Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 12
Capítulo 12 - Ela é diferente




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      Terminei minha janta e me levantei disposto a voltar para meu quarto, algo que logo me pareceu improvável ao notar que Arabella me seguia refeitório afora.

 

-Por que está me seguindo? – perguntei sem nem mesmo me dar ao trabalho de olhar para trás.

 

-Por que ainda não terminei de conversar com você. Sabe, você não pode fugir para sempre. Vai chegar um dia em que seu quarto será pequeno demais para passar tanto tempo dentro dele.

 

-Bem, até esse dia chegar, me deixe sozinho. – disse, apesar de meu pedido direto e grosso para que ela me deixasse em paz, Arabella apressou seus passos e me alcançou em poucos segundos segurando forte em meu braço.

 

-Vamos ficar conversando na sala de estar. Prometo te manter ocupado até a hora de irmos para os quartos. – sorriu levantando as sobrancelhas.

 

-Vá com ela, Bill.   

 

    Ótimo, quer dizer que quando eu o chamo, Tom simplesmente me ignora e agora brota novamente em minha cabeça só para mandar eu conversar com a Miss Eterna Criança? Rolei os olhos e me deixei ser arrastado até um dos sofás do lugar. “ Só por que é você que está pedindo. “ pensei, na esperança de que ele ouviria.

 

-À noite nós não podemos sair para o jardim, só quando está claro. – Arabella disse apontando para o jardim do lado de fora da janela. – Mas o salão de música fica aberto. Eles ficam no andar de cima, junto com mais um monte de salas onde temos alguns cursos... Hoje teve argila, foi divertido. – sorriu. – Eu fiz uma casinha... – seus olhos diminuíram de tamanho, prensados por suas bochechas que foram empurradas para cima pelo seu enorme sorriso. - Ah! Aquela é a Kristine. – apontou para uma mulher com longos cabelos loiros, quase brancos saindo do refeitório cabisbaixa. – Ela nunca fala com ninguém, dizem que nem mesmo com o psicólogo, mas sempre grita á noite. Grita mesmo! Como se alguém estivesse a torturando! – arregalei os olhos. Isso soava extremamente desagradável de se ouvir, rezei para que não pudesse ouvir do meu quarto. -  E aquele ali é o Hanz, sua mulher morreu e ele entrou em depressão, tentou se suicidar 3 vezes antes de se internar aqui por vontade própria. – disse apontando para o homem de meia idade lendo um livro próximo á janela. – O Mathew tem síndrome do pânico, ele mal consegue andar por aí sozinho. Não deixa que ninguém se aproxime demais.

 

      Arabella nunca parava de falar o que de certa forma era uma coisa boa já que eu não precisava abrir a boca. Ela descreveu quase todas as pessoas do lugar. Muitas delas com problemas sérios e piores do que o que eu estava passando e que, mesmo assim, pareciam em melhor estado do que eu. Explicou as regras e os pequenos detalhes sobre a clínica, os enfermeiros dos quais era bom manter distancia e aqueles que eram carinhosos e atenciosos. Onde conseguir remédios se precisasse, aonde podia e não podia entrar. 

 

-22:00 horas! Todos para seus quartos! – um enfermeiro alto e forte gritou, me chamando a atenção. Arabella estava no meio de uma interessante narrativa sobre o dia em que um pássaro invadiu seu quarto. Alguns segundos depois as luzes da sala de estar começaram a se apagar e ela finalmente parou de falar, olhou ao redor e sorriu.

 

-Viu só? Eu disse que ia te manter ocupado! – sorri ao notar que ela realmente havia mantido sua palavra. Já fazia algum tempo que eu tinha a impressão do tempo passar sempre em câmera lenta, foi agradável sentir ele passar rápido por mim. - Boa noite, Bill. Até amanhã. – se levantou do sofá e acenou com a mão.

 

-Boa noite. – acenei bobamente vendo-a fazer o caminho de volta até seu quarto conversando animadamente com uma enfermeira em meio á pulinhos e risadas.

 

   Arabella fazia barulho naquele lugar tão silencioso e tedioso, quebrava o padrão de cores claras e mortas. Ela era... Diferente.

 

    Voltei para o meu quarto e me enfiei em um pijama velho que minha mãe havia colocado na mala. Escovei os dentes e me deitei. Estava silencioso. Silencioso demais para mim. Não conseguia ouvir o som da televisão ligada que Gordon sempre deixava, não conseguia ouvir os passos de meus cachorros andando pela casa. Não conseguia ouvir absolutamente nada. Fechei os olhos e afundei a cabeça no travesseiro, pensei em algo que me acalmasse e no meio de todos os abraços que ganhei de minha mãe, dos carinhos de minha avó e todos os meus , a memória de Tom me veio á cabeça. Uma imensidão de pequenos flashbacks preenchiam minha mente, todas as brincadeiras, as noites passadas em claro falando besteiras, os palcos que dividimos, as lutas que ganhamos juntos.

 

    Em poucos segundos estava chorando novamente, chorando como tantas vezes chorei desde que ele se foi. Manchando o travesseiro com lágrimas de saudade e dor por saber que tudo aquilo só seria revivido em minhas memórias.

 

-Tom... – chamei. – Eu sinto sua falta.


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Notas finais do capítulo

1º o que a Arabella tem se chama Síndrome de Peter Pan. È quando a pessoa cresce fisicamente, mas não mentalmente.
È um disturbio mental e tem que ser tratado.


pelo menos eu acho!
Não posso falar que sou super expert no assunto!
xD


2º Arabella não tem dupla personalidade!

A Annie é uma "amiguinha" dela, que será apresentada a todos no próximo capítulo!


3º Espero que gostem da história daqui pra frente!
Ela começa a mudar!
sim, terá cenas romanticas.
e não sei se terá cenas engraçadas
eu sou PÈSSIMA na hora de escrever coisas engraçadas
acho que é pke eu não sou engraçada
u.Ú
hum.
ahsduhasudhas


4º desculpem se o capítulo não foi muito bem formulado ou contém muitos erros
postei ele com pressa, por que fiquei o dia inteiro sem internet e só deu pra entrar rapidinho agora só pra postar!



Próximo capítulo:


"-Não acredito que me sinto culpado. – sussurrei nervoso passando a passos rápidos pela sala de estar, direto para meu quarto."


"- O que você sabe sobre Arabella? "