Silver Snow ESPECIAL DE NATAL DO TAP escrita por Matheus Henrique Martins


Capítulo 22
A Ultima Ameaça de Natal




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Na manhã seguinte, Vick e Lucas estão sob o meu flanco andando no corredor. Enquanto andamos, estranho o ambiente quieto e normal dos alunos e dos professores. Parece até que nenhum deles sabem que um aluno morreu ontem a noite.

Espera, eles não sabem.

– Você vai ficar bem? – Vick toca meu ombro, antes de entrar em sua sala de espanhol.

Faço que sim com a cabeça e suspiro.

– Obrigado, por tudo mesmo, Vick. Mas olha, você não precisa mesmo sair com aquele idiota hoje.

Ela revira os olhos, mas vejo que suas mãos tremem de leve.

– Não se preocupe comigo – ela sorri. – Eu vou ficar bem. É só um encontro. Acho que posso sobreviver a isso, não posso?

Ela acena para mim e Lucas e nos viramos para o corredor da próxima aula dele.

– Você esta odiando isso, não esta? – questiono.

Ele me olha pelo canto do olho e engole em seco.

– Com todas as minhas forças – ele murmura. – Mas acho que vou ter apenas que lidar com isso, afinal é pro seu bem, Rafa.

Eu balanço a cabeça.

– Você não tem que pensar em mim – eu o cutuco. – Pense na Vick. Ela vai ficar com um cara que ela gosta muito pouco apenas para encobrir a morte de um colega nosso. Não precisa gostar dessa situação toda.

– Não gosto – ele sorri fracamente. – Mas sei que é preciso.

E então ele entra em sua sala e me deixa sozinho no corredor.

Estou prestes a voltar o caminho para minha aula de Inglês, mas então escuto um guincho:

– Rafa?

Viro-me e Taffara esta vindo na minha direção. Meu estomago se revira dentro de mim e faço o que posso para forçar minha voz a sair.

– Oi – eu aceno para ela. – Tudo bem?

Ela balança a cabeça, parecendo nervosa.

– Na verdade, não – ela coça a base do pescoço. – O Henrique não responde nenhuma das minhas ligações.

Faço uma cara de paisagem.

– Sério?

– Sério – ela faz que sim. – Eu já devo ter extrapolado a cota de mensagens da caixa dele, mas nada de ele retornar.

– Hum, que chato isso.

Ela me olha atentamente.

– Achei que como vocês estavam juntos ontem à noite você poderia me dizer alguma coisa ou me jogar alguma luz, sei lá.

– Desculpa, Taffara. Não tenho mesmo ideia de onde ele possa estar.

– Mesmo? – seu tom é carregado de suspeita.

Olho para ela por um segundo, avaliando-a bem. Agora que não usa mais a armadura de Rainha Abelha pra cima de mim posso ver que ela é tão normal quanto a Vick.

E parece mesmo muito preocupada com Henrique. Acho que ela o ama de verdade e isso faz ela ser menos vadia do que é.

O que será que aconteceria se eu dissesse a ela a verdade?

– Rafa – ela sussurra. – O que foi? Você esta me assustando.

Eu respiro bem fundo.

– Eu o mandei embora.

Ela primeiro vai um pouco para trás, como se eu tivesse dado um tapa em seu rosto. Depois, sua testa se franze e ela me olha de cima a baixo, analisando o que eu disse.

– Desculpa, o que disse?

É melhor assim, penso. Se ela souber da verdade, isso vai chamar a atenção até Rael e, tanto ele quanto eu, vamos acabar ferrados.

– Eu o mandei embora – repito com mais firmeza.

Ela retorce o rosto, confusa.

– Não percebeu ainda? – finjo um tom zombeteiro. – Eu nunca fui com a cara dele e nem com a sua. Por que acha que eu aceitei fazer a surpresa de Natal?

– O que você fez? – a voz dela sai rouca.

Dou uma risadinha falsa.

– Tem certeza que quer saber? – digo e a empurro com tudo para passar por ela.

– Escuta – ela me chama antes que eu saia. Me viro para ela lentamente.

– Sim?

Espero que ela chore ou fique ainda mais amedrontada, porém ela não faz nada disso. Tira um batom vermelho de dentro da bolsa e o passa com leveza. Depois ajeita a bolsa sobre o ombro e joga o cabelo por sobre o ombro.

– Não faço ideia do que fez com meu namorado – ela diz enquanto guarda o batom. – Mas esta se metendo com a pessoa errada.

– Estou, é? – tento disfarçar o medo na voz.

Ela sorri e acena com a cabeça.

– E o que você pode fazer?

Taffara passa por mim, empurrando meu ombro e anda pelo corredor. Fico observando até ela parar no meio dele e se virar para mim com um sorriso venenoso.

– Ah, querido – ela da uma risada repicada, que nem Henrique deu na noite passada enquanto brigava com Rael, e ecoa por todo o corredor. – Não diga que eu não te avisei.


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Notas finais do capítulo

Continua em Breve no Livro 2: Fernando



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