Manhattan, Nova York

Annabeth acordou com o barulho do celular. Já era manhã quando Piper chorava dizendo que Leo estava no hospital com os outros membros de sua família por causa de uma bomba.

— Olha, é muito triste, mas no que isso me afeta diretamente, McLean? — Annabeth estava preocupada ao telefone, afinal, nunca ouvira Piper chorar tanto. — Uma carta? Para mim, Percy e vocês?

A curiosidade bateu na cabeça de Annabeth, que saiu correndo para o hospital.

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Percy chegou logo depois de Annabeth, e logo perguntou pelo estado de Leo e de sua família.

— Leo é o que está melhor, apesar de ter sido o que estava mais perto da bomba, o avô infelizmente não sobreviveu. — Piper enxugava poucas lágrimas, que corriam dos olhos vermelhos, enquanto era abraçada por Jason.

— Quando ele souber, com certeza vai ficar arrasado. — Jason, que estava com os olhos vermelhos, lembrou o fato.

— E a tal da carta? — Annabeth lembrou à amiga, que rapidamente tirou o envelope do bolso.

Annabeth e Percy pegaram a carta e começaram a ler o conteúdo aos amigos.

— “Olá Annabeth, Jason, Piper, Leo e principalmente você, Perseu. Gostaria de dizer que estão muito mal informados. Isso não é um jogo, onde eu tenho que ser encontrado, e o que ocorreu com Leo foi um aviso para pararem de me procurar.” — Annabeth leu, e então Percy retomou. — “Mas uma coisa eu posso dizer: Eu vim para causar dor para Perseu Jackson, apenas isso. Por isso eu engravidei Annabeth, e pode esperar, que você sofrerá ainda mais. E já ia me esquecendo de reiterar o aviso: parem de me investigar, senão vocês sofrerão as consequências, entendeu, Piper?”

— Maldito! —Piper gritou no meio do hospital. — Se eu pego ele, eu esgano com as minhas mãos!

— Eu avisei Pipes, isso não ia dar certo. — Jason falou.

— Mas é agora mesmo que eu vou achar esse cara, custe o que custar Jason, ele vai se ver com Piper McLean! — Piper chamou os olhares das pessoas para ela. — E com a polícia de Nova York.

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Era uma tarde tranquila na casa de Hades, quando a campainha tocou. Perséfone, a atual esposa do executivo, que estava assistindo um programa sobre a exploração de animais em algum lugar do mundo, gritou para seu enteado abrir a porta.

Nico abriu a porta do quarto com uma falta de animação gritante. Acabara de voltar da faculdade, e só queria descansar antes de fazer os trabalhos. A carga emocional dele também não estava das melhores, principalmente depois do encontro com uma garota que poderia morrer logo.

— Quem é? — Ele perguntou para a madrasta, enquanto a campainha ainda tocava.

— Não sei, Nico. — Disse, enquanto era hipnotizada pela imagem de um touro perfurando o maxilar de um toureiro.

Nico azedou mais um pouco e correu para abrir a porta, ficando chocado com a pessoa do outro lado.

— Bianca... — O garoto paralisou encarando a irmã mais velha.

— Nico, como você cresceu! —A garota o abraçou. — Ah, Perséfone, você ainda está aqui.

A madrasta se virou abismada, afinal, quando Bianca foi para Roma, Nico e Perséfone sofreram.

— Bianca, como, quando? — A mulher se levantou e em choque correu para a porta. — Que bom que você voltou.

— Nisso concordamos, Perséfone. — Nico ainda estava parado, sendo abraçado pela irmã, que chorava.

— E onde está meu pai? — Bianca soltou Nico, e tentou ficar séria. — Eu tenho um recado da família di Angelo para ele, em relação a nossa mãe.

— Seu pai agora é um dos executivos da Olimpo. — Perséfone falou para a garota. — Vive ocupado com papéis e relatórios.

— Nossa, papai cresceu lá, hein. — Bianca falou. — Antes ele voltava nesse horário para casa.

E a garota começou a conversar com Nico e Perséfone, e depois de alguns minutos o garoto pediu licença e foi para o quarto.

Nico pulou, comemorou, dançou, simulou gritos, e chorou. Tudo ao mesmo tempo. A felicidade que o pequeno di Angelo tinha era enorme. Ele resolveu compartilhá-la com a Pequena Maria, por isso correu até a janela, abriu o vidro e assobiou. A gata entrou correndo, e se colocou no colo do menino.

— Pequena Maria, sabe quem voltou? — Nico falou, colocando a felina para encará-lo. — A sua filha voltou, mãe. Bianca voltou para casa, e com um recado importante da sua parte família para o papai. Acho que deve ser algo em relação à você, e gostaria muito disso, de saber o que meus parentes falaram. Assim que eu souber, eu te conto, e conto para Bianca do meu segredo menos forte. — O garoto parou por instantes, e Pequena Maria o encarou, e estendendo a pata tocou no rosto dele, que estava molhado das lágrimas. — Obrigado por não deixar de me amar e cuidar de mim, mãe. — Nico voltou a chorar, e a gata começou a lamber o rosto de di Angelo.

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Percy chegou em casa, e estava cansado. Tyson notara isso enquanto voltavam no carro do irmão de Percy. O mais velho chegou em casa e logo pegou um prato e fez um prato para Percy almoçar.

— Não quero. — A resposta do estudante foi seca. — Eu quero dormir Tyson, as últimas situações foram muito estressantes.

— Eu sei meu irmão, mas se você não comer, pode ser pior. — Tyson tentava convencer Percy. — Você vai dormir melhor se comer isso. Pense que podia ter coisa pior acontecendo.

— Annabeth grávida depois de ser estuprada por alguém que quer ver a minha desgraça, Leo internado depois da casa dele ter explodido apagando as provas que ele reuniu sobre o suspeito. — Percy suspirou. — Hazel está com Leucemia, e pelo que eu saiba Piper agora está obcecada por esse ser misterioso.

Tyson ouvia a cada reclamação de Percy, perdendo a paciência com o garoto.

— Isso com seus amigos, porque se você vivesse aqui dentro de casa, saberia o que está acontecendo com nossos pais. — Tyson tratava Sally como mãe, afinal, pelo que ele sabia desde os três meses ele era cuidado pela mulher.

— O que está acontecendo Tyson? — Percy perguntou intrigado.

— Sabe a viagem que eles estavam fazendo, antes de ter que parar tudo e vir para cá correndo ao descobrir da gravidez de Annabeth. — Tyson começou calmamente. — Era para ver se eles se reconciliavam, afinal eles estavam quase se separando.

— O que? — Percy indignou-se. — Como assim? E eu não vi isso? Como eu pude ser tão cego?

— Percy, eles não queriam que você soubesse sem ser por eles. — Tyson falou. — Mas eu não queria guardar mais isso comigo.

— E qual seria o motivo da separação? — Após a pergunta de Percy, Tyson abaixou a cabeça.

— Um dos dois estaria tendo um caso. — Ele não tirou os olhos do chão.

Percy gritou, contra tudo e todos. O mundo de Perseu Jackson estava ruindo e ele, aparentemente, nada podia fazer para parar ou reverter a situação da sua vida, e da vida dos outros.

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Frank saiu do restaurante, e a noite abocanhava o sol, deixando poucas faixas alaranjadas no céu, que já assumia sua tonalidade negra com os primeiros brilhos das estrelas. Andou alguns quarteirões até chegar ao prédio em que morava, longe de Chinatown. A avó de Frank não gostava da companhia dos chineses nova-iorquinos. Frank tinha medo de Chinatown por causa da avó.

Após alguns minutos, finalmente estava no quarto. Frank foi tomar um banho, e ao sair, já preparado para dormir, buscou a mochila, e tirou tudo de lá de dentro, até notar que tinha trago a pulseira dos achados e perdidos para casa. Frank ficou encarando-a, a pulseira tinha sido achada há muito, desde antes dele ser o cara dos achados e perdidos, e o antigo cara, um tal de Ethan Nakamura, disse para ele que essa pulseira era valiosa. Pelo que se lembra, Frank afirma que Ethan disse que a levou para casa, para justamente saber o quanto valia.

— Será que algum dia alguém vai te achar, pulseira? — Frank questionou a pulseira, e a si mesmo ao mesmo tempo. — Espero que eu me ache também. — E Frank adormeceu encarando a pulseira.

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Nico andava ao lado de Bianca pelas ruas de Manhattan, até chegarem ao edifício. A Catedral de Saint Patrick estava em reforma no interior, mas ainda era bela. Bianca entrou, e Nico também. A garota se prostrou para rezar, enquanto o irmão aproveitou para andar pelo interior do edifício, em que poucas pessoas estavam.

Nico se lembrava da última vez que estivera naquele lugar. Alguns anos haviam se passado, mas ainda se lembrava da gritaria que foi, da confusão que foi. Naquele lugar ele, com poucos anos tinha visto a pior coisa da sua vida acontecer. Ele pela primeira vez viu seu pai chorar, e se viu em choque. O pior é que ele sabia que a culpa era dele.

Se ele tivesse contado não ia ouvir aquele grito agudo saindo das bocas de todos os presentes. Do pânico do padre ao olhar a cena. Era trágico estar de volta para o lugar onde surgiu o maior segredo da vida de Nico di Angelo.

Ele chegou a frente do altar e fez uma vênia, e se virou. Encarando os bancos em sua maioria vazios, ele teve um flash e se viu no dia mais triste de sua vida. Agora ele que gritava, e assustava todos que estavam no lugar, fora do flash, inclusive sua irmã, que correu desesperada para a direção dele. Nico caiu nos braços de Bianca, sussurrando o nome da mãe de ambos, e uma frase: Maria, ela está morta.

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Annabeth desligou o telefone. Grover, seu melhor amigo, e de Percy também, havia ligado para parabeniza-la pelo filho, mas disse que depois perguntava por maiores detalhes, já que ele estava ocupado com Júniper, indo para um passeio de barco no Rio Amazonas. A loira falou que era melhor ele saber sobre tudo pessoalmente. Grover riu e disse que precisava ir.

Annabeth estava sozinha em casa. Sentia um enjoo um pouco forte, e comeu pouca coisa. Ela queria mesmo era caçar o homem que causou tanto mal em tão pouco tempo. A garota de olhos cinzas se encantou com a visão vingativa de Piper perante os fatos, mas sabia que deviam deixar a polícia fazer isso. Ela relembrou do dia em que a tragédia a atingiu, até certo ponto, pois o choque foi tanto, que seu cérebro forçou-a a apagar as partes violentas daquele dia.

Ela resolveu voltar para o quarto, onde Malcom disse que tinha colocado uma encomenda para ela. Ao abrir a porta do cômodo, ela localizou um envelope do laboratório onde fez os exames.

A garota resolveu ler os mesmos, e apesar de toda a dor, ela sorriu ao ver os exames. A criança não mais tinha culpa do que ocorreu com ela.