Refugiados escrita por Lara Campos


Capítulo 9
Epílogo - Futuro


Notas iniciais do capítulo

E, oficialmente, este é o fim. Estou bem feliz e espero que estejam tanto quanto eu, com o fim da história. Quero agradecer a todos que leram, acompanharam, comentaram e que me deram ânimo para continuar a escrever. Peço que, se tiver gostado da história, uma recomendaçãozinha não ia doer, ia? Haha, mas é claro, só se for sincera.
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Os fantasminhas que leem e não comentam, esse último capítulo é um bom lugar pra você dizer um "oh, até que enfim acabou!". E os que sempre estiveram aqui, que saibam que eu quase amo vocês. Quase hahaha
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Beijinhos e até a próxima Everlark



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Estava sozinho há mais de uma semana. Paylor, há cerca de quatro meses, havia convidado Katniss a participar do Conselho para a criação de leis do nosso país, trazendo a vida, logo, a democracia regida por uma Constituição da qual sempre havíamos ouvido falar em nossas aulas de história no colégio. Katniss parecia cada vez mais empolgada ao perceber que talvez Plutarch estivesse errado. Talvez nem todo ser humano fosse mesmo regido por uma sede de poder e dominação, como ele havia dito logo após a revolução. Prova disso era a cooperação de todos para a reconstrução de cada um de nossos estados - antigos distritos - e a dinamização e delegação de poderes baseada em votações que ocorreriam a cada dois anos, para eleger os chefes de cada setor econômico, político, etc.

Em casa, ainda trabalhando em minha recuperação, Haymitch constantemente mandava uma caravana de cerca de quinze crianças para passar a tarde comigo, uma vez na semana, numa espécie de curso técnico juvenil para a produção de pães, bolos, dentre outros. Eu me divertia como nunca, rodeado por tanta inocência e frescor que todos aqueles pequenos aprendizes emanavam. Era como rejuvenescer, olhar para a parte boa da vida - a infância - e perceber que ela podia tomar conta de nós ainda quando adultos.

Mas, ainda sim, em meio a tantos, eu sentia falta de Katniss como nunca, nesses últimos dias. Quando deitado em minha cama, era como se faltasse um pedaço de mim ali. Eu levava horas para pegar no sono e às vezes conseguia perturbá-la pelo telefone de madrugada, perguntando como havia sido seu dia, quais eram as novidades e quando ela voltava, de fato.

Os dias iam se passando e meu peito apertava ainda mais. Mais uma vez, Haymitch havia delegado a mim uma nova função. Algo que apreciei bastante, embora há tempos eu não pegasse em pincéis e quadros.

_Para o nosso Pablo Picasso - Haymitch sorriu e entregou a mim uma caixa com novos pincéis e tintas -.

_Pablo quem?

_Picasso, querido. Andei sugando um pouco de conhecimento dos livros de história que não foram completamente queimados, da Capital. Ele era um grande pintor, assim como você é.

_Aposto que nem passo perto. Não estarei nos livros de história - sorri abaixando minha cabeça e voltando meus olhos para um Haymitch parado na porta de minha casa e, agora, sério -.

_Nós faremos com que você esteja nos livros de história, meu jovem. Nós faremos - e bateu duas vezes em meu ombro esquerdo -.

Ao partir, Haymitch me deixou a sós com minhas novas ferramentas. Eu tinha de pintar quadros para a nova escola que estava sendo construída e também para a ala pediátrica do Hospital que seria inaugurado. Criar para as crianças me fazia feliz. Um tipo de arte que não tinha melancolia, que teria de inspirar sorrisos e admiração e que fizessem da visão de todos mais leve, ao tocarem cada obra. E foi por isso que logo comecei rabiscar, sujar os quadros e colorir vários deles. Passei dois dias seguidos fazendo isso, não conseguia parar. Foi então que, no segundo dia, ainda em meu ateliê, ouvi passos se aproximando de minha casa e quando avistei-a pela janela meu coração quase não coube dentro do peito.

Esperei ansioso, porém. A vontade de simplesmente irromper a sala e encontrá-la na porta era enorme, mas eu queria que Katniss entrasse e visse todos aqueles quadros e o que eu estava criando.

_Peeta - ela logo apareceu na porta do ateliê -.

_Meu amor - andei até ela sorrindo, sujo de tinta e abracei-a sujando sua roupa toda -.

Katniss sorriu e beijou minha boca suavemente.

_Acho que nem deu tempo de ficar com saudades, certo? - ela tinha o sorriso mais lindo em seus lábios -.

_Oh, claro que não. Saudades de você? - brinquei retribuindo sua leveza -.

_Você voltou a pintar - Katniss se soltou do meu abraço e foi em direção aos quadros, ainda inacabados e cheios de tinta - Fiquei sabendo que você está pintando para as crianças.

_Sim, eu gosto de pintar para elas.

_Elas parecem te fazer bem, não é? - ela olhava bem fundo em meus olhos com uma expressão serena e os olhos fixos nos meus -.

_Sim, esses meninos estão sendo como terapia para mim.

_Fico feliz... - Katniss aproximou-se de mim mais uma vez e segurou uma de minhas mãos olhando para o chão - Já que você terá os seus próprios…

Por um segundo não entendi o que Katniss havia dito. Ela voltou seus olhos para mim, com um meio sorriso e beijou meus lábios rapidamente -.

_Como assim, Katniss?

_Eu estou grávida, meu amor.


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Notas finais do capítulo

A.. ca... bou :')



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