca com mangas compridas, que estava levemente ensacada deixando a mostra um lindo cinto dourado que prendia sua calça.

– Não me olha desta forma mãe. – Resmungou. – Vamos, ou o Rei pode nos punir por demorar tanto.
...

Margareth e Natasha adentram rapidamente no palácio. A mulher nada percebe, porém sua filha, ao passar próximo à sala do trono vê que o Rei Henry IV discutia com seu filho, Hal. E que de repente lhe esbofeteou, que grosserias o príncipe havia dito?

– Isso não é de nosso interesse, vamos! – Disse Margareth e puxou Natasha pelo braço. Mas não impediu que Natasha e Hal trocassem olhares.


... Cozinha Real

– O que será que o príncipe fez? O Rei parecia irritado. – Margareth se questionou.

– Vai saber. – Disse Natasha. Seu semblante era de pensativo. Por um momento pensou em ir falar com Hal, porém, isso poderia não ser uma boa ideia, então ficou exatamente onde estava.

– Olá. – Disse Lúcio ao entrar na cozinha.

– Olá meu marido. – Respondeu Margareth e o cumprimentou com um beijo. – Desejas alguma coisa para comer? – Perguntou.

– Não. Está fruta. – Lúcio pega uma maçã. – Será o suficiente. – Ele olha para Natasha. – E você, não cumprimenta seu pai? – A questionou.

– Oi pai, como estão as coisas? – Perguntou o abraçando.

– Bem. – Lúcio correspondeu o abraço. – Está linda, minha filha.

– Obrigada. – Agradeceu.

– Bem, permitam-me que me retire. Soberano tem urgência em ir até HelHeart. – Acrescentou.

– HelHeart? O que há por aquelas bandas, pai?

– Alguns rebeldes estão ocupando terreno pertencente ao Rei, o mesmo quer ir até lá para ver se consegue resolver este problema. Bom, agora eu irei. – Lúcio se retira.

– Está vendo? – Margareth resmungou próximo à Natasha. – Por isso é perigoso você estar por lá, se seu pai descobre...

– Vamos começar não é mesmo? – Natasha tenta mudar de assunto. – Deixe-me pôr esse avental.

Apesar de tentar esquecer a cena em que virá Hal ser esbofeteado por seu pai, Natasha não conseguia, a vontade que tinha em falar com ele era enorme, talvez uma conversa era o que o príncipe precisava. Mas não podia, seria ousadia demais. Então decidiu ocupar a mente ajudando sua mãe a preparar a comida. Quem sabe o próprio príncipe não a procurasse. Não, seria demais, não depois do que quase aconteceu entre eles.
...

A noite estava perto de reinar. Uma movimentação no lado de fora do palácio era o sinal de que o Rei e seu exército chegavam. Natasha estava em seu quarto, e ao ouvir o barulho foi até a janela e se surpreende ao ver Hal junto ao exército. Ele estava machucado, sinal de que as coisas em HelHeart fugiram um pouco do controle. Mais uma vez um enorme impulso em ir falar com ele a estava dominando.

– Não seja tola, Natasha! – Repreendeu a si mesma. – Permaneça em seu devido lugar.

Nem dez minutos se passaram até que alguém bateu a porta do quarto onde ela estava. Era uma serva, que lhe disse que o príncipe solicitava sua presença em seus aposentos. Natasha não podia negar, está era a oportunidade que esperava para falar com ele.

– Obrigada por avisar, irei imediatamente. – Falou para a serva, que logo se retirou.

Tudo era tão estranho. Estava mais ansiosa do que devia para falar com o príncipe. Certas coisas passavam a intrigá-la, porém, desde que olhou profundamente naqueles olhos, a imagem do príncipe era a primeira que surgia em sua mente. Ao deitar, ao acordar, estava pensando demais nele, e isso a assustava.

...

Então ela bateu na porta do quarto de Hal.


– Está aberta. – Respondeu ele. Natasha abre-a, lentamente. – Achei que não me atenderia. – Acrescentou.

– Minhas condições não permitem que rejeite um chamado do filho do Rei. – Falou Natasha. Sua cabeça estava um pouco baixa, pós sentiu seu rosto corar ao ver que o príncipe estava sem seus trajes superiores. – O Senhor está muito machucado, vou pegar algo para limpar essas feridas. – Disse Natasha. Ela caminha até algo que se aparece com uma pequena estante e retira algodão, e alguns remédios que serviam para a limpeza de ferimentos. Quando olha para Hal, o mesmo já estava sentado na cama.

– Isso pode arder um pouco. – Disse ela, alertando-o.

–Senhor... – Hal sorriu fraco. – Já chamou-me pelo nome uma vez, por que não mais uma? – Perguntou ele. Natasha nada responde e apenas encosta o algodão já úmido por causa do remédio, na testa do príncipe.

– Ai! – Ele resmungou. – Acho que devo a você um pedido de desculpas. – Disse.

– Não, não me deves nada. – Natasha se mantinha ao lado de Hal, cuidando de seus ferimentos.

– Será que pode me deixar falar? – Questionou ele.

– Claro! – Respondeu ela. – Sou toda ouvidos, príncipe. – Completou. Hal então virou-se para ela, e a puxou para que ela se sentasse a seu lado na cama.

– Não acho que...

– Disse que permitiria que falasse – Falou Hal interrompendo Natasha. Os rostos de ambos voltaram a se aproximar. – Então deixe-me falar. – Ele a olhou de uma forma doce. – Quero apenas que me escute.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado e até o próximo capítulo. ♥



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