Nossa Química - Segunda temporada. escrita por Liiah


Capítulo 12
May e Alex


Notas iniciais do capítulo

Ooooi -*-*- Sei que demorei um TANTO mas é que meu PC tava péssimo, mas já resolvi o problema... Esse capitulo vai mostrar um pouquinho do que aconteceu depois da tragedia do beijo que ela descobriu...
Ps: Leiam a parte dramatica da May e o Alex ao som de Alinne rosa com a musica Complicamos demais.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=A-2G2j3KVmo



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P.O.V May

Ouvi bateram na minha porta, mas apenas resmunguei e falei para me deixarem em paz.

– Você precisa comer alguma coisa - Julie falou, mas apesar de estar com muita fome, neguei.

Fiquei o dia todo trancada em meu quarto e deitada em minha cama. Tentava ao máximo apagar da minha mente oque Lucy havia me contado, mas a cada minuto a minha mente me fazia questão de lembrar.

– Você pode me contar o que está acontecendo?

Não, eu não posso. Oque vou dizer? Que sou uma chifruda? Que estou derramando rios de lagrimas por alguém que não merece? Que quero bater em tudo que eu vejo pra frente?

Precisava descontar em algo. Olhei no espelho e vi meus olhos vermelhos e ainda marejados. Vi pendurado a única foto dele que tinha restado no meu painel de fotos e fiz picadinho dela.

Depois tentei monta-la de novo como um quebra- cabeça feita uma idiota. Pra quê eu estava tentando faze-la voltar ao normal? Pra ficar olhando pra ele e me lamentar de ter sido tão idiota?

Desliguei meu celular que não parava de apitar recebendo varias mensagens e ligações.

– Mayane sai desse quarto - Exigiu meu pai enquanto eu trocava de roupa.

Vesti uma calça jeans escuro, uma regata preta e um casaco de couro preto. Coloquei minha toca caída preta e vesti minhas botas pretas. Não sei oque me deu na cabeça de vestir preto, só sei que estou com raiva e não achei necessário colocar uma roupa colorida. Coloquei óculos escuros antes de abrir a porta, apesar de saber que não fico bem de óculos escuros.

Abri a porta do quarto e vi Julie e meu pai me encararem de cima em baixo.

– Qual é a da roupa preta? É a moda dos adolescentes hoje em dia? - Perguntou meu pai que recebeu um olhar de "Cala a boca" de Julie.

Eles olharam por cima do meu ombro o estrago do meu quarto, cheio de fotos picadas.

– Por que está chorando? Não adiantou nada colocar os óculos escuros - Perguntou meu pai.

– Não estou chorando - Falei com a voz embargada e soltando um soluço por causa do choro.

Julie tirou meus óculos escuros vendo meus olhos marejados.

– Da próxima vez, tenta esconder o nariz também por que a ponta dele fica vermelha quando você chora.

Não respondi nada, apenas passei direto por eles rumo a porta.

**

Sentia cada vez mais o frio se aproximar. Apesar do casaco de couro, podia sentir o frio que batia contra o meu rosto. Quando sai de casa ouvi varias vezes o meu nome ser chamado, mas eu estava mais concentrada no meu choro do que em qualquer coisa, ignorando as pessoas que passavam por mim e via o estado que eu me encontrava. Acho que eu estava feito uma louca chorando, para que me olhassem tanto.

Estava sentada na areia da praia nesse momento e não tinha muito movimento por causa do frio que fazia ninguém iria a praia nesse frio por isso achei que fosse o lugar ideal para que eu ficasse.

Passei a mão na areia. A areia das praias dos EUA era famosa por sua cor brilhante e branca.

Senti alguns passos atrás de mim, mas resolvi não olhar pra trás pensando que poderia ser um cachorro de rua, mas os passos foram ficando pesados até que se sentaram ao meu lado. O pior é que eu desejaria que fosse qualquer pessoa para se sentar ao meu lado, menos ele.

– Você anda muito rápido - Falou ofegante - Gritei seu nome varias vezes, mas acho que você não escutou.

Ele olhou para o meu rosto e depois reparou em toda a roupa preta que eu usava. Senti mais vontade de chorar.

– Ei, oque houve? - Falou colocando a mão no meu queixo fazendo meu rosto levantar.

Tirei bruscamente sua mão do meu rosto e me levantei. Logo em seguida ele se levantou também, confuso. Comecei a andar, mas fui impedida com a sua mão segurando em meu braço.

Olhei para a sua mão em meu braço e finalmente consegui olhar em seu rosto.

– TIRE A MÃO DE MIM - Gritei.

– Oque aconteceu? - Perguntou tirando a mão de mim.

– Oque aconteceu? - Repeti sua pergunta soltando um riso sem humor algum - Sabe oque realmente houve? Eu descobri sobre o seu beijo com a Nayara!

Ele abaixou a cabeça, confirmando tudo sobre oque eu não queria acreditar.

– Eu posso te explicar... - Falou novamente colocando a mão em meu braço.

– TIRE A MÃO DE MIM! EU TENHO NOJO DE VOCÊ! - Gritei chamando a atenção das poucas pessoas que surgiam na praia - Sabe oque é pior Alex? Não é você ter beijado ela, mas você ter mentido pra mim esse tempo todo. Eu realmente acreditei que você me amava, você não sabe como eu fiquei quando vim pra cá e ter te deixado lá. Não sabe como eu tive vontade de deixar tudo e voltar pro Brasil pra voltar com você e tentar seguir algo diferente. Mas se tem uma coisa que eu não me arrependo é ter desistido, por que se eu cheguei até aqui foi por que eu sabia que isso teria algum resultado no futuro, eu tenho certeza que eu fiz a escolha certa. Você sabe quantas vezes eu me esforcei pra tentar conseguir te ajudar no seu sonho? Eu não vim até aqui apenas por que era o sonho da minha mãe seguir musica, mas também por que eu poderia tentar arranjar uma chance de você seguir o seu sonho por aqui. Como eu fui tonta, com certeza você deveria estar nos amassos com a Nayara, que você sabe que é minha pior inimiga, enquanto eu chorava pensando em você. Todos me diziam que eu fui muito forte por ter deixado a minha vida que tinha lá e apaixonada do jeito que eu estava pra vim pra cá, mas nenhum deles sabia que a TROUXA aqui estava recebendo chifres. Por que justo a Nayara? Sabe às vezes eu preferia ter sido enganada com qualquer outra menos com ela. Eu me sinto uma idiota, por ter caído nessa sua conversa. Todos me diziam que você não prestava desde que me fez todas aquelas promessas, mas eu ignorava todo mundo tentando não acreditar no MONSTRO que você era. Tudo que eu fazia ou pensava tinha alguma coisa relacionada a você, mas enquanto isso com certeza você estava pensando no beijo da Nayara, em como eu era trouxa e fácil pra você. Eu mantinha você sempre em meu pensamento, tentando não esquecer oque passamos juntos. Eu só não entendo pra que você voltou, Já não bastava ter me enganado? Eu poderia ter começado a amar Eric e tocar minha vida pra frente. Eu cansei de ser essa menininha ingênua que dizem que eu sou, e oque eu mais odeio é ter que admitir que sou isso mesmo. Cansei de ser aquela garotinha que acha que tudo pode dar certo, que pode ter uma solução para tudo. Não existe continhos de fadas e muito menos algum amor seu por mim.

Comecei a chorar pra valer e sentei de novo na areia. Não sei de onde tinha conseguido forças para dizer tudo aquilo, mas achei que tudo não foi o suficiente para a raiva que eu estava sentindo. Sequei as lagrimas com força enquanto vi Alex socar uma arvore que estava por perto. Ele era louco ou o que? Acha que bater em qualquer coisa pode acabar com tudo em volta?

– Eu não beijei a Nayara - Falou passando a mão na cabeça, mas eu não acreditei Lucy nunca mentiria pra mim, não tem motivos pra isso - Foi ela que me beijou.

Revirei os olhos, até parece. Nenhum menino negaria o beijo daquela vagabunda, apesar de eu odiar admitir aquilo. Nayara é verdadeiramente muito bonita.

– Eu juro que foi ela que me beijou, eu tentei recuar, foi ela que partiu pra cima de mim - Falou sentando na areia novamente ao meu lado.

Neguei com a cabeça, não conseguia acreditar em nada do que ele falava.

– Por quê? Por que você veio até aqui? Você quer arruinar a minha vida? Não bastava ter ficado com ela? Oque eu fiz pra você fazer tudo isso comigo? Se você queria me arruinar, você conseguiu Alex, eu estou sofrendo e ainda por cima - Falei me levantando e dando alguns passos pra trás - Eu continuo te amando, de verdade. Nunca pensei que sentiria isso por alguém, mas também nunca pensei que eu amaria a pessoa errada.

May... - Sussurrou enquanto eu me virava pra ir embora, me fazendo parar os passos por um instante - Eu te amo.

Ouvir aquelas palavras fez meu coração acelerar e aquecer. Senti uma pontada que me fez chorar mais ainda. Olhei para o céu que já estava ficando escuro com apenas algumas pouco iluminadas estrelas.

Senti seus dedos se juntarem nos meus e a sua respiração em minha nuca.

Fechei os olhos por um instante e deixei mais lagrimas caírem. Por que ele está fazendo isso? Será que não entende que me machucou demais?

Senti uma lagrima cair em meu ombro. Ele também está chorando.

– Eu te amo - Repetiu com a voz um pouco atrapalhada pelo choro - Muito.

Ele me virou fazendo que eu olhasse em seus olhos. Fechei os olhos para não ser enganada de novo por aquele par de olhos azuis. Senti sua respiração se embaralhar com a minha e o detetive com a mão antes que ele pudesse fazer qualquer coisa.

– Pare com isso - Sussurrei cabisbaixa - Já machucou o suficiente.

**

P.O.V Alex

Encostei-me a uma arvore e a vi indo embora. Não adiantaria nada segura-la mais uma vez, ela está realmente magoada. O único problema é que ela não me deixou explicar direito. O que dói mais não é apenas o fim de nós dois, mas vê-la que a magoei muito. É como se todas as lagrimas que ela está derramando são as mesmas que escorrem em meus olhos nesse momento.

Agora ela correria para os braços de Eric e seguir em frente, enquanto eu vim até aqui para que nada entre nós nem comece.

Fechei os olhos por um instante e lembrei o que realmente havia acontecido.

–- Flash Back on --

– Alex - Ouvi Nayara gritar por meu nome e eu revirei os olhos.

Virei e a vi caminhar em minha direção.

– Oque foi? - Perguntei irritado e com um pouco de ignorância na voz.

– Calma, por quê está tão irritado? Por que a tontinha da sua ex-namorada foi embora pro exterior ontem?

– Primeiro, ela não é nenhum pouco tonta e pode acreditar que é mais inteligente que você, nós dois sabemos muito bem que você tem dinheiro suficiente pra ir até o exterior, mas não vai porquê não sabe falar outra língua e se mata nas aulas de inglês particular que seu pai paga e não adianta nada. Enquanto isso ela não precisou fazer aula nenhuma e ainda conseguiu ir para o exterior com o talento que ela tem sem ter que usar dinheiro sujo como o seu.

Ela revirou os olhos e ajeitou os longos cabelos loiros irritada.

– E segundo - Continuei para deixá-la mais irritada - Ela não é minha ex-namorada, continuamos sendo namorados mesmo a distancia.

Ela deu uma gargalhada.

– Coitadinho... - Falou enquanto passava a mão em meu rosto e um gesto debochado - Larga de ser cafona, ninguém consegue namorar a distancia e eu sei mais do que ninguém que por lá tem cada homem, que substitui os menininhos que tem aqui no Brasil, ela não vai aguentar ficar com o menininho do Brasil enquanto tem homens de verdade por lá.

Aquilo fez meu sangue ferver, mas fiz que nem liguei.

– E por acaso eu sou um menininho? Não era isso oque você achava quando começamos a namorar.

– Fazer oque né? A gente tem que se conter com as poucas coisas do país em que vivemos, e você é um pouquinho das coisas boas que temos aqui.

Segurei com força o seu braço. Ela levou os olhos até o braço em que eu estava apertando e novamente olhou pra mim.

– Oque você quer? - Perguntei sabendo que não teria me chamado apenas pra me esfregar oque a May teria no outro país.

Ela abriu os lábios recheados de batom vermelho sangue para esboçar um sorriso.

– Você.

– Sem chance, eu estou com a May, e nunca mais vou ficar com você.

Ela mostrou mais um sorriso, um sorriso debochado e preguiçoso.

– Qual a sua terceira aula? - Perguntou.

– Pra quê você quer saber?

– Preciso te contar algo muito importante, mas não pode ser aqui no recreio.

– Eu não vou cabular aula, muito menos com você.

– Te garanto que é do seu interesse - Falou mais eu sabia que estava mentindo, oque teria pra me falar? - Na terceira aula a gente se encontra na parede divisória.

– Tudo bem - Falei cedendo para que ela me deixasse em paz, na terceira aula esclareceria tudo com ela. Não quero nada com ela e nunca mais vou querer assim ela me deixaria em paz e cada um seguir com a sua vida.

**

Fui até a parede divisória e vi que ela ainda não havia chegado. A parede divisória era uma parede bem escondida da escola e que não chega a lugar algum, como uma espécie de beco pequeno. A parede divisória é dividida em duas partes e contem uma pequena frecha em que dá para ver o outro lado em que a maioria dos casais cabula aula e ficam ali se pegando.

Ouvi um barulho da segunda parte da divisória e pensei que deveria ser um desses casais que cabulam. Fiquei no mesmo lugar nem um pouco interessado ir até a pequena frecha e em saber qual era o casal e as coisas que deveriam estar fazendo do outro lado da parede. Só queria sair dali o mais rápido possível.

Nayara entrou na divisória com o uniforme de Educação Física. A saia do uniforme estava propositalmente levantada mais do que o normal e a blusa parecia ter sido cortada em um decote diferente dos que os uniformes fabricados.

Pensei que ela poderia ter escolhido a terceira aula porquê seria a de Educação física e ela teria a oportunidade de se amostrar com o uniforme decotado e curto.

– Fala logo, não aguento ficar aqui por muito tempo - Falei em meio a um suspiro estressado.

– Relaxa... - Falou se aproximando de mim o suficiente para me fazer encostar na parede - Está com medo de alguma coisa?

Ela mordeu o lábio inferior tentando ao máximo parecer "sensual", mas pra mim ela parecia uma babaca fazendo aquilo, como se adiantasse de alguma coisa.

Nayara... – Falei para que ela se afastasse e a mesma revirou os olhos.

– Qual é? Você sempre tem que estragar o clima.

– Não tem clima nenhum - Falei franzindo o cenho - Agora diz logo oque você tem pra falar.

– Na verdade eu te chamei aqui pra te dar uma coisinha - Falou se aproximando novamente.

– Nayara, entende de uma vez que eu não quero nada com você.

Ela me lançou um olhar furioso.

– Poxa vida você é uma menina muito bonita, não precisa de mim, e de verdade não é você que eu amo.

– Mas você aprende.

Dei uma risada.

– Não é bem assim - Falei já virando pra ir embora, mas parei a tempo de ouvir oque ela dizia.

– Eu não vim aqui para não ganhar oque quero - Falou puxando meu braço e me beijando de surpresa.

Tentei recuar, mas ela me apertava forte. Assim que ela me soltou a empurrei de leve.

– Ficou maluca? - Perguntei limpando a boca.

– Por você.

– Nunca mais chega perto de mim - Falei impedindo que minha voz gritasse.

Ela arregalou os olhos, surpresa com o meu tom de voz. Virei de costas e fui embora.

–- Flash Back off --

Tirei aquela recordação da minha mente, fazia o de tudo pra esquecer aquele dia. Depois disso Nayara nunca mais se atreveu a chegar perto de mim, apenas me olhava com desdém com a ter rejeitado.

Quem teria me visto com a Nayara? Será que era o casal da segunda parede da divisória? Mas quem era esse casal?

Como contaria a minha versão pra May se ela nem acredita em mim e nem me deixa explicar?

Apertei os olhos furioso comigo mesmo por ter ido aquele maldito lugar e na hora errada.


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Notas finais do capítulo

Estou mt feliz com a evolução com que NQ está tendo em relação a novas leitoras ;)



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