The New Queen escrita por ScorpionQueen


Capítulo 1
HelHeart




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Era uma linda manhã, mesmo parcialmente nublada, quando ela resolveu dar um tempo nos serviços domésticos para dar uma volta ao ar livre. Como já havia terminado seus afazeres, sua mãe permitiu que tirasse o restante do dia para descansar. Retirou seu avental e o pano que usava na cabeça, os colocou em um cômodo qualquer na cozinha e saiu.

– Não vá para muito longe, filha. – Alertou a mãe.

– Sim, pode deixar. Não pretendo me afastar muito. – Respondeu a jovem.

Depois de muito andar, chegou até uma área desolada de HelHeart, território pertencente à monarquia de Westwood. Sabia que aquela era uma área proibida, apenas pessoas com ordens expressas do Rei poderia ir até lá, mas aquilo pouco lhe importava. Aproveitou para se sentar em uma muralha de pedras em meio á um gramado quase sem vida e um verde escuro morto. Mesmo em um ambiente tão desolado e rústico, podia sentir uma doce brisa a lhe invadir, e a balançar aqueles cabelos castanho-claros.

Natasha nasceu e cresceu em Eliot, um vilarejo próximo a HelHeart. Sua mãe trabalhava duro, era cozinheira do palácio. Enquanto seu pai, era o responsável em manter a guarda Real sempre a postos. Ela nunca teve contato com a realeza, mas lembra-se que um dia ao passear por esse mesmo lugar viu o filho do Rei, o príncipe Hal, de fato ele era muito bonito, porém muito indisciplinado. Talvez isso até os tornasse parecidos.

Minutos se passaram e Natasha continuava a refletir naquele mesmo lugar. Seu silêncio foi interrompido ao ouvir o relinchar de um cavalo se aproximar, seu coração gelou completamente, ela procura um arbusto para se esconder, e de lá observa que se tratava do príncipe Hal, ele parecia entristecido. Natasha procurou se manter o mais imóvel possível, sabia que se fosse pega ali seus pais seriam punidos. Respirou aliviada ao ver que Hal tomava caminho de volta, provavelmente para o palácio. Lentamente ela saiu de trás dos arbustos.

– Droga, eu preciso sair daqui. – Disse baixinho, se levantando lentamente.

– Hey! – Alguém gritou. A camponesa se assusta mas permanece imóvel.

– Não sabe que é terminantemente proibida a entrada de vocês aqui? – Falou de forma autoritária.

– Perdão, – Natasha virou-se imediatamente ao reconhecer a voz de Hal. – Mas eu não estava fazendo absolutamente nada, Senhor. – Respondeu cordialmente.

– Eu reparei. Mas se pegam você aqui, asseguro-te que uma advertência será o de menos. – Hal expressou certa preocupação.

– Perdoe-me. – Natasha abaixou a cabeça. – Eu já vou indo. – Natasha estava prestes a se retirar.

– Espere! – Hal a chamou. – Não és tu a filha de Margareth e Lúcio?

– Sim, está sou eu. Algo aconteceu com meus pais? – Perguntou aflita.

– Não, nada aconteceu. Ouço muito falar da senhorita, mas não tive a oportunidade até então de conhecê-la pessoalmente. Porém vi um retrato seu recentemente, e confesso que é mais bela pessoalmente. – Hal sorriu.

– Grata por suas palavras alteza. – Natasha o reverenciou.

– O que acha de me chamar pelo nome, hein? – Hal brincou. – Odeio tamanhas formalidades.

– Creio que não será possível, pois devo tratar-te por quem tu és. – Disse ela.

– Está bem. – Disse ele.

– Melhor eu ir, não é? – Natasha tentava olha-lo nos olhos, porém o príncipe a encarava de uma forma muito intensa, o que a estava deixando desconcertada. – Bem, com sua licença. – O reverenciou e saiu apressadamente dali.

O príncipe sorriu um pouco travesso enquanto se dirigia para sua montaria, ela era realmente uma bela mulher, se ela não fosse uma simples plebeia daria uma bela princesa, ele pensou. Chegando até seu cavalo, montou novamente no animal, e saiu a cavalgadas apressadas de HelHeart.

...

PALÁCIO DE WESTWOOD

– Natasha... – Repreendeu sua mãe, Margareth, ao vê-la tentando entrar sorrateiramente até um outro canto da cozinha.

– Onde esteve? – Perguntou a mãe, com as duas mãos na cintura e batendo um dos pés.

– Fui caminhar pelos arredores. – Respondeu. Teve de inventar uma desculpa ali na hora.

– Você não foi até lá, foi? – Margareth perguntou desconfiada.

– Não mãe, eu não fui. – Natasha tentou parecer o mais convincente possível.

– Acho bom. – Falou Margareth, com autoridade. – Sabe o que pode acontecer a mim e a seu pai, se por acaso algum dos guardas te pegar, lá você sabe aonde. – Sussurrou.

– Não se preocupe mãe. Sabe, conheci o príncipe. – Disse Natasha tomando em mãos uma maçã.

– Verdade? – Margareth franziu o cenho.

– É mãe, e ele me pareceu gentil. – Natasha respondeu sorrindo. – Até se preocupou... – Achou melhor parar a narrativa.

– Vamos, continue. – Margareth a olhou com curiosidade.

– Nada. – Natasha balançou a cabeça negativamente. – Ele foi gentil, e nada mais.

– E muito galanteador, imagino. – Completou Margareth.

– Não sei, mas confesso que me olhou de forma muito penetrante e isso me deixou desconcertada. – Confessou Natasha.

– Filha, você sabe muito bem a fama do príncipe, não sabe? – Margareth questiona.

– Claro, mãe. Dizem que é muito conquistador e entre outras coisas. – Natasha jogou o restante da maçã que comia em uma lixeira.

– É, isso aí. – Margareth parou um pouco seus afazeres. – Por favor, procure não se envolver com ele.

– Nossa, a senhora fala como se algum dia ele fosse se interessar por mim. – Natasha sorriu um pouco irônica. – Mãe, ele é o príncipe de Westwood, rodeado de belas mulheres, nunca irá olhar para mim.

– Também não se menospreze desta forma, és linda. – Tocou no rosto da filha. – Agora preciso voltar ao trabalho.

Logo a cozinha que estava vazia encheu-se de servos. Muitos estavam em outros lugares do palácio, ocupados com outras tarefas. Natasha vendo a trabalheira que sua mãe teria, pensou em ficar mais uma vez para ajudar, mas sua mãe acenou que não precisava dela, e então assim decidiu dar uma volta pelo palácio.

...

Natasha caminhava com seu olhar bem atento. Toda a beleza do palácio a encantava, suas altas colunas douradas, o teto com seus desenhos inovadores e por que não dizer exóticos. Por estar encantada com tamanha glória, não percebe logicamente quem vinha em sua direção e acabou por esbarrar em Hal.

– Ei, toma cuidado. – Disse ele segurando-a para que não caísse.

– Desculpe alteza, estava distraída. – Natasha abaixou a cabeça um pouco envergonhada, porém Hal aproximou lentamente suas mãos do rosto dela e ergueu sua cabeça. – Já disseram que tem os olhos mais lindos do mundo, tens sempre que mantê-los elevados. – Disse ele com sinceridade. Percebendo que tinha causado um constrangimento, o príncipe afastou suas mãos. – Perdão.

– Não há o que se perdoar, majestade.

– Hal, me chame de Hal. – Ele pediu gentilmente.

– És tu o príncipe de Westwood, e eu sou apenas filha da Chefe de Cozinha e do Regente Superior da guarda do palácio. É meu dever tratar o senhor com formalidades, mostrar meu respeito.

– Percebe que não estou nem aí para isso? Que se danem tantas formalidades! – Disse.

– Não permita que o Rei ouça falar isso. – Disse ela. – Acho que consideraria uma afronta, e também se decepcionaria, já que se trata do seu único filho. – Completou.

– Natasha, não é? – Perguntou ele curioso.

– Sim. – As bochechas dela coraram.

– Acho que para meu pai eu já sou uma decepção. – O príncipe falou um tanto amargo.

– Não tire palavras da boca do Rei, tenho certeza que o ama. – Natasha sorriu um pouco tímida.

– E o que te faz ter tanta certeza? – Hal perguntou.

– Que pai não amaria seu filho? – Natasha perguntou olhando para o príncipe que correspondeu imediatamente o seu olhar, o que voltou a deixa-la um pouco sem jeito.

– Bem, deixe-me ir agora. Já são muitos os olhares na nossa direção. Com certeza perguntando o que uma serva tanto conversa com o príncipe. – Alteza. – Natasha levou a mão ao peito e curvou-se. Rapidamente saiu por uma das portas do palácio, deixando Hal a lhe admirar.

...

Dois dias se passaram e durante esse tempo, Hal e Natasha não mais se encontraram. O que a fez perguntar onde o príncipe estaria. Porém talvez já soubesse a resposta, com certeza estava em alguma taverna bebendo, rodeado de mulheres. Tal fato não era nem ao menos para importar Natasha, mas acontecia o inverso, isso a estava importando muito e não sabia o porquê.

– Filha, você está bem? – Margareth, percebendo que sua filha estava com uma mente distante, parou com suas tarefas na cozinha e foi até ela que estava em um canto.

– Mãe, a senhora viu o príncipe, estes dias? – Perguntou.

– Acho que já faz uns dois dias que não o vejo. – respondeu. – Por quê?

– Nada importante. – Respondeu Natasha. – Uma simples e tola curiosidade de minha parte. – Acrescentou.

– Certo, uma curiosidade. – Margareth sorriu incrédula.

– Precisarás de mim? – Perguntou Natasha.

– Não filha, as coisas por aqui estão calmas hoje. – Disse.

– Acho que irei até a cidade. Até mais tarde. – Natasha se despediu de sua mãe com um beijo na face e se retirou.

...

– E então senhorita, o que vai levar hoje? – Um vendedor perguntou.

– Veja, ficaria perfeito em você. – Disse outro mostrando um colar.

Homens, mulheres, até mesmo crianças se aproximaram de Natasha assim que a mesma pós seus pés na feira da cidade. A mesma apenas recusava educadamente os pedidos fervorosos para que comprasse algo, por enquanto estava só observando.

Não muito distante do local onde estava havia uma velha taverna de onde emanavam gritos de alegria, Natasha deduziu então que estavam em festa. Um sentimento de curiosidade bateu forte naquele instante levando-a a chegar muito perto do lugar. Porém seria melhor que não tivesse ido. Através de um buraco aberto em uma janela bastante surrada ela viu Hal, estava rodeado por três mulheres, muito esbeltas, com vestidos longos, mas com decotes estrondosos. Elas dançavam sensualmente ao redor do príncipe, chegando uma até sentar em seu colo. Ao ver tal cena Natasha se afastou, não soube por quê ficou tão incomodada com aquilo. Não deveria se sentir daquele jeito, assim como não deveria ter sentido falta do príncipe exatamente há alguns minutos atrás. Natasha não percebeu, mas ao se retirar, Hal vê sua sombra e a achou familiar, e então levantou-se rapidamente mas quando chegou fora não encontrou mais ninguém, porém mesmo assim decidiu continuar procurando.

Natasha caminhava rapidamente sem ao menos olhar para trás, queria chegar o mais rápido o possível no palácio, mas quando cruzou uma esquina deparou-se com Hal, escorado na parede, de braços cruzados a encarando. Ela decide ignorar e tomar outro caminho mas o príncipe a segue.

– Natasha... Natasha espera. – Hal a chamou, mas não adiantou ela continuava a andar agora ainda mais rápido.

– Natasha de Althean, aqui quem está falando é seu superior, ordeno que pare! – Hal foi firme em suas palavras, finalmente fazendo com que ela ficasse imóvel.

– Chamou senhor? – Natasha se virou para olha-lo. Seu tom de voz soou mais irônico do que desejava.

– O que faz aqui? – Perguntou Hal.

– Minha mãe não estava muito atarefada e então permitiu que viesse até aqui. Eu precisava andar um pouco. Esse não é bem o lugar onde gostaria de ir, mas... – Natasha forçou um sorriso.

– Cuidado, há muitos ladrões por aqui. – Disse Hal.

– Não se preocupe majestade, sei me cuidar. – Natasha colocou suas duas mãos nos bolsos da calça. – Hal tenta se aproximar, mas ela recua.

– Você é tão diferente. – Disse ele, observando-a.

– Como assim? – Ela questionou.

– É diferente das outras mulheres. – Ele responde com toda franqueza.

– Ah, isso com certeza. Creio que é melhor me retirar. – Natasha começou a andar, e entrou por uma rua um pouco mais silenciosa. Hal ainda se abstém a ir atrás dela, mas o impulso fala mais alto.


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