Sam sentou-se no sofá preto da sala de seu pequeno apartamento e esperou sua mensagem ser respondida.

Alguns minutos depois um bip do seu celular.
"Seu horário é 21:45".

Com um suspiro ela bloqueou o celular e o deixou na mesa de descanso. Ainda faltava um pouco.

Além de ser muito talentosa na atuação, Sam era muito boa na cozinha, e ela gostava de se aventurar. Ela fez sua janta, frango grelhado, purê de batata, ervilhas e a coisa que ela mais gostava no mundo; mini cenouras.

Ela lembrava sempre que comia o motivo de adorar o legume, a cor era parecida com seus longos cabelos. Ela sempre sorria, era seu remédio para tudo. Mini cenouras.

Depois de comer ela escovou os dentes e tomou banho. No quarto ela vestiu suas botas, que iam acima do joelho, uma mini saia preta e uma blusa social branca. Por cima seu casaco favorito, bege de fivelas.

Ainda faltava para dar o horário, então ela foi dar uma atenção para seu companheiro de apartamento.

A grande gaiola parecia inabitada, mas ela sabia que havia alguém ali.

–Chubby... Vem cá, amorzinho. Eu trouxe presente! - Assim que chamado, o pequeno coelho branco de orelhas acinzentadas saiu mexendo o fucinho já sabendo do que Sam falava.-Aqui, mini cenouras! Nossas preferidas.

Sam abriu a gaiola e o pegou no colo lhe dando as cenouras. Chubby parecia feliz, e Samantha também. Depois de alguns minutos brincando com o animalzinho ela o pôs de volta em sua "casinha". Samantha pegou as chaves e saiu do apartamento. Era hora de trabalhar.

As ruas estavam pouco movimentadas, mas nada perigoso. Sam andava de calçada em calçada de cabeça baixa, ela sabia muito bem o caminho, o lugar não era estranho e muito menos longe. Em menos de vinte minutos de caminhada ela chegou.

Entrando pela porta de trás e subindo as escadas que somente funcionários tinham acesso, ela chegou ao seu camarim e sem demoras tirou seu casaco e a blusa o sutiã e a calcinha, ficando de botas e saia.

No closet que tinha ali ela pegou uma lingerie roxa com rendas pretas e a vestiu, de modo que o sutiã aparecia, mas a saia cobria a calcinha. Por pouco tempo. E o item que ela nunca poderia esquecer, sua máscara, foi o último a ser colocado e ela logo saiu do camarim entrando em seu ambiente de trabalho.

Uma boate de strippers.

O lugar cheirava a bebida e testosterona.Havia pessoas de diversos tipos,o que quer que procurasse uma hora encontraria.

Ao contrário do que muitos pensariam,se descobrissem que Sam trabalhava naquele local,ela não era uma garota de programa.

Claro que tinham aquelas mulheres ali,mas não eram todas,Samantha brincava que ela e as outras strippers acendiam o fogo e as outras,bem...apagavam.

Sam andou até o bar,recebendo olhares de homens e até algumas mulheres que não estavam prestando tanta atenção no show que acontecia no momento.

–Olá Tony -ela cumprimenta o colega de trabalho se apoiando no balcão -Como vai sua noite?

–Olá Makie - ele dirige os olhos verdes a ela -Muito mais agradável-ele diz e coloca um copo de frente a ela. -Sabe qual é a coisa que é mais agradável de ser barman? - ele pergunta e ela nega com a cabeça alguns fios soltando de seu coque.

–Não...talvez um dia eu descubra se você me chamar para fazer um estágio.-ela fala.
–Todas mulheres gostosas vem falar comigo -ele fala e Sam solta uma gargalhada.
–Será que também funciona com os caras gostosos? -ela pergunta tomando mais um gole de sua bebida.

–A gente testa...Mas acho que agora é você? -ele pergunta desviando rapidamente o olhar para o palco e voltando para ela.
–Hora do show -ela fala pondo o copo de volta no balcão,mandando um beijinho para ele e indo em direção ao palco.

* * *
As luzes estavam apagadas no palco,e Sam já estava no centro,sentada em uma cadeira,com a qual hoje,faria seu show.
Ela estava pronta.Ela só estava deixando Makie tomar conta dela,até agora sua personagem mais viva e incandescente.

A música começou lenta e sensual,conforme os movimentos dela quando as luzes em tom de vermelho e roxo acenderam-se no palco.
Quando a luz ficou mais forte ela se levantou e inverteu o lado que estava sentada e continuou a rebolar o mais sensual possível.

A platéia era composta apenas por homens, as únicas mulheres no meio deles era as que apagavam o fogo. Ali havia rostos conhecidos e desconhecidos. O mais conhecido ali era, por mais incrível que pareça, Pierre. Ele ia quase sempre por lá, bebia, assistia números e ia embora. Sozinho ou com amigos, alguns da faculdade e outros não. Ele já não incomodava mais.

Assim que a música chegou no refrão Sam se levantou e foi até a ponta do palco e arrancou a saia e se abaixou até chão provocantemente, recebendo assobios e incentivos dos homens ao seu redor.
Ao se levantar passou a mão sobre suas pernas lentamente,ao ficar de pé levou as mãos ao cabelo o soltando de um penteado simples e deixando as madeixas ruivas caírem pelos ombros e ouvindo mais assovios.

Ficando de costas para o público,ainda rebolando,começou a buscar o feixe do sutiã nas costas,o qual ela sabia exatamente onde ficava,e o tirou segurando-o na parte da frente para não cair de uma vez.

Virou apenas a cabeça e deu um sorriso malicioso e logo depois fez menção de jogar o sutiã para o público que começou a gritar ainda mais.

Com um braço ela tampou seus seios, a música chegava perto do fim e com o braço livre ela fez menção de tirar a calcinha, mas no momento que ia descer a música acabou e as luzes se apagaram.

Sam pegou rapidamente seu sutiã e o colocou de volta, deixando a saia para trás sem nenhuma preocupação. Ao descer do palco Pierre estava perto. Seu coração acelerou, ele nunca se aproximava.Ele estava perigosamente perto.