“St. German street, 221, hotel Callabasas, quarto 5.” Havia coisas que apenas bons conhecidos conseguiam fazer por você, pensava a Helena com o endereço do Finnick em mãos, ela fez umas boas pesquisas sobre quem seria ele. E assistiu vídeos dele nos jogos. Boatos diziam que ele amava uma tal de Ana, ou Annie, ela não havia prestado atenção, isso não importava muito para ela.

Deu seu melhor sorriso ao gerente do hotel e disse ser esperada. Não era algo que falhasse. Qual homem das redondezas não esperaria uma das meninas mais cobiçadas da Capitol?

O quarto era isolado dos demais e ela sentiu que era uma escolha do atual proprietário.

“Serviço de quarto” falou com sua voz mais convincente.

Quando a porta foi aberta ela viu sentimentos que iam da surpresa ao medo nos olhos do homem que ela amou à primeira vista. Ele parecia uma criança assustada e começou a andar de costas com os olhos fixos nela, como se ela fosse uma ameaça.

“Quem é você? O que você veio fazer aqui? Meu endereço é protegido.”

Ela se olhou, lembrando que não estava de terno e não passou muito tempo vestida quando eles se conheceram, seu cabelo também não estava preso.

Ela suspirou, desamarrou o cabelo e começou a tirar o terno, ficando só com a calça e deixando que a luz do quarto deixasse sua pele refletir as cores do arco-íris.

“Melhor agora?”

“Isso não responde a nenhuma das minhas perguntas”

Ele parecia mais relaxado, ela não era alguma enviada do presidente Snow, afinal. Era só mais uma garota que foi parte de sua obrigação para com a Capital.

“Helena Diamandi, e pra te achar é só conhecer alguém, que conhece alguém... Sabe como é né...”

“Não sei, mas imagino como trabalham esse povo daqui.” Falou olhando-a com algo como desprezo, doeria se ela não tivesse mais concentrada em como sua camisa grudava em seu corpo.

“Você sabe bem como trabalho” falou sorrindo “enfim, queria saber se gostaria de ir em um jantar beneficente comigo, sabe? Como um encontro”

“Não” ele foi curto e direto, não era a primeira vez que alguma dessas moças queriam levá-lo a alcançar algo além do que ele estava disposto a dar.

“Ok, então, você é bem profissional não é?” Falou passando a mão em sua barriga, e ele a retirou.

“Trabalho para a capital, não de forma particular.”

“Nem por diversão?”

“Não vejo diversão”

Ela sentiu o rosto esquentar.

“Isso é por causa daquela menina que parece meio louca, Annie, Ana, sei lá o que?”

“Annie Cresta, não mencione o nome dela!”

Ele parecia além de irritado e ela sentiu-se rejeitada. Annie Cresta, Annie Cresta... Ela havia escutado algo sobre esse nome nos corredores da presidência.

“Ouvi algo sobre ela mesmo, o presidente Snow tinha uns planos...”

Ela nem acabou de falar e a mão dele já estava em seu pescoço, ela segurou-o e tentou se soltar mas sua voz era só um grunhido.

“CONTE O QUE SABE SOBRE A ANNIE?” gritava ele

Percbendo que ela não conseguiria falar, soltou-a e repetiu a pergunta “QUEM é você?”

“Sou sobrinha do Presidente Snow, seu doente. Posso acabar com tua vida só de contar isso, você tem ciência? Maaaas, prefiro trocar a informação da Annie pelo nosso encontro”

“Escolha outra coisa, não terei um encontro com você” bufou ele com desprezo, e ela se deu conta de que a raiva dele não serviria em um encontro televisionado, mas serviria para outros propósitos, levantou os braços e sorriu

“Já escolhi”

Ele se perguntava se aquela moça tinha algum sentimento, ela brincava, fazia e desfazia as coisas com a birra de uma criança, mas olhava e planejava coisas como um robô. Quem realmente era ela e por que seus serviços pareciam tão vitais a ela?