Fama e espólios, de um escritor irreconhecido escrita por 0 Ilimitado


Capítulo 1
Fama e espólios


Notas iniciais do capítulo

Um testemunho fiel e sincero de um escritor que almeja tanto reconhecimento.



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Após ler e varrer minhas estantes desparafusadas de tantos livros e devaneios azucrinantes, encontro-me em um dilema e fatio minha imagem em alto relevo para servir de inspirações para minhas próximas criações.

Após tanto subjetivismo, estou exaurido. Com uma ânsia de ser objetivo e dizer tudo que almejo, ainda sendo forte e receoso de ser criticado.

Então, repito minhas palavras no fim de cada oração: “Que assim seja”.

Confesso que amo meu modo de escrever, gosto do modo que penso e uso de estacas para me flagelar quando o erro ressoa tão mortal.

Entro nos perfis de um site qualquer, vejo tantos favoritos e recomendações, que atinjo um tom satírico e ignorante, e admito, é a maior prova de um sentimento que as pessoas dizem não depreender. A inveja. Do que vale um escritor que apenas escreve sobre as suas virtudes? Digo, tenho vícios, sou perfeccionista e me entristeço profundamente por falhas banais.

Questiono-me lendo estes textos e renomes, “o que eles têm que eu não tenho? O que faz eles terem leitores assíduos, pessoas segurando suas histórias como bíblias hipoteticamente sagradas, em baixo de cada um dos braços? O que falta para eles perceberem que também tenho necessidade de ser lido? Interiormente e exteriormente?”. Confesso, quando vejo um comentário no rodapé das minhas histórias, alguém favoritando uma delas, abro um sorriso grandioso e pego na mordaz e sutil pena, para assim escrever mais, rogando por um novo comentário, recomendação ou apenas uma inconsciente consideração pelo meu trabalho.

Sei que não sou nenhum Drummond e meu segundo nome não é Pessoa, todavia não custa o reconhecimento. Reconheço, sinceramente com certa relutância, que há escritores fantásticos escondidos por detrás de fotos irreais, pois têm medo de serem indivíduos completamente diferentes por trás de um universo virtual ou que a imagem não seja agradável.

Cada qual com a sua beleza, eis a lei.

Transpareço, em cada uma das minhas obras, há uma parte de mim escondida ou muito explícita. Escoar-me ao papel é a melhor das terapias conhecida por um escritor. Acredite.

Mas contrariando a ideia de muitos que estão lendo, ou pelo menos dos dois ou três que se entregaram a leitura deste testemunho, não peço fama e nem espólios pelo que escrevo, peço reconhecimento a todos que produzem e não recebem nem um mínimo comentário para suprir a falta de alegria, pelo menos uma crítica, uma aversão, “afinal, eu li, mas não estou aqui para elogiar, e sim para mostrar meu ponto de vista”.

Posso ter dito muito, ou não ter dito nada. Só peço, nada mais que isso.

O livre-arbítrio é amplo, entretanto não podemos mendigar amor ou celebração ser também mostrar que nos importamos. Sejamos fortes, dramáticos se necessários, todavia, o mais importante, é sermos realistas. Uma palavra, um pensamento, pode ser o combustível que o maior pensador da história esteja esperando em suas nobres entrelinhas.

Obrigado pela leitura.

FIM
12/12/14


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