Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 19
Capítulo 19 - Visita Inesperada




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    Abri os olhos e pisquei pesadamente algumas vezes, esperando a minha visão se tornar nítida. As paredes e móveis brancos já me eram familiares e eu suspirei aliviado de estar em meu quarto. Tentei levantar, mas minha cabeça doía tanto que eu me obriguei a deitar novamente.

 

-Ah! Que bom que já acordou. – uma enfermeira morena e extremamente baixinha adentrou o quarto sorrindente.

 

-Olá, enfermeira Lucia. – suspirei tampando os olhos com meu braço. A claridade trazida pelo corredor fazia-os arder.

 

-Como se sente, querido?

 

-Minha cabeça dói. – resmunguei. – O que aconteceu?

 

-Nós fomos obrigados a te dar um calmante... Você está dormindo há quase 5 horas! – exclamou olhando no pequeno relógio em seu pulso. – Perdeu a hora do jantar, mas eu vou pedir para trazerem um jantar especial para você aqui no quarto. – piscou um olho sorrindo gentilmente. – Depois tome um banho e descanse, ok? – assenti com a cabeça e ela foi embora.

 

    Suspirei e me levantei, esperei alguns segundos próximo á cama esperando a tontura passar e depois andei até o banheiro. Grandes manchas roxas se encontravam abaixo de meus olhos e minha pele estava especialmente pálida. Me inclinei próximo á pia e joguei uma boa dose de água gelada no rosto na esperança de espantar a sensação de preguiça e moleza causados, provavelmente, pelo calmante. Apoiei minhas mãos na pia e analisei meu reflexo por mais alguns segundos relembrando o que exatamente acontecera, a voz de Tom e todas as coisas que ele falara ainda doíam em meu peito. Levantei a camiseta e observei os pequenos pontos vermelhos, que ameaçavam ficar roxos, manchando a pele clara de meu peito, causados pelas minhas próprias unhas. O desespero e a dor que eu senti naquela hora eram tão grandes que eu nem ao menos senti quando fiz isso comigo mesmo.

 

-Bill Kaulitz? – uma voz masculina me chamou. – Sua janta. – o enfermeiro extremamente alto, mas, mesmo assim alguns centímetros mais baixo do que eu, com cabelos loiros adentrou o quarto trazendo uma mesa de rodinhas a qual posicionou ao lado de minha cama. – Mais tarde vamos mandar alguém para buscar.

 

-Ok, obrigado Pablo. – agradeci. Sentei na cama e comi lentamente a comida que ele trouxera, deixando apenas a carne de lado. Não tinha fome, comi por pura obrigação. Deixar de comer não era muito apreciado em uma clínica psiquiátrica.

 

    Terminei de comer e tomei um banho quente e extremamente demorado. Ao sair, a bandeja com o resto da janta já havia sido retirada por algum enfermeiro. Coloquei uma calça moletom velha e uma camiseta qualquer. Deitei e abracei o travesseiro na esperança de dormir logo esperando que, talvez assim, o tempo passaria mais rápido. Duas batidas na janela chamaram minha atenção e eu me sentei na cama, imaginando se não estava ouvindo coisas.

 

-Bill! – ouvi uma voz sussurrar, dei um pulo e fiquei sentado observando a janela, que no momento não era nada mais do que um quadrado negro manchando a parede branca. – Abre a janela! – inclinei a cabeça, estreitando os olhos. – Anda logo! - levantei devagar e assustado e abri a janela devagar para não fazer barulho. Dei um pulo para trás e tampei minha boca com a mão para abafar o grito de susto.

 

-Arabella?! – sussurrei estreitando os olhos para ter certeza. Todas as luzes estavam apagadas e eu mal conseguia ver seu rosto.

 

-Oi Bill! – a voz alegre não me deixou duvidas, e eu reprimi um sorriso.

 

-O que está fazendo aqui? Ficou louca?

 

-Eu vim te ver! Todos estão falando sobre o que aconteceu! Falaram que você estava chorando, gritando e batendo na sua própria cabeça! Com força! Eu... Eu fiquei preocupada. – sorri com a preocupação. Isso me fazia sentir um pouco melhor.  – Você está bem? Se machucou?

 

-Eu estou bem, não precisa se preocupar. – sorri e mordi os lábios para resistir á tentação de tocar em seu rosto com a ponta de meus dedos. - Como chegou até aqui sem que te vissem?

 

-Meu quarto fica no corredor do outro lado do prédio, eu só dei a volta pelo jardim. Você tem que tomar cuidado quando for passar na frente da porta de vidro da sala de estar, por que a luz fica acesa e os enfermeiros de plantão ficam lá... Mas se você passar pelo fundo dá para se esconder nas árvores. – explicou animada. Era engraçado ouvi-la narrando os fatos com tanta animação e mesmo assim em sussurros. – Você não vai sair?

 

-O-O que?!

 

-Vamos passear pelo jardim... Se ficarmos longe da sala de estar ninguém vai nos pegar. – sorriu de uma maneira levada. – Vai! Pula a janela!

 

-Ficou louca? Eu não posso fazer isso!

 

-Seu medroso! – exclamou. – Então eu vou voltar para o meu quarto. – fez cara de brava e me deu as costas andando em direção á escuridão do fundo do jardim.

 

-Arabella! Espera! – chamei o mais alto que pude para que não fosse ouvido por mais ninguém a não ser ela. Para meu alívio, ela parou e olhou para trás com um enorme sorriso. Bufei, coloquei um chinelo e pulei a janela.

 

   Quando se gosta de uma criança você tende a fazer tudo o que ela quer.


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Notas finais do capítulo

Ahhh! desculpem pela demora!!! :S eu juro que to ficando louca... Pke diabos o dia só tem 24 horas?! eu sinto como se ele não tivesse nem 10 horas direito. sério.     se ainda tiver alguém que le a fic ( xP ) eu ia adorar ler os reviews! hihi
  próximo capítulo:   "  -Não. Se você estiver ao meu lado eu vou estar bem... – respondi. Ela sorriu e voltou a deitar na grama, olhava para o céu negro e manchado de branco pela lua.  "   "-Bill, me conte sobre o Tom.   —O que?   —Você não fala muito dele. Mas sempre que toca em seu nome seus olhos brilham, e depois ficam tristes. Ele era seu irmão, então você devia amá-lo muito... Eu quero conhecê-lo também.  "