Eu lembro que aos sete anos, eu disse á minha mãe que eu queria quando crescer pichar os muros das casas com poesias. Minha mãe destruiu este sonho com seu discurso como pichar é ilegal.

E eu acho que ela acabou de destruir o sonho ( Ou melhor, desejo ) de eu continuar saindo com meus amigos. Principalmente com Evan.

– Amethyst Walker! Você não pode sair assim livremente pela cidade sem me avisar, sabe quanto estresse eu passei por causa disso? Nas últimas vezes, eu deixei passar, mas agora você passou dos limites, mocinha!

A mesma coisa de sempre, sentei-me no sofá da sala de estar.

– Mãe, eu já tenho dezessete anos e posso me cuidar sozinha. Nas últimas vezes eu voltei para casa inteira, não voltei? - Eu sabia que argumentar com minha mãe era igual argumentar com uma parede, mas pelo menos eu tentava.

– Filha, você precisa de amigos decentes, não esses melquetrefes que você acha por aí, tá me entendendo? - Mães, elas sempre distorcem o assunto.

– Mãe, eu tenho muitos amigos bons, ok?

– Tipo?

– Hãn... Shailenne, James e... - Eu não me sentia muito bem em citar James, já que agora eu tinha a intuição de que ele estava fazendo algo contra o relacionamento dele e de Shailenne, e eu não podia citar Evan, ela iria enlouquecer de vez - A geladeira, ué...

Minha mãe colocou a mão direita na testa e disse :

– Amethyst, vai para o seu quarto - Ela parecia tentar ficar calma.

Não tinha mais nada melhor para fazer, subir as escadas e ir para o meu quarto era a melhor opção para fugir da discussão entre mim e minha mãe. Foi o que fiz, subi e entrei no meu quarto, tranquei a porta. Joguei minha mochila na minha escrivaninha.

Me joguei na cama e tirei um cochilo.

Acordei com o som do meu celular tocando de dentro de minha mochila, fui como um zumbi até a escrivaninha e tirei o celular da mochila.

– Alô? - Falei ainda sonolenta.

– Ah, oi. É o James - Ele disse, por que ele estaria me ligando? Tenho que dizer que fiquei meio triste por não ser Evan - Eu realmente sinto que preciso falar com você.

Ai, droga.

– Sobre o que?

– Tá - Eu ouvi um suspiro pelo outro lado da linha - Eu não sinto o mesmo por o que Shailenne sente por mim e eu só disse um sim para ela por pena.

Legal. Agora eu era macumbeira também.

– Olha, eu vou dar uma resposta curta e simples : Fala para ela - Falei isso e desliguei o celular, eu não estava com paciência de resolver o problema dos outros.

Voltei a dormir, que droga! Não posso nem cochilar em paz que todo mundo vem me encher o saco? Ainda mais, amanhã eu teria que aturar o choro de Shailenne... Não, espera. Era sabádo! Fiquei feliz com isso por um minuto e depois lembrei que ela sabia meu número de celular.

Fiquei um tempo deitada na cama, não caí no sono de novo, olhei pela a janela de meu quarto ao lado de minha cama, julguei ser umas quatro da tarde e saí de meu quarto. Fui para o quintal e por um minuto quis ter uma Luna para acariciar. Olhei por todo o quintal, retangular, médio um banco de madeira e uma casa-na-árvore velha construída por meu pai. Entrei nela e fiquei lá pelo resto do dia sentada olhando para o nada.

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O final de semana foi chato e o sabádo parecia o domingo, vice e versa. Sem ligações de ninguém, fiquei o dia inteiro em casa sem fazer nada de útil como minha mãe diria.

Era segunda-feira e esse era o dia de eu ficar emburrada com tudo que eu via, Shailenne não tocou no assunto sobre ela e James, deveria saber que não era momento para aquilo, tenho certeza de que se alguém como a Ruivinha viesse me encher o saco, essa pessoa iria levar vários socos na cara, não era o meu dia de paciência com pessoas chatas.

Dava para notar que Shailenne não falava quase nada comigo por ter medo de com qualquer coisa eu gritar com ela, tenho que dizer que fiquei com pena, e tentei falar algo, mas achei que eu poderia só piorar a coisa. Aquele poderia ser um dos meus piores dias escolares, ainda mais porque levei bronca da professora por não ter feito as tarefas de casa nos últimos dias. Acabei resmungando um Dá para parar de me encher o saco? E fui parar na diretoria, eu me safei daquela vez mas, na próxima eu iria para a detenção.

Naquele dia, eu batia com muita força o meu armário que até as pessoas que passavam ouviam o barulho e me encaravam, eu retribua um O que? E todos se afastavam de mim.

Na saída, finalmente Shailenne tocou no assunto dela entre James, eu poderia ter dito Não estou no humor para isso. Mas, acabei apenas deixando-a falar, eu sabia que aquilo não daria certo eu sabia desde o começo, mas deixei ela dizer para deixar ela desenbuchar todo o que sentia e eu também, achei que talvez aquilo iria ajudar no meu humor do dia.

– Amethyst, o James falou comigo ontem e...

– Eu sei - Interrompi, acabei não ligando o quanto eu estava sendo rude com ela - O James foi falar comigo sobre isso, não, ele não foi na minha casa, ele me ligou.

Shailenne ficou calada por um minuto.

– Você acha que ele fez a coisa certa em falar isso para mim? - Ela perguntou.

– Sim, ainda mais eu que falei para ele fazer isso. Era melhor do que James ficar te iludindo no amor e ele não ficar com a pessoa que queria estar - Eu disse - Ainda mais, Shailenne, você não deveria ter ficado com um cara que já gostou de uma ruivinha chata e ainda mais é um covarde por não conseguir ter dito um simples Não para a garota que gosta dele.

– É fácil você falar isso, não é? - Resmungou ela.

– O que? A verdade? Sim, é realmente bem fácil - Falei, nós estávamos já na saída da escola, onde normalmente Evan esperava a irmã.

– Ah! Para você é fácil falar isso, né? Você nem se importa em falar da vida de amor dos outros porque você já tem o seu Evanzinho, né?

Eu fiquei brava com aquilo.

– Cala a boca, Shailenne! Quantas vezes eu tenho que falar que tudo que eu e Evan temos não significa nada!

– Foi bom saber da verdade, Amethyst.

Virei para trás e vi Evan me olhando desapontado, eu abri a boca para dizer algo, mas Evan deu as costas e voltou para sua irmã que o esperava no final da rua.

Me dei conta de que Shailenne havia se afastado e ido embora.

Legal, ele havia voltado para vir falar comigo e eu dei isso á ele. Aquele não foi apenas um dia escolar ruim mas, também um dia da minha vida ruim.