Os Filhos de Umbra escrita por Rarity


Capítulo 7
Capítulo Sete: 1988 –2504 dias antes


Notas iniciais do capítulo

HELLLOOOOO PEOPLE, VOLTEI, com um capítulo mais curtinho, os capítulos estavam ficando muito grandes e isso poderia ser chato, sem falar que todo o capítulo tem um foco, e eu trabalho com o que posso desse foco. Lógico que o bithday da Mel poderia ser maior, mas como ela terá outros aniversário (assim como os outros... O da Belle e Pablo já foram, faltam os outros, não acham?), e eu simplesmente amei o final pra inserir essa imagem. E como a Nyah sempre corta minhas notas, serei mais rápida... Aliás, se vocês não estiverem gostando, podem falar, eu sempre escutarei o que quiserem dizer (desde que seja com argumentos, não vamos falar que tá ruim "porque está ruim" okay?), e Viúva, lembre-se que você é a que tem as melhores condições financeiras da turma, tanto a Cris quanto a Gina amam você, além da Emily, você é uma das mais inteligentes da turma, não sofre de nenhuma doença e sobre as suas marcas, a Gina e a Berenice vão resolver. Eu adoro você, lembre-se disso. Não fui injusta com nenhum de vocês, só coloquei um pouco de realidade na vida de todo mundo (mas sinta-se a vontade para me falar o que está achando, reclamar um pouco, eu AMO vocês. Se alguém aqui precisa ficar feliz, it's you).
E vou falar uma coisa: eu sei de TODO MUNDO que favoritou a fic, e vi que muitos nunca comentaram. Não precisa comentar em todo capítulo, embora eu ficaria muito feliz se fizesse isso, mas nem que seja uma vezinha só? Eu fico feliz só com um "Curti, continua!", pelo menos é um comentário. Saber que vocês acompanham e não comentam me faz sentir como se não estivesse bom o suficiente. Nem deveria postar um capítulo com 2 ou 3 comentários no último, de 15 acompanhamentos? Poxa, gente, isso me decepciona... Tá vendo, o capítulo ficou menor! E eu ficaria muito muito muito muito muito feliz se me dessem a primeira recomendação da fic (não estou obrigando ninguém, mas aceitaria de bom grado rs). Enfim, valeu por ler até aqui.



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Capítulo Sete: 1988 –2504 dias antes

A nossa natureza consiste em movimento,

O repouso completo é a morte.

Blaise Pascal

15 de janeiro de 1988

O moço com um grande cabelos cacheados, barba por fazer e um avental branco nos entregou os algodões doces coloridos. As meninas ficaram com rosas e nós ficamos com azuis. Tia Gina tirou uma nota de sua carteira de couro e entregou ao moço, nos arrastando depois.

—Eu vou comprar bebidas e pipocas, vocês me esperam aqui, tudo bem? Vamos entrar todos juntos. –ela pediu, nos colocando na fila das pessoas que iam entrar.

—Era pra tia Cris estar aqui. –Mel lamentou.

—Sinto muito pela Lerina. –Belle se desculpou.

—O que aconteceu? –Henrique perguntou. –Pensei que a gente só ia comemorar o aniversário da Mel.

—E estamos. –Belle sorriu. –Mas começou hoje de manhã....

(***)

—Pronto, Pedro! –mamãe falou. –Vai querer ficar com Belle hoje?

—É o aniversário da Mel! –respondi. –Seu Otávio ia na casa da tia Gina, e vamos fazer uma surpresa.

—Bem, então vamos fazer um doce para elas, não é? –mamãe chamou, me colocando sentado na mesa. –É verdade que Lerina comprou um dos filhotes do Henrique pra Belle?

—Belle me contou. O filhote ainda mama, então ela ainda não pode levar ele, e Belle ainda vai decidir o nome. –contei, colocando uma uva na boca. –Já que Otávio não ia comprar, Lerina comprou. Sabe por quê?

—Maria é praticamente a mãe de Belle, e Lerina é a irmã dela, talvez tenha sido só um presente pra sobrinha dela. –mamãe explicou, mas eu dei de ombros.

—Talvez eu possa ajudar Belle a escolher o nome. –torci. –Ela só fica com o Henrique agora.

—Seria pior se houvesse uma competição de Taco, pequeno. Eles formam um bom time. –ela riu.

—Eu e a Emily íamos ganhar deles na Queimada. –reclamei.

—Mas não era Taco, né seu Pedro? –ela retrucou. –Eles são bons.

Bufei.

—Eu sou o melhor amigo da Belle, ela é minha melhor amiga, o Pablo é meu melhor amigo. –teimei.

—Tá bom, Pedro. Agora, vamos fazer um doce pra Mel? Leo iria amar, uma pena ele preferir seu pai a mim. –ela reclama.

—Tem “ploblema” não, mamãe. Eu amo você! –a animei, imitando um biquinho.

—Awn, obrigada coração. –ela me deu um beijinho na testa. –Espero que eu sempre tenha você pra me falar isso.

—Tudo bem. Eu sempre vou te amar, mamãe. –confessei pra ela, porque eu amava ver os olhinhos de mamãe brilhando, aquele brilho bonito. Falaria qualquer coisa para deixá-la feliz.

—Eu também, pequeno. –ela me respondeu, com um abraço. –Mesmo que de vez em quando eu te dê umas boas lambadas, eu amo você.

(***)

—Olha Pedro, eu não vou poder ir com você até a casa da Mel, tudo bem? Tenho que ajeitar as coisas lá na fazenda. E é por isso que eu preciso que você fique bonito e não dê trabalho pra Maria e pro Otávio, senão não vai mais. –mamãe pediu, me entregando uma cesta parecida com a da Chapeuzinho Vermelho com os doces. –E espero o mesmo de você, seu Pablo!

—Sim, tia Jasmine. –ele respondeu, tentando fazer uma continência, e falhando.

Nós aproximamos e mamãe me deixou bater na porta, e pela proximidade consegui ouvir Belle brigar com alguém. Pelos gritos, só podia ser com Lerina, de novo. Ela nunca iria levantar a voz com Otávio ou com Maria. A porta se abriu e consegui vir os olhos de várias cores de Maria. Ela parecia realmente irritada com as duas, devia ser a quinta vez que elas brigavam.

—Oi, Pedro! Ah, Pedro! –ela pareceu lembrar. –O Otávio já saiu pra trabalhar.

—Mas quem vai nos levar até a tia Gina? –perguntei. Os olhinhos de Maria brilharam.

—A Lina pode fazer isso! –ela respondeu num tom mais alto, que fez as duas pararem –A Regina tem uma escola de Artes e Dança. Você pode pedir um emprego.

—Espera, eu não vou... –ela parou. –Realmente, eu posso conseguir um emprego. Vai se arrumar, Isabelle!

—É Belle. –minha amiga brigou, batendo os pés. O nariz de Belle inflava e as bochechas ficavam vermelhas quando ela se irritava.

—Tanto faz. –a mulher loira retrucou, procurando sua bolsa. Belle fez um bico antes de seguir para o quarto.

—Graças a Deus. –Maria agradeceu. –Vamos, entrem. Jasmine, entre um pouco, eu fiz uma torta de maçã maravilhosa.

—Acho que vou ficar só um pouco. –mamãe aceitou o convite. Sabia que ela queria esperar até eu ir.

Entreguei a cesta para Maria, que agradeceu com um sorriso doce, e nos chamou para a cozinha.

—Então, as coisas andam difíceis com Lerina e Belle? –mamãe perguntou, curiosa.

—Péssimas. As duas brigam por qualquer coisa. –ela reclamou. –Principalmente por causa da televisão. Belle quer ver Xuxa, Lina quer ver jornal. Belle quer brincar na sala, Lina quer fazer unhas. Belle quer ver TV, Lina liga o secador.

—Nossa. –mamãe comentou. –E como Otávio está reagindo?

—Ele não para em casa. Mas quando está, ele briga com Belle, que simplesmente começa a chorar. E eu odeio vê-la chorar. –Maria continua, e fiquei triste pelo trabalho que ela estava tendo. Ela colocou um pedaço de torta para cada um.

Na sala, Lerina checava sua bolsa. Usava uma blusa branca, saia florida com flores de várias cores e um salto preto com uma faixa. Os cachos loiros emolduravam sua maquiagem.

—Anda, Isabelle! –ela chamou.

—Não me chama de ‘Isabelle! –Belle retrucou, brava, de seu quarto.

—E, para completar, Lina só chama Belle de ‘Isabelle’. –Maria suspirou resignada. –É uma grande zona de conflito. Espero que passe com o cachorrinho novo de Belle, talvez lembre-a de que Lina gosta dela.

—As coisas vão melhorar, Maria. –mamãe a animou.

—Anda, anda, anda cambada. Eu tenho um emprego a conseguir! –Lerina nos apressou, já na cozinha, pegando um pedaço de torta e dando uma mordida.

—Ei, Pedro! Olha o meu presente pra Mel! –Belle praticamente gritou, entrando na cozinha com um vestido dourado leve, sapatilhas e um rabo de cavalo. Em suas mãos, uma boneca de porcelana de cabelos negros longos, vestido preto rendado, sapatos pretos, luvas e um véu... Mel.

—É... Linda. –Pablo elogiou, bobo. –Ela vai amar.

—Também acho. –confirmei.

—Era da minha mãe. –Belle contou. –Aí Maria colocou o vestido, os sapatos, as luvas e o véu. Ficou parecida com ela no dia que chegou.

—Era da sua mãe? –questionou Lerina, olhando a boneca com as sobrancelhas levantadas.

—E ficou um amor, Belle. –Maria intrometeu. –Melhor irem. Se divirtam, crianças.

—Até, Maria. Tchau, tia Jasmine. –Belle e Pablo se despediram, assim como eu. Lerina nos empurrou até seu carro prateado de vidros escuros.

Ela abriu a porta e nos colocou todos no banco de trás. Entrou, ajeitou o retrovisor, retocou o batom, sorriu e saiu da garagem.

—A gente tem que buscar o Henrique! –Belle exclamou. E dessa vez, Lerina não discutiu. Ela pareceu perdida demais pra fazer isso.

(***)

Lerina deu uma parada na casa de Berenice, e nos mandou descer. Pela janela, eu conseguia ver o quintal de Berenice, que desde o Natal, havia se transformado numa espécie de refúgio de crianças. Desde que Berenice deu os doces de Analícia para as crianças, várias vieram, de diferentes idades que se sentavam no quintal e comiam os doces, enquanto outras aproveitavam o Jumento Voador que seu Otávio deu para Analícia.

Particularmente, eu amava visitar Berê agora. Era ótimo para eu me aproximar de praticamente todas as crianças de Sococó da Ema. Enquanto caminhava até a casa da “Jumenta Voadora”, como nós gostávamos de chama-la, devido ao Jumento Voador de sua casa.

—Oi, Pedro! –cumprimentaram vários meninos. Reconheci Tiago, Emanuel, Lucas e Cris, que comiam sonhos recheados com cremes perto dali.

Algumas meninas, como Flávia e Mariana, juntaram outro grupinho que brincava de casinha enquanto comiam brigadeiro. E Lívia era quem cavalgava o cavalinho alado do quintal, com uma fila esperando sua vez.

Berenice observava a cena da varanda com um sorriso. Ela nunca escondeu o fato de querer ter outros filhos. Analícia, do lado da mãe, olhava a cena meio chateada.

—Berê! –gritou Lerina, acelerando o passo em seus saltos.

—Milena? –Berenice quase engasgou, mas sorriu.

—Agora é Lerina. –a loira sorriu, a abraçando, o que Berenice retribuiu, animada.

—Quanto tempo! –a morena falou. –Vem, entre um pouco.

Lerina e Berenice entraram, enquanto Analícia ficou parada lá, observando as duas entrarem.

—Oi, Analícia. –a cumprimentei, que só me deu um olhar gelado. Liza estava nos seus braços. –Não quer brincar um pouco? Quer vir com a gente pro aniversário da Mel?

—Não. –ela respondeu, irritada. Talvez ela também soubesse que Berenice desejava outros filhos, e se sentisse.... Como se não fosse suficiente.

Belle encostou a cabeça na cerca, e Pablo fez o mesmo. Os dois acabaram ficando na mesma posição, e por um segundo, eu pude jurar ver uma semelhança que nunca havia percebido. Eles tinham o mesmo tom branco de pele, o mesmo formato de rosto, o mesmo nariz, o mesmo tom de cabelo preto. Então, Belle começou a se balançar e esse segundo passou. Ela voltou a ser Belle e ele voltou a ser Pablo.

Analícia deu uma olhada para o quintal, feliz, cheio de crianças, cada uma com seus doces, e fechou a cara, voltando pro quarto.

Pablo olhou pra mim com uma cara que dizia “O que foi isso?”. Dei de ombros. Belle já havia desaparecido, parada na fila para andar no cavalinho.

—Acho que se a Lerina vai demorar, podemos aproveitar. –ele sorriu, indicando os doces dos meninos, que comiam das vasilhas, distraídos. –Ganha quem pegar mais doces deles.

—Fechado. –retribui o sorriso, com um ar arteiro.

(***)

A casa branca da tia Gina se ergueu diante de nós, com Lerina dirigindo calmamente. Entramos pelo portão aberto e ela estacionou na porta da casa.

—Mas tínhamos que pegar o Henrique. –Belle reclamou.

—Desce logo, Isabelle. –Lerina mandou.

—Tá bom, Milena. –ela deu um sorriso sarcástico, fazendo Lerina lhe mandar um olhar irritado. Eu e Pablo descemos antes que a coisa ficasse séria, e batemos na porta. Eu segurava a cesta com os doces e Pablo trazia a caixinha de vestidos de bonecas que ele iria dar de presente pra ela.

Cris abriu a porta, vestida de azul escuro de seda com flores e mangas de renda, um casaco preto e o coque firme no cabelo ruivo.

—Pois não? –ela perguntou, arqueando as sobrancelhas levemente.

—A gente veio ver a Mel. –Pablo informou. –Licença, tia.

E Pablo passou por ela, entrando na casa, sem dar a mínima se podia ou não, deixando Cris com cara de boba. Ela suspirou, e abriu passagem para mim e Belle, que vinha no encalce de Lerina.

Lerina parou na porta, começando a conversar com Cris, mas nenhum de nós ficamos lá para escutar. Subimos a escada do final do corredor, e entramos no quarto que tinha uma porta florida de rosas negras. Parecia a cara de Mel.

Batemos na porta, e uma Emily suja de bolo de chocolate abriu a porta, sorrindo. Acho que ela já esperava a gente, e nos puxou para o quarto, cheio de fitas penduradas no teto. A cama de Mel era gigante, e um lustre em formato de flor no teto tinha uma espécie de mosqueteiro rosa, que caía na cama. Atrás da cama, várias prateleiras contendo bonecas, de diferentes tamanhos, cores, cabelos e olhos. A janela, do lado esquerdo da cama, era gigante, e havia um sofá circular embutido, rosa, de cortinas rosas floridas, cheio de almofadas. Havia um painel com várias letras, um espelho e fotos, e deduzi que formassem o nome Melissa, mas não sabia ler na época. Num outro canto do quarto, uma estante cheia de ursos, cestas, flores e conjuntos de chá, com uma mesinha de madeira e banquinhos almofadados, com um conjunto de lâmpadas penduradas por fios que se entrelaçavam. Havia algumas caixas brancas embaixo da estante, e todo o quarto foi pintado de azul escuro com estrelas, lembrando a noite, e uma fadinha no teto, que agitava a varinha, e faíscas na parede realmente parecia que era pó mágico.

O quarto de Mel era gigante. Eu nem saberia o que fazer com todo aquele espaço só pra mim.

Mel pulava na cama, armando uma guerra de travesseiros com tia Gina, fazendo penas voarem pra todo lugar. No criado mudo branco simples, estava o bolo cheio de granulado da Mel. Claro que nós esperamos as duas pararem, pois seria muito feio entrar pulando na cama de alguém....

Mentira. Tirei os sapatos no mesmo segundo e me juntei à elas, sendo seguido por Belle e Pablo, e logo depois, Emily. Quando percebemos, a cama de Mel era uma infinidade de penas, e caímos de rir na cama cheia de molas dela, quase chorando.

—Ai, ai, crianças. Foi divertido. –tia Gina comentou. –Quase me senti criança de novo.

—Que bom que vieram! –Mel nos abraçou, o véu roçando na pele. Mesmo assim, ela não poderia passar uma energia mais positiva.

Melissa estava exalando felicidade.

—Trouxemos presentes. –Belle falou, animada, descendo da cama e pegando as coisas. –São doces da tia Jasmine, vestidos de bonecas da Dete, e esse é meu e da Maria.

Mel pegou a boneca nos braços. Queria poder ver a expressão dela.

—Ela é... Linda. –Mel a abraçou. –Posso escolher o nome?

—Claro. Ela é sua. Mas cuidado, é frágil. –Belle alertou.

—Vai ser... Anabelle. Anabelle Elizabeth. –ela escolheu, se levantando, e colocando a boneca na primeira prateleira. –Era o nome da minha mãe, Elizabeth.

Belle deu um sorriso triste.

—O da minha era Amanari, água da chuva. –ela contou, abraçando os joelhos.

—Nem vem! Nada de tristezas hoje! Tenho certeza que as mães das duas estão olhando vocês duas. –tia Gina as animou. –O que acham de ir pro circo hoje? Soube que tem um na cidade.

—Você disse circo? –nos entreolhamos, já sorrindo.

Tristeza não durava muito com a gente. Em compensação, ela se prolongou por 20 anos.

(***)

—E então, tia Gina te buscou e trouxe a gente pra cá. –Pablo falou.

—E Lerina ficou com a Cris para pegar um emprego de professora de balé. –Belle revirou os olhinhos azuis. –Pelo menos ela tem bom gosto.

—Ela é sua tia, Belle. Dê uma chance. –aconselhou Emily, com a boca suja de açúcar.

—Vamos crianças? –tia Gina chegou, com uma bebida vermelha que fez Emily se arrepiar, nos empurrando pra dentro da lona. -O show já vai começar.

(***)

—Eu não gostei dos leões! -Belle reclamou, batendo os pés.

—Claro. –revirei os olhos. –Tivemos que te segurar para não ir até lá quando o moço pegou o chicote

—E tampar a sua boca para não gritar “Socorro, covarde!” –imitou Henrique, de um jeito engraçado, fazendo as orelhas de Belle esquentarem e ela cruzar os braços.

—Ora, não fique envergonhada. Foi bem engraçado ver você pagando esse mico. –Pablo riu, mas vi que Belle não estava achando graça.

—Tá bom, tá bom, Belle. Você foi muito corajosa. –Mel dá um abraço de lado nela, fazendo a vermelhidão em Belle diminuir.

—Valeu. –minha amiga agradeceu. Logo, a turma foi indo, conversando e rindo, chegavam a ter uma troca de pipocas, fazendo tia Gina ir pro meio deles e controlar isso, enquanto eu e Belle íamos diminuindo o passo, passando na frente da barraca de bebidas.

Vi no meio da barraca um cachorro de pelúcia que imitava o Scooby-Doo. Olhei bem pra ele, me lembrando do meu personagem favorito do desenho, ele mesmo.

—Belle. –a chamei. –Será que na hora que a gente voltar ainda passa Scooby-Doo? Me deu uma vontade de assistir.

Ela piscou, parecendo pensar em outra coisa.

—É um nome perfeito pro meu cachorro, Scooby-Doo! –ela comemorou, sorrindo. –Bem, parece que eu já tenho um nome pro meu futuro cachorrinho, então, vamos aproveitar o aniversário da Mel.

Belle me puxou, e nós colidimos com Mel, graças a Deus sem cair. Rimos, e demos um longo abraço nela, sendo o exemplo sendo por todo mundo, um longo abraço coletivo, com Mel retribuindo fortemente. Eu conseguia sentir o sorriso dela, mesmo sem ver.

Porque não tem nada como o abraço dos seus melhores amigos.


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Notas finais do capítulo

Galerinha do bem que eu curto pakas, eu preciso resolver um dilema e preciso da ajuda de vocês a decidir: Vocês já estão carecas de saber que a Belle foi comprada (o dinheiro a Lina usou pra viajar) e o Pablo foi largado com o pai. O que eu não consigo decidir é se a Leri ou a Maria ficam como a mãe deles, porque achei que vocês estavam acostumados com uma Maria boazinha, não conseguiria imaginá-la vendendo a filha, aí criei a Lerina, mas eu a fiz pra brigar com a Belle, o que também não fica legal, só que ficaria meio sem sentindo, se a Maria fosse a mãe, o seu Vinicius já teria percebido quem era a Belle e seria muito mais participativo na vida dela, ele também sente falta da filha perdida. Então, eu pensei em colocar a Maria pra ter engravidado cedo, ficado apavorada, largado o filho com o pai e fugido com a Belle pra São José do Rio Preto, e a Leri vai atrás. A Maria para num bar, desce com a filha e ela e Leri se encontram, Maria desesperada falando que não pode ser mãe, que isso vai estragar a vida dela, e isso e aquilo, aí ela vai ao banheiro, e deixa a Belle com a Leri. O Otávio junto com a mulher se aproximam, depois de ouvir a Maria falar que não queria o bebê, eles oferecem muito dinheiro em troca dela. Lerina, achando que isso daria um fim ao dilema da irmã, vende a menina, tudo isso enquanto a Maria tá no banheiro ( :v ). Quando ela volta, fica aliviada no começo, e deixa metade com Lerina e metade com ela, com isso Leri viaja e fica tudo bem... Até Maria voltar e Vinicius brigar muito com ela, querendo a filha, falando que aquele homem poderia ter matado a Belle (Aliás, o nome que a Maria deu pra Belle tá nesse capítulo... E continua com o final "Belle" do cobertor dela), e ela começa a se arrepender e passa a procurar o casal, que SUMIU do mapa... Até ela achar Otávio, com a Isabelle, perceber que não é filha deles e ir atrás, acabando por se apaixonar por ele (sim, a Maria ama o Otávio de verdade), casa e enfrenta o problema da Belle não a aceitar como sua mãe, e ela relevar por tê-la abandonado. Quando volta pra Sococó da Ema, pede encarecidamente para ninguém comentar nada nem com Otávio nem com Belle, e todo mundo concorda, até porque Vinicius já tinha casado com Creuza e tido a Creuzodete, além do Pablo estar grande. Ou então, a Lerina teria os dois, vazaria com a Belle, vendia ela pro Otávio e saia do país enquanto a irmã procurava feito louca ela e a sobrinha. Qual é melhor? E o que gostariam de ver no próximo capítulo? Provavelmente ele vai ser a Emily e o Rick indo pra escola, o que gostariam de ver? Aliás, dia 24 é my birthday, não quer deixar um review de presente?



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