A maioria dos convidados já tinha ido embora. O pessoal da fazenda teve que ficar em casa de Batista dormindo nos fundos da casa, pois estava chovendo e já era bastante tarde.

Apenas Bianca, Edmundo, Batista, Joana e uns três convidados esperando seus carros de aluguer, se encontravam na sala.

Batista conversava com os convidados que ainda não haviam ido embora, fazendo sala.

Enquanto isso Joana puxa Bianca para um canto.

“Cadê a Catarina, seu pai já me perguntou por ela de novo…”- Diz sussurrando.

Bianca olha em volta procurando por eles.

“Há pouco estavam lá em cima, mas acho que depois desceram, Catarina disse que não demorava.”-Diz sem fazer ideia de onde eles poderiam estar.

“Eu também a única vez que vi eles foi quando ela tava dormindo…”-Diz distraída.

“Dormindo?”-Pergunta Bianca.

“Ai Bianca se você visse eles ali no cantinho, se abraçando… ela dormindo no colo dele!”- Diz sorrindo.

“Aqui na festa?!”-Pergunta surpresa com a mão na boca sorrindo.

“Sim, eu é que fui lá dizer pra eles se cuidarem senão seu pai ainda via eles… Há mas eles tavam tão lindos juntinhos, ele fazendo carinho nela… ai você tinha que ver Bianca, nunca vi eles tão bem!”-Diz dando um toque no braço de Bianca.

“Que lindo meu Deus! Agora minha irmã vai poder ser feliz!”-Diz suspirando, olhando para cima encantada.

Elas ficam ali suspirando pensando em como eles formavam um casal bonito.

De repente:

“Mas espera Bianca! Se você falou que eles subiram é porque…”-Diz Joana mandando um sorriso a Bianca.

Bianca inicialmente não entende mas depois logo percebe o que Joana queria dizer.

“Você acha que eles…?”- Joana acena coma a cabeça.

“Tenho certeza!”

Elas sorriem depois disfarçam para que Batista não repara-se, pois se encontrava perto da porta se despedindo dos últimos convidados.
Depois os quarto se reúnem no certo da sala.

“Bom, acho que já está na minha hora, meu carro de aluguer chegou.”- Diz Edmundo se despedindo de todos.

Aperta a mão de Batista acena a Joana, Bianca o acompanha a porta.

“Vou morrer de saudade sua Edmundo, volta amanhã!”
Edmundo sorri.

“Eu volto, até amanhã minha amada!”- Eles se beijam discretamente e ele vai embora.

Bianca suspira de tanta felicidade, Batista logo ordena:

“Bem agora vá se deitar Bianca já está tarde!”

“Tá certo papai, boa noite…”-Obedece.

“Mas espere primeiro me diga, aonde está Catarina?”

Bianca olha pra seu pai, depois pra Joana, e novamente pra Batista.

“Eu não sei papai. Agora tenho sempre que saber onde está Catarina? Nós nem sempre estamos juntas...”-Diz tentando disfarçar o máximo possível pra que seu pai acreditasse.

“Está certo, está certo, então boa noite pode subir.”-Diz impaciente.

Ela sobe as escadas, no corredor ela ouve uns barulhos estranhos vindos do quarto de Catarina, mas nem dá importância, pois estava radiante com seu noivado e entra no seu quarto.

…Lá em baixo…

“Mas aonde se meteram aqueles dois.”- Diz nervoso andando de um lado para o outro.

“Pra casa não podem ter ido, com essa chuva nem chegariam a metade do caminho, e além do mais a carroça continua parada lá fora... Bem só espero que não tenha acontecido nada.”

“Há não se preocupe, eles já devem estar dormindo!”- Diz Joana se descaindo.

Batista engole em seco assustado.

“Dormindo… não, não pode ser no mínimo teriam de dormir em quartos separados, filha minha não “dorme” desse jeito debaixo de meu teto, e vendo os olhares que trocavam durante a festa… consigo adivinhar o que irão fazer assim que estiverem entre quatro paredes. Eu vou no quarto dela agora…”- Diz decidido.

“Batista me poupe por favor!”-Diz puxando seu braço desaprovando seu comportamento.

“ Eles são casados, não tem mal se ficarem entre quatro paredes, o que importa isso.”- Repreende-o.

“Importa que esta é uma casa de respeito! E mesmo sendo casada não permitirei esse tipo de comportamento aqui na minha casa! Ela tem que se dar ao respeito. Lá na fazenda deles eles fazem o que bem entenderem mas aqui não!”-Diz ríspido.

“Batista você já viu que o que você está dizendo não tem pés nem cabeça?!”- Censura.

Ele não responde, pois sabia que ela estava certa, no entanto não gostava de ser contrariado.

Mais meiga tentado acalma-lo.

“Periquito fala pra mim. Você não tá querendo aceitar que sua filha é adulta, e que também faz esse tipo de coisa neh?”

Cai um silêncio na sala Batista reflete por um instante:

“É Joana você talvez esteja certa! Afinal fui eu quem insistiu pra que ela casa-se… e não me arrependo! Mas pra mim Catarina ade ser sempre uma menina. Quando ela era criança ela era tão briguenta, tão decidida... ela era a mais inteligente de todos, a Fátima é muito parecida com ela. Apesar de ter um feitio especial eu sempre tive muito orgulho nela… quando a mãe dela morreu ela cuidou de Bianca como se fosse mãe dela, mesmo sendo criança... ela sempre foi muito protetora em relação a Bianca.”-Diz já com um sorriso no rosto, com o olhar perdido relembrando os momentos em que Catarina era criança.

Joana sorri:

"Ela e Fátima são mesmo muito parecidas..."

Depois desfaz o sorriso e continua:

“O que me custa pensar é na ideia dela com ele no quarto, aqui na minha casa. Eu sempre zelei pela castidade de minhas filhas .”

Joana responde:

“Mas ela cresceu, casou e daqui a pouco a Bianca também vai casar!”
Ainda completa:

“E eles não vão fazer nada que já não tenham feito neh periquito, ela tá grávida.”

Mesmo não aceitando aquela situação ele não tinha o poder de decidir nada, pois agora sua filha tinha a sua própria vida e era livre de fazer o que bem entendesse com seu marido.

“Mas no mínimo teriam que me informar que iriam dormir aqui.”-Diz chateado.
“Deixa de bobagem! Amanhã certamente eles irão falar com você! Esquece isso! Agora vamos subir meu periquitão, piu, piu, piu…”-Diz sorrindo.

Batista era um safado, não resistia quando Joana falava daquele jeito, se esquecia de tudo! E logo sobe atrás dela piando, passando pelo corredor eles nem reparam nos barulhos vindos do quarto de Catarina, e entram no quarto deles.

A casa fica deserta, escura.

Bianca em seu quarto estava deitada na cama olhando pra seu anel de noivado sorrindo, Jorginho e Fátima dormiam profundamente em seus quartos, Mimosa e Neca dormiam num dos quartos dos fundos, Calixto e Cosme dormiam noutro e buscapé no chão. Joana e Batista também logo adormecem.

A cidade estava escura, silenciosa, apenas se ouvia o som da chuva caindo.

O único lugar da casa e talvez da cidade que continuava vivo e desperto, era o quarto mais alto da mansão de Batista, o de Catarina.
Sem querer saber de mais nada, continuavam se amando como se estivessem nas nuvens…

Chagavam ao auge do prazer, paravam por um pouco e logo em seguida o desejo insaciável aumentava novamente!

Aquela não era apenas uma noite de amor e de puro prazer, era um momento de reencontro e de explosão de tudo o que esteve reprimido dentro deles, durante todos aqueles dias.

Os olhares, os gestos, substituíam qualquer palavra que pudesse ser dita naquele momento.

...

Adormecem abraçados um no outro, o quarto estava quente, as velas que o iluminavam continuavam acesas… contrastando com o cenário exterior, frio e escuro.