Obsessions : a letter from Capitol escrita por Sally


Capítulo 6
Fim




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A Helena andava de um lado para o outro na sala escura, ela não se perguntava se havia feito a coisa certa... Era a única saída para si mesma, para seu amor. Ela ainda lembrava da primeira vez que havia ido até o Finnick; a surpresa dele, a forma como cedeu diante ao segredo que ela guardava para ele.

Ela sabia que ele estava fazendo seu trabalho mas se recusava a acreditar que não era sincera a forma como o sorriso dele ficou mais fácil nas últimas vezes, ou que os beijos no nariz que ele dava nela eram parte do trabalho. Na última vez, quando ela disse a ele o que sentia, ela não esperava que ele se afastasse... Ele havia fechado os olhos durante boa parte da noite, parecia concentrado, apertava-a e sorria enquanto movia-se...

Ela sentia que ele só estava preso ao passado e assim que tudo acabasse eles ficariam juntos, a campanhia tocou, o pacificador encarregado de sua encomenda chegou e ela apontou o lugar sobre o qual ele deveria colocá-la, em uma sala/porão com uma porta que dava para a sala de estar sobre uma cama com ataduras nas pernas e braços. Seus olhos eram cinzas e frios e ao terminar seu trabalho acenou para a Helena e saiu. Assim silencioso, e silencioso se manteria já que a quantia que ela havia lhe dado era o suficiente para transformar qualquer linguarudo em Avox.

Ela olhou para a moça deitada, que havia chegado inconsciente nos braços do pacificador, e se perguntou o que havia de tão especial nela. Ao tocar seu rosto dois olhos assustados se abriram e ela sorriu.

“Olá Annie!”

A menina era mais jovem do que ela havia esperado e não tinha um perfil sedutora, era uma moça simples e suas bochechas rosadas combinavam com seu vestido.

A Helena tentou ter foco, ela não era um ser bonitinho, era a criatura responsável pela total infelicidade da sua vida.

“Onde eu estou”

“Não importa” falou enquanto colocava um lenço ensopado com uma substância entorpecente no nariz da moça e vendo-a fechar os olhos mais uma vez.

Ela não sabia o que fazer com a Annie... Sequestrá-la daria muito trabalho, alguém precisaria cuidar dela... Ela precisava acabar com a vida da menina, mas não sabia como fazer isso, talvez não devêsse ter deixado o pacificador ir tão cedo. Na atual circunstância o que precisava fazer era chamá-lo de volta. Pensou por duas horas e decidiu-se pela última opção.

Ela estava usando a casa de praia do Marcus, ele havia dado a ela as chaves sem perguntar para que ela queria... Ele não sabia os seus planos, mas fez o suficiente para despertar a atenção da esposa, Ela viu que a chave da casa de verão deles havia desaparecido, bem como a melhor amiga que não a atendia há dois dias.

Tudo fazia sentido e quando a porta da casa mal usada bateu a Helena se sobressaltou, o pacificador não poderia ser tão rápido, mesmo de carro. Abriu-a, mas ao ver os olhos que a encaravam sentiu o coração sair do peito.

“Finnick...”

Seu olhar estava frio e ele entrou na sala de estar sem deixá-la falar mais.

“A Annie sumiu há alguns dias, o que você fez? Falou com o Snow?”

“Eu...” ela não sabia o que dizer... uma viagem do distrito deles à Capital realmente levaria 3 dias e ela não havia pensado que ele ficaria sabendo tão rapido. Resolveu apelar para o que era realmente surpreendente

“O que você faz aqui? Quem te disse onde eu estava?”

Ele segurou-a pelos ombros e parecia fora de si

“Não importa, Helena, ok? A Lydia disse que era só uma suspeita, mas não importa”

“Me solta, não tenho culpa, me solta Finnick, não tenho nada com isso” Ele soltou-a e sentou no sofá com a mão no rosto deixando que as lágrimas corressem por elas.

“Desculpa, eu só estou desesperado... Eu fiz tudo que me mandaram, Helena, tudo” ele levantou-se e passou as mãos no cabelo, não imaginava que ela estivesse tão diretamente ligada ao sumiço do seu amor e ficou quieto enquanto ela sussurrava que sentia muito e beijava-lhe o rosto e ombro.

Ela sentia que faria tudo por ele enquanto o via ali, poderia até matar a Annie, ela não se sentia mais em sã consciência porém seu sentimento, que não poderia mais ser chamado de amor, não a assustava.

“Eu tenho de ir, pode ser que o Snow me envie uma mensagem...” falou afastando-a ao lembrar que o presidente manteria contato para lhe falar o que ele precisava fazer mas ao vê-la abraçando-o novamente, passando as mãos nos músculos de seus ombros e apertando-se contra ele percebeu que ela não queria apenas consolá-lo e foi firme “Helena, eu tenho de ir, isso não acontecerá mais. Eu preciso achar a Annie”

“Finnnick, Finnick” a voz da Annie conseguiu chegar até eles da sala ao lado. E a Helena ficou vermelha sem saber o que fazer.

Ele olhava da Helena para a porta de onde saía o som sem acreditar nos seus ouvidos... Mas como era de se esperar correu até onde o som estava vindo abrindo a porta e encontrando a moça com traços tão conhecidos por ele atada pelas pernas e braços a uma cama alta. Ela chorava e parecia muito assustada, e ele abraçou-a enquanto a soltava da cama.

Quando ela estava completamente liberta e protegida no abraço do rapaz que amava ouviu um clique de uma arma e ambos olharam para a porta.

A mão da Helena tremia e ela não parecia saber o que fazer com o objeto mas estava com o dedo no gatilho e apontava para a moça ao lado do Finnick, ao perceber ele ficou em frente a ela, o que fez a mão dela tremer até baixar a arma.

“Você nunca faria isso por mim, não é mesmo?” Seu rosto estava vermelho, lágrimas escorriam em camadas tão espessas que faziam a sua pele artificial refletir e ela não falava sem gritar.

“Helena, você está desesperada...”

Ela gritou ainda mais alto “Culpa dessa criatura que você está tentando proteger, deixa eu matá-la e viver, Finnick. Você poderia ser só meu, todos os dias... Não foi mentira... foi real, tudo entre a gente foi real.”

“Eu não viveria em um mundo sem a Annie.”

Helena limpou as lágrimas com as mãos trêmulas e ajeitou a arma ,que achou em uma das gavetas da estante do Marcus, em sua mão, olhou para os pés da Annie atrás dos do Finnick, olhou para ele, corpo tenso, com as mãos para trás segurando a menina que chorava tentando se colocar a frente dele e olhou em seus olhos... Os olhos que já haviam observado-a com medo, surpresa, resignação, desejo, indiferença... Mas nunca com amor, nesse momento seus olhos expressavam desespero e ela sussurou para eles:

“E eu não viveria em um mundo sem você” atirando na própria cabeça e arrancando um grito da Annie com o barulho.

Essa foi a cena que o pacificador encarregado da morte da Annie encontrou ao voltar.

Esse foi o recado que recebeu de um dos campeões dos Jogos Vorazes escravizado pela capital : “Se a Annie não voltar para o distrito tão bem como chegou aqui, o presidente Snow saberá o que você fez sem a permissão dele.”

X X X X X X X

Sua esposa já havia dormido, a morte da amiga havia afetado a Lydia demais, mas nunca como havia afetado o Marcus, ele tomava vinho no lugar onde havia beijado-a pela primeira vez. Suicídio, ele bufou pensando no quanto ela poderia ter só de ser sua esposa. As lágrimas em seu rosto desciam enquanto ele se ajoelhava jurando vingança de frente à cadeira que ela havia sentado, linda, com o reflexo de tudo em sua pele cor de diamante e em seus olhos cor de rosa.

“Descanse em paz Helena, meu amor... Já tenho o tributo feminino do distrito 4 dos Jogos Vorazes desse ano... Annie Cresta será o único nome naqueles papéis. Te prometo.”


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