All About You escrita por selinakyles


Capítulo 8
Suas inseguranças.


Notas iniciais do capítulo

Olá lindinhas e lindinhos!

Demorei quase duas semanas, e sei que vocês estão mal acostumados com postagens semanais e talvez por isso queiram me matar nesse momento, mas boa notícia: voltei e com capítulo cheio de açúcar pra vocês terem diabetes de sentimentos!
Para os que gostam de playslists e capítulos com músicas, fiz uma playlist novinha no 8tracks de presente pra vocês, meus leitores adoráveis que sempre me dão uma imensa alegria. Pode ser encontrada aqui: http://8tracks.com/allaboutsami/it-s-the-little-things
Algumas das músicas que eu coloquei nos capítulos aqui estão também lá! Me digam se gostaram depois, certo?

Bom, vamos ao que interessa!
Como já sabem, não está revisado. Qualquer erro me avisem!
E divirtam-se, meus pequenos gafanhotos! Mwaaa!



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Capítulo oito – Suas inseguranças.



Barry Allen não era bem o que poderia se chamar de sagaz.

Ele era um bom ouvinte, um bom cidadão e um ótimo cientista forense. Suas notas sempre foram excepcionais, sua inteligência era inquestionável e sua personalidade um pouco distinta demais dos homens de sua idade. Tinha aquela timidez que lhe cabia tão bem e até mesmo a teimosia que muitas vezes o guiava por más escolhas.

Mas no final do dia, o homem mais rápido do mundo ainda era incapaz de ver o que estava debaixo de seu nariz todo o tempo.

Ele amava Caitlin, isso estava claro. Ele adorava cada parte de estar perto dela. Seu sorriso, seus olhos, seu cheiro, e até mesmo seu mau humor e resmungos. Não tinha como negar, Caitlin Snow estava sob sua pele, dominando seu coração como estava acostumada a fazer com as pessoas ao seu redor, prendendo-o em seu feitiço e ele sequer sentia ânsia em relutar.

Quem diria que por trás de toda aquela amargura se escondia uma mulher tão encantadora?

Entretanto, não tão diferente de todo seu gênero, ele também não entendia mulheres. Sempre tão cautelosas em suas investidas, tão cheias de rodeios em suas explicações, tão cheias de dilemas e mistérios, truques e confusões.

E era basicamente por esse motivo que agora ele estava em frente a porta do apartamento da irrefutável dona de seus pensamentos, tocando a campainha como um louco desesperado.

Porque foi isso que ele sentiu desde o momento que a viu dizer aquelas palavras amargas, deixando-o sozinho com uma bela bagagem de confusão para lidar, um amargo e eterno desespero. Tão grande que por momentos ele jurava que só conseguiria respirar normalmente quando ela estivesse em sua frente, quando seus olhos estivessem encarando a nuance incrível que só aquelas íris amendoadas tinham.

Ele ouviu os muxoxos zangados do outro lado da porta sentindo o coração pular uma batida, e logo uma mulher nada parecida com a Caitlin Snow que conhecia entrou em seu campo de visão.

Era tão bobo que não conseguia evitar pensar no quão linda ela conseguia ser sem aquelas roupas formais, toda natural com os cabelos desgrenhados e os olhos avermelhados levemente inchados.

A ideia de que ela estava chorando por sua causa parecia dolorosamente quebrar algo dentro de si.

“O que pensa que está-”

“Não Caitlin, me deixa falar.” Barry a interrompeu, umedecendo os lábios e colocando um braço na porta para impedi-la de fechá-la na sua cara. “Você teve a sua vez e durante todos esses dias me impediu de ter a minha.”

“Eu estava doente. Ainda estou, por isso me deixe descansar e-”

“Não, não dessa vez.” Ele a viu recuar contrariada. “Dessa vez eu vou falar e você vai ouvir. Se quiser descansar depois, tudo bem, eu vou te deixar em paz, mas até lá só escuta.”

A morena hesitou por alguns segundos, assentindo em consentimento enquanto tentava manter seu olhar bem longe daqueles olhos esverdeados de cachorrinho que acabou de cair da mudança.

“Eu entendi agora, eu entendi tudo e tenho que pedir desculpas por ter sido tão cego. Você tinha razão, sempre teve, exceto por um pequeno detalhe que você deixou passar… não posso ser todo dela quando já sou todo incondicionalmente seu.” Barry respirou fundo, continuando. “Eu sinto muito, Caitlin, eu realmente sinto. Fui tão idiota por não ter percebido sua insegurança, por não ter prestado atenção nos pequenos detalhes. São sempre os pequenos detalhes, e por minha lerdeza eu quase os deixei passar despercebidos.”

Ela cobriu os lábios rosados com as mãos, tentando inutilmente evitar o soluço que escapou atrevido entre eles. Barry se acercou, passando o braço por sua cintura ao aproximá-la de seu corpo, sentindo todo o peso que levava em seus ombros se esvaírem quando a essência de morangos invadiu seus sentidos.

O corpo franzino ainda oscilava conforme os soluços se tornavam audíveis, mas ele não mais se sentia mal por vê-la tão fragilizada. Ao contrário, daquela forma só aumentava a sua vontade de protegê-la e tê-la para si.

Barry Allen estava conhecendo um lado de Caitlin Snow que ele nunca havia imaginado que existia, e se sentia privilegiado por ser aquele que via por trás de todas aquelas máscaras que ela estava acostumada a se esconder.

“Por um instante, quando você me olhou daquela forma decidida e amarga, eu realmente pensei que tinha te perdido.” Dizia a voz abafada pelos cabelos castanhos. “Como eu poderia ter perdido o que tinha acabado de conquistar? Como eu consegui fazer com que se afastasse quando tudo o que eu mais queria era te ter mais perto? Estava acontecendo tudo ao contrário, estava tudo errado.”

Caitlin se afastou o suficiente para ter uma imagem melhor daquele rosto, para ter certeza que as palavras sinceras que saíam por seus lábios também se refletiam nos olhos sempre tão expressivos, tão vívidos. As lágrimas que caíam audaciosas por suas bochechas rosadas logo foram impedidas de seguirem seu caminho pelas mãos gentis daquele homem. Seu homem.

“Eu me descuidei por um minuto e me arrependi por dois dias inteiros. Espero que você saiba que depois de todo esse tratamento tortuoso de silêncio, você não vai mais se livrar de mim, Dra. Snow. Quando você perder a fé e achar que tudo isso é muito bom pra ser verdade, eu estarei aqui te fazendo acreditar e ver que o bom pode se tornar melhor. Eu não vou desistir…”

Barry segurou uma das débeis mãos gélidas entre a sua, pousando-a sobre seu coração.

“… enquanto ele estiver batendo, eu te farei acreditar que nós somos algo por qual lutar.”

Ela sentia o coração pulsar apressado sob seu toque, completamente arrebatada pela sensação que tomava todo seu ser, deixando seu peito inquieto e seu estômago dormente.

A realização lhe invadia como uma onda forte e impiedosa, afogando-a no oceano límpido que eram aqueles olhos. Neles ela era capaz de enxergar tudo, ela se deixava transbordar daquele sentimento como se não houvesse mais salvação.

E não havia. Não haviam mais saídas, ela soube disso desde o momento em que se deixou cair naqueles braços em busca por conforto, socorro.

Barry Allen lhe mostrava novamente, diante de seus olhos, que ele era sua salvação.

Ela sempre esteve certa, e não permitiria novamente que suas inseguranças a fizessem duvidar um segundo sequer daquele fato. Ela era dele e ele era dela, plenamente, completamente e inteiramente.

“Mas e a Iris, Barry? Isso não-”

“A Iris sempre vai ter um lugar especial na minha vida, Caitlin. Você estava certa sobre ela, esteve durante todo o tempo, mas completamente errada sobre mim. Sim, ela foi meu primeiro amor e eu a amei dessa forma por muito tempo. Ela é minha melhor amiga e nós já colocamos isso para trás no momento em que eu me toquei que você é o meu futuro.”

As grandes mãos quentes se encaixaram no contorno de seu rosto, e seus polegares roçavam por suas bochechas em um gesto repleto do carinho que também brilhava em seus olhos.

Por muito tempo ela sentiu saudade de ser olhada daquela forma, de ser contemplada como se fosse uma das coisas mais belas do mundo. E aos olhos daquele homem, ela era. Ele não se importava se seus cabelos estavam desgrenhados, ou seus olhos inchados, muito menos com seu pijama estampado de Tardis.

“Eu não quero que isso se torne um obstáculo entre nós novamente, mas caso venha a acontecer, se lembre desse momento. Lembre de tudo o que estou te dizendo, lembre da forma que me faz sentir e dos pequenos detalhes. Lembre-se sempre dos pequenos detalhes, Caitlin.”

O efeito daquelas palavras fez com que ela escondesse os olhos amendoados por um instante, contemplando a tranquilidade que elas lhe traziam. Aquelas mãos acolhendo seu rosto como se ela pudesse quebrar a qualquer momento acalantava o coração castigado que sofreu muito mais do que deveria nesses dois dias.

Ela conseguia ouvir no silêncio. Podia sentir em cada pequeno gesto, cada detalhe.

Precisou de um desentendimento daquele para que ela finalmente pudesse compreender o que havia quebrado sua cabeça durante todo esse tempo. Caitlin atravessou o inferno para então se encontrar no céu, naqueles braços que pareciam nada mais do que o paraíso.

Ela teve de passar por todo aquele desgaste emocional para conseguir chegar a conclusão que esteve diante de si todo o tempo. Teve que perdê-lo para então recuperá-lo para entender o que seu coração realmente queria, realmente ansiava.

Barry se aproximou, a respiração se chocando com a maçã de seu rosto ao depositar seus lábios ali demoradamente. Eles seguiram por sua outra bochecha, sua testa, na ponta de seu nariz. Esse último fez com que um riso débil escapasse por seus lábios onde agora um sorriso se iluminava.

Os olhos castanhos se abriram sob os longos cílios para se encontrar com os esverdeados. Cailtin encostou sua testa na dele, deixando seu dedo indicador passear por cada centímetro daquele rosto, desenhando-o, guardando cada centímetro sob seu toque.

Aproximou seus lábios, depositando-os nos dele rapidamente, sorrindo manhosa ao se afastar.

“Promete que vai se lembrar disso?” Ele rogou em um sussurro, molhando os lábios antes de pousá-los sobre os dela novamente, cuidadosos, apressados.

Barry evitou que uma das mechas de cabelo castanho caísse sobre o rosto pálido, prendendo-a atrás da orelha de Caitlin com seu dedo indicador. Ela pendeu a cabeça em sua mão, olhando-o como se estivesse em frente a oitava maravilha do mundo.

E em seu coração ele era, em seus olhos ele sempre seria.

Finalmente não tinha mais receios de admitir.

“Eu prometo.”

“Ótimo, agora podemos colocar todo o tempo que passamos longe em dia.” O tom provocativo fez com que a morena risse, erguendo o cenho em descrença.

“Quem diria que Barry Allen tinha um galanteador escondido aqui dentro…” O dedo indicador o cutucou no peito, fazendo o sorriso ganhar espaço naqueles lábios.

Caitlin desceu os dedos gélidos lentamente por aqueles braços, deslizando-os pelas mãos quentes e parando ao enlaçá-los nos de Barry. O calor que emanava dele era confortável e acolhedor, trazia de volta aquele leve formigamento na boca de seu estômago que tinha como consequência aqueles incessantes sorrisos bobos.

E ela sabia que ele se sentia da mesma forma toda vez que percebia seu corpo esmorecer sob seu toque.

Barry olhou por cima de seu ombro, só então percebendo o conteúdo que ainda passava na televisão da sala de estar.

“Você estava assistindo A proposta?” Seu olhar divertido caiu sobre ela. “Sério?”

A morena o olhou intrigada, olhando para a televisão onde Andrew chegava no aeroporto e tentava interceptar o voo de Margaret. Aquela era uma das suas partes preferidas.

“Isso é um julgamento que estou ouvindo?” A sobrancelha arqueou desafiadoramente, a mão dele envolveu seu pulso e a arrastava em direção ao sofá.

“Está brincando? É orgulho! A minha parte favorita está perto de acontecer.” Barry se acomodou em seu sofá, puxando-a para seu colo, envolvendo-a em seus braços – onde ela se encaixava tão perfeitamente.

Desde o momento em que ele a abraçou pela primeira vez, naquele buraco onde sua vida havia desmoronado como o muro de Berlim uns meses antes, o sentimento que havia inflado em seu coração era algo incompreensível.

Quando Caitlin o tinha perto, agindo tão naturalmente como se tudo fosse feito para ser, ela não conseguia evitar pensar que o desconhecido não mais poderia afetá-la, seus medos não teriam mais poder algum, suas inseguranças sequer pareciam existir.

Nada poderia alcançá-la, nada poderia atingi-la. Estava protegida, envolvida pela paz que emanava dele.

Barry estava certo, eram os pequenos detalhes.


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Notas finais do capítulo

E então? Parece que depois de toda tempestade vem a calmaria, uh? Novamente eu me desculpo pela demora e não deixo exatamente uma data certa de atualização, mas acredito que será logo. Vi que muitos ficaram felizes com a menção do casório Olicity, ein? Amo ver que vocês também amam esses dois e espero que estejam preparados para vê-los mais vezes por aqui, há.

Uma perguntinha básica: alguém aqui assiste The 100 e shippa Bellarke também?

Qualquer dica, sugestão ou crítica, estou toda a ouvidos! Aos fantasminhas, que tal darem as caras hoje, uh? Um dia lindo, uma atualização quentinha, quem sabe não é?

Comentem e façam essa autora desnaturada feliz.
Beijinhos lindinhos e lindinhas, mamãe ama vocês! ;)