Maps escrita por Jho Potter Eaton Mellark


Capítulo 28
Disappear- Bônus parte 2


Notas iniciais do capítulo

OI! OI! OI! OI! Here I am again.... Sem muitas delongas, aqui está mais um capítulo quentinho e recém saído do forno. Aproveitem.



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E quando eu minto para mim mesma
Eu vejo o seu rosto e ouço a sua voz
E meu coração fica confiante
E o momento chegou, o momento passou
Se isso é bom, tem que durar
Isso parece tão certo.

Disappear- Beyoncé

Peeta P.O.V

Flashback On

A observo sair de casa, ela como de costume, caminha lentamente quase não levantando os pés. Aposto todos os meus jogos que ela continua com a cara de sono, que provavelmente tem permanecido desde que ela acordou e apesar da xícara de café que deve ter tomado há poucos minutos não levou embora o sono dominante que é consequência de uma noite acordada lendo. Se bem que já é normal andar desse jeito, ela tem um péssimo hábito de não levantar os pés ao caminhar o que a faz peculiar e irreconhecível à quilômetros de distância.

Da janela do meu quarto consigo ver ela tropeçar em algum buraco na calçada e quase ir de cara no chão. Desastrada como sempre, sempre foi e me parece que não mudou nada de uns tempos para cá. Fico observando a lenta caminhada dela à caminho da escola, acena para a senhora Wilson, que está tricotando na sua velha cadeira de balanços, e ainda com uma mão erguida, com a outra coloca seus fones de ouvidos. Um método de fugir do mundo, do seu mundo, do mundo que proporcionei a ela.

Sorrio com o pensamento de ter feito da vida dela um inferno, por tudo o que ela me fez passar, por cada momento de sofrimento, pelos dias que pasei em plena escuridão. Mas porque não me sinto feliz? Vamos lá Peeta, você concretizou a sua promessa, a garota tem uma vida miserável, de sofrimento e humilhação, nem o pior dos assassinos condenado a pior das condenações iria querer estar no lugar da menina.

Quem quero enganar afinal? Eu a amo, sempre amei e nunca deixarei de amá-la. É algo que estou condenado a sentir e o pior é que não posso ficar com ela, pelo que fez e por não me amar como a amo. Esse é  meu castigo por todas as atrocidades que fiz a ela.

— Espionando a Katniss de novo Peetinha?

— Que merda Finnick! Quer me matar de susto? – Digo recuperando o fôlego e olhando para meu irmão que acabou de me dar um susto daqueles.- E é claro que não estava espionando a Katita, eu estava apenas olhando o tempo. E tá perfeito para uma caminhada no parque, talvez eu vá com Glimmer depois da escola. – Finn faz cara de nojo ao ouvir o nome de minha namorada e lanço um olhar de repreensão para ele.

— Qual é? Você sabe que não a suporto. Gale não a suporta, mamãe e papai não a suportam, ninguém a suporta. Porque você está com ela mesmo?

— Porque é conveniente? – Devolvo a resposta com uma pergunta.

— E aí babacas! Escutei o meu nome vindo dessa direção. O que querem de mim? – Gale aparece na porta e se encosta no batente. – Qual o assunto?

— Dois assuntos. Peguei Peeta espionando a Kat pela janela, não adianta negar vi tudo pela janela do meu quarto. – Fala apontando para o seu quarto, que é do lado do meu.

— Tava me espionando? – Pergunto indignado tentando mudar de assunto

— Não mude de assunto. E estávamos falando também sobre a namorada insuportável do Peeta. – Finnick termina sua fala fazendo novamente uma careta de nojo e cruzando os braços sob o peito se encosta na minha mesa de estudos.

— Eu não suporto a sua namorada Peeta. – Gale se pronuncia concordando com Finn.- E todos sabem que você vive espionando a Kat, pela janela do seu quarto, quando ela está estudando, quando ela está brincando com Prim no quintal de casa,

— Quando ela fica lendo aqueles livros que só ela gosta de ler. – Finn complementa.

— Ou quando ela coloca musica alta e fica cantando e dançando no quarto. – Gale fala e juntamente com Finn começa a rir.

— É realmente engraçada, ela não sabe dançar de jeito nenhum. – Finn diz às gargalhadas. Olha para Gale que devolve o olhar e os dois falam juntos:

— Nós amamos a Kat. – Reviro os olhos, agora vai começar a sessão de “ A Kat é a melhor pessoa e todos a amam.” Me poupem disso pelo amor de Deus.

— Olha aqui vocês dois se vieram aqui para falar sobre o quão maravilhosa a porquinho é, melhor sair do meu quarto. Vão se arrumar para ir por colégio ou vão se atrasar.

— Já estamos prontos. Só falta você Vossa Majestade, rei da escola. Porém você não está, porque estava espionando um certo alguém pela janela, como faz todo o santo dia.

— Bem observado Gale. – Finn fala virando de costas e indo em diração a porta. – O que me faz pensar nos motivos dos dois terem brigado e Peeta a odiar tanto.

— O que é um paradoxo. – Gale se junto a Finn no meio da porta. – Já que o Peeta a odeia, mas também a ama. – E os dois começam a rir. De mim. Começo a avançar em direção a eles, porém meus irmãos mais novos são mais rápidos e quando chego na porta de meu quarto eles já estão descendo as escadas.

— IDIOTAS! – grito na tentativa deles me escutarem, mas creio que é em vão.

— NADA DE CORRERIA DENTRO DE CASA FINNICK E GALE. – Ouço mamãe gritar e sorrio por eles terem sido pegos por ela. – E NADA DE XINGAMENTOS SENHOR PEETA. – Ela escutou, tudo bem sorriso se desfazendo.

Esses idiotas dos meus irmãos, aqui posso chamá-los de idiotas mamãe, é a minha mente e eu penso o que quiser. Volto para meu quarto e caminho em direção a escrivaninha, pego o necessário para as aulas de hoje e coloco dentro da minha mochila.

Fico pensando como é que eles perceberam que eu fico observando a Katniss, será que está tão óbvio assim? Será que todos percebem? Me arrepio completamente pelo pensamento. Ninguém pode saber disso, nem desconfiar, caso contrário destruiria tudo o que construi nos últimos anos, se bem que poderia até uma vantagem me ajudaria na minha missão e se todos pensassem o mesmo que Finnick e Gale, até mesma a Katniss, seria um passo a mais para o grande plano se realizar.

 

Flashback OFF

— Eu sabia Peeta – Finnick se levanta da cadeira de frente a mesa do escritório e começa a passar as mãos pelo cabelo, um claro sinal de que ele está nervoso. Esse é um hábito de todos os Mellarks, quando estamos nervosos fazemos isso. Nosso pai faz e nosso avó também. É uma herança passada de geração em geração. – Gale e eu falamos para você, nós o advertimos sobre as consequências de todas as ações que você fez contra a Katniss.

— Mas Finn, isso foi no passado. – Tento me defender. – Nós fizemos as pazes, nos reconciliamos e ela me perdoou. Você mesmo viu. Mas aconteceu tudo aquilo ontem e ... te juro que não sabia que Glimmer ia aparecer lá e muito menos falar o que falou. Já estava disposto a falar a verdade para a Kat, só que ela apareceu e escutou tudo e saiu correndo, passei horas e horas procurando-a e nada. E quando foi hoje de manhã a encontrei desacordada no jardim. Você acha que ela vai me perdoar de novo? – Pergunto olhando para meu irmão, temendo sua resposta.

— Peeta eu não sei. – Ele me responde depois de soltar um grande suspiro. – Você a fez passar por muitas coisas e agora, traiu ela. – ele fala cautelosamente as últimas palavras, talvez com medo que alguém possa ouvir o que é desnecessário, já que estamos sozinhos. – Sei que foi antes de vocês se reconciliarem, mas vocês estavam casados já e foi sim uma traição. Não adianta argumentar.

— Tá legal eu admito isso, mas você não respondeu minha pergunta.

— Não sei respondê-la. Katniss é a pessoa de coração mais nobre que eu conheço em toda a face da terra. Ela tem um coração capaz de perdoar, ela é bondosa e gentil, apesar de ter o pavil curto, às vezes ela é bastante aterrorizante e me dá medo quando a irritamos. – Fala e eu concordo com ele. – Mas ela é uma boa pessoa e te ama muito, isso é notável até na lua. Ela pode te perdoar Peeta. – ele dá a volta na mesa e para do meu lado, colocando sua mão em meu ombro, me confortando, lanço-lhe um sorriso de gratidão. Estou bastante feliz por tê-lo como irmão, como meu melhor amigo, ele e Gale. Sei que posso contar com os dois sempre. – Mas lembre-se que tudo tem um limite e esse pode ter sido o dela, então acho melhor você se preparar para o que estiver para vir. – Okay! Sorriso sumindo em três, dois, um...

— Pensei que você estava me consolando e me aconselhando Finn.

— E estou! Estou lhe dizendo a realidade, ou você quer que eu te iluda e fale mentiras?

— Tá Okay! Tá okay!  Obrigada por tudo Finn, por ter vindo cuidar dela e por me ouvir. – Agradeço-o e ele continua me olhando, esperando por mais. Reviro os olhos, uma vez Finnick sempre Finnick. – E pelos conselhos também.

— De nada Peeta! Sei que você precisa de mim. – Convencido nem um pouco. – Agora tenho que ir, antes que Annie acorde, tenho uma surpresa para ela.

— Que surpresa? – Pergunto curioso seguindo-o em direção a porta.

— Vou pedi-la em casamento. – Finnick fala alegre.

— Meu Deus! Parabéns Finn, desejo que seja feliz junto a ela, vocês dois merecem. – Digo sinceramente.

— Obrigada irmão, e eu desejo que a Kat te perdoe e vocês também possam ser felizes. Lembre-se que ela tem que tomar o remédios na hora certa e descansar, é apenas uma gripe mas se ela não tomar as devidas precauções pode firar algo pior como pneumonia.

— Pode deixar chefe. – Digo brincando e Finn abre a porta, nos despedimos e ele finalmente vai para embora.

Fecho a porta e respiro fundo, é hora de acordar a Katniss.

Flashback ON

 

Marvel chuta a bola e ela vem em minha direção, graças à Deus que prestava atenção no jogo porque se não minha cara já estaria marcada pela bola.

— MARVEL! – Grita o treinador Chaff, acredito eu que ele é da idade do meu pai, só que mais alto, mais musculoso e de pele negra. – Quantas vezes já te falei para treinar os seus chutes? Veja, quase arranca a cara do Mellark que não está dentro do campo e sim fora. Francamente, não sei quantas vezes terei que falar e nem o que fazer para esse moleque me ouvir, além de ser um desordeiro ainda vive chutando errado. Era para eu ter ouvido minha mãe e ter sido engenheiro. – Nós estávamos no treino, quer dizer o time, não eu. Hoje não é um bom dia para mim, minha mente está em outro lugar, mais especificamente em alguém. Por isso estou sentada no banco dos reservas apenas observando o jogo. Na verdade estou vendo o treinador discutir com Marvel. – Não adianta discutir Marvel, dessa vez serei mais severo, se não treinar seus chutes você não irá jogar os últimos jogos da liga. – Fala severamente.

— Mas treinador...- Marvel tenta argumentar, porém o treinador Williams o interrompe.

— Sem mas, agora vá para o banco junto com o Mellark! Brutus vem para cá no lugar do Marvel. – Ele grita e Brutus, um dos meus amigos de time se levanta da beira do campo e entra em jogo. Meu amigo apenas revira os olhos e caminha para se juntar a mim no banco. Quando chega mais próximo olha para minha cara e um sorriso zombeteiro surge em seus lábios.

— Ei cara! – Exclama. – Vi que começou a aposta em prática hoje de manhã. – Sorrio ao ouvir o que diz, é claro que ele ia tocar nesse assunto, só não esperava que fosse tão cedo.

— Com toda certeza! – digo com um sorriso na cara.- Já sei o primeiro passo hoje, não vai ser fácil eu sei, mas eu conheço a peça melhor do que ninguém, sei os seus pontos francos e eu sou o maior deles.

— Glimmer, as meninas e o resto do time acham que não consegue. Eu penso o contrário, acho que você vai ser o grande ganhador dessa aposta. Estou até vendo você conquistando a Everdeen de novo, tirando o que ela tem de mais precioso, convidando ela pro baile e BUM dá um grande fora nela no grande dia.

 

~~~

´- Hey Katniss! – A chamo quando visualizo ela saindo do colégio. Ela está com Annie e Madge. As três param, se olham estranhamente, conversam algo e voltam a caminhar. Posso dizer que até mais rápido, tenho que apressar mais o passo caso eu queira que tudo dê certo.- Hey! Me espera. – Falo segurando seu braço e a impedindo de andar.

— O que você quer Mellark? – Exclama raivosa comigo.

— Deixa ela em paz Peeta. -  Madge se pôs â frente da amiga.

—  Calma! Eu só queria falar com ela.

— Você não tem o que falar Mellark. Além disso eu não quero falar com você. – Kat me informou olhando-me com raiva. – Vamos embora meninas.

E dizendo isso ela saiu do colégio acompanhada das amigas, fiquei para ali olhando ela ir embora pisando forte o pé, claro sinal dos sentimentos que sente por mim. Merda! Isso vai ser mais difícil do que eu imaginei.

~~~

Da janela do eu quarto da para ver o quarto dela.  Estamos separados por dez metros e uma cerca viva, que passa exatamente bem no meio do caminho. Cheguei do colégio a duas horas atrás e estou plantado em frente à janela esperando ela chegar em casa, só o que faltava perder meu tempo com isso, poderia estar fazendo outra coisa mais interessante, como ir pro shopping com a galera ou jogar vídeo game com Finnick que de minuto em minuto coloca a cabeça na porta e me chama para jogar, quase não resisto na última vez que ele apareceu. Porém, não posso me dá ao luxo de ter esses contratempos, tenho me focar no meu objetivo e fazer com que a Katniss volte a confiar em mim.

Já está quase anoitecendo quando vejo uma movimentação no quarto a minha frente, ela chegou. A vejo jogar a mochila em cima da cama e entrar  no banheiro, essa é minha deixa, tenho que chegar lá antes que ela saia do quarto, não posso perder tempo. Me levanto e pego minha jaqueta e saio do meu quarto, desço as escadas e passo pela sala onde Finn e Gale estão assistindo um filme de terror, os dois estão esparramados no sofá com os pés em cima da mesinha de centro, deixa dona Rose ver isso.

— Ei Peetoco! Vem assistir com a gente. – Gale vira a cabeça em minha direção, tirando a atenção da televisão.

— Agora não tenho que resolver uma coisa! – É a única coisa que falo e já estou saindo do cômodo antes que os dois possam pensar em algo para dizer. Entro na cozinho e saio para os jardins, dou alguns passos e estou na lateral da casa, debaixo da janela do meu quarto e em frente a cerca viva que separa a minha casa da dela. Certifico-me que este é o ligar certo e sem mais delongas afasto alguns raminhos para o lado revelando a passagem que leva para o outro lado, ninguém sabe da existência desse buraco, apenas eu e Katniss sabíamos. Nós usávamos bastante quando crianças e sempre que podíamos atravessávamos para falar um com o outro. Bastava apenas um aceno de mão de um para o outro já estar atravessando pela cerca.

Passo com dificuldade, meu corpo já é do tamanho que passa com facilidade, então depois de me abaixar quase colocando as mãos no chão e levar uma galhada no olho estou no quintal dos Everdeens. A mansão deles é imensa assim como a minha e qualquer uma do condomínio, as casas existentes aqui tem muitas semelhanças, diferenciam-se apenas em alguns detalhes. A minha se diferenciava das demais pela existência de arcos adornando as janelas, enquanto as das outras casas eram quadradas, as da minha eram arredondadas lembrando arcos, além disso em cada janela tinha um pequeno jardim com as mais diversas flores, dando um toque a mais à visão. A mansão Everdeen se diferenciava por haver pequenos blocos de madeira em toda lateral da casa, eles começavam à meio metro do chão e iam até o teto da casa. Em cada um desses blocos existiam plantas das mais diversas espécies, trepadeiras, samambaias, rosas, orquídeas, era o jardim botânico em apenas uma casa e era simplesmente magnífico de se olhar. Mamãe sempre teve um pouco de inveja da Tia Effie por possuir esplêndida coleção.

Assim como quando era criança, apoio meu pé direito no primeiro bloco da parede,as mãos em outros dois acima de mim e em um impulso para cima começo a minha escalada para a janela do quarto de Katniss. Era assim que nos víamos, ela acenava e em poucos minutos eu já estava escalando a parede da casa dela. Percebo que é como andar de bicicleta e apesar do tempo não perdi o jeito, em poucos minutos já estou perto da janela e entrando no quarto. Katniss ainda não saiu do banheiro então sento na poltrona perto da sua estante de livros, que percebo estar maior do que a ultima vez que entrei aqui, e enquanto espero passo os olhos pelo cômodo. Não mudou nada, a cor continua sendo a mesma, rosa pastel com alguns detalhes verdes, ela ama verde e nunca entendi o motivo do rosa, o teto é  azul como o céu e de onde estou consigo ver as inúmeras estrelas, aquelas que brilham no escuro, que ela pregou quando criança,o efeito ficou perfeito quando desligada as luzes. A sua cama de casal branca continuava do lado da porta e em frente à janela, cheia de travesseiros, almofadas e alguns ursos de pelúcia. Em cima da escrivaninha, que tinha todo o seu material escolar, estava a prateleira com seus objetos de fã louca, era assim que ela chamava, nela tinha tudo o que se podia imaginar relacionado a qualquer um de seus livros, filmes ou séries favoritas. Um chapéu seletor, um pomo de ouro, uma pequena versão de Hogwarts, uma miniatura do frodo, um quadro com o guarda- roupas de Nárnia, entre outros objetos. Nada mudou por aqui com exceção de uma coisa, as fotos nossas que estavam espalhadas pelo quarto não existem mais, agora só consigo ver fotos da família e de suas amigas. Uma pequena dor surge em meu peito ao constatar que ela se livrou das fotos, mas eu queria o que?

— O que você está fazendo aqui? – Pergunta assustada ao sair do banheiro. – Como conseguiu entrar?

— Pela janela, se lembra?- Respondo me levantando e apontando para a janela. – E eu quero falar com você.

— Mas eu não quero falar com você! – Informa raivosa e meio na defensiva. – Agora se me fizer o favor. Tenho que estudar agora.– Caminha até a janela e logo entendo que ela quer que eu vá embora. Mas você me conhece Katniss,talvez melhor do que ninguém e eu não desisto fácil. – Tenho que estudar agora.

— Vamos fazer o seguinte Kat!

— Pra você é Katniss

— Tá legal. Katniss!- Não vai ser fácil. – Vamos fazer assim, você ouve o que eu tenho que falar e logo após isso eu vou embora. Não precisa me responder ou ficar conversando comigo. O que acha? – Lanço minha prospota e ela pensa um pouco, indecisa se aceita ou não. – Sem falar que se eu não conseguir irei lhe perseguir até conseguir.

— Tá bom. Eu aceito, mas logo em seguida você vai embora entendeu? – Me fala e eu aceno com a cabeça. Okay é agora ou nunca, vamos lá Peeta coragem.

— Ãhm! Eu vim aqui... pra... eu queria dizer que. – Merda Peeta, para de gaguejar cara. Olho para ela e ela está me olhando de volta, estranhando toda a situação e curiosa com o que deve ser tão importante para me fazer subir pela parede de sua casa e entrar em seu quarto pela janela, além claro de me deixar nervoso.

— Você o que? – Tenta me ajudar.

— Eu quero apenas lhe pedir desculpas por tudo o que eu fiz com você! Me perdoa Katniss, eu fui um completo idiota e me arrependo de tudo, das atitudes, dos planos, das palavras ditas. – Começo com a mentira e vejo ela surpresa, prendendo a respiração. Bingo! Peguei ela. - E eu vim aqui lhe pedir que me perdoe, sinto sua falta, de ser seu amigo, conversar com você e de fazer tudo o que fazíamos antes de tudo acontecer.- Essa parte era verdade.

— O que você pensa que é Peeta? – Ela explode, já esperava essa reação, Katniss é contraditória em todos os aspectos, ela pode ser meiga em alguns momentos, mas sempre que algo lhe irrita ela seu jeito forte se mostra superior a qualquer outro e a menina simpática e delicada dá lugar a uma menina grosseira, impaciente, cínica e capaz de matar até o mais fofo dos coelhinhos indefesa. Sinceramente estou com medo dela agora. – Como você pode vir aqui depois de anos, depois de... de tudo que me vez e pedir desculpas?

— Eu sei que não é fácil!

— Não! Você não sabe. – Fala vindo em minha direção e pontando o dedo indicador para mim. – Eu sei como é e não vai ser um simples pedido de desculpas que vai fazer com me esqueça. – Ela me encara arregalando os olhos e eu percebi que fez isso justamente para conter as lágrimas que gostariam de cair. Pelo tanto que a conheço, ela não vai chorar, não aqui na minha frente.

— E eu sei disso, vim aqui já sabendo que você poderia não me perdoar, na verdade não tinha outra opção, mas eu tinha que vir. E como o combinado, vou deixar você estudar. Até mais Katniss! – e falando isso saio pela janela, descendo bloco por bloco. Faço todo o caminho de volta para meu quarto, passando pela cozinha e pela sala, onde Finn e Gale ainda se encontram amontoados em cima do sofá, só que dessa vez dona Rose está dando uma bronca nos dois pela bagunça. Isso faz com que eu passe despercebido e sem interromper a bronca suba as escadas. Já em meu quarto apenas me jogo em cima do colchão de minha cama e solto todo o ar que só agora percebo, estava prendendo. Foi mais difícil do que imaginava, não com ela, mas por mim porque boa parte do que eu disse era verdade, apesar de estar convicto que todo aquele papo de arrependido era mentira, eu realmente estou arrependido de tudo o que fiz para ela, apesar do que ela fez comigo. E eu fui para lá crente que a única enganada seria ela, porém acabou sendo eu. Ainda a amo, mais do que qualquer coisa no mundo. Então porque não acabo logo com essa ideia tola de vingança e ajeito as coisas com ela? Claro, porque sou um estúpido orgulhoso e rancoroso, que não esquece facilmente o que lhe fizeram e apesar de ser ela a mulher de minha vida, é ela o motivo de todo o sofrimento que passei, ela me enganou e me traiu. Por isso Katniss Everdeen é melhor se preocupar, nada do que eu fiz com você até agora vai lhe preparar para o que está por vir. Porque vingança é um prato que se come frio.


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Notas finais do capítulo

Bom então é isso! Espero que tenham gostado e até a próxima. Beijooos



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