O caminho até a casa de Evan parecia uma jornada até o Egito, eu não era a pessoa mais forte do mundo e carregar alguém não era o meu forte, eu andava lentamente e Evan caminhava á alguns metros de distância de minha frente, dava a impressão de que Annie até tivesse tirado um cochilo nas minhas costas, do jeito que eu estava caminhando como uma lesma eu até entendia.

Nós ficávamos em silêncio, a minha mente me obrigou em começar a pensar na última vez que fui na sua casa, na verdade a única.

Evan confessou para mim e me beijou.

Apenas aquele pensamento me fazia corar e até sentir um frio na barriga, Eu também estou apaixonada por Evan? eu me perguntava. Era difícil dizer, decidi fazer um teste comigo mesma durante o caminho, quatro perguntas sobre meus sentimentos por Evan.

Ok, eu sinto um frio na barriga quando penso em Evan? Não, apenas quando penso quando ele disse que me amava e a cena de quando ele me beijou. Você cora na frente dele? Sim, infelizmente, sim. Você sente desejo por ele? Não... Sim... Não! Espera! Tá, eu não sei. O que você pensou quando Evan disse que te amava e lhe beijou? Isso é confidencial... Não falarei.

Poxa! Assim não ajuda, essas perguntas são para alguém que já sabe se já está apaixonado!...

Ok, eu confesso. Eu também não ajudei muito.

Quando me dei conta já estávamos em frente da casa de Evan, o jardim continuava o de sempre, o portão magestoso e o muro sem pichações. Ele pegou uma chave do bolso e abriu o portão, passamos em silêncio pelo jardim e Evan abriu a porta com a maçaneta, a porta estava aberta.

Tenho que dizer que foi um pouco constrangedor ao Evan abrir a porta da frente nos depararmos com a mãe de Evan ( Pelo menos parecia ser ) Loira, olho azul, camiseta simples azul escura, um jeans branco e uma sandália, uma versão adulta de Annie, foi quando eu me dei conta de que a Annie não era adotada.

– Oi, mãe - Disse Evan, ele pegou Annie de minhas costas ( que estava mesmo dormindo ) e a colocou no sofá - Essa é a Amethyst. Não se importa de ela almoçar aqui, né?

A mãe dele sorriu.

– Claro que não - Ela se aproximou de mim e me cumprimentou apertando minha mão - Sou a Annabeth, prazer.

– Prazer, obrigada por me deixar almoçar aqui.

– Sem problema, ainda estou fazendo o almoço, eu já chamo vocês - Meu Deus, como ela era simpática!

Evan me levou até o quintal, que era retangular, era médio, havia um pastor alemão de tamanho médio, o rabo dele começou a abanar quando me viu, o cachorro parecia simpático para mim, me aproximei e me agachei em sua frente, dei um carinho em sua cabeça, o pastor alemão deitou na grama de barriga para cima, comecei a dar carinho em sua barriga.

– É menina, o nome dela é Luna - Evan disse se aproximando um pouco.

Decidi zoar um pouquinho com Evan.

– Luna, é? - Perguntei em direção á cadela, naquele tom que falamos com cachorros - Luna, qual é o membro da família mais bonito e legal dessa casa?

Luna latiu.

– É! É você! - Ainda no mesmo tom e dando carinho em sua barriga - E o mais chato? - Luna latiu de novo - É! É o Evan!

– Aí você passou dos limites - Disse Evan se sentando ao meu lado de pernas cruzadas. Eu ri.

Ele pegou Luna e colocou em seu colo. Me sentei de perna cruzada.

Fiquei séria, Evan ficou preocupado com isso. Decidi que era o momento certo, na verdade eu não tive tempo de decidir, a minha mente soltou a pergunta de repente :

– Evan - Comecei - O que você falou ontem foi verdade?

Por um certo momento fiquei com medo da resposta, ele poderia dizer : Não! Eu só falei aquilo para ver sua reação!

– Foi, Amethyst.

De repente, senti meu coração acelerar, fiquei um tempo sem falar nada, eu não sabia o que falar sobre aquilo. Acabei suspirando alto e me arrependi por ter feito aquilo.

– Por que o suspiro?

– Não sei - Olhando para os dedos das minhas mãos se mexerem loucamente em meu colo - Faço isso quando não sei o que falar, sabe?

– Sei - Evan disse calmo - Talvez você não precise falar nada.

Parei no mesmo momento de mexer os dedos das mãos e virei diretamente a cabeça para Evan, ele me olhava fixamente em meus olhos. Evan aproximou a cabeça de mim, tanto a cabeça tanto o seu corpo, seus olhos castanhos pareciam mais castanhos do que nunca, e dava até para ver meu reflexo por seus olhos.

Tomei a iniciativa de beijá-lo, e tenho que dizer : Eu não me arrependi disso. Evan retribuiu o beijo e me puxou para mais perto de si pelos meus ombros. Não foi um beijo demorado, eu afastei a cabeça primeiro, enquanto Evan parecia querer mais um pouco.

Ficamos em silêncio por alguns segundos até a mãe de Evan nos chamar para o almoço, nos levantamos e segui Evan até dentro de casa, entramos na cozinha que mal reparei e entramos em uma sala nova, havia uma mesa retangular de vidro, e seis cadeiras, a sala era pequena e não havia mais nada além da mesa alguns retratos pendurados na parede e uma janela quadrada ao lado da mesa.

Annie estava já acordada e sentada na cadeira da ponta direita, Annabeth estava ainda de pé.

– Eu fiz uma costela de porco, Amethyst espero que você não seja vegetariana - Disse Annabeth já se sentando ao lado da filha.

– Não, não sou - Eu disse, deixei escapulir um Não mais baixinho, mas todos ouviram e riram.

Evan tentou fazer um ato de cavalheirismo e puxar a cadeira para mim, mas foi rápida demais e sentei antes que ele pudesse colocar a mão na cadeira, ele se sentou ao lado de mim. Começamos a comer.

Annabeth começou a conversar comigo, para me conhecer melhor e tal... Disse que o pai de Evan ainda estava no trabalho por causa de uma reunião importante. Tenho que dizer que a conversa foi interessante e Annabeth não teve uma impressão ruim sobre mim, no final Evan me acompanhou até o portão.

– Ok, hãn - Eu disse - Obrigada pelo convite.

– Sem problemas.

– Bem, tchau - Eu disse.

– Tchau,e bem tente não ser sequestrada nem assassinada - Evan falou.

Nós dois rimos. Fomos abafados de novo pelo silêncio e de repente Evan me deu um selinho, ele não gaguejou para dizer um Até mais, Amethyst e voltou para dentro de casa correndo com a bochecha vermelha.

Eu voltei meio zonza para casa naquela tarde.