Nossa Química - Segunda temporada. escrita por Liiah


Capítulo 21
May


Notas iniciais do capítulo

Eitaaa que hj eu mato a curiosidade de vcs hehe ^^ Boa Leitura sálindas...



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Desci do carro e bati a porta. Peguei a chave e abri a porta de casa. Eu havia acabado de sair de uma consulta com Diana e vim para almoçar. Eu estou indo lá todos os dias já faz uma semana.

Assim que entrei em casa senti o aroma de lasanha. Julie estava na cozinha fazendo uma das suas lasanhas suculentas e maravilhosas.

Sempre quis saber se minha mãe cozinhava bem assim como ela.

Meu pai estava na mesa esperando o almoço lendo o seu jornal como sempre.

– Quer que eu ajude? - Perguntei para Julie enquanto me escorava no batente da porta.

Julie e meu pai olharam surpresos para mim.

– Oque te deu pra vir até aqui em casa? Você vive no internato e nos finais de semana você nem vem pra casa. Passa um tempo com Eric e o resto do tempo no hospital. E de uns finais de semana pra cá você não tem chorado como ultimamente, tem ficado até um pouco melhor com o que está acontecendo com Alex e tudo mais – Meu pai disse colocando o jornal de lado.

Afastei uma cadeira da mesa e me sentei.

– É que eu estou cedendo um pouco do meu tempo no hospital e tenho ido a uma psicóloga.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Você bem que está precisando mesmo de uma. Anda chorado muito, não come e anda tirando notas baixas. Espero que tenha superado oque aconteceu com Alex.

– Ainda não superei pai. Não vou superar nada se ele não reagir a coma. Já está se completando três semanas.

Um breve silêncio.

– Tem certeza que não quer que eu te ajude Julie? - Perguntei.

– Não precisa, eu já fiz praticamente tudo. Só falta terminar essa lasanha.

Voltei a olhar para meu pai que parecia estar inquieto.

– Tenho uma boa ou má notícia – Ele disse – Talvez por um lado seja boa e por outro ruim.

Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa. Droga, agora o que mais tem pra piorar a minha vida?

– Enzo ligou dizendo que já comprou suas passagens de volta para o Brasil.

Arregalei os olhos. Não posso voltar por agora. Não sem Alex. Julie colocou a lasanha sobre a mesa e serviu os pratos. Pegou uma jarra de suco e colocou sobre a mesa.

– Para que dia? - Perguntei e minha mandíbula ficou trêmula por um instante.

– Nessa próxima semana – Falou colocando suco no seu copo – Segunda-feira.

– Mais hoje é sábado – Falei com a voz falhando – Só tenho dois dias?

Ele balançou a cabeça afirmando.

– Mais eu só tenho que ir em setembro que foi a data em que eu cheguei aqui. Por que tenho que ir uma semana antes?

– Enzo acha que vai ser melhor assim. Você está muito abalada como o que está acontecendo com Alex e ele acha que se adiar um pouco o sofrimento da partida vai ser melhor. Eu e Julie ligamos para a mãe de Alex que está em BH e ficamos responsáveis por ele assim como toda a equipe e produtora dele. Não se preocupe, nós vamos ficar aqui cuidando de Alex até ele aparentar uma melhora e depois retornaremos para o Brasil para ficar com você. Enquanto isso você vai ficar com Mari e João Pedro.

– Eu não posso ir… - Falei com os olhos marejados – Julie já que você é irmã de Enzo tenta o convencer de me deixar aqui por mais uma semana?

– May, isso faz parte do contrato – Julie falou – Se tiver uma quebra de contrato nós teremos que pagar 5,6 milhões de reais.

– Mas no contrato não dizia que eu tinha que aceitar em viajar uma semana antes da data necessária.

Julie respirou devagar.

– May não fique pensando no pior antes do tempo. Enzo é muito teimoso mais vou tentar convencê-lo a te deixar um pouco a mais, ok?

Assenti. Não posso pensar no pior antes do tempo. E se Alex acordar hoje ou amanhã? Nunca se sabe.

Comecei a comer enquanto pensava nas consultas com a psicóloga Diana. Ela tem me ajudado muito e sempre me lembra alguém. Só que não consigo me recordar direito.

– Pai… - O chamei em meio ao silêncio que recorria na cozinha enquanto todos nós devorávamos a lasanha de Julie – Por acaso nós não conhecemos alguma psicóloga? A psicóloga em que eu tenho marcado minhas consultas me lembra alguém só que não consigo me lembrar de quem é.

– Eu não conheci nenhuma psicóloga nesses anos em que estivemos aqui nos EUA.

– Nem eu – Julie disse – Pra falar a verdade eu nunca fui em uma.

Dei de ombros. Deve ser só impressão.

– Por que está perguntando isso? Pode só ser uma impressão. Acho que nada de demais – Julie falou mordendo um pedaço da lasanha.

– É que além de ela me lembrar alguém, uma semana antes, quando eu a conheci pela primeira vez ela me disse algo estranho, como se me conhecesse. Depois eu retornei até lá e perguntei oque ela quis dizer com aquela frase sinistra e ela só deu de ombros e disse que não era nada de demais e fugia do assunto.

Meu pai pareceu pensar e Julie continuou a comer sem se importar. Aquela psicóloga tem alguma coisa e isso eu tenho certeza…

Qual o nome dessa psicóloga?

– Diana.

Meu pai se remexeu na cadeira.

– Você sabe o sobrenome dela?

Franzi o cenho. O que isso importava?

– Diana Beker.

Seu queixo tremeu e ele bebeu um gole de suco. Tossiu um pouco e se recompôs.

– Tem certeza?

– Absoluta – Falei balançando a cabeça e olhando para Julie para saber se ela havia reconhecido o nome assim como o meu pai mas a mesma apenas ficou confusa assim como eu.

– Eu conheci uma mulher com esse nome a alguns anos atrás.

– Serio? Tem certeza? Oque você sabe sobre ela? - Perguntei totalmente curiosa. Aquela psicóloga é muito misteriosa.

– Eu a conheci há muito tempo quando eu namorava a sua mãe. Ela sempre ia visitar sua mãe no Rio de Janeiro quando se mudou.

– Elas eram amigas? - Perguntei boquiaberta.

– Amiga? Isso é muito pouco para o que elas eram. Elas eram como irmãs. Sabiam tudo sobre a outra.

– Pensei que Mari era a melhor amiga da minha mãe.

– As três eram. Conviviam juntas como irmãs. É a mesma coisa que você, Lucy e Pâmela são hoje.

– E por que eu nunca ouvi falar dessa Diana se ela tão amiga da minha mãe como você diz?

– Muitas coisas aconteceram May. Muitas reviravoltas – Ele falou se levantando como se encerrasse o assunto.

– Que reviravoltas?

– Coisas do passado.

– Você não pode encerrar um assunto assim! - Julie falou e eu concordei.

Ele não pode me deixar curiosa. Será que é a mesma Diana? E como ela veio parar aqui nos EUA? E por que Mari e meu pai nunca me contaram sobre ela?

– Eu tenho o direito de saber do passado da minha mãe! - Falei cruzando os braços.

– Ela não tem nada a ver com sua mãe. Ela está relacionada com outra história.

– Mas se ela fez parte da vida da minha mãe eu mereço saber.

Meu pai respirou fundo.

– É complicado. Acho que você não deve saber.

– E por que não?

Ele não me respondeu.

– Eu quero que pare de falar com essa mulher.

– Não vou parar.

– Eu sou seu pai e você tem que me obedecer – Ele falou bravo.

– Eu vou pra lá agora – Ameacei.

Ok, eu sei que eu estou sendo muito corajosa, mas eu preciso saber e como eu o conheço eu sei que eu estou quase lá…

– Se você não me disser eu peço que ela me conte. Vou ficar do lado dela.

– May – Julie me alertou com seu olhar de que eu estava correndo perigo. Meu pai não é uma pessoa de muita paciência. Não liguei.

– Estou indo… - Apertei a maçaneta.

– Espera! - Ele Falou – Você venceu Mayane. Não quero que você saia dizendo isso pra ninguém. O que é do passado, fica no passado.

Assenti com um sorriso enorme no rosto. Sentei no sofá junto com Julie e meu pai em sua poltrona.

– Sua mãe, Mari e Diana foram amigas de infância. Sempre compatilhavam tudo uma com a outra. Até que sua mãe teve que se mudar e me conheceu. Mari e Diana a visitavam nas férias sempre. Cresceram juntas. Só que cada uma tinha uma personalidade diferente. Mari era simpática e muito inteligente. Sua mãe era tímida e educada e Diana, bem ela era um caso serio. Ela sempre foi muito euforica e só queria saber de curtir a vida. Tinha o potencial de ser uma daquelas patricinhas de escola. Diana vivia rodeada de pessoas mas sempre preferiu a companhia de suas duas amigas. Ela tinha tudo aos seus pés. Até um bom dinheiro. E o mais importante pra ela: tinha meninos. Todos queriam ela. E ela queria todos.

Que vagabunda! - Julie falou revirando os olhos e eu deixei escapar uma risada.

– Pai tem certeza que estamos falando da mesma pessoa? Serio a Diana que eu conheço não faz esse tipo. E como minha mãe andava com uma menina tipo essa?

Ele deu de ombros.

– Diana não era assim. Ela era totalmente obcecada por Jason. O menino mais bonito da escola na opinião das meninas. Só que ele não a queria. Só a esnobava. E pra chamar atenção dele e provocar ciúmes, ela ficava com qualquer garoto. O pai dela batia na mãe e quando ela tentava defender a mãe acabava apanhando junto.

– Nossa – Sussurrei indignada – E por que elas não o denunciavam?

– Elas tinham medo.

Balancei a cabeça, entendendo a situação.

– Até que um dia – Continuou – Jason a chamou para se encontrar na casa dele. Como ela era louca por ele, ela topou. Quando chegou lá ele disse que odiava ver ela com outros garotos e disse que estava maluco por ela. Então os dois começaram a namorar e depois de um tempo Diana apareceu grávida dele. Ele ficou revoltado e falou para tirar a criança. Só que ela não quis tirar e disse pra ele que assim que a criança nascesse ela resolveria o problema. Ele a ameaçou dizendo que se ela não resolvesse o problema assim que a criança nascesse ele iria embora, abandoná-la. Quando Diana ficou grávida sua mãe já havia morrido. Ela nem soube que Diana logo em seguida teria um filho. Apenas Mari ficou para apoiar Diana que ainda era muito nova e estava perdidamente apaixonada e iludida por Jason e só se aproveitava da situação. Diana sempre foi apaixonada por Jason, desde que era pequena e Mari e sua mãe sempre a alertavam dizendo que ele não prestava, mas ela achava que as duas tinha inveja ou algo do tipo. Diana fez o ultrassom e o resultado deu que seria uma menina. Diana chorava a cada dia por não poder ficar com a filha. Ou era a filha ou Jason. E claro que ela não deixaria de escolher a ele.

– Ela estava obcecada – Julie falou – Completamente.

Assenti.

– Assim que a filha nasceu ela ficou desesperada. Jason queria que ela fosse embora com ele para outro estado. Diana não tinha a quem recorrer para deixar a filha. Então ela consegui a ajuda de… bem ela deixou a filha com…

– Quem? - Perguntei cada vez mais louca de curiosidade.

– Não sei se é bom continuar.

– Ah fala sério! Na melhor parte da história? Tava até parecendo filme – Julie retrucou.

– May isso é muito sério. Se não te contamos foi para o bem da.. - Ele suspirou profundamente – Diana deixou sua filha com Mari.

Meu queixo caiu freneticamente. Lembrei-me do dia em que Mari me disse... Meu Deus!

– Meu Deus! Agora eu entendi tudo! Eu lembro do dia em que Mari me contou sobre minha mãe e ela me contou que ela não podia ter filhos e adotou Malu. Foi na época em que eu comecei a namorar Lucas…

– Isso mesmo – Ele confirmou.

– E oque houve depois? Eles foram embora? A garota era tão vadia assim no ponto de abandonar uma filha para fugir com um estúpido que só a fazia de otária?

– Eles ficaram por um bom tempo enquanto amamentava Malu e só depois eles marcaram de ir embora. Um dia antes da viagem, Diana flagrou Jason junto com uma garota e os dois brigaram. Ele bateu nela e foi embora pra sempre. Ninguém mais teve notícias deles. Diana sofreu muito por um bom tempo e assim que ela caiu na real a crueldade que ela teria feito com a filha se tivesse viajado ficou pior ainda. Diana foi atrás de Mari e quis a filha de volta, mas Mari já havia se apegado demais a Malu. Então começou muitas brigas até que parou na justiça e o juiz decidiu que seria melhor a menina ficar com Mari. Até hoje as duas são brigadas e Diana sumiu completamente das nossas vidas naquela época. Agora eu não entendo como ela veio parar aqui e como ela sabe que você é minha filha se você era apenas um bebe quando ela te viu.

– Eu ainda não estou acreditando. A Diana que eu conheci é uma pessoa tão seria e boa.

– As aparências enganam May – Julie falou.

– May eu não quero que você converse com ela. Pelo bem da Malu e pelo seu. Ela pode estar querendo se aproximar de Malu e eu acho que isso não vai ser nada bom. Antes de sumir completamente ela havia tentado sequestrar Malu de tão desesperada que ela estava por querer a filha de volta. Só que conseguiram impedi-la e ela fugiu.

– Coitada da Malu – Falei – Ela ficava sonhando em conhecer a mãe biológica. E pensar que ela foi o fruto de uma relação nada bom é muito triste.

– Pois então ela vai continuar sonhando em conhecer. Mas esse sonho não pode nem se realizar. Vou ligar pra Mari e alertá-la.

Fiquei imaginando as cenas de Diana mais nova e Jason. Malu quando nasceu. Meu pai e Julie subiram para o quarto para falar com Mari e eu fiquei olhando para a porta.

Levantei e coloquei a mão devagar na maçaneta.

Não sei se é certo o que vou fazer, mas não custa tentar.


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Notas finais do capítulo

Hihihi muitos pensaram que era outra pessoa a tal Diana mais nunca imaginaram que seria ela a mãe da nossa pequena! Até o proximo cap..