Do not be a princess. escrita por Haane


Capítulo 7
Royal Library


Notas iniciais do capítulo

A menina da foto não é a Zara, digo logo. Obrigada a Máàh que favoritou. Obrigada também pra Sunny e a Camila que estão sempre comentando. Um beijo e boa leitura



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Amy e Marie me deram um novo vestido verde-água, curto na frente e longo atrás. O tecido esvoaçante me deixou bem à vontade, tinha alguns detalhes prateados na parte de cima. Não me encheram de joias, o que foi um grande alívio. Meu cabelo estava solto com as pontas enroladas em cachos largos. Meu scarpin era um prata fosco.

O guarda Joshua me encaminhou até a sala de jantar. Ele é bem calado, tentei puxar assunto, mas me pareceu impossível. Pude ver que era um garoto novo, de pele azeitonada e olhos mel. Devo admitir que me senti instantaneamente atraída. Entrei na sala de jantar e percebi que todos me esperavam em pé. Meu rosto deve ter assumido um tom vermelho, mas a maquiagem não deixou isso transparecer. Não estou atrasada, me disseram que o jantar começava as oito horas em ponto, e o relógio está marcando sete e cinquenta.

— Um brinde à minha nora e mais nova filha de Unya. - Disse o rei erguendo sua taça.

— Saúde. - Todos disseram e tomaram o líquido que havia ali.

Sorrio e agradeço à todos. Deviam ter umas vinte pessoas presentes ali. Me sentei ao lado de Erick, no jantar hora ou outra me perguntavam algo sobre Ganzer, eles estavam tentando me fazer socializar. Tentei, mas com pessoas que não conheço é um pouco difícil.

As comidas estavam deliciosas, tinha uma que é típica de Unya e se chama Panã. A aparência é ótima, vários frutos do mar com outras coisas que não identifiquei. O gosto é bom, porém prefiro o Escorzoli. Descobri que comem esse prato no natal, e o Panã é mais importante que o peru.

O jantar acabou uma hora depois. Erick foi para o escritório junto com seu pai, não falou comigo desde que chegamos. Fui até a biblioteca para achar algum livro. O tic-tac do meu salto ecoava muito alto, desejei que não estivesse incomodando ninguém. Cheguei em meu destino depois de muito andar e pedir informação para os guardas. A biblioteca daqui é imensa, tem muitas fileiras de inúmeras estantes com diversos livros. Fui até a ultima para procurar livros de história sobre Unya, uma menina de cabelos loiros segurava "A sombra do silêncio".

— Esse livro é muito bom. - Comentei enquanto procurava.

— Ah, alteza. - Ela disse fazendo uma reverência, seu rosto estava pálido, parecia que tinha visto um fantasma.

— Por favor, não precisa de reverência. - Sorri. - Você é?

— Trudie Lexter. - Agora quem parecia ter visto um fantasma foi eu. - Acho que já me conhece.

— Sim o Erick me falou sobre você.

— Fala mais baixo algum guarda pode ouvir. De qualquer forma, pode entregar isso pra ele? - Ela disse tirando um papel de dentro do livro que foi dobrado muitas vezes.

— Posso, claro. - Peguei o pequeno papel de sua mão e depois agarrei qualquer livro, o guardando ali dentro.

Trudie sumiu em seguida através das prateleiras. É uma menina de aparência muito doce, mas pelo jeito que me fuzilou com seu olhar, a personalidade não deve ser assim. Andei de volta tentando achar meu quarto, estava quase correndo pra falar a verdade. Meu salto prendeu no vestido e quando eu ia cair Joshua apareceu e me segurou. Senti seus braços firmes em torno de minha cintura, e pude observar seu rosto a centímetros do meu. Um calor subiu por meu corpo.

— Cuidado, alteza. - Disse me ajudando a ficar de pé novamente.

— Desculpe. - Organizei meu vestido. - Por favor só, Zara.

— Tudo bem Só Zara. - Sorriu. Hum, o guarda fechado não está mais aqui. Sorri. Seu sorriso é muito bonito.

— É, você pode me levar até o meu quarto? Eu acho que vou me perder. - Sorri sem graça.

— Tudo bem, por aqui. - Disse me guiando pelo corredor. - Então, o que achou de Unya?

— Bem... Vocês estão sendo bem receptivos, pelo menos aqui no palácio.

— Aqui no palácio sim. Eu sou de Ganzer sabia?

— Você é de Ganzer? - Meu sorriso se alargou ainda mais.

— Sim, aos dez anos me mudei para cá junto com a minha família.

O caminho foi demorado propositalmente. Engatamos em uma conversa sobre nossa cidade natal, e as diferenças que consegui reparar até agora.

— Bom, ponto final.

— Obrigada soldado Holter.

— Foi um prazer.

Pedi licença e entrei no meu quarto. Marie e Amy não estavam lá. Meu quarto possuía uma porta que ligava o quarto de Erick. A tranca dessa porta funciona de um jeito específico. Se o meu lado estiver trancado, ele não consegue abrir de lá, se o lado dele estiver trancado eu posso destrancar o meu e não vou conseguir abrir. Dei três batidas na porta.

— Tá aberto.

Entrei em seu quarto, estava sentado na escrivaninha lendo alguns papéis com uma expressão séria. A gravata já frouxa, e o paletó jogado na cama. Esse ar desleixado e concentrado o deixava bem sexy. O espaço era cinza e com poucos objetos, parece que ele não passa muito tempo aqui. Não dá pra decifrar Erick de jeito nenhum olhando pro quarto. Mas é isso que ele é, indecifrável.

— Bom eu vi Trudie hoje. - Cheguei perto dele e pus o papelzinho em cima da mesa. - Me pediu para entregar isso.

Ele assentiu sem tirar os olhos do seu trabalho. Isso de alguma forma me irritou, odeio ser ignorada.

— Por que você não fala comigo direito? - Cruzei os braços.

— Desculpe meu unicórnio de algodão doce com sabor de chocolate. - Respondeu com seu velho tom sarcástico.

— É sério seu idiota. - Dei um tapa de leve em sua nuca.

— Estava esperando você reclamar. - Ele disse rindo e finalmente olhando pra mim.

Saí do quarto pisando duro. Chegando no meu, onde encontrei Marie e Amélia com olhares maliciosos para cima de mim.

— Vocês. - Apontei pra elas. - Não pensem no que estão pensando.

— Delicada como um mamute. - Murmurou Amy.

No meio da madrugada ouvi batidas na porta me levantei e fui abrir. Erick estava lá semi nu como sempre. Tentei não prestar atenção em seu corpo, o que era muito difícil.

— O que você quer? - Perguntei sonolenta.

— Posso dormir aqui? - Ele perguntou fazendo cara de cachorrinho abandonado.

Eu estava sem forças para discutir, então apenas abri mais a porta e voltei para a cama. Percebi que Erick demorou muito pra dormir. Ele é do tipo quê deita na cama e dorme direto, o que será que está o perturbando?


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam. Falem o que devo melhorar e suas sugestões para os próximos capítulos são sempre bem vindas. Beijos e até amanhã